Mostrar mensagens com a etiqueta democracia. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta democracia. Mostrar todas as mensagens
sábado, maio 28, 2011
Polícia dispara contra manifestantes em Setúbal
Isto aconteceu no 1º de Maio de 2011, no centro de Setúbal: polícia aos tiros contra uma manifestação pacífica, convocada por movimentos anarquistas.
Eu não sou anarquista. Simpatizo até com as causas deles, mas não gosto dos métodos voluntariosos que utilizam. (Claro que isso é outra conversa... mas digo só para esclarecer quem precisar de ser esclarecido)
Não vejo é razão nenhuma para isto. Tiros contra manifestantes desarmados? Num país democrático, onde a Constituição da República e as leis asseguram o direito à livre manifestação de ideias políticas?
Sim, porque Portugal é um país democrático, não é?
Etiquetas:
cidadania,
democracia,
perguntas retóricas,
repressão
terça-feira, dezembro 16, 2008
O que está a acontecer na Grécia?
Leio, no blogue exarchialx, isto:
«No dia 9 de Dezembro um fotógrafo pediu a publicação duma imagem que mostra um oficial de polícia apontando a sua pistola para a multidão, uma provocação que decorreu um dia após o homicídio do adolescente que levou as multidões a protestos em todo o país. Inicialmente o jornal “Eleftheros Typos” – que ironicamente em grego significa “Imprensa Livre”– publicou a foto numa página interior. Mas o fotógrafo não guardara a determinação e no dia seguinte, possivelmente depois da gerência ter recebido queixas importantes por personalidades de alto grau, perdeu seu emprego.»
Mais informações (acrescenta o mesmo blogue) aqui:
http://shortstorymadelong.wordpress.com/2008/12/09/the-shame-of-greek-media-these-days/
http://shortstorymadelong.wordpress.com/2008/12/09/the-shame-of-greek-media-these-days/
Ora, isto é o género de informação que não chega até nós pelos canais televisivos (ou pelos outros canais) do "centrão" político que nos governa a todos (se calhar devia ter posto governa entre aspas, mas adiante, que vocês certamente entenderam a ideia).
Eu não concordo com tudo o que se diz nesse blogue, note-se.
Não acredito assim logo à primeira na versão "anti-oficial" (o rótulo sou eu que o ponho, não está nesse blogue) segundo a qual o jovem que foi morto pela polícia era um inocente que até nem estava a fazer nada de mal. Pode ser verdade. Mas pode não o ser. Se esse jovem estivesse, como diz a polícia grega, a atacar um carro-patrulha, qual é o problema de o admitir?
Não deixaria de ser um jovem corajoso que, à sua maneira, terá tentado lutar contra o "sistema". (Se o método usado é ou não o mais correcto e admissível, isso é outra questão.)
Não acredito assim logo à primeira na versão "anti-oficial" (o rótulo sou eu que o ponho, não está nesse blogue) segundo a qual o jovem que foi morto pela polícia era um inocente que até nem estava a fazer nada de mal. Pode ser verdade. Mas pode não o ser. Se esse jovem estivesse, como diz a polícia grega, a atacar um carro-patrulha, qual é o problema de o admitir?
Não deixaria de ser um jovem corajoso que, à sua maneira, terá tentado lutar contra o "sistema". (Se o método usado é ou não o mais correcto e admissível, isso é outra questão.)
O problema fundamental é, na minha opinião, outro. É que tudo isto não se resume a uma pequena revolta contra "o sistema" (e o "sistema" tem as costas largas, como se sabe), mas parece-me ser, sim, um grande levantamento popular contra políticas capitalistas anti-sociais (escrevi sociais e não socialistas, ok?) que o "centrão" que nos governa (Grécia incluída) tem desenvolvido, desde os anos 80 - com governos mais ou menos "conservadores" ou mais ou menos "socialistas".
De resto, quem escreve nesse blogue tem opinião que não parece ser muito diferente da minha:
«O movimento social na Grécia protesta contra a violência que a polícia exerce sobre os cidadãos, cujo caso mais recente foi o assassinato de um jovem de 16 anos. Mas os protestos são também contra as crescentes desigualdades sociais.
Neste mundo, quase todos os gregos com menos de 25 anos sabem que pertencem ao que é chamado por todo o lado como "a geração 700 euros", a primeira geração depois da segunda guerra mundial que cresce com a certeza que vai viver uma situação pior que a dos seus pais. Uma geração com poucas perspectivas de um futuro melhor e ainda menos esperança nesse futuro.»
