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sábado, 28 de dezembro de 2019

Diz que...

... aos vinte e cinco dias do mês de novembro de dois mil e dezanove, voltei a abrir este blog e a escrever umas linhas.

O que é que aconteceu desde as Lampas?


Uma noite de bifanas em Tagarro:

Prova nº 120 - 10km de Tagarro - 10km - 00:54:25



Um trail. Sim, o meu trail anual! Sem quedas!

Prova nº 121 - Trail da Base Aérea da Ota - 15km - 02:06:48


Uma Maratona, que merecia bem mais que uma simples linha.

Prova nº 122 - Maratona de Lisboa - 42km - 04:40:04


Outro trail, onde estava inscrito nos 15km e acabei por optar por fazer a caminhada.

Prova nº 123 - Alverca SkyRace - 9km - 01:50:07


A única prova onde me lembro que sou totalista, mas não de forma oficial porque a fiz com um dorsal emprestado num ano.

Prova nº 124 - Meia Maratona de Évora - 21km - 02:09:48


E assim se completaram 1740 quilómetros, divididos por 43 provas de 10 quilómetros, 16 provas de 15 quilómetros, 25 meias maratonas, 5 maratonas e 35 outras provas em distâncias menos convencionais. Se não falar sobre as cinco provas deste post em mais detalhe, pelo menos já posso fechar 2019 de forma tranquila.

E sim, comecei a escrever este post na ressaca da Meia de Évora, com a voz ainda trémula e a saborear o sal das lágrimas que me começaram a correr pela cara nos metros finais e que se prolongaram por largos minutos após cruzar a meta e termino-o mais de um mês depois, ainda sem saber muito bem como absorver todas as sensações de ter estado do lado de fora das grades durante a São Silvestre de Lisboa neste fim de tarde solarengo.

Se não nos virmos antes, bom 2020!

domingo, 8 de setembro de 2019

Escrita em dia

Prova nº 116 - Troféu Corrida das Colectividades do Concelho de Loures - Corrida Freguesia de Loures / Infantado - 5km - 00:25:31
Prova nº 117 - Corrida das Fogueiras - 15km - 01:20:22

Prova nº 118 - Légua Noturna – Cidade De Odivelas - 5km - 00:23:30

sexta-feira, 19 de abril de 2019

Uma mão cheia de Sinos

No último fim de semana de Março deu-se a habitual romaria a Mafra para a Corrida dos Sinos. Não é segredo para ninguém que gosto desta prova, do ambiente, do final no estádio e do convívio com a malta da equipa no final. Tudo isso esteve lá, excepto o picnic. Éramos muitos como sempre, mas este ano regressámos ao conforto dos respectivos lares depois de todos termos cruzado a meta. 

Foto: Running and Medals (https://www.runningandmedals.com/sinos)

Eu já falei aqui em provas nas quais conheço cada pedacinho de alcatrão, já falei aqui em fechar ciclos. Ao fim de cinco anos consecutivos a participar, não sei se esta é daquelas nas quais devo ponderar uma pausa sabática. Veremos.
O que é certo é que sem o treino devido não há resultados. No meu caso tratou-se de um retrocesso de três anos, tendo em conta que fiz um tempo pior do que em 2016. Ahhhh, e as memórias que esse ano me deixou no geral são assim catitas, são.


A pedido de várias famílias - vá, de uma pessoa muito especial para mim - o texto sobre a próxima prova, a Estafeta Cascais-Oeiras-Lisboa, já será um pouco mais detalhado e mais à imagem dos textos a que vos habituei. Assim tenha eu inspiração para isso.


Prova nº 106 - Corrida dos Sinos - 15km - 01:23:14

domingo, 1 de julho de 2018

Fogueiras 2018

Quarta participação na Corrida das Fogueiras em Peniche. Já disse - e repito - que é uma prova única no nosso país ao nível do apoio aos atletas. Qualquer comentário que se faça não faz juz àquilo que se sente quando estamos a correr nestes 15 quilómetros. Quem não conhece a prova, que a vá fazer um ano e garantidamente que vai sempre querer voltar. Prometo!
 
O meu resumo desta prova traduz-se em:
 
- 127 "high-5" que dei a crianças durante todo o percurso
- 20 "Bora lá Peniche!"
- 14 "Essas palmas pessoal? Não estou a ouvir nada!"
- 12 "Toca a fazer baruuuulhooooooo!!!"
- 1 festinha a um cão ao colo de uma menina

E ali por volta do quilómetro 6, antes de entrarmos na zona do Cabo Carvoeiro, dizia um atleta da casa que "está tudo com ar tão sério que parece que toda a gente está a correr para ganhar medalhas e nem agradecem o apoio do público!". Respondi-lhe que ao ritmo que estava ou falava ou corria, mas que batia palmas a todos os espectadores como agradecimento. No total, fi-lo durante 437 vezes. 

"Ena, que exagero, és mesmo parvo, pá!"
Para quem estiver a dizer ou a pensar isto - inscrevam-se na edição de 2019 e depois conversamos.

Não é segredo nenhum que esta é das provas que eu mais anseio durante todo o ano, até porque normalmente marca uma espécie de final de época antes das férias de verão e - desde há uns anos a esta parte - o início do plano de treinos para a Maratona do Porto. Infelizmente, este ano a vontade era menor que o habitual, fruto de uma semana meio estranha e que culminou com uma série de problemas pessoais que serão resolvidos de forma pouco ortodoxa e que vão marcar um ponto de viragem em algumas das rotinas. Mas isto são contas para outro rosário...

Fui reler relatos de outras provas e percebi que normalmente tenho o mesmo tipo de discurso. Ah e tal, tive uma semana péssima, aconteceu-me X, Y, e Z mas depois fiz uma prova do caraças e superei as minhas expectativas. Não vou sequer entrar por aí, mas assim de repente quase que me aconteceu o abecedário inteiro. Não há volta a dar, a vida às vezes mete-se no meio das corridas e isso chateia, desanima, irrita, dá cabo da motivação... Porquê? "Porque a vida não é só corrida", nas sábias palavras de um amigo meu. Continuando...

