Metereologia 24 h

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sábado, 5 de agosto de 2023

Oh! Outra morte!


 Queria dar destaque também a esta morte... que passa despercebida entre tanta notícia. Apenas 22 anos e morreu num acto de altruísmo. Não pensou em si, só pensou em salvar uma amiga que se estava a afogar. 


Não tem nome, não tem rosto, não é portuguesa... 
Mas algures neste mundo uma mãe e um pai, irmãos, avós, amigos, estão em choque, a sentir uma profunda tristeza e perda... sem querer acreditar e a questionarem-se "Como? Porquê?".




sexta-feira, 4 de agosto de 2023

Quem morreu??

 

O Feed de notícias avança um nome e diz que a pessoa de 28 anos morreu. 

E fica nisto. Não explica sequer quem é esta "celebridade" - pois está classificado como tal. Só mostra slides fotográficos de um homem que, presumo, ser a vítima.


Estranhamente a melhor notícia vem na revista maria. Deve ter sido cópia-cola da press release. Algumas classificam o rapaz como "influencer". Ou seja: alguém que divulga o que faz nas redes sociais. 

Não sei porquê os meios sociais tanto usam a palavra como se de uma profissão se tratasse. Parece redutor. Tudo na notícia parece redutor. Faleceu um jovem e, é celebridade, porque faleceu. Os tais 20 minutos de fama que tantos almejam, por vezes, chegam assim: na partida definitiva. 

Mas quem era o rapaz? Não se sabe. Só a família e amigos, a quem envio meus pêsames, devem saber a vida que se foi. Para a imprensa, era um influencer a dar a volta ao mundo em mota. E isto nos basta - a nós, "público". É triste que tenha tido uma vida tão curta. Mais triste ainda que tenha terminado na mota - numa colisão não explicada, sem detalhes. De quem terá sido a culpa? Terá sido frontal? Terá sido... horrível?

Motas são viaturas maravilhosas mas, sem dúvida, extremamente perigosas. Quando algo corre mal as probabilidades da vida de alguém se ficar por ali são altas. 

Foi o caso deste Nuno Castanheira - que, como disse, tudo o que se sabe é que tinha o sonho de dar a volta ao mundo de mota. E estava nesse instante a tentar realizá-lo. No primeiro dia no Paquistão, colidiu com outra viatura e, pelos vistos, foi a única fatalidade. Seria muito mau não mencionarem que outras pessoas também faleceram em resultado deste acidente! Afinal, vidas são vidas. Mas não me espantaria se se focassem apenas numa. 

Prefiro pensar que ele não ficou com um sonho por realizar. Mas que agora é que está a realizar o seu sonho. Porque nunca se viaja por todo o lado, em toda a parte, a todo o tempo, a não ser quando se transita para o mundo espiritual. Aí tudo está acessível, tudo se visita, tudo maravilha e tudo se absorve como nunca se pode conseguir neste plano terrestre. 

Então Nuno - que não conheci nem tenho pretensões de achar que sei alguma coisa de alguém de quem nunca ouvi falar - espero que estejas a fazer uma viagem que vai muito além do que podias sequer desejar!

Felicidades. 

segunda-feira, 17 de julho de 2023

O submarino que afundou

 

Não prestei muita atenção quando saiu nas notícias. Para mim tinha ocorrido um acidente fatal, tal como muitos outros que acontecem por aí. Não presto mesmo qualquer atenção quando o espalhafato é enorme, ocupando as notícias incessantemente, ficando os media dias a falar do assunto, sem acrescentar nada de novo, tentando extrair novidades onde não existem, lançando "possibilidades" infindáveis, "alegadamente", pela fonte menos credível possível . 

Perceberam que aquelas pessoas morreram todas de imediato? No entanto, segundo as acções dos responsáveis tão divulgadas em excesso pelos media, estava a decorrer "buscas" para encontrar o submergível. 

Não vos soa a idiotice?
Pior: a manobra de distração para ganhar tempo e tentar sair com a imagem mais limpa possível?
Bom, como não prestei atenção - apenas li umas poucas linhas, só agora gostei da informação que recebi.


 Cheira-me que desta tragédia vai sair um FILME DE HOLLYWOOD. Afinal, tem todos os elementos que seduz o público e agrada os produtores: Milionários morrem em viagem inédita. Hum... onde já ouvi isto??

Ah! No mais famoso naufrágio de sempre: o Titanic. 

Espera aí... estas pessoas estavam num submergível porque.... iam visitar os destroços do Titanic!

Ora se a história não se repete...

Se o primeiro afundou excesso de velocidade, este segundo foi pelo mesmo motivo. 

Só que antigamente, muitas pessoas, ricas e pobres, podiam viajar num grande navio - embora nunca se misturassem. Hoje em dia, não existem misturas nem possibilidade de se partilhar o mesmo espaço. Os milionários de hoje gostam de espaços exclusivos.

Este submersível, que tristemente batizaram de TITAN - só faltou o IC - teve o mesmo desfecho. Ignoraram a "maldição" do nome... E quiseram fazer turismo de forma arriscada. Diria que o problema foi a imprudência. Do material usado para casco, da tecnologia em que apostaram para se livrarem de um destino fatal...

Sôa mesmo parecido ao TITANIC!!!
Também ele achava-se pioneiro, INSUBMERSÍVEL na realidade. Novo em tudo. Mas... não tinha salva-vidas suficientes. Condenando assim mais da maioria dos passageiros à morte certa. 

Este Titan, decidiu levar passageiros e achava que era impossível sofrer fatalidades, apostou num casco diferente - carbono e num sistema de "20 anos de estudos" que alertava com muitas horas de antecedência quando existia um problema no casco.

O sistema de facto os alertou. Mas não lhes deu tempo para regressar à superfície. Eles escutaram o som - que dizem terrível, da pressão a "assobiar" nas paredes. E souberam de imediato o risco que corriam. Numa implosão não deve sobrar nada. Nada de nada. Nem um pedaço de dente, de corpo...

Com isto deram aos futuros aventureiros, novo folgo para o Titanic. Novos "restos mortais" para serem associados à tragédia de Abril de 1912. Esta nova tragédia de 18 Julho de 2023.


Um século e onze anos depois... 

Venham juntar-se a nós, ò imprudentes!



domingo, 2 de abril de 2023

Cheated of my life

 

Foi um comentário no youtube que me fez repensar tudo. Meus pais são vivos. Se a ordem das coisas for a usual, irei os perder antes da minha vez também chegar. Não sei como será quando isso acontecer. Comecei a temer essa altura. 

Mas depois de ler aquele comentário, comecei a pensar noutra perspectiva que tal mudança traz para as nossas vidas. Ficará mais solitária? Sim. Mas terminará também uma co-dependência. 

O comentário foi o desabafo de uma mulher que, no leito de morte da mãe, a ouviu dizer: "Agora vais poder COMEÇAR A VIVER". 

Essas palavras, e a admissão da própria que, a pesar da dor, nesse instante foi exatamente o que aconteceu, ressonou dentro de mim. 