E, mais adiante, depois de criticar uma visão "cinematográfica" e folclórica dos gregos como gente com «uma vaga tendência “histórica” (...) de se rebelarem contra a autoridade – como se os manifestantes furiosos e os cocktais Molotov atirados às esquadras nas últimas noites estivessem de alguma maneira directamente relacionados com a cultura de guerra dos Espartanos ou até, segundo a opinião fundamentada de John Carr, com as guerras dos Troianos» (toma lá, digo eu...) lê-se ainda:
Neste mundo, os gregos sofrem ironicamente de uma elite política e económica corrupta, que, nos últimos anos, esteve constantemente ligada a escândalos de dinheiro público e até terra pública; elite esta que, no entanto, se recusa, sem vergonha, a sequer pedir desculpa, muito menos a aceitar reformas.
É neste mundo – e não no mundo dos comentadores com inclinações arqueológicas – que uma única bala pode incendiar uma raiva que tinha vindo a crescer num ritmo constante nos últimos anos; e, numa nota positiva mas cautelosa, a incendiar também uma alma pública, de que tanto se precisa, à procura de um país.
Claro está, não faz sentido pedir-vos que façam alguma coisa por isto. Mas faz sentido pedir-vos que façam alguma coisa.
A próxima vez que lerem sobre “protestos sem sentido” noutro país, por favor, parem por um segundo a pensar no que o olho jornalístico é incapaz de ver.
A próxima vez que lerem sobre “protestos sem sentido” noutro país, por favor, parem por um segundo a pensar no que o olho jornalístico é incapaz de ver.
E, por favor, lembrem-se que as pessoas não queimam as suas próprias cidades só porque têm mau humor nacional.»
Embora, no que diz respeito a "olho jornalístico" e às razões que levam as pessoas a queimar as suas cidades, eu até tenha algumas objecções, recomendo vivamente este blogue.
Eu vou acompanhá-lo: será uma das minhas fontes de informação sobre este levantamento popular na Grécia.
Etiquetas:
cidadania,
democracia,
mundo,
política
domingo, março 09, 2008
A Política faz-se, também, na rua!!!
Cem mil professores (dos cerca de 150 mil que exercem em Portugal) manifestaram-se em Lisboa, no passado sábado, contra a política deste Governo para o sector da Educação.
Mais informação (por exemplo), em:
Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL)
Federação Nacional dos Professores (Fenprof)
Etiquetas:
cidadania,
democracia,
política
«São 16 anos de ensino, e nunca me tinha manifestado»!
A manifestação de 8 de Março levou às ruas, em protesto, muitos professores que nunca antes tinham participado em contestações de rua. É o caso desta docente, entrevistada em directo, na RTPn, por uma jornalista aparentemente deslumbrada.
Lembrou-se, a jornalista (e não despropositadamente, diga-se), de fazer a “ligação” entre a data da manif e o Dia da Mulher, porque «a maior parte dos professores são mulheres, e a maioria dos manifestantes também o são», justificava.
Lembrou-se, a jornalista (e não despropositadamente, diga-se), de fazer a “ligação” entre a data da manif e o Dia da Mulher, porque «a maior parte dos professores são mulheres, e a maioria dos manifestantes também o são», justificava.
Aqui vos deixo um pedaço dessa “entrevista de rua”, com o texto integral das perguntas e das (lúcidas e muito assertivas, digo eu) respostas:
- Boa tarde. Não fuja. É professora de quê?
- Primeiro ciclo.
- Está aqui para se manifestar contra esta política. Hoje é o dia da mulher. Esta é uma forma diferente de comemorar o dia da mulher?
- Não. Os casos são independentes. Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Somos mulheres o ano inteiro. Estamos aqui pela nossa causa, pelo futuro das nossas crianças.
- Muitos professores em Portugal são do sexo feminino, uma percentagem maior que do sexo masculino. Esperava, como professora, passar aqui o seu dia, digamos assim, enquanto mulher?
- Não, não esperava. São 16 anos de ensino e é a primeira vez que aqui estou.
- Nunca se tinha manifestado desta forma, participado numa grande manifestação?
- Não, nunca.
- Isso significa que chegou ao seu ponto de rotura? Acha que é importante mudar?
- Infelizmente os professores chegaram a um ponto de rotura. É muito triste chegarmos à nossa posição, termos dado tantos anos do nosso empenho e não sermos considerados.
- A questão da avaliação, para si, é uma questão que a incomoda, ou não se importa de ser avaliada, desde que noutros termos?
- Como professora, o que menos me incomoda é a minha avaliação. Não tenho medo de avaliação. Qualquer pessoa que me queira avaliar, com competência, poderá fazê-lo. O que me incomoda, e muito, é este processo há muitos anos se ter vindo a degradar..
E a entrevistada começou a dar exemplos do seu descontentamento: «não haver condições nas escolas», «não se facilitar a integração de crianças com deficiência», e mais algumas coisas... que já não consegui ouvir (nem mesmo depois de visionar várias vezes a gravação que fiz) porque, entretanto, passou por ali uma grupo mais barulhento de manifestantes, que cantavam «está na hora, está na hora, de a ministra se ir embora»...
Etiquetas:
cidadania,
democracia,
política
Subscrever:
Comentários (Atom)