Eram exactamente 4:00 da madrugada quando me atirei para cima da cama, depois de chegar a casa e tomar um grande banho que me fizesse tirar - ou pelo menos disfarçar - o cheiro a sardinhas que estava impregnado na roupa e na pele e dentro do carro no qual tive que voltar a pegar já hoje pelas 9:00. E ter ido dormir a essa hora significou que a noite de sardinhada depois da prova valeu muito a pena e foi o tónico para minimizar tudo o resto daquela coisa, a vida. 

Quando a meio da noite uma colega de equipa (que tinha feito a estreia na prova) me perguntava a quem é que tinha que pagar a senha da entrada no recinto eu ri-me bastante por dentro e ri-me muito com ela quando lhe confirmei que fazia parte da inscrição. "A sério, uma prova espectacular e ainda temos direito a isto?". Sim!

Sardinhada depois da prova! Só por isto vale a pena ir às Fogueiras!

Pronto, agora que já disse uma disparates sem grande nexo e já vos fiz perder o interesse no texto, deixem cá escrever alguma coisa com pés e cabeça. Parti para as Fogueiras depois de uma semana e tal sem treinos, mas com muitas caminhadas para me manter activo. Acho que ainda estava na ressaca da questão do fim de semana anterior com um misto de preguiça pura que tentei esconder atrás de sintomas - verdadeiros - de constipação e de dores de garganta. Devo ter andado a fazer uma média de 3km por dia a caminhar com destaque para a ida na 5a feira depois do trabalho até à sede da Xistarca em Alcântara - só aí foi uma caminhada de exactamente 3km - e da ida até à FIL na 6a feira para a Feira Internacional de Artesanato onde ma fartei de andar pelos pavilhões. Mais um tópico para as muitas actividades extra-curriculares que me têm acontecido ultimamente.

A ida até Peniche foi tranquila, mais ou menos bem combinada e com planos de muita festarola depois da prova. A problemática da selecção jogar - novamente, tal como em 2016 - fez com que todo o pré-prova fosse feito com base no horário do jogo. Mesmo assim, acabámos por ir equipar durante a segunda parte e ficar a ouvir o relato nos carros. Infelizmente o resultado não foi igual ao do Euro onde naquela noite ganhámos à Croácia no prolongamento. O que eu tenho a destacar é o facto da derrota e da eliminação do Mundial não ter esmorecido o apoio popular durante a prova. Obrigado por isso!
 
Rumei tranquilamente com parte da equipa até à Onda Amarela, sabendo novamente que não iria terminar a prova com um tempo correspondente - teria que ser abaixo de 1:15, portanto teria que bater o meu RP na distância. O resto da malta foi para a Onda Azul, excepto o nosso amigo flecha que foi lá para a frente e fez a prova numa hora e só não fez melhor porque tinha passado a semana altamente constipado e cheio de febre. Ah valente! (Perneta, quando cá vieres ler, é o tal atleta!)

Tentei impor um ritmo a rondar os 5:00m/km até onde fosse possível e estava a correr bem, mesmo tendo em conta os quilómetros iniciais onde o percurso é estreito até chegarmos à BP e ao respectivo retorno. As coisas iam correndo dentro do esperado, era só ir mantendo o andamento sem esticar mais. E começava o festival dos high-5, das palmas, do público e do meu sorriso quando me liam o nome no dorsal ou na camisola e chamavam o meu nome.

Na subida até ao Cabo Carvoeiro percebi que tinha baixado ligeiramente o passo e depois quando lá cheguei fiquei com a clara impressão que essa zona estava muito menos iluminada que nos anos anteriores. Havia fogueiras na mesma, mas faltaria provavelmente a lua para dar outro brilho e outra luz ao percurso. Optei por seguir sempre atrás de outro atleta para pisar o mesmo chão, com receio de algum buraco ou algum desnível que pudesse provocar algum contratempo infeliz. Fiz quatro quilómetros ligeiramente acima de 5:30m/km e foram esses que fizeram a diferença no final em relação ao tempo que gostava de ter feito para melhorar ou igualar o de 2017. Sem stress!

Regressando ao centro de Peniche era só mais um pulinho até à meta e ela lá estava à minha espera. Cruzei-a com um sprint final para tentar ganhar uns segundos, mas sobretudo com um sorriso rasgado depois de ter acabado de ver a minha claque pessoal instantes antes junto ao gradeamento. E passei a meta com um chip extra, o do meu "mentor" que estava inscrito e acabou por não comparecer. Levei o meu chip nos ténis como normal e o chip dele junto ao meu dorsal. Uma singela homenagem que vale o que vale e que ninguém reparou - nem mesmo hoje depois de se ver a classificação dos membros da equipa. Nem era suposto repararem, obviamente. Eu é que me senti mais acompanhado a correr assim. E apresento deste já as minhas desculpas por falsear os números totais de finishers...

Meta cruzada, fotos tiradas logo ali, medalha ao peito. Segui até ao local da claque - na altura ainda era uma claque unipessoal e que estava com frio por causa da chuva que apanhou durante a caminhada. Ah sim, eu disse que apanhámos uma bela chuvada durante a prova? Até nisto Peniche mantém-se fiel ao temperamento habitual da zona oeste. O passo seguinte era o habitual: ir em sentido inverso buscar o resto da malta da equipa. O espírito de ninguém ficar para trás não muda e no abraço dado depois da meta quem tinha vontade de chorar era eu. Só porque sim, porque estes momentos me fazem esquecer os tais outros problemas.

Prova concluída, era hora de rumar aos carros para mudar de roupa e ir buscar o resto do farnel para juntar às sardinhas oferecidas pela organização. E a partir daí foi a festa até às tantas! E durante esses momentos os problemas e as preocupações desaparecem. Assim sendo, para continuar com este espírito, hoje já me inscrevi em duas provas. Mais novidades noutro post, um dia destes. Haja pernas!

Prova nº 89 - Corrida das Fogueiras 2018 - 15km - 01:20:25


 

terça-feira, 27 de março de 2018

Corrida dos Sinos 2018

Começo já por dizer que não consegui pensar num título mais original para esta publicação. 
Resumo também já o que digo sempre que falo de Mafra: gosto de lá ir e de correr e passear por lá, portanto a Corrida dos Sinos é sempre um ponto de paragem obrigatório no calendário anual de corridas, não só para fazer a prova mas também para o belo do picnic no final.