Em vez de focarmos-nos na perda, deviamos focarmos nos ganhos. 
A nossa vida re-começa. Não temos mais aquela pessoa ali que, pode parecer para bem mas, se calhar, também é para mal, está disponível e nos exige disponibilidade. 

Achei muito interessante aquela mãe saber que estava, de certo modo, a impedir a filha de viver e dizer-lhe que a sua morte significava liberdade para ela. Mas que coisa linda de se dizer. Talvez o derradeiro gesto realmente altruísta de mãe. 

Porque, sejamos sinceros, altruísmo em mãe está muito sobrevalorizado. A maioria é capaz de actos altruístas mas tem sempre uma base egoísta. Acho até que o egoísmo pesa mais na balança dos pais que outra coisa. Pelo menos a minha experiência assim o diz e, até hoje, é algo que constato diariamente. Eles, contudo, estão alheios a essa realidade. Preferem interpretar as coisas com a conotação tradicional. É mais cómoda e soa melhor. Porém, não é a realidade. 


 

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Gosto por velharias

 

Gosto de coisas antigas. Mas parte-me o coração encontrar tantas ofertas em sites como o OLX em que se torna evidente que os produtos etiquetados são espólios de alguém que os amou muitos mas faleceu. Os panos rendados da mãe, o objecto decorativo da avó, as decoraçõeszinhas espalhadas pela casa - tudo o que foi a ALMA de alguém e recebeu o seu afeto e preferência. 

imagem retirada de um anúncio no OLX


Agora reduzidos a meros símbolos de ganância do descendente.

Você se apressaria a vender online tudo o que encontrar dentro da casa da sua mãe/avó quando esta bater as botas?

Olhar para cada objecto e pensar: "Aqui estão cinco euros. Este vale pelo menos 10. Este maior será 25. Esta velharia porque é "antiga" vale 30". Sem sequer pensarem: Qual daqueles objectos foi o presente da filha que faleceu cedo? Qual foi dado por aquele amigo especial? Aquele que é guardado com especial carinho? O que celebra uma data importante? Aquele que a própria pessoa comprou encantada e lhe trouxe felicidade instantanea?

Mostrando não valorizarem essas coisas, colocam cada um à venda e nem é por valores baixos - para que possam encontrar um novo lar. Não os oferecem - porque não há dinheiro nisso. Decidem colocar uma etiqueta de preço em cada artigo, por mais inútil ou danificado que possa ser/estar. 

A ideia gananciosa de tirar proveito financeiro nestas circunstâncias, repugna-me. 

quarta-feira, 21 de setembro de 2022

O Pesadelo e o penhasco

 


Ontem acordei a lembrar-me do que sonhei. Foi mais um pesadelo. Sonhei que uma mulher (tipo reporter) estava a fazer uma reportagem. Aí, sem o prever, deparou-se com uma falcatrua. Mas foi descoberta. Então perseguiram-na. Ela, segurando as provas, correu. Estava num monte, depois num areal, sempre a correr e sempre a ser perseguida. Depois, ficou encurralada num penhasco. Os homens aproximaram-se e empurraram-na. Ela, mais as provas que segurava, cairam. Vi uma rocha enorme, plana e castanha a aproximar-se à medida que a mulher ia a pique. Ouvi o "pack" do crânio a bater na rocha. O corpo inerte, a dobrar do pescoço para baixo. As provas espalhadas. Era o fim. Passado um tempo, ela ergue-se, pega nas provas e pode denunciar a falcatrua. 

Já sonhei com isto antes. Não sei quando. Mas percebi que já tinha acontecido. Há muito tempo. Sonhei exatamente a mesma coisa. Da mesma maneira.

O cérebro é muito especial. Não é a primeira vez que percebo que tenho sonhos recorrentes - geralmente pesadelos. Quando era criança tinha muito um envolvendo cores a mesclarem-se umas nas outras. Depois nunca mais tive. Quer dizer, muito raramente o tive. Ou pouco me lembro se tive. 

O cérebro "armazena" tudo. Por algum motivo nós não acedemos a esse arquivo. Porém, de vez em quando, ele vai buscar uma "bobine de filme" e faz uma reprise. 

Depois de despertar, voltei a adormecer por mais uma hora. Quando acordei, recordei o sonho anterior. Fui ao google e fiz uma pesquisa. Ao contrário do que imaginei, existem muitas pessoas a cair de penhascos. Supostamente por acidente. Pesquisei colocando a palavra "jornalista" e dei com uma notícia de dois indivíduos da BBC que, há uns anos, por acidente, cairam de um penhasco. Mas sobreviveram. Estavam no hospital. Devem ter sobrevivido... porque não existiu mais notícia sobre o assunto. Mas também, não existiu mais notícia sobre notícias que tenham escrito. É isto que condeno no mundo da informação: para reportar acidentes, estão lá. Para reportar a recuperação, o resultado, já não estão. A menos que haja óbito. 


E tal como mencionei há uns dias, desgraças como estas não passam ao lado das celebridades. Surgiu na pesquisa que já tinham falecido os dois filhos de Nick Cave. Um, aos 15 anos, por ter caido de um penhasco. 

Nunca tive medo de penhascos. Jamais. Nunquinha.

Mas vou passar a ter noção do que representa estar na beira de um abismo fatal.



sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Um em cada dois homens e uma em cada três mulheres

 

Têm a probabilidade de vir a sofrer de cancro durante as suas vidas. 


O culpado? A introdução de químicos nas vidas humanas e a forma como se espalharam em todas as áreas, incluindo a do vestuário. O plástico que usamos que vem do petróleo, as roupas que usamos que contêm plástico, ao ponto em que os peixes que comemos e os animais de que nos alimentamos já nascem com pesticidas. Gravidezes que não saem como seria de esperar, porque existiu uma exposição indesejada a um qualquer químico. E o cancro... essa doença eternamente sem cura, que nenhuma vacina ajuda, nenhum esfreganço no nariz auxilia... a aumentar. 

Neste documentário disponível no youtube e para ver aqui:



terça-feira, 23 de junho de 2020

A dádida do suicídio

Parece que o actor Pedro Lima suicidou-se. E porque? As razoes so ele as sabe.  E talvez aqueles que lhe eram muito proximos.

Os media ja avancam com um motivo: problemas economicos. A reducao de um salario de 6000 euros mensais para metade. E ainda outro:  o receio de nao ver o seu contracto renovado.

Indiretamente dizem que e uma consequencia das mudancas sociais e economicas impostas pelo Covid.

Esta realidade nao o atingiu somente a ele,  mas toda a populacao mundial. Muitos outros tambem com familias grandes e ate a ganhar menos que 6000 ao mes.

Aquilo que devia te-lo feito resistir ao acto de cometer suicidio talvez tenha sido o que o afundou. Nao se sabe ao certo. Homens e mulheres pensam de forma diferente, por vezes. Os homens tendem a sentir que fracassam e sao imprestaveis se nao cumprirem com o papel de provedor economico.

Cinco filhos. Presumo que quem chega a esse número hoje em dia, o faz por escolha. Pelo menos alguma.

