domingo, março 08, 2015
A GRÉCIA
sexta-feira, fevereiro 08, 2013
O ESTADO DA GRÉCIA
sábado, agosto 04, 2012
AS FÉRIAS E O EXEMPLO
É conveniente recordar que os deputados da nação, aqueles que foram eleitos pelos portugueses, têm mais do que 22 dias úteis de férias, porque o código do trabalho não se aplica aos deputados. Por último, convenhamos que a maioria dos deputados é dos dois partidos que suportam o executivo, e não se têm eximido de defender estas alterações, que eles não adoptam para si mesmos.
quinta-feira, janeiro 19, 2012
A IMPORTÂNCIA DA ESTABILIDADE
Este princípio não faz parte da atitude de muita gente a começar por grande parte dos políticos, continuando pelos grandes empresários e acabando até em muitos dos trabalhadores que acham que desde que eles se safem, então não há problema.
Vem esta introdução a propósito de declarações de Paulo Azevedo, o herdeiro que é presidente executivo da Sonae, à margem do Congresso da Associação Portuguesa das Empresas de Distribuição.
Paulo Azevedo brindou os jornalistas com estas frases: “Com toda a sinceridade, as (empresas) que temos (na Holanda) é pela estabilidade do sistema fiscal”, acrescentando que “é muito penalizador para as empresas estarem a questionar permanentemente a estrutura dos grupos e não saber, mês após mês, o que têm de fazer, se têm de transformar tudo ou não, e ninguém esclarecer”, e ainda “a gestão fiscal é um peso enorme para as empresas em termos de estabilidade e segurança”.
Curiosamente o CEO da Sonae tem toda a razão, e eu concordo inteiramente com ele nestas afirmações, mas continuo a prezar o tal princípio que mencionei no princípio, o que é mau para mim também é mau para os outros.
Paulo Azevedo podia ser coerente com o que afirmou reconhecendo que a instabilidade fiscal também é má para os restantes portugueses, e na sua grande maioria eles não podem ter sede na Holanda. Podia também mudar de opinião e de atitude no que respeita à instabilidade laboral, e à precariedade, porque é muito penalizadora para os seus funcionários (e não só), que passam dias e dias a pensar quando é que serão enviados para o desemprego, não sabendo como honrar os compromissos das suas casas e das suas famílias.
A estabilidade é boa para as empresas, é boa para os trabalhadores, é boa para se projectar o futuro e é um factor importante para a melhoria da produtividade. Tudo isto se aprende facilmente na vida sem ser necessário mandar vir um Nobel da economia, meus caros. Tenho pena que os nossos empresários não o consigam entender, e que os (maus) políticos também não o percebam.
segunda-feira, dezembro 26, 2011
MORALIDADE E EQUIDADE
Moralidade e equidade são dois conceitos que não são apanágio da política, ou melhor, da maioria dos nossos políticos.
Com a mania de obrigar os outros trabalharem mais dias, cortando nos feriados, nas férias, e nas pontes, e acrescentando ainda meia hora de trabalho sem remuneração, os nossos governantes entraram numa espiral inebriante de conquista de produtividade, que veio a culminar na ausência de tolerâncias de ponto de Natal e de Ano Novo.
Ufanos com as suas decisões perfeitamente inúteis, até se esqueceram do facto de existir muito boa gente, mesmo na Administração Pública, central e regional, que trabalha aos sábados e domingos.
Os génios que imaginaram um fabuloso aumento de produtividade com o corte das tolerâncias de Natal e de Ano Novo, são os mesmos que abandonaram S. Bento ainda na quinta-feira e só pensam voltar no próximo dia 3 de Janeiro de 2013.
No conforto das suas casas ou em paragens agradáveis para passar uns dias de descanso, ou em companhia das suas famílias, deputados, ministros, gestores e altas chefias, deixaram a máquina do Estado entregue aos subalternos até ao próximo ano, cientes de que a sua falta em nada comprometerá o andamento dos serviços. Este ritual é verdadeiro nesta quadra e também no mês de Agosto, e o país sobrevive perfeitamente, podem crer.
FOTOGRAFIA
terça-feira, novembro 29, 2011
OS NOSSOS POLÍTICOS
São muitas as vezes que dou comigo a pensar que não vivo num país onde os políticos sejam pessoas normais e cordatas, pessoas que tenham convicções e consciência social como devia ser apanágio de qualquer servidor público.
Há uns dias veio à praça pública um membro do governo dizer que há muitos países onde não se pagam subsídios de natal ou de féria, para “justificar” os cortes que vão ser feitos aos funcionários públicos e pensionistas, e usou a Dinamarca, entre outros países, como termo de comparação.
Fiquei abismado com o ridículo da comparação, e de imediato fiquei com a quase certeza de que o dito servidor (?) público, desconhecia completamente a realidade da Dinamarca, ou que nos estava a chamar estúpidos com todas as letras.