Juntou-se um grupinho simpático de elementos da equipa e lá partimos domingo de manhã com a vantagem de já termos os dorsais levantados por um casal de colegas no dia anterior, mas sempre com a preocupação de chegar cedo na mesma por causa do estacionamento e dos cortes de estrada. Com mais ou menos mudanças de planos de última hora - questões de saúde fizeram com que nem toda a gente pudesse ir - chegámos a Mafra bem antes das 9:00, ainda a tempo de sentir umas gotas de chuva mas que foi prontamente desviada de lá pelo vento forte que se fazia sentir. Caros leitores: que ventania medonha que estava! Nem dava para aquecer devidamente e estivemos abrigados ora dentro dos carros, ora no café dentro do parque desportivo, ora no restaurante em frente à partida e que é um dos principais patrocinadores da prova. E conseguimos não fazer uma foto de grupo com toda a gente tanto antes como depois da prova. Malta, temos que afinar isto melhor...

Ainda houve tempo para uma rápida ida ao secretariado por questões burocráticas e isso permitiu-me trocar umas rápidas palavras com uma série de amigos e conhecidos. Aliás, este foi o mote para a prova toda.

Às 10:00 tocou o tradicional sino que dá o "tiro de partida" para a prova. Enquanto estávamos naquele impasse de chegar ao pórtico um colega diz-me que tocou o sino para assinalar que estamos a entrar na última volta. Uma volta de 15 quilómetros em que os primeiros são sempre uma luta para ganhar uma posição onde se possa correr tranquilamente sem atropelar ninguém e sem ser atropelado. Quando já vinha a subir após o retorno vi em sentido contrário um atleta com uma ferida e algum sangue na testa e na cara. Percebi depois quando vi as primeiras fotos da prova na Running and Medals que à passagem do primeiro quilómetro esse atleta já estava assim, pelo que terá provavelmente caído nos metros iniciais.

Ao chegar à zona da Escola de Armas já era possível correr sem slalom e de forma mais tranquila. Foi lá dentro que vi a Aurora Cunha a parar para umas fotos depois de ter começado a um ritmo elevado. No final ainda deu para tirar umas fotos com ela e conversar bastante. Já a tinha visto a apoiar atletas noutras provas, mas foi a primeira vez que tive oportunidade de privar com ela e digo que ela é de uma simpatia impressionante e nota-se que tem gosto e prazer no apoio e no contacto com os atletas.

Não parti para a prova com qualquer objectivo. A ideia é sempre fazer melhor que no ano anterior, mas confesso que nem sequer me lembrava ao certo do meu tempo. Só sabia que era no minuto 18 ou 19. Foi sem qualquer pressão que fui correndo. Sem pressão e sem música que optei por deixar em casa. Já devia ter um feeling que ia passar a prova sempre a cumprimentar atletas. Poucas também foram as vezes em que olhei para o relógio. Numa delas, já a descer depois da zona do Sobreiro, ia a sentir-me tão tranquilo que achei que podia forçar um pouco mais. Quando vi, ia a 4:24m/km! 

Assim que os primeiros classificados passaram começou o rol de caras conhecidas. Uns no grupo da frente, outros dentro do ritmo habitual bem superior ao meu. E umas rápidas trocas de "Força!" e uns quantos high-five a quem vinha em sentido inverso. Da mesma forma, no mesmo sentido que eu ainda passaram por mim alguns amigos cujo ritmo ainda tentei, mas não consegui, acompanhar. Quando cheguei ao retorno no fim da descida deu eu um high-five ao Sino que tínhamos que contornar e comecei novamente à procura de malta que agora vinha mais atrás para dar eu o apoio possível e necessário. E que grande festa foi sempre que me cruzava com alguém, sobretudo malta da equipa mas não só.

Foi nesta altura que ouvi alguém a gritar por mim e quando olhei de repente vi que era a Vonita! Voltei a vê-la quando ela cruzou a meta e consegui - FINALMENTE - conhecê-la pessoalmente. Depois de tanto tempo a estarmos em provas em simultâneo e nunca nos encontrarmos, foi desta! Deu para trocarmos uns dedos de conversa e fazermos umas fotos da praxe. Só por estes pequenos extras de convívio já vale a pena!

Voltando à estrada, quando dei por mim já tinha terminado a subida, já tinha pedido palmas e barulho ao pessoal que estava a assistir ao longo do percurso e já tinha percebido que estava quase sempre a acompanhar um atleta que estava ali a ser uma espécie de lebre improvisada e que andou sempre próximo de mim tanto a descer como a subir. Nunca falámos durante a prova, mas depois de passar a meta agradeci-lhe por ter sido minha lebre sem saber durante um bom bocado. Ele ainda estava cansado e acho que nem percebeu bem.

Tão distraído e tranquilo que ia que quando olhei para o relógio novamente para ver o tempo que ia fazer aos 10km... ele já marcava 12! Ah, já só falta isso? Vi que o ritmo até ao momento andava pelos 5:15m/km e fiquei satisfeito, sobretudo pelo facto de nunca ter tido necessidade de abrandar e caminhar, ao contrário do que tinha acontecido em 2017. Mentalizei-me para a última subida na aproximação ao último quilómetro. É aquela que me chateia sempre, mas domingo passei por ela com relativa tranquilidade. E assim que pude acelerei no final e fui quase em sprint até entrar no estádio. Ainda ouvi chamarem por mim mesmo ao passar o portão do parque desportivo - já percebi quem foi, obrigado! - e naquela fase já era a parte mais fácil com a emoção de entrar na pista de tartan. Ao ouvir gritar por mim e perceber onde estava a nossa malta dos Sininhos na bancada a tirar fotos virei-me para lá sorridente e de braços bem abertos. Missão cumprida.

Não há tempo de chip porque não havia tapete na partida, pelo que vou confiar no tempo do relógio para ser o registo oficial. Curiosamente terminei 2018 exactamente com o tempo final de 2017. No relógio a diferença é mínima. No corpo a diferença foi enorme! Não acabei exausto e tinha energia no tanque para fazer mais uns quantos quilómetros. Olhando para trás, penso que podia ter arriscado mais um pouco a descer, mas também sei que isso me poderia ter causado mossa a subir. Foi bom assim, muito bom mesmo.