Cada um dos filhos devia ter sido uma razão para se agarrar à vida.  Devia ter-se lembrado do nascimento de cada um deles e como dai a diante se tornou aquele de quem aquela nova vida ia depender, por muito e muito tempo. A responsabilidade de os sustentar, que a mais ninguem cabe senao aos pais, devia ser a força motora para adiar o suicidio hoje e esperar pelo amanha. Por mais sombrio que se aviste o futuro imediato, por mais desesperante que seja o hoje, existe um amanhã.

E eu digo isto tendo estado tanta vez, nao digo a contemplar fazer o mesmo mas... a concluir que nao existe proposito algum e nada vale a pena. Estive assim há pouco tempo. Fui até o mar, para ver se ajudava a relativizar... naquele dia nada ajudou. Nem o oceano.

Mas o travesseiro me daria o dia de amanhã. E sabem que mais? Depois da tormenta(s) existe uma calmaria. É ai que se deve tomar folego e encontrar formas de nos fortalecer porque mais tormentas virão. É a propria definicao da vida.

E nao, esta nao e como nos filmes.

Mas sabem o que é preciso dizer sobre o suicídio? É preciso falar sobre a dádiva que um suicida deixa para a familia e amigos.

A Dávida que um suicida deixa para um filho é o receio deste vir a fazer o mesmo.


Se antes um filho nao pensava nesta eventualidade, vai passar a pensar. Vai passar a dominar o pensamento com frequencia. Começa-se a temer o futuro, a temer a vida adulta e os desafios pela frente. Será que os vao aguentar ou vao ser fracos e optar pela mesma accao do pai?

Esta eventualidade passa a ser uma sombra... uma espada em cima da cabeça.

Digamos que é uma forte mensagem, o ultimo gesto em vida de um pai. Um filho dificilmente fica a pensar: "oh, o ultimo acto do meu pai foi pedir a outras pessoas que cuidassem de mim. Ele gostava mesmo muito de mim e dos meus irmãos".

Nao. Os filhos, principalmente se forem crianças, vão é ficar a pensar que o pai não gostava deles o suficiente e escolheu abandoná-los.

A restante família vai ter um trabalhão para remover esta ultima impressão e para fazer os filhos acreditarem no muito amor do pai por eles.

O ultimo acto do pai nao foi a mensagem, foi o mergulho para a morte. Incutindo a outros a responsabilidade de serem estes a olhar pelo bem estar dos seus proprios filhos. Qual a probabilidade destes interpretarem o sucedido da primeira forma escrita em cima?

No meu entender, vao sentir que o pai os abandonou. Nao gostava deles o suficiente para com eles ficar.

O que estes vão receber de legado? O pai nao vai estar presente para os ver casar, para os abraçar, para dar umas palavras de conforto.  Nunca mais. Eliminou-se para sempre das suas vidas, torturando-os ainda por cima, com a sua presenca apenas numa novela na TV.

Vai ser preciso acompanhamento psicologico para os cinco filhos, a companheira, a ex esposa, a avó de 91 anos!!


Os amigos tambem vao ficar a pensar "o que é que eu podia ter feito para o resultado nao ser este?". Vao recriminar-se por um telefonema nao dado, por um convite para uma conversa que foi andiado...

O legado  de um suicida é sofrimento para os que o amavam.

Porquê ele o fez, ninguém sabe. Talvez nao se prenda com nada do que foi avançado. Talvez tenha sido um desgosto amoroso, tao avassalador e vergonhoso que o fez nao ver outra saida.

Talvez nunca tenha desejado o rumo que a sua vida tomou e por isso não foi forte o suficiente para lutar pelas suas escolhas: nunca teve seguro delas.

Os mais dados a teorias de conspiração ate podem avancar que se tratou de homicídio, qualquer um pode ter acedido ao telemovel do actor, enviado as mensagens e te-lo arremeçado de um lugar que todos sabiam que o ator gostava de frequentar cedinho pela manhã. Um plot muito novelesco.

O facto é que ele não está mais vivo e tudo indica que foi por decisao propria. Doença psicológica com um súbito pico? Sim, é possível.

Até sou da opinião de que a pessoa tem direito de fazer isso com a sua vida (eutanasia, por exemplo). Mas quando se tem outros, filhos pequenos em particular, que direito de o fazer te assiste?  Já nao es so tu. Um pedaco de ti gerou mais vidas. A tua vida ja nao é  só tua para ser tirada. Ela pertence também aos filhos. Eu não tenho filhos, é um dos motivos que, por vezes,  me deprime. Este futuro solitário, sem abracos ou beijos. Sem a palavra "mãe" ou "avó" alguma vez me virem a ser pronuciadas.

Cada qual tem uma cruz pesada para carregar. E se nas dão, é porque querem que a carreguemos. Ao menos espero que haja uma aprendizagem em cada solavanco que fui recebendo. Juro: estive bem perto do fim da corda há poucas semanas.

E não me julgo imune de cometer este acto. Sei que ninguém é melhor que ninguém.

Em pequena, num momento de tristeza profunda e sensação de que nada vai dar certo, percebi que algo conspira para nos derrubar. Isso me fez tomar uma posição: "nunca iam conseguir" fazer com que tirasse a minha propria vida. Acontecesse o que acontecesse, isso tornou-se a única coisa que nunca ia fazer, mais que não fosse por teimosia.

Por pior que as coisas ficassem, essa vitória não ia dar ao tinhoso.

Acho até que é por isso que tanta vez sou posta em prova. Há semanas, como sabem, estive bastante deprimida.  (senti-me arrasada com as mentiras criadas para me tirarem da casa, as difamações absurdas, a falsidade dos que me rodeiam e a vontade do senhorio em alinhar no esquema. É muita decepção, que eu não fiz por merecer. Isto,  aliado ao desgosto amoroso cujo amor ainda pulsava forte angustiando-me de desejo, o cancelamento do turno de trabalho que me fez relembrar a probabilidade elevada de deixar de receber turnos, o fracasso na busca de um novo lugar para morar, a solidão, a necessidade de uma palavra amiga (obrigada pelas vossas)). 


Pensei em fazer o meu testamento. Não foi a primeira vez.  Mas desta última, levei o impeto mesmo a serio. Encontrei um site a explicar o processo.

Ainda é algo que acho que convém fazer, por uma questão prática. Pelo que percebi quando a minha avó faleceu, a tua ultima vontade pode muito bem não ser levada em conta. Por isso deixar instrucoes do que fazer em caso de morte, parece-me sensato. Só isso. Afinal, porquê pensamos que só os ricos, com propriedades, é que tem de fazer testamento?

Se o ator tivesse seguro de vida, e temesse realmente nao ter dinheiro para viver, e achasse que todos iam lucrar financeiramente com a sua morte... mas nao conheco nenhum seguro de vida que englobe um suicidio. Ou se calhar até os há. Desconheço.

Também me passa pela cabeça a minha tia... que há três anos, por diferença de dias, perdeu o filho e dois netos no famoso incêndio em Pedrógão grande.

Como pode alguém suicidar-se quando outros perdem a vida de uma forma tão sem sentido e violenta?