Ontem li sobre o caso do ministro Mota Soares, que deixou a sua Vespa para passar a usar uma bomba de 86 mil euros. Depressa veio um esclarecimento do ministério dizendo que o carro não fora comprado pelo ministro, mas que está alugado por 48 meses.
Porque será que o senhor ministro não abdicou da carripana de luxo e fez como os seus congéneres dinamarqueses, continuando a usar a sua viatura pessoal? Então as comparações não servem para os nossos ministros, que até ganham, comparativamente, mais do que os colegas nórdicos?
quarta-feira, novembro 16, 2011
A POUPANÇAZINHA
Hoje ao ouvir a senhora ministra da Justiça lembrei-me daquele anúncio televisivo em que um motoqueiro diz para a funcionária dum banco: “Quero aderir à poupançazinha”.
Estava a senhor ministra a falar para os senhores deputados, a explicar que estava a cortar nas despesas do seu ministério, onde diz ir poupar não sei quantos por cento nas despesas do seu próprio gabinete, logo acrescentando em resposta a um senhor deputado, que nem o seu telemóvel o ministério lhe paga.
Sinceramente, senhora ministra, Paula Teixeira da Cruz, então porque é que o ministério lhe havia de pagar o telemóvel? A senhora tem o telefone do seu gabinete, ou não tem?
A senhora ministra diz que está a poupar, mas essa é mesmo a sua obrigação, a sua função, e não vejo o que é que existe de relevante nisso. Já o facto de não lhe pagarem o seu telemóvel, acho que foi uma constatação infeliz, já que não vejo porque é que o ministério o pudesse pagar se o não faz aos restantes funcionários, que certamente ganham menos do que a senhora.
Senhora doutora, se quer poupar em mordomias sem sentido, a senhora sabe bem que as há muito mais caras, e das quais a senhora beneficia ao abrigo da Lei, e onde a poupança seria muito mais substancial.
terça-feira, outubro 18, 2011
FALTA DE VERGONHA
Fiquei admirado com o espanto de alguns quando deram pelo facto de que as subvenções vitalícias dos antigos políticos, afinal ficavam de fora do corte que vai afectar funcionários públicos e pensionistas, com vencimentos ou pensões superiores a 485 euros.
Depois da explicação curiosa de Passos Coelho ao dizer que os cortes nos subsídios de férias e de Natal aos trabalhadores do sector privado não resolveriam o problema do défice, só faltava mesmo ver poupados uns quantos senhores, velhinhos e sem meios de subsistência, como Mira Amaral, Santana Lopes, Armando Vara, ou Marques Mendes.
O senhor Mira Amaral, aquele que dizia que os salários dos portugueses tinham que baixar cerca de 30% para equilibrar a produtividade e os salários, vem agora recusar o seu esforço numa altura de “emergência nacional” dizendo que tecnicamente as subvenções não são pensões. Repare-se que o argumento serve também para acumular o recebimento da subvenção com outras actividades remuneradas, que vão ser completamente proibidas.
Eu admiro-me com a falta de vergonha destes senhores, e já agora de quem os poupa ao tal esforço de “emergência nacional”, quando soube em 2011, arranjar maneira de tributar os rendimentos do trabalho, mesmo de quem não aufere subsídio de Natal. É estranho que o senhor ministro tenha perdido a criatividade agora, ou que tenha propositadamente deixado estes senhores de fora.
NOTA: Já depois de ter escrito este post, mais precisamente quando o estava a colocar aqui, saiu uma notícia dizendo que Vítor Gaspar está determinado a encontrar uma solução para as subvenções. Cá estaremos para avaliar o que for decidido. Mira Amaral contudo, sai mal no assunto, porque se devia ter prontificado a contribuir antes de ser obrigado.
sexta-feira, abril 01, 2011
RELAÇÕES LABORAIS
No dia em que foi chumbada uma proposta do BE sobre os falsos recibos verdes, e em que ouvi da boca de um deputado da direita parlamentar que era melhor um falso recibo verde que o desemprego, tivemos também conhecimento de um exemplo completamente irregular com a conivência da Câmara Municipal de Lisboa, que indirectamente era a entidade contratante.
O exemplo que vos trago é o do Museu do Design e da Moda (MUDE) onde os funcionários foram avisados no dia 31 que a partir dessa mesma data a sua prestação de serviços era dispensada. Os funcionários a recibo verde pela empresa Aumento d Ideias, Associação de Dinamização Cultural, que teria um contrato com a Câmara de Lisboa que terá prescindido o mesmo contrato desempenhavam funções no MUDE.