Era altura de ver quem já tinha terminado e esperar por quem faltava. Mais umas fotos, a tal conversa com a Aurora Cunha, e não resisti à ansiedade e fui também procurar a nossa ET que já tinha companhia mas que nunca mais chegava... Felizmente não tive que correr muito para trás e lá vinha ela já quase a entrar no estádio. Agora sim, com toda a gente a cruzar a meta estava a missão cumprida, mesmo que tenha havido ainda uma... "descarga de emoção" que nos deixou ainda um pouc
o apreensivos.

Vamos ao picnic? Vamos! Mas onde? Em Mafra, como sempre. Mas está uma ventania desgraçada... Então vamos a outro lado. Fazemos o picnic "em casa"? Vamos para onde? E fomos. Para mais perto de casa onde estava... uma ventania desgraçada também! E isso interessa? Havia calor humano, havia amizade, havia minis, havia convívio e havia sopinha quente. Havia tudo o que nos move para continuarmos a repetir estas aventuras sempre que possível.




Histórico da prova:
2015 - 1:30:31
2016 - 1:22:49
2017 - 1:18:49
2018 - 1:19:00

P.S: Já me ia esquecendo e voltei cá para editar o post! No meio disto tudo, também deu para conhecer pessoalmente e falar um pouco com o Vítor Oliveira a quem agradeço desde já por aquilo que ele sabe (mas vocês ainda não).

Prova nº 80 - Corrida dos Sinos 2018 - 15km - 01:19:00

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Fogueiras, Futebol e... Família!



Como sempre inscrevi-me para as Fogueiras na madrugada em que as inscrições abriram. Uns 10 minutos depois da meia-noite já tinha o dorsal pago e ainda consegui baixar um número em relação ao ano anterior. No entanto, a verdadeira prova começou no dia 21 de Março.
A pergunta era: "Consigo fazer os 15 das Fogueiras?"
A resposta antes disto foi: "Sim! E nós vamos buscar-te quando acabarmos."


Continuando...
Qualquer desculpa é boa para ir passar um fim de semana a Peniche. Se for para correr, melhor ainda. Se for para fazer a Corrida das Fogueiras é perfeito. A primeira vez que ouvi falar desta prova foi no regresso a casa depois desta Meia Maratona da Ponte 25 de Abril. Estava obviamente abatido e vinha com um grupo de companheiros de estrada aqui da zona. Alguém comentou que as inscrições iam abrir em breve e foi a loucura. Disseram-me que se eu não conhecia tinha que passar a conhecer e por mais que tentassem explicar as razões acabaram por dizer que só mesmo indo é que se percebia. E eu fui. E agora é prova que eu quero fazer sempre!

Já aqui vos tinha dito quais os meus planos para esta prova e por mais que eu tivesse um colega - o mesmo que me desafiou aqui - a dizer-me que este ano não me apanhava porque eu estava muito forte, eu sabia que não era bem assim. Ele ia com planos de fazer menos de 1:15 e acabou a fazer 1:12. Ele sim está muito forte e fico bastante feliz pela evolução que está a ter!

Ao chegar a Peniche no sábado à hora de almoço o tempo estava fresquinho (frio, mesmo!) e até houve uns chuviscos pelo caminho. Bom para correr, desde que o vento não fosse dar um ar da sua graça. E levar um casaco? Nada. Nem aquela sweatshirt nova e giraça do grupo. Tótó, até parece que não sabes como é Peniche! Para minha surpresa e alegria a malta da equipa que lá foi ter chegou a meio da tarde em vez de mais próximo da hora da prova e isso fez com que fosse uma tarde ainda mais animada com o pessoal. Não deu para descansar uma horinha no quarto como estava previsto, mas não fez mal! Já agora, durante a tarde às voltas em Peniche devo ter feito a Avenida do Mar umas 5 vezes para cada lado e já ia com 8kms feitos. Belo aquecimento! Nessas voltas cruzei-me com caras conhecidas: o João Lima, a Isa e o Vítor, o Carlos, entre outros. E muitas outras caras ficaram por ver, tal era a multidão de atletas presente.

Conversa, fotos, preparativos finais, mais conversa, planear como fazer com as sardinhas, um stress de última hora, beijinhos e abraços (e um grande abraço de força!) e num instante a malta foi para os blocos de partida das Fogueiras e das Fogueirinhas. Era o único a estar na Onda Amarela e fiquei sozinho no bloco de partida. E sabia que desta vez não ia defender a média do comprovativo de tempo que tinha enviado: 1:15 era fantástico, 1:18 era o esperado, melhorar o tempo de 2016 era obrigatório.


Em cima temos a comparação entre 2017 e 2016. Lembrava-me que em 2016 tinha feito uns 5kms iniciais muito rápidos e que depois comecei a sentir o peso disso à passagem dos 10kms tendo rebentado por completo na subida do Hospital aos 13km. Este ano, à excepção do km12, fui sempre mais rápido que no ano passado. Voltei a fazer um primeiro terço da prova em excelente ritmo, aguentei-me bem na subida até ao Farol e quebrei... a seguir ao quilómetro 13 mas muito menos que no ano passado. Como a história se repete, foi um pouco antes desta zona que o João Lima passou por mim, exactamente no mesmo sítio do ano passado! Curiosamente quando nos vimos durante a tarde ele falava-me da minha cara de espanto em 2016 quando o vi a voar ao meu lado. Este ano não fiquei admirado. Os meus dois últimos quilómetros voltaram a ser os piores da prova mas não tão maus como em 2016 onde tive um final de prova mesmo complicado. Quando já estava a entrar no último quilómetro vejo a minha amiga Inês à beira da estrada a apoiar e aquele high-5 e a rápida troca de palavras de incentivo deram-me alento para me aguentar até ao fim. Mesmo com o apoio de tantos desconhecidos, sabe sempre bem ver um sorriso amigo e um apoio mais personalizado.

Durante o percurso tivemos tudo aquilo a que temos direito em Peniche: o público na rua a puxar por toda a gente! (Felizmente Portugal jogou a meio da tarde e não à hora da corrida como em 2016) Obviamente a apoiarem ainda com mais fervor os atletas locais, mas sempre com palavras de ânimo e palmas para os quase 3000 que completaram as Fogueiras, sem contar com os atletas das Fogueirinhas para os quais penso não haver número oficial. Já agora, a malta das Fogueirinhas também merecia um dorsal, não?