Eles não pediram para morrer. Não foi uma escolha. Podiam e deviam cá estar hoje. A envelhecer, a fazer aniversários.

Pedro Lima deixou um aniversário semelhante aquele que os meus tios e restante família têm de atravessar: o aniversario da tragedia.

domingo, 16 de fevereiro de 2020

Passeio por Londres -1


Decidi ir a Londres. Chegando lá, foi mais fumo que fogo. Como toda a tempestade batizada com nome masculino, o Dénis, previsto para este fim-de-semana, assusta mais por antecipação do que por factos. Ainda assim, a certa altura, achei melhor aproveitar o tempo chuvoso para visitar um museu. 

Fui a um dos meus favoritos: O Victoria e Albert. A entrada é gratuita, (excepto para exposições pontuais) e não pensem que ficam mal servidos. Este museu é enorme, tem um espólio fantástico, de peças originais e reproduções (como todos hoje em dia). Deixo-vos uma amostra.


Este foi o primeiro retrato que vi. Não tinha identificação.
Gostei tanto da expressividade do retratado, certamente à décadas falecido, que o fotografei para mostrar aqui no blogue. Não vos parece que está vivo? 


De seguida observei esta escultura, a única feita em talha ou um material semelhante.
Olhando para o rosto, percebe-se cada sulco. Esta foi a aparência REAL de alguém.
Capturada por mãos impressionantemente habilidosas. 


Metros à frente, estava esta escultura. Fotografei deste ângulo porque a jovem rapariga oriental sentada no banco aqui na direita da imagem, estava a desenhá-la.
Poucos minutos depois, ela protestou para o ar a presença do homem na foto, por lhe bloquear a visão e interromper-lhe o momento. Ergueu os olhos para o tecto proferindo algumas palavras em chinês para o ar. Gostava de lhe ter pedido permissão para fotografar o desenho, mas não tive coragem. Estava muito bom. 

Mas o que me atraiu inicialmente nesta escultura tumular foram estas palavras, com as quais me identifiquei:

                                          
"Toda a minha vida os dias passaram frios e tristes. Eu, que sonhei selvagem e doida, estou feliz por falecer". "Muito antes do meu coração vir a despedaçar-se, a sua dor passará. Uma altura foi enviada para a sua dor. Paz virá, finalmente".

Não é bonito?
É exatamente sobre o que eu tenho vindo a reflectir. A vida, os sonhos, o fim.

Esta estátua foi mandada erguer postumamente ao falecimento de Emily Georgiana, aos 39 anos. Era esposa de George William. Imaginei que foi o marido que mandou erguer esta imagem - de um extremo bom-gosto, da falecida esposa. Que deve ter falecido ao dar a luz - imaginei eu. E ele deve ter gostado verdadeiramente dela (ou sentir remorso?), para fazer-lhe esta homenagem. 
Na imagem, ela encontra-se reclinada sobre uma longue-chair, lendo uma espécie de papiro, onde só pude perceber as palavras impressas "God is waiting" (Deus está à espera). 


Colocando ali um livro, é o tipo de escultura póstuma à minha pessoa que ia apreciar.



Este é outro exemplo de um monumento mandado erguer aos falecidos. 
A figura principal mencionada é a mulher à direita. Mas não se façam confusões: ela foi a filha DE... (medalhão acima?) e esposa DE... (busto ao lado?). Daí aparecer esculpida, em corpo inteiro, mas chorosa. A mão no rosto, segurando um pano para lhe secar as lágrimas da dor da perda, boca triste e olhos fechados, a chorar. É tristeza em memória dos ilustres homens com quem se relacionou por sangue ou matrimónio. Uma espécie de três-em-um. Maria Martin - de seu nome, mandou erguer este monumento em memória do falecido sobrinho e irmão mais novo, de 70 anos. Daí as suas lágrimas. Nada menciona a data e falecimento dos progenitores ou esposo. Pelos vistos, filhos ela não teve. Ela mesma, aqui retratada na mais pura dor, faleceu anos mais tarde, quem sabe sentindo-se totalmente só, sem um familiar por companhia, com a bela idade de 97 anos. 

Achei um monumento bem feito e fiquei a imaginar se existe algum simbolismo maçónico na escolha dos elementos, tão "piramidais". 

Continuando nas esculturas representativas, chamou-me a atenção o rosto em mármore "saindo"de um medalhão. E quando olhei para ele, talvez pela "mancha" no rosto, surgiu-me na mente o que poderá significar a expressão vaga e triste, deste belo e jovem rosto.


Acho até que deviam adoptar esta imagem para logotipo internacional da Violência Doméstica.


E pronto. 
Vi muito mais, fotografei mais ainda, mas irei partilhar noutro post.
Para este ficam as esculturas.

Descobri uma coisa a meu respeito: gosto de arte e gostaria de fazer parte de uma.
Não me incomodaria nada de ter o meu rosto (jovem) num medalhão semelhante.

Algum artista precisando de uma musa?

:D

Bons prazeres

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Mataram o terrorista - viva a polícia britânica!



Escutei na rádio a notícia do «terrorista» que fez uma maldade em Londres. E a polícia matou-o. 
A parte da intervenção policial foi mencionada em demasia e como que em tom de "urra!", "somos tão bons!".



De que vale um terrorista morto? Ou ter pessoas por ele magoadas?

Não é melhor viver num país onde ainda se tenta CAPTURAR um criminoso?
Sinal que se vive num país que RESPEITA O DIREITO À VIDA acima de tudo? E que sabe que é importante compreender as motivações do maior dos lunáticos, para se instruir e saber lidar com outros que possam surgir?


Que valentia tem a força policial? Muitos contra um, armado com uma faca e eles todos munidos de armas de fogo e outras tais? Fica feio, mesmo sendo um «terrorista» e a polícia, o mau e o bom, o "índio" e os "cowboys". Também foi um - sem arma de fogo- contra dezenas armados.

Não me parece que seja motivo para celebrar a  policia.


Primeiro, ela não conseguiu PREVENIR o ataque. Seria de louvar se o tivesse feito. Para as pessoas atacadas, diferença nenhuma fez a intervenção policial. Se o tipo tinha acabado de sair da prisão, o importante seria descobrir o que o levou para lá em primeiro lugar. E aí avaliar o comportamento da justiça. Se ele era considerado "terrorista" ou "extremamente perigoso" - não devia andar livre por aí, sem apertada vigilância. Se calhar a polícia não tem o currículo limpo nesta história. 


E se ele não era terrorista de todo? Se isso é apenas um cómodo rótulo que a poder inglês convenientemente coloca nos seus "ups! Levou com uma bala e jaz morto no chão... épá, não podem nos criticar por isso. Vamos dizer que além de perigoso, o atacante era terrorista. Ninguém se importa que se matem terroristas.".


Depois as notícias aqui são muito vagas, não são aprofundadas. Falta uma certa LIBERDADE DE IMPRENSA que é deveras preocupante. Não se sabem detalhes do atacante. Nacionalidade, por exemplo, é das coisas mais eliminadas das notícias para não ferir "susceptibilidades". E eu pergunto: o que é que isso tem a ver com o direito à informação e o que é que isso produz na LIBERDADE DE IMPRENSA???