Como se percebe, são falsos recibos verdes, perfeitamente conhecidos por um órgão da Administração Local, que aliás não creio que seja o único a acreditar em boatos que ainda não pude confirmar, mas que ocorrerá também com os postos de turismo.
segunda-feira, março 28, 2011
RAPIDINHAS
Transparência – Em tempos de aperto orçamental em que o rigor deve imperar, e em que se exige a maior contenção possível nos gastos, eis que é publicada uma lei que permite que os contratos sem concurso disparem de valor. Não sei em que é que estão a pensar os governantes, nem tão pouco o presidente da República, mas não pensam de certeza como eu.
Equívocos – Ao ler um título do DN de ontem, “Quando o Estado dá péssimos exemplos”, fiquei curioso e acabei por ler o Editorial todo, que se debruça precisamente sobre o decreto-lei que autoriza o aumento dos valores dos contratos públicos por ajuste directo. Num jornal de referência preferia ter lido um título como este, “Quando o governo dá péssimos exemplos”, que estava mais correcto. Afinal o Estado somos nós, os contribuintes todos.
sábado, outubro 09, 2010
EXEMPLO VERGONHOSO
A acumulação de salários e pensões do Estado afinal vão continuar a ser consentidas aos que já as auferem, e as medidas agora anunciadas pelo executivo socialista só se vão aplicar para o futuro.
Primeiro julguei que estava a ouvir mal, mas depois pude confirmar a notícia na internet. O que ontem à noite tinha sido dito era que a proibição iria abranger todos os que acumulavam pensões e salários, contudo o ministro das Finanças vem hoje recuar e, alegando motivos legais e de carácter constitucional, deu o dito por não dito.
Não consigo perceber quais são os motivos legais e constitucionais invocados, mas recordo que noutras matérias como seja a alteração das regras das reformas da função pública ou dos cortes nos salários, nunca ouvi o senhor ministro preocupado com os direitos adquiridos, ou com a retroactividade das medidas.
Termino dizendo que é vergonhoso que tenhamos políticos no activo que acumulam salários e pensões, e outros que deixaram a política mas que também as acumulam. Se houvesse vergonha, teríamos notícia de pessoas que renunciavam à acumulação que agora se verifica.
quarta-feira, junho 16, 2010
OS PRODUTIVOS
Portugal empatou com a Costa do Marfim, num jogo que decorreu durante a tarde de ontem, o que não permitiu que a grande maioria dos trabalhadores portugueses pudessem assistir à partida pela televisão.
Nos dias que antecederam o desafio foram publicados estudos que pretendiam contabilizar os milhões que se perdiam por causa deste mundial de futebol. Por coincidência também se discute a redução dos feriados e as maneiras de evitar as pontes, tudo em prol da produtividade.
Deputados, gestores e patrões diziam-se preocupados com o que se perdia em produtividade por causa do mundial. Pois é, os mesmos que se preocupavam com a produtividade enfiaram-se nos gabinetes a ver o futebol, ou simplesmente ficaram em casa assistindo refastelados ao encontro enquanto o Povinho trabalhava para eles.
A produtividade onde trabalho não foi beliscada, ainda que os maiorais tenham ficado quase todos em casa e os dois que deram as caras tenham ido assistir ao desafio na televisão do refeitório, onde nenhum outro funcionário podia aceder durante a tarde, conforme aviso superior afixado junto ao relógio de ponto.
quinta-feira, março 04, 2010
RAPIDINHAS
Processo negocial – É curioso que o governo alegue que a greve dos funcionários públicos tem contornos políticos porque, segundo o governo, estava ainda em curso o processo negocial. Ficou por dizer que o processo negocial está fechado no que respeita aos pontos que justificam a greve, nomeadamente os aumentos (congelamento), e as medidas penalizadoras das aposentações (antecipadas 3 anos). Seriedade é o mínimo exigível aos governantes, e a afirmação de que o processo negocial estava ainda em curso não é rigorosa, atendendo aos motivos que levaram a esta greve, concorde-se ou não com ela.
O insulto de Zeinal Bava – O presidente executivo da PT considera que é um “insulto” dizer que a PT foi instrumentalizada no alegado negócio da compra da TVI, já que o mesmo não foi discutido ao mais alto nível dentro da PT. Eu acho que o senhor Zeinal Bava está a insultar a inteligência dos portugueses porque as suas declarações em Junho de 2009, exactamente sobre este caso, provam que ele conhecia o negócio (entretanto inviabilizado). A menos que o presidente executivo da empresa não seja um dirigente de alto nível, as suas declarações são incompreensíveis.
Nana Mouskouri – A cantora grega que já foi eurodeputada renunciou à pensão que recebia pelo cargo que ocupara, pelo menos até o país sair da crise em que se encontra. Diz a cantora que é “um dever para com a minha pátria”. Por cá temos umas boas centenas de políticos e ex-políticos que acumulam pensões pelos cargos que ocuparam, com outras reformas ou remunerações do trabalho que desenvolvem, e que se saiba não houve um só que tivesse dado um exemplo destes. Os sacrifícios são sempre para os mesmos, e de cima nunca vem qualquer bom exemplo.