E quando o público por alguma razão não estava a apoiar, o que é que acontecia? Gritava eu para os apoiar a eles! "Bora lá Peniche" foi uma frase que ainda repeti algumas vezes e era sempre seguida de uma reacção sonora por parte de quem assistia. Senti-me imensamente bem nesta sintonia com o público. Também cheguei a gritar que não estava a ouvir nada quando o público estava ligeiramente mais calmo e aposto que alguém terá dito - ou só pensado - que isso era porque eu ia com os phones nos ouvidos.

Voltando à zona do Cabo Carvoeiro, ia a sentir-me tão bem que só aos 9kms é que me lembrei que ainda não tinha tomado o gel que estava previsto para tomar entre os 7.5 e os 8kms. Aquilo que notei - confirmado por quem também já fez a prova mais vezes - foi que este ano havia muito menos fogueiras acesas, previsivelmente fruto dos acontecimentos recentes. Como a lua também estava encoberta foi um misto de loucura e beleza extra fazer aquela zona quase às escuras! Recordo-me de vez num ano a organização lançar o desafio dos atletas levarem frontais para melhor iluminar o percurso naquela zona e ter havido uma recusa geral por parte dos participantes porque a prova chama-se Corrida das Fogueiras e não Corrida dos Frontais!

Ao ver a Avenida do Mar ali outra vez já só queria terminar bem. Devo ter olhado para o relógio umas três vezes durante o percurso todo. Uma delas foi à passagem aos 10kms para comparar o tempo com o do cronómetro oficial da prova (ia ligeiramente abaixo dos 51 minutos) e outra lembro-me ter sido à entrada para o último km e ter visto que estava com 1:13 e alguns segundos. Estava na mira para acabar com 1:18 e assim foi, embora já a cheirar o minuto 19.

Depois da meta não tinha tempo a perder, era voltar atrás para cumprir a promessa feita três meses antes. Foi difícil sair daquela zona e atravessar a Avenida do Mar - por esta altura já devia ir na décima volta à avenida - mas depois de passar essa parte ficou mais fácil e fui fazendo o percurso em sentido contrário. Comecei a ver novamente caras conhecidas, colegas de equipa com boa cara a caminho do final, cruzei-me com a Agridoce (juro-te que aos 5kms passou por mim a tua irmã gémea e fui a persegui-te - quer dizer, a persegui-la - durante vários quilómetros sem nunca a conseguir apanhar! Só percebi que não eras mesmo tu quando te vi!), fui apoiando alguns Vicentes e trocando palavras com outros atletas que me juravam que "lá atrás também disseram que já faltava pouco!".

Até que chegou o momento esperado a cerca de 1,8kms da meta. E esses quilómetros - aqui abreviados em poucas linhas, mas que dão para encher um post inteiro - foram dos mais marcantes de sempre e nunca os esquecerei. A certa altura ouço alguém no passeio a gritar: "Assim é que é, um colega de equipa nunca fica para trás!" E isso resume tudo.

Depois da prova veio a bela da sardinhada. O ponto alto do convívio, a troca de risos, gargalhadas, abraços. Muitos brindes, muitos drones, muita loucura saudável daquela que nos faz esquecer todos os sacrifícios e todas as dores enquanto estamos a correr! Tenho tanto orgulho em pertencer a esta família. E isso não cabe em nenhum post!

De regresso ao quarto do hotel só adormeci bem depois das 3 e tal da manhã. Ainda tinha a adrenalina a correr-me nas veias, ainda estava eufórico e estava estupidamente sem sono mas acabei por conseguir descansar umas horas. Na manhã seguinte, antes do regresso a casa ainda houve tempo para um pequeno passeio até ao Cabo Carvoeiro, para relembrar memórias de outros tempos e para fazer parte do caminho da prova de carro e à luz do dia. E arrepiar-me em algumas zonas ao recordar as emoções da noite anterior.

Subida? Qual subida?

As Berlengas lá ao fundo

Adoro este azul do mar!


Trouxe Amigos de Peniche, mas ficaram lá imensos pela estrada fora e nos passeios!

Até ir de férias não tenho mais provas confirmadas. Não posso ir à Meia Maratona de Almada no dia 1 nem à prova do troféu das localidades dia 2, mas ainda tenho duas possibilidades para dia 8 de Julho. A ver vamos se alguma se concretiza.

Depois do Verão começam os treinos longos e algumas Meias Maratonas como preparação para a Maratona do Porto.

Aparentemente em 2016 faltava-me um F.

Prova nº 66 - Corrida das Fogueiras 2017 - 15km - 01:18:56

O meu histórico nesta prova:

segunda-feira, 1 de maio de 2017

Maio, o 1º

"Próxima meta: Corrida 1º de Maio, onde vou novamente atacar o record dos 15km. Porque estando bem comigo mesmo a única coisa que faz sentido é dar 110% para melhorar os meus registos. Sempre entre amigos, sempre a sorrir."
Foi isto que escrevi no rescaldo da Scalabis Night Race. Salto já para o desfecho ou mantenho o suspense?
Depois do fim de semana de Páscoa disse que ia ter uma semana regrada, sem tocar em doces e em bebidas alcoólicas. Não que abuse da bebida, atenção, mas o calor já pede uma cervejinha e não nego um copo de vinho à refeição caso se proporcione. Ora, no dia a seguir à Scalabis tive um dia de aniversário e de grande festa portanto compensei todas aquelas cervejas que não bebi, para além de ter visitado com frequência a mesa dos doces. Descompressão total. O problema é que muitas das sobras vieram para casa e mantive-me nessa onda menos regrada toda a semana.
Talvez com isso a pesar no subconsciente, acordei com pouco espírito e pouco motivado. Éramos poucos hoje e todos os olhos estavam em mim para obter um grande resultado, até porque duas das colegas tinham ido ontem a um trail e hoje iam só rolar com muita calma.
Como é normal fiz a minha análise habitual ao percurso e comparei com o ano passado. Para chegar onde queria tinha que atacar na primeira metade, sobretudo na descida para depois me aguentar na Almirante Reis até ao Areeiro. Sabia perfeitamente os ritmos que tinha que fazer, chegar ao Rossio com média abaixo de 5m/km e subir o mais próximo possível dos 5:30m/km para perder o menor tempo possível.
Tudo corria bem na primeira metade. Passou-me pela cabeça que era porreiro serem só 10km e já só conseguia pensar na subida. Curiosamente nessa altura ia ao lado de um grupo de atletas e num momento entre duas músicas ouço um deles dizer que a prova não acaba ao chegar ao Areeiro como muita gente "pensa". Dali até à meta ainda há mais 3kms para fazer. Sorri, mas sabia que terminando bem a subida nada me iria parar. As primeiras passadas a subir não me agradaram. Chegou o receio de quebrar física e psicologicamente. Nesta eterna questão de cabeça vs tecnologia hoje ganhou o relógio porque me foi dando sinais que o ritmo era bom. 5:15/5:20, raramente andava mais devagar que isto e só tenho um km acima de 5:30.
Lisboa não costuma ser pródiga em apoio em dias de prova. Na zona do Rossio e Martim Moniz havia imensos turistas muito eufóricos à nossa passagem, mas o que gostei mesmo de ver foram as inúmeras camisolas amarelas do Correr Lisboa pelo percurso, sobretudo na subida. Já fiz questão de dizer que mesmo não sendo Vicente senti esse apoio e foi fundamental nos momentos críticos. E quem me lê já sabe o quanto eu gosto de puxar pelo público de dentro para fora.
12km, final da subida, uma hora de prova. 3kms para fazer em 15 minutos. Senti um arrepio igual ao que acabo de sentir ao escrever esta parte do texto. Terminando bem a subida nada me iria parar! Já só via a meta, já ao imaginava a entrar no estádio e a terminar em grande estilo.
E consegui, caramba! Aqueles últimos quilómetros passaram literalmente a correr. Um crescendo de emoção que só terminou nos metros finais da pista onde tive o final desejado e ansiado. Já pensei em como descrever a chegada mas aquilo de não haver palavras não é só um cliché. Dei abraços, gritei, festejei! Passei das barreiras para o relvado e atirei o buff ao ar. Não o apanhei e deixei-me cair no chão em cima da relva. Estive assim algum tempo a tentar assimilar o que tinha acontecido ao mesmo tempo que confirmava a quem perguntava que não me tinha dado nenhuma coisinha má.
Levantei-me quando vi chegar o segundo elemento da equipa mas não tive coragem para ir buscar os restantes elementos. Comecei a cruzar-me com várias caras conhecidas e por ali fiquei a confraternizar. Chegou o terceiro elemento e nessa altura um amigo puxa-me para ir com ele. Fui, sem saber onde. Fomos dar duas voltas ao relvado para descomprimir e depois alongar. Só tenho que lhe agradecer porque já nem me passava pela cabeça essa parte tão essencial. Ao dar uma volta ao estádio chegou o último elemento da equipa e ainda fizemos meia volta com ela até à meta.
Prova superada. Cumpri hoje o desafio que me foi feito nos Sinos. Tirei mais de 3 minutos ao meu record anterior, feito aqui no ano passado. Fiz menos 3:40 do que nos Sinos há um mês. Estou radiante e sei que tenho razões para isso. Dizia no final que agora dificilmente baixo mais que isto mas rapidamente me disseram para não pensar assim. Melhore ou não, o sorriso continua cá e isso é o mais importante.
Maio começou bem! "Don't stop me now!"
Prova 60 - Corrida 1º de Maio 2017 - 15km - 01:15:13

domingo, 2 de abril de 2017

Mafra nunca desilude

Já disse e repeti esta frase hoje e em muitos outros dias em que por lá estive.
O picnic foi espectacular. O tempo ajudou imenso. Já ouvi falar em possíveis escaldões e tudo. A criançada que esteve presente brincou que se fartou no parque desportivo municipal de Mafra. Recomendo vivamente para quem for da zona e estiver à procura de um sítio simpático para passar uma tarde agradável. E foi mesmo uma tarde tranquila de excelente convívio após a prova. A repetir.

Ah pois, e a prova?
A coisa começou mal na 6a feira quando acordei com algumas dores nos gémeos, fruto de um treino mais intenso na 5a à noite. Achei que a coisa ia passar, mas sábado estava igual. Não, estava pior e por vezes custava-me a andar. Comecei a ficar preocupado e até passei Voltaren para ver as a coisa acalmava. Hoje de manhã acordei... na mesma.

No sábado à noite um colega perguntou-me que tempo estava a pensar fazer e eu disse-lhe entre 1:18 e 1:22. Ele gostou da resposta e disse-me que assim sendo íamos um a puxar pelo outro. E depois disse-me que fazíamos 1:15. Medo!!! Não neguei o desafio, mas sabia que isso não ia acontecer.

E hoje lá fomos, partimos juntos e estivemos os 2 primeiros quilómetros em slalom constante a ultrapassar atletas, fruto de muita confusão na partida - mais que nos outros anos - provavelmente por termos ficado mais para trás do que teríamos gostado. Quando demos a volta à escola de armas do Convento de Mafra ele já ia lançado e eu fiquei para trás e nunca mais o haveria de apanhar. Tentei ignorar as dores nos gémeos mas era impossível. Felizmente nessa altura estávamos a começar a cruzar com quem vinha na prova dos Sininhos e isso foi muito bom para distrair e procurar caras conhecidas vindas em sentido contrário, algumas até inesperadas!

Na rotunda seguinte pelos 4km confesso que pensei em seguir para o lado da caminhada e ficar por ali. Para quê continuar se estava tão desconfortável? Alterei ali mesmo os planos: se não dava para o tempo que queria, então ia seguir em ritmo descontraído e fazer um treino longo sem pressão.

Foquei-me no som que estava a ouvir - e que tinha passado o sábado a ouvir sobretudo quando estava a preparar coisas para hoje - e relaxei. As dores estavam lá mas deixaram de me incomodar tanto. As pernas pareceram menos presas e a passada custava-me menos. Teria provavelmente aquecido o suficiente para o corpo entrar em ritmo de cruzeiro. Pensei novamente que agora estava tramado porque tinha que fazer a prova até ao fim. Deixei-me ir, deixei-me ir, aproveitei a descida e quando virámos para o retorno olhei para o relógio e percebi que estava dentro do tempo que tinha idealizado para hoje. Sempre que tinha olhado durante a descida vi que ia próximo ou abaixo dos 5:00/km, mas achei que era só coincidência. Também percebi que só devia ter um minuto de atraso para o meu colega. Tu queres ver?