Sabem a resposta? Nada destas condicionantes trás algo de BOM para a sociedade que se quer livre e informada. Em muitos aspectos, como por exemplo, nesta necessidade de se vangloriarem por matarem a sangue frio um "terrorista", achando que estiveram "bem", os recados e bilhetinhos por toda a parte a "lembrar" a pessoa comum que se levantar a voz ou mostrar-se descontente com algo é considerado um criminoso, pode ser chamada a polícia para o levar preso e pode ser multado por desacato e ofensa a terceiros - tudo isto que aqui é mostrado como «se nada fosse» são sinais de uma sociedade que está mais próxima do extremismo do que com o outro lado. 

Ainda não li nada sobre a notícia. Vou fazê-lo agora.
O relato que fiz é com base na notícia passada numa rádio. Ainda não pesquisei nada noutras fontes. É o que vou fazer agora. Estou cheia de curiosidade para saber como a imprensa britânica informa o público. Quero ver se alguma não esconde informação, como nacionalidade, idade, quanto tempo vivia no UK se não for natural, etc, etc. Todos os detalhes que eles nunca mencionam para não "ferir susceptibilidades" mas que apenas resultam em uma má imprensa.

Sinceramente, o bajular à acção policial, que matou um homem e nada fez para evitar que este que era criminoso não chegasse a cumprir os seus objectivos, silenciando-o para sempre de seguida... epá, não me caiu bem. Pronto.

Sejam felizes e tenham cuidado.
´
Actualização:
Já fui ler mais fontes. O que acho? Foi um puto de 20 anos, pouco inteligente, sentindo-a acoado por estar a ser vigiado pela polícia. Acho até que foi a polícia que o levou a agir assim. Mas isso é a minha opinião pessoal, após ler os detalhes na BBC.
Meu Deus, como eu adoro a BBC como fonte informativa! Cada vez que procuro algo, surpreendo-me como fazem bem o que têm de fazer. Acho até que se superam a si mesmos. Sempre com várias perspectivas,  várias abordagens, muitas fontes contactadas, boa informação. BRAVO!

O título preferido pertence ao jornal Daily Inter Lake- que diz simplesmente "Homem transportando bomba falsa, apunhala dois em Londres e é morto a tiro". Objectivo, direto, verdadeiro e sem "juízos de valor". Não era um "terrorista". Era um homem. E assim deve de ser. O que ele fez (armou-se em justiceiro de fantasia, nota-se bem que era influenciável e pouco inteligente. Puto: 20 anos apenas e cérebro fácil fácil de manipular) e o que lhe aconteceu. Sem juízos de valor. Fica ao encargo do leitor "ingerir" os dados e reflectir no significado.

O "The Telegraph" "salta" para a conclusão e coloca-a no título. Uma opção arriscada, mas inteligente, feita às 7 da manhã, quando tudo ainda estava a tentar entender o sucedido. Ele não explica o que se passou. Refere-se ao ataque e diz que este revela que punições mais severas são necessárias. Radical. Tomou uma posição e decidiu fazer a abordagem não tanto pelo lado factual, mas pela lição que se deve tirar destes ataques (o anterior foi semelhante, aconteceu em Novembro , as pessoas esfaqueadas foram MORTAS, e deu-se bem no centro, perto da movimentada London Bridge).

Eu não defendo terroristas. Nem criminosos. Defendo uma sociedade que preza a vida, que protege os seus cidadãos de elementos identificados como perigosos e uma sociedade de liberdade de imprensa. Eu mesma passei por uma situação na movimentada Oxford Street que me deixou com a pulga atrás da orelha. Um indivíduo encapuçado, sem qualquer necessidade, espetou-me algo no braço. E continuou a caminhar como se nada fosse, desaparecendo na multidão, entrando no metro. Sei que pode ser assim, fortuito. Consigo imaginar-me no lugar daquelas pessoas. Até mesmo no lugar das outras que faleceram em Novembro. London Bridge é um dos lugares onde mais acabo por ficar.

Na altura do meu "ataque" só me senti bem se partilhasse o sucedido com a polícia. Lá encontrei uns e expliquei-lhes o que acabou de acontecer. Disseram-me que "não podiam fazer nada" e que "é bom ter cuidado ao andar em lugares cheios de pessoas". Sou Lisboeta, sei disso muito bem. Quando perguntei sobre imagens de CCTV, disseram-me que não havia nenhuma câmara nas ruas. (A mais movimentada de Londres!!!). Só há a CCTV das próprias lojas. Incrível! Os Turistas estão por conta própria e nem o imaginam.

A presença de CCTV é DISSUADORA de bandidagem e crime. Mas não é eficaz se for inexistente. O criminoso sabe disso e sente-se livre para praticar o que lhe apetecer. É mau para o povinho de bem, que acha que essa tal de CCTV não está só nas lojas, mas também nas ruas. Já perceberam que a CCTV só está instalada em estabelecimentos públicos, como forma de violar a privacidade do cidadão? Se ao menos tivéssemos de levar com essa invasão por também estarmos protegidos... Mas o que a CCTV faz é proteger bens. Propriedade. Principalmente privada. Uma peça de roupa numa loja, uma peça de joalharia noutra... bens. Valores. Dinheiro. Não pessoas. Não quando se fala de circular na Oxford Street nem na outra que a cruza.

Eu queria que o corpo policial ficasse alerta para a eventualidade de existir um indivíduo ou mais que um a praticar violência com agulhas ou seringas. Que fizessem uma vigilância apertada. Só por isso contei o que aconteceu. Senti que era um dever, para bem de todos.

"Tenha um bom dia e tome cuidado".

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Comunicação através de flores



Plantei-as há meses no jardim. Sobreviveram ao frio, à chuva, ao sol, continuando vivaças e brancas. Até a semana passada. Até aquele dia em que senti que algo havia mudado na minha condição de sofredora por amor. 

As begonias brancas morreram todas. 


Há quase três meses, escondida a um canto, plantei um rebento sem raiz que havia sido cortado pelo descuidado do senhorio ao limpar o jardim. E pedi. Pedi para o esquecer e que o sinal fosse aquela flor morrer.

Sem raiz, com o pé enfiado num pedaço de algodão manchado, pensei que era certeiro: a flor ia murchar, morrer. Era uma questão de dias, senão, horas.


Só que não. Manteve-se tão roliça e vistosa como as outras com raiz. Três meses! Por vezes ia lá ao canto, remover as folhas caídas e espreitar, desejando encontrá-la seca, extinta. Sinal de que o meu sofrimento ia ter um fim. 

E encontrava-a bela, branca, vistosa.

Morreram todas a semana passada, durante a noite.

RIP.


PS: Decidi investigar o significado da Begónia. Heis o que encontrei:
A flor da begônia significa felicidade, delicadeza e cordialidade, é também indicada para namorados apaixonados, já que estão associadas à inocência e à lealdade do verdadeiro amor. Relativamente ao Feng Shui, a begônia é um símbolo de fertilidade.
(A variedade mais conhecida da begónia é “begónia sempre-florida” (begonia semperflorens) que tem a característica de florescer durante todo o ano).

sábado, 21 de setembro de 2019

História trágica revela pensamento masculino


Escutei uma história da boca do próprio que a viveu. Sem querer entrar em pormenores, um homem contou-me que teve uma namorada que o traiu com o ex e ficou grávida pela altura dessa indiscrição. Por isso não sabiam quem era o pai. Ele cortou relações, não perdoa, porque deixa de poder confiar. Ela, que era veterinária, grávida, talvez com remorsos e arrependimento, certamente a sofrer e a ser julgada socialmente pela sua indiscrição, "decidiu" tomar tranquilizante para cavalo.

Quem já viu filmes suficientes sabe, até pela expressão, que é fatal.

Ele só soube que fim ela tomou anos depois. Imaginem só como os homens reagem. Corte radical. Desligou-se tão profundamente, que nem pensou que podia ser ele o pai. Não se interessou por essa parte. Ela fez o que fez, terminou! O que ia ser da vida dela já não lhe interessava. Mudou-se para longe e nunca mais ela ia saber dele.

De um instante para o outro esta mulher passou da pessoa mais amada por ela para um ser indiferente que não lhe dizia nada. Isso é brutal. Deve ter-lhe custado imenso, porque, para todos os efeitos, a culpa foi dela.

A dor foi tanta, que suicidou-se.

Fiquei com pena dela, e mais ainda quando ele contou que se veio a saber através da autópsia, que ela estava grávida de trigémios e os filhos eram dele.

Eu vi a vida desta mulher caso ela tivesse sobrevivido ao desgosto amoroso. Vi-a feliz, de vida recomposta com outro alguém, com três maravilhosas crianças criadas, que lhe davam muito orgulho.

Um coração partido e um amor que não perdoa e recusa-se a dialogar causa uma dor tremenda! Dá mesmo vontade de terminar com tudo. Mas há distância, parece uma atitude tão sem sentido, desnecessária, impulsiva.

Foi ele que perdeu. Perdeu a paternidade de três filhos com uma mulher que um dia amou. Mas não se lembrou ou não sentiu isso. Ela o traiu, logo, deixou de existir à face da terra.

Ela sentiu-se tão desesperada, que se matou.

Os homens conseguem demonstrar grande falta de empatia e frieza com as pessoas que dizem amar.
Sim traiu. E depois? Não sabe crescer a partir dessa experiência?
Ao longo da história sabe-se que o Homem tem uma tendência enorme para ser ele o traidor. E elas, para o perdoar. O contrário é algo assim tão inconcebível?

Ela é que decidiu matar-se, ela é que fez aquilo a ela mesma - disse-me. Não foi ele que a fez agir assim.

Não mesmo?
As nossas acções têm consequências na vida das outras pessoas. O nosso julgamento não deve ser baseado apenas na nossa indignação. O outro lado tem de ser escutado.

Lamentei. Três crianças podia ter sido uma bênção. Foram todos para a cova.
E este homem continuou a sua vida. Aparentemente a sobreviver a todo o tipo de abalo: morte de esposa, de namorada, noiva que desfaz compromisso à beira do altar...

E nunca teve filhos.
Acho que essa parte não é coincidência.
É Deus a querer fazer com que perceba que haviam duas coisas distintas na sua situação no passado e falhou com uma delas.


sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Para escutar


Acho o assunto interessante.
Gosto da forma como expõe o raciocínio, as associações que faz e a sorte que tem em poder falar de temas tão controversos sem despoletar fúrias instantâneas. Um feito que poucos possuem. E associa tudo ao humor, o que muito aprecio também. O que seria a vida sem o humor?

Além do tema ser interessante assim como as posições, aqui fica claro que RAP é uma pessoa culta, interessada, com um reportório de conhecimento vasto obtido em diversas leituras e um curioso. 


Então aqui fica o meu conselho:
Faça o que tiver que fazer, limpe a casa, cozinhe, descanse um pouco e deixe este vídeo em play por 30 minutos. Acho que não vai arrepender-se. 

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Comprei um cão



De louça. E vim toda feliz para casa por o ter comprado. 
Não estava na minha ideia fazer compras de artigos que não preciso e não são essenciais. No entanto, lá estava eu, a sorrir e a segurar o dachshund na mão.  


Minutos antes tinha avistado aquelas carnes secas para os cães mastigarem e sorri, porque despoletou lembranças. Terá sido por isso ou terá sido por já ter convivido com a raça?

Ou será outra coisa totalmente?


Pelo caminho lembrei-me do peluche. 
Há umas semanas encontraram um peluche que acariciei. Era muito macio e o gesto de passar a mão pelo boneco despoletou instintos maternais. Na ocasião até brinquei com isso. Disse que pensei já ter transitado para a fase "apetece-me dar uma chapata neste puto" e afinal ainda existiam em mim resíduos de cuidar e tomar conta da raiz até a idade da independência.

O que me trouxe outro tema à lembrança: este.

Sim, pode-se ter saudades do que nunca foi nosso. Como não?
Eu sinto saudade da filha que nunca tive e dos irmãos que lhe ia dar.


E nesse aspecto, ter encontrado à momentos um cabelo branco solto na indumentária, um que me passou despercebido, que não se fez anunciar, traz aquela sensação de tempo perdido, vida desperdiçada. Aqui estou eu, numa situação tão precária como se tivesse começado agora a minha vida de independência financeira. Não tenho nada que muitos outros têm: casa, família. Estou tal e qual como estava há 25 anos. Como se tivessem feito um bruxedo para ficar estagnada. A diferença está mesmo nos cabelos brancos. Eles surgem para me lembrar que o tempo está a acabar, se não é que já acabou. 

E, a pesar de tudo isto que não é animador, tenho o queixo nivelado e estou bem. (Terá sido o datchshund?). É o que é e será o que for.


Faz umas semanas um senhor de idade que, junto com outros, fazia trabalho voluntário no sítio onde trabalho, veio ter comigo e disse: "Hoje é o nosso último dia aqui, vamos embora" - estava visivelmente triste. Nunca o tinha visto antes e com ele nunca tinha falado. Mas isso não o impediu de dirigir-se a mim como se fossemos conhecidos de longa data.

Como alguém pode voluntariar-se para trabalhar de graça num lugar onde a maioria das pessoas que passam exigem tudo de ti sem serem bem educadas, é algo que me transcendia um pouco. Mas não é preciso pensar muito no motivo pelo qual aquelas pessoas exibiam, desde o primeiro instante, uma alegria radiante por ali estar. Ou tristeza por ter chegado ao fim. Vi-os nos olhos, nas palavras, nos gestos. Foi na ideia "para o ano há mais" ou "talvez nos chamem de volta no Natal" que encontraram o consolo que necessitavam.


Estão sós. Não têm muito convívio com outras pessoas. E é a rentabilizar em cima disso que outros tiram proveito. O senhor acrescentou com um tom guloso que o voluntariado não é de todo não pago pois pagam-lhes 40 libras mensais para o estacionamento e deslocação. Trocos minha gente... trocos. Digo que acrescentou isto com um tom guloso porque deu para perceber que algum dinheiro fazia a diferença. Não é só solidão e necessidade de estar em contacto com outras pessoas. Ao ponto de uma multidão delas, muitas mal educadas, ser o ponto alto pelo qual anseias ao acordar. 