Cheguei aos 10km - já a subir - com 50:45 e comecei logo a fazer contas de cabeça. 5km a 6m/km dava para acabar com 1:20:45. Fixe, era só defender-me bem nas subidas que tinha pela frente e não acabava assim tão mal quanto isso. Até que aos 11km caminhei pela primeira vez por breves momentos. Não gostei da sensação e voltei a correr. Nessa altura já pedia palmas a toda a gente que assistia à beira da estrada. Aos 12km aproveitei o percurso mais acessível e acelerei.

Por mais que uma vez um atleta passou por mim quando eu estava a passo mais lento e disse-me para não acelerar tanto a subir. Chamou-me sempre pelo nome e eu achei que era alguém conhecido, mas não era. Coisas normais de quem tem o nome nas costas da camisola. Também nesta altura a minha estratégia era meter as mesmas duas ou três músicas em loop nos phones por serem aquelas da playlist que me dão mais pica. Assim que acabavam voltava a puxar atrás para as ouvir. Se há dias em que não faz falta, hoje o suporte musical foi essencial.

Pelos 13km mais uma subida antes da parte crucial. Voltei a caminhar para beber água e nessa altura alguém grita atrás de mim o meu primeiro e último nome: "____ ____, tu não vais parar agora! Estás quase no fim!" Mais uma vez, era um atleta que me era totalmente desconhecido. Respondi-lhe que ele tinha razão, que eu tinha demasiada gente importante à minha espera na meta!

Pensei em tanta coisa naqueles segundos, em toda a gente que estava efectivamente presente hoje, nas pessoas que não estando presentes em Mafra têm estado sempre do meu lado. Pensei nas caras conhecidas - e desconhecidas - do pelotão e naquilo que me comprometi a tentar há dias no blog. Acelerei o mais que pude e aproveitei a descida para embalar mesmo sabendo que a subida seguinte, a última subida da prova, é aquela que mais me custa, opinião partilhada por outros colegas. Passou por mim o João Lima que me perguntou se eu ia conseguir. Confesso que não me recordo o que respondi. "Não sei" ou "acho que sim". E claramente não sabia.

Quando tive que andar uns metros ouvi o meu nome - OUTRA VEZ!
"___ ____, tu nem penses! Vai-te embora!" E só tive tempo para olhar de relance e ver aquela mesma camisola laranja do companheiro de estrada e ele empurrou-me - literalmente - para eu voltar a correr. Não voltei a parar. O meu muito obrigado àquele herói improvável que ainda me apanhou à entrada do Parque Desportivo antes de descermos para a pista de tartan. Eu sprintei por ali fora e não o voltei a ver. Quando passei a meta fiz pose para a foto do Armindo, ouvi o meu nome nas bancadas e quando procurei por uma camisola cor de laranja não a encontrei. Pode ser que consiga perceber quem era pelas fotos.

Eu já disse várias vezes que a cabeça corre mais que as pernas. Hoje tive o exemplo de passar por várias fazes distintas durante a prova. Travei uma batalha psicológica comigo mesmo e isso cansou-me mais que o normal. Se calhar cansou-me tanto que me fez esquecer os gémeos. E eles ainda me estão a doer. Alongamento deficiente na 5a e hoje também? Falta de aquecimento hoje? Uma questão a rever.

O meu colega falhou o objectivo por um minuto e meio mas mesmo assim bateu o seu record. Já comparei os meus tempos por km com os dele para ver onde perdi tempo e até houve quilómetros em que lhe ganhei alguns segundos. Para o ano lá estaremos para nova aventura e novo desafio!

E eu? Não bati o meu record aos 15km por uns míseros 24 segundos, mas retirei exactamente 4 minutos ao meu tempo dos Sinos no ano passado. Triste? Nem pensar! Basta lembrar que há pouco mais de um mês estava a abdicar da Meia Maratona de Cascais para completar a recuperação de uma lesão!

Histórico da prova:
2015 - 1:30:31
2016 - 1:22:49
2017 - 1:18:49

Venha a próxima! Dia 9 tenho dose dupla a fazer claque no Estádio da Luz e a brincar à Fórmula 1 no Autódromo do Estoril.

Prova nº 57 - Corrida dos Sinos 2017 - 15km - 01:18:49

domingo, 5 de março de 2017

Dupla vitória

Este fim de semana marca, claramente, um pouco de viragem neste início de ano atribulado.

No sábado a nossa equipa organizou em parceria com a autarquia uma caminhada de 8 kms, inserida na comemoração do Dia Internacional da Mulher. Um evento gratuito que juntou 400 pessoas (como era de esperar nem todos os inscritos apareceram) e que teve um feedback fantástico por parte das participantes! A autarquia tratou da logística, nós tratámos das inscrições - que eram obrigatórias - do percurso, da publicidade - quase em exclusivo via Facebook - do contacto com outras entidades que apoiaram o evento com animação (zumba no início e alongamentos no fim) e outro tipo de ofertas.

O resultado foi uma mancha cor-de-rosa na cidade. E um sorriso rasgado de orelha a orelha da nossa parte. Aqui entre nós, o orgulho pelo sucesso da coisa foi tão grande que quando descomprimi deste mês louco quase chorei de alegria!






No meio do frenesim que foi este dia, o ponto alto para mim foi perceber que foi oficialmente anunciado um novo evento para Junho, algo que já tinha sido mencionado em reuniões connosco mas que nunca tinha sido confirmado. Estamos "tramados", mas vamos lá a isso que o bichinho ficou lá! E ainda angariámos uma série de bens alimentares para distribuir por duas instituições da cidade:



No domingo, o regresso às provas na Corrida das Lezírias. 15,5kms para quem não está a regressar lentamente depois de lesão, mas eram para fazer com calma. Meti o ritmo (5:30/km) que queria no início e aguentei-o até aos 8kms. A partir dessa altura ia ter problemas e eu já sabia disso. Não necessariamente pelo ritmo mas porque o retorno na Lezíria era feito por um caminho de terra que eu previ que ia estar cheio de lama devido à chuva dos últimos dias. Já o tinha dito no carro a quem não conhecia a prova: na ida a terra batida é boa, no regresso não!