É também a verdade oculta deste país: os idosos não têm todos uma reforma decente. Os que trabalharam a vida inteira em funções de "colarinho negro" (da época do carvão, ahahah) e sempre foram um pouco explorados, são os que melhor aceitam sem contestar o perpectuar dessa condição. Em troca de "migalhas".


E há sempre quem se aproveite. 
Chamam-lhe "voluntariado" mas também existem empregos. É comum ver cabelos na sua totalidade brancos, em rostos muito enrrugados, atrás de um balcão qualquer. Uma vez fui atendida por uma senhora muito simpática mas cuja idade pude perceber ser bastante avançada. Pela pele enrrugada por todo o corpo, braços, rosto, peito, diria que estava nos finais dos 70 ou mesmo já nos 80. Parte de mim ficou curiosa para saber porquê estava ali a fazer aquele serviço, ao invés de ficar em casa e dedicar-se a outros afazeres mais relaxantes e mais da sua escolha e preferência. Outra parte de mim não estranhou, porque sei que é no trabalho que encontro a minha felicidade interna e bem estar.


E foi por isso que, quando aquele senhor que estava no último dia de voluntariado se afastou, deixando no ar o distinto aroma de má higiene e usando roupas a necessitar de cuidados de engomadeira, subitamente percebi: Aquele ali já sou eu!

Aquele ali serei eu.
Falta pouco.
Na realidade já tenho tudo o que é preciso.
Só falta mesmo ficar permanentemente associada à idade avançada. 

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Ainda o calor, calções e tragédias



O que aconteceu na Grécia encheu-me os olhos com água.

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Um dia depois de falar sobre calções e como há quem os usa quando não lhes caiem bem, foi com agrado que no dia seguinte vi o contrário. Duas raparigas usavam diferentes tipos de calções. Mas ambas escolheram-nos bem e tinham pernas para os usar. De tão normal que pareciam nem sequer davam nas vistas. Até alguém reparar que tudo combina bem.

Exatamente o que a indumentária deve fazer.



A primeira "visão" de calções foi numa adolescente jovem. Vestia um top cor de pele que quase a fazia parecer nua. Mas não. O calção era em ganga - se não me engano. Mas tudo combinava bem, até mesmo o tom de pele do top. 
A rapariga, sem dúvida, podia usar esta combinação de roupa. O calção tinha o cumprimento adequado. Era curto, mas ela caminhava e não mostrava nada nem se reproduzia um movimento estranho naquela zona particular do corpo humano. 



Esta rapariga, no mesmo dia, também sabia usar os seus.

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E  hoje fico-me por aqui.
Um forte abraço!
Muita saúde e felicidade para todos.


quinta-feira, 3 de maio de 2018

Eutanásia humana


Um cientista australiano solicitou o direito à morte assistida.
Com 104 anos, David Goodall que se manteve extremamente activo durante a sua vida, diz que lamenta muito ter chegado até a sua idade.


Quando me dizem que queriam viver até os 100 anos, respondo sempre "Eu não!".
Espantados, os outros dizem-me que querem viver muito tempo e, se pudessem, viviam para sempre. Ao que lhes respondo: "Se pudesse chegar até lá como estou agora, tudo bem mas como não é isso que vai acontecer....80, 70 é o suficiente.".

Sempre tive na ideia que, naturalmente, se morre lá pelos 80. E não me desagrada - nesta altura da minha vida e até este instante- essa eventualidade. Mesmo mais cedo, não me desagrada. Agora o que irei sentir quando lá chegar, será a realidade que, presentemente, só posso intuir. A morte não me assusta o que me entristece é o sofrimento em vida. A solidão, a doença prolongada, a falta de mobilidade, a dependência de terceiros até para as necessidades básicas. Essa condição natural de quase todo o  envelhecimento que proguide até a total degradação física e psicológica. Não quero que o destino me reserve uma existência onde «morro» viva.

E viver até os 100 anos ou mais será, certamente, estar sujeito/a a tal realidade.

A luz de David Goodall está calendarizada para se apagar no dia 10, em Basileia, na Suiça, onde a morte assistida é legal. Acho que uma pessoa lúcida e consciente tem o direito de  decidir isso. Respeito a sua decisão. 



segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018


Incomoda-me ver as pessoas a anunciarem no facebook o falecimento de familiares e amigos.
Também não gosto dos comentários, tão comuns, tão estranhos.

E assim banaliza-se algo tão único que é a dor da perda, tornando as "condolências" rápidas e despachadas.

Em 24h vi TRÊS pessoas diferentes a "anunciar" a morte de outras três.
Mas o que é isto??

Necessidade de serem as primeiras? De não perderem a oportunidade?
É mesmo preciso anunciar a morte de um primo que nunca mais se viu? Com quem não se tem grande afinidade? Para quê? Para quê fazer isso??

O que têm a dizer desta nova dinâmica social?


terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Porquê morrem as pessoas?


Sou crente de que nenhuma morte é em vão.
Acho que todas servem um propósito.


Quando soube do incêndio em Pedrógão Grande, que vitimou 64 pessoas imediatamente senti que a morte de tanta gente ia servir um propósito. Esta ia ser a tragédia que ia mudar para sempre o trajecto que todos os incêndios com vítimas mortais há anos percorriam em Portugal: falava-se 5 minutos no noticiário, depois tudo era esquecido.

É a vida de um casal idoso numa aldeia qualquer menos valiosa do que a de um jovem, quando ambos partilham como causa de morte fogo gerado por um incêndio? Não. É tudo a mesma coisa.

Mas os nossos olhos não queriam enxergar. Não estavam a saber ler os sinais.
Então Deus enviou mais sinais. Rajadas de vento fortíssimas. O céu a ir de sol brilhante para escuro de tempestade. Foram horas de aviso antes do tal relâmpago cair e causar aquele fenómeno natural que apanhou toda aquela gente numa estrada rodoviária.

Pela primeira vez, não foi um fogo com mão criminosa que resultou na morte de seres humanos, animais e danos materiais. Foi uma causa natural. A «mão» de Deus... 

De alguma forma, isso trouxe-me muito consolo. Detestaria saber que o responsável é uma pessoa como eram todas as que teria matado, com um rosto e um nome. Ia ficar a sentir raiva. Talvez ódio. Sentimentos que não ajudam a nada no processo de cura/aceitação. 


Não existiu mão criminosa. No entanto, foi neste caso que o Estado Português viu-se forçado a apresentar condolências e a indemnizar familiares das vítimas. 

Porquê? Pelo número de pessoas que faleceram, para começar. Duas, três, meia dúzia numa localidade qualquer no interior, era coisa que não estava a ser eficaz. Eficaz para os responsáveis questionarem a eficácia dos meios que têm à disposição e do sistema que elaboraram para combater incêndios. Mas, até mais importante do que combatê-los - porque, por vezes, nenhum esforço humano consegue dominar esse inferno, somos impotentes diante de ventos e chamas - o MAIS IMPORTANTE é saber como salvar pessoas e bens. Tudo pode arder. Custa. Mas se todas as vidas humanas e não só se salvarem, então teria sido uma operação de socorro bem sucedida. E é isso que tem acontecido ao longo destes anos? Não me parece. 

Era preciso chamar a atenção para esse facto. E nada estava a dar resultado.
Um fenómeno natural causado por únicas condições atmosféricas veio a alterar isso. Sessenta e quatro pessoas faleceram. E quem eram estas pessoas? Deixaram de ser locais. Pessoas "Presas" pelas chamas. Mas familiares, amigos e conhecidos de Portugal Inteiro.

Toda a gente a telefonar a toda a gente, filhos nas grandes cidades a tentar ter notícias de familiares na zona, naturais da região aflitos e com coração apertado. O incêndio não apanhou só gente local. Apanhou pessoas oriundas de muitas partes do país. Julgo que até um turista - não tenho a certa se foi de facto, se foi invenção. 

Apanhou o colega de trabalho, o amigo de infância, o filho do irmão, a mãe da melhor amiga, gente oriunda não só da zona, mas da cidade também. Afectou tanta gente que os olhos não podiam mais ficar fechados.

Se me perguntarem porquê Deus "permite" que se morra assim, não vou dizer que temos um Deus cruel. A vida é cruel mas Deus é misericordioso. 


 E não foram mortes misericordiosas. Poderia Deus ao menos ter concedidos-lhe isso? Podia. A alguns, talvez, tenha «suavizado» a travessia até junto D'Ele. Mas aqui também acredito que, antes de encarnarmos, já nos comprometemos a certos sacrifícios, onde se inclui uma morte trágica e dolorosa, que será recompensada com a eterna felicidade. "É uma eventualidadeTopas?" - pergunta Ele antes de nos enviar a caminho. 

A maioria lá na paz do céu deve responder sim.
(é algo em que acredito).

Uma vez vi um programa sobre milagres e fenómenos inexplicáveis onde uma pessoa relatou que, enquanto estava a ser queimada viva num carro em chamas, "Uma voz" avisou-a momentos antes que isso ia acontecer e que ia ser muito sofrido, mas que ia salvar-se. Ela disse que conformou-se com o sucedido e que sentiu a presença de Deus o tempo todo com ela. Sabia que mesmo que viesse a falecer, seria acolhida na eterna graça do Senhor. 

Outros programas fizeram-me acreditar que existe um sentido para todo o tipo de morte e circunstância com que esta possa acontecer. Perguntam-se para quê serviram as da 2ª GG Mundial? Não sei... parecem-me ser em demasiado número para tão pouca lição tomada desde então. 

Mas pergunto eu: será que foi mesmo lição pouca? Não teria sido muito pior, não poderíamos nós, seres humanos, ser já uma raça extinta se não fosse por uma tragédia tão grande? Se não fosse pela explosão de uma Bomba Atómica que veio a mostrar ao mundo o seu poder devastador? 

Não nos teríamos já morto uns aos outros e erradicado com o planeta?

Há 73 anos, 6 de Agosto de 1945
Isto aconteceu no planeta Terra

Acredito que cada morte e cada circunstância tem uma lição para ser tomada. Até mesmo a de crianças inocentes. Muitos são rápidos a dizer: "Deixei de acreditar em Deus porque nenhum Deus ia permitir a morte de uma criança inocente!".

Mas essa criança inocente antes de encarnar, deve ter concordado com o seu «sacrifício». (Mais uma vez, programas que vi). Algumas parecem ser de uma bondade pura. Tão pura como se fossem anjos na Terra. E anjos sacrificam-se pela humanidade.

Vi também alguns programas sobre homicídios. Nos quais crianças inocentes sofrem terríveis problemas de saúde ou de risco de vida, terminando por ser salvas. Os pais deliram de agradecimento perpétuo. É melhor do que ganhar a lotaria mil vezes. Tinham um filho em risco de vida, que se salvou. 

Anos mais tarde, o pai que retirou dos escombros o filho quase moribundo foi assassinado à facada por esse mesmo filho. Que a seguir matou também a mãe e a irmã. Um outro, bebé ainda, com uma doença em que não era suposto ter sobrevivido nem sequer 24 horas, cresceu para se tornar um homem. Mas desde que era criança que tinha comportamentos sociopatas. Matava animais, era violento, fazia ameaças de morte muito graves, enchia de terror e pavor a própria mãe. Até que cortou a garganta da esposa, que "ousou" querer abandoná-lo para fugir às suas manias de controlo absoluto.  

Se calhar, por vezes, um inocente não é suposto vingar. 

Mas não creio que nenhuma morte seja em vão.
Todas servem um propósito maior, de constante aprendizagem. Se não for merecida para a pessoa que a perdeu (pois essa decerto não aprende nada se não permanecer viva) é certamente uma lição para aqueles que os rodeiam. Para a humanidade.

Existe muita crueldade no mundo. Por vezes esquecemos-nos disso. Tem de ser, ou seria difícil viver o dia a dia.  Mas também temos de ser confrontados com ela para a saber combater. 

sábado, 2 de dezembro de 2017

Na quadra natalícia caem que nem moscas



Cansei-me. Todos os dias sou brindada com mais uma notícia da morte de alguém. Neste momento quero uma pausa, uma break, um intervalo. Parem lá de falecer, sim??


Foi o «tio» Belmiro, o grande João Ricardo, o Zé Pedro que ao que parece deixou mais de metade das pessoas aos prandos, e foram também uns ilustres desconhecidos mais próximos de amigos meus. Gente toda invejosa, que não pode ouvir falar de um falecimento que vão logo imitar!

Por isso parem lá de falecer, sim??

É que já nem me apetece sair de casa, não vá nesse pequeno passeio ser informada da morte do dia.
É Natal... sei que todos os dias morre alguém. Mas façam uma pequena pausa, ok?

E vocês, leitores, livrem-se de aprontar uma dessas!

terça-feira, 17 de outubro de 2017

Pedrogão tem de fazer a diferença


Estou aqui a quilómetros de distância de Portugal e do que se passa lá. Mas o meu coração sente-se irrequieto com estas constantes notícias de incêndios. Pior: de pessoas mortas pelo fogo dos incêndios.


JÁ CHEGA, não???
Chega!


Parem de ser tão ineficazes no impedimento de mortes. Também oiço falar de incêndios em França e na Califórnia mas sem fatalidades! Até mesmo a de animais. Só existem prejuízos materiais então porque é que em Portugal fogo tem de trazer como consequência mortes humanas??

Chega!
Estou farta. Pedrogão jamais será esquecido mas jamais pensei que em três meses voltaria a ver noticiado a morte de mais umas tantas dezenas de pessoas igualmente queimadas vivas. Isto é inadmissível em pleno século XXI, com tantos recursos e tecnologia. Inadmissível. 

Estou que não posso.

Crónica da Manuela, do expresso. 
TODOS nós temos família algures nessa terra que arde. 
Todos que morrem somos nós também.