Quando, ao fim de 4km, deixei a lama para trás estava mais desgastado do que queria e não consegui voltar ao ritmo, mas não me deixei abater e continuei tranquilo até ao fim. Tinha o objectivo de fazer entre 1:25 e 1:30. Sabia que ia fazer pior que em 2016 (1:24) e melhor que 2015 (1:33). Fazendo as contas, a lama tirou-me uns 3 minutos ao meu tempo final, mas mantive-me dentro dos tempos que tinha balizado. Ia tão desligado dos tempos que até disse a um colega que no ano passado fiz 1:22, mas como não fui espreitar os registos enganei-me e disse-lhe o tempo dos Sinos 2016.

Acabei tranquilo, cansado e feliz. Dores na perna: ZERO! Nada, nem aquelas dores psicológicas de quem sabe que esteve lesionado. O que eu sei que tenho agora é falta de ritmo, mas isso resolve-se com o regresso aos treinos regulares durante a semana. Felicidade dupla neste fim de semana!

Numa pequena (grande) nota, o meu desagrado com as gentes de Vila Franca de Xira que saíram à rua para ver a corrida. Ao regressar da ponte e entrar novamente na cidade havia alguns espectadores no passeio, mas zero apoio - excepção feita às crianças que esticavam a mão. Ao meu bom estilo gritei a plenos pulmões a pedir palmas e barulho, ao ponto de - acho eu - ter assustado a atleta que estava ao meu lado na altura. E ela concordou comigo e respondeu-me que nós é que estamos de rastos e ainda temos que puxar pelo público. Ainda repeti a dose pouco depois noutra zona e ao chegar à meta tive essa confirmação visto que umas das pessoas do grupo que estava de fora a apoiar confessou ter-se sentido olhada de lado por toda a gente quando bateu palmas a um dos nossos. Não teve coragem para repetir e acabou por ir até à meta onde era mais seguro mostrar apoio.

Tendo em conta que Vila Franca é uma cidade com a qual tenho uma forte ligação pessoal acabei por ficar muito desiludido com tudo isto. Eu sei que em Portugal isto é normal, mas passámos grande parte do tempo pré-corrida a falar das provas de Mafra e Peniche (curiosamente ambas também de 15km) e onde o ambiente é completamente diferente, sobretudo nas Fogueiras.

Agora é continuar a trabalhar. A motivação está a regressar e com ela a boa forma há-de voltar também. O próximo teste é a Corrida dos Sinos, com uma prováveis incursões pelas provas do Troféu das Localidades nas próximas semanas que serão encaradas como treinos mais puxados.

 Prova nº 54 - Corrida das Lezírias - 15,5km - 01:29:08

sábado, 25 de junho de 2016

Fogueiras, Futebol e falta-me outro F.

Um dia muito bem passado em Peniche. A corrida era só um pretexto.
Ambiente de festa entre a prova e o jogo de Portugal.
Ganhámos. Iamos muitos a gritar golo de forma louca no meio do Cabo Carvoeiro sem perceber se o jogo já ia no prolongamento ou nos penaltys.

E sardinhas. Desta vez no fim houve sardinhas. Éramos três e fizemos uma festa como se fossemos trinta, porque no final de contas o importante é estarmos em boa companhia. Poucos mas bons, diz o povo.


Prova nº 40 - Corrida das Fogueiras 2016 - 15km - 01:22:02

domingo, 1 de maio de 2016

Trabalhador

Aproveitando o facto do feriado ter calhado a um domingo, inscrevi-me para uma corrida com vários pontos fortes. O preço reduzido para uma prova de 15km e o facto de passarmos por um percurso diferente do habitual nas provas de Lisboa são aspectos a ter em conta.

Trabalhei bem o percurso: a Avenida da Liberdade foi feita em rotação máxima e deu para compensar a subida interminável da Avenida Almirante Reis. Resultado: melhor tempo aos 15km. Porreiro, pá!


Prova nº 36 - Corrida 1º de Maio 2016 - 15km - 01:18:27

domingo, 3 de abril de 2016

Ding Dong

Já disse que gosto de Mafra? E que quero fazer esta prova sempre que puder?
Estava ansioso por regressar à cidade onde me lesionei no ano passado. Embora isso tenha acontecido no meio da Tapada de Mafra e esta é uma prova de estrada, a imagem estava lá.

Depressa esqueci isso. Voei baixinho a descer e aguentei-me bem na subida.
Foi bom. Gosto de Mafra.

Prova nº 33 - Corrida dos Sinos 2016 - 15km - 01:22:49

domingo, 6 de março de 2016

Amizade

Há dias em que começo a correr e só paro na meta. Olho em frente, deixo passar os mais rápidos e depois ultrapasso tudo e todos que conseguir sem olhar para ninguém, sem cumprimentar ninguém. Tendo em conta a quantidade de colegas e amigos que tenho no pelotão, nem sempre é fácil. Hoje foi um destes dias, só travado nos últimos 5km quando um colega em dificuldades se agarrou a mim e fui a puxar por ele até à meta, quase sempre sem falar para não quebrar o ritmo.

Acabámos abraçados. Há coisas que não se esquecem.


Prova nº 32 - Corrida das Lezírias 2016 - 15.5km - 01:24:12

sábado, 27 de junho de 2015

Volta a França?

Outra prova que quero tentar fazer todos os anos. Peniche sai à rua em peso para ver os atletas e apoiam do princípio ao fim. Ao ponto de um companheiro de prova ter comentado comigo que se sentia a competir na Volta a França, tal era a moldura humana na estrada. Passar no Cabo Carvoeiro com as fogueiras acesas de um lado e com a lua refletida no mar do outro é mágico.

Só não houve sardinhas. Foi pena.

Prova nº 19 - Corrida das Fogueiras 2015 - 15km - 01:26:28

domingo, 12 de abril de 2015

Recuperar

Nova estreia numa daquelas provas que quero fazer todos os anos.
Gosto de Mafra, para correr e para passear.

Prova nº 15 - Corrida dos Sinos 2015 - 15km - 01:30:31

domingo, 8 de março de 2015

Abrir horizontes

Neste ano fiz a minha estreia em algumas provas. Esta foi uma delas.

Prova nº 13 - Corrida das Lezírias 2015 - 15.5km - 01:33:00