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segunda-feira, 27 de março de 2017

Ainda Hoffmannsegg em terras de Mogadouro

Na sequência do post anterior, ficam aqui mais algumas notas da viagem do botânico alemão: quando Hoffmannsegg passou por Mogadouro, em 1800, queixou-se da ausência de qualquer estalagem. Este facto, embora estranho, é de relevar.
O seu companheiro de viagem, Johann Link mencionou algumas propriedades outrora pertences à família dos Távoras, e que na data pertenciam ao conde de São Vicente (Miguel Carlos da Cunha da Silveira e Lorena), como a Quinta do Marmoniz e a Quinta de Nogueira.
Igualmente importante foi a visita a umas minas de chumbo, próximas do rio Sabor, que, presumo eu, fossem as do Souto.
Ribeira que desagua no rio Sabor, a montante das minas do Souto (actualmente, esta depressão geográfica encontra-se totalmente coberta pela água).

Acerca da visita a Brunhoso, Nuno Gomes de Oliveira diz que: "chega a Brunhoso (Mogadouro) e após meia hora de marcha desce até ao rio Sabor: “Caminhos difíceis atravessam uma espessa floresta onde cresce a vinha selvagem que trepa ao longo das árvores; os habitantes ignoram que se pode cultivar; os javalis povoam os locais mais cerrados da floresta”. De Brunhoso Hoffmanssegg avista a Serra de Sanábria (Galiza) (e não Senabria como Link por erro escreve), “totalmente coberta de neve a 30 de Abril” (de 1800).

Depois, ainda passou por Bemposta e Ventozelo, tal como escreve o autor citado: "Depois de uma breve referência a Miranda do Douro que “é um local miserável”, Hoffmannsegg foi para Bemposta, seguiu para Freixo de Espada à Cinta, atravessando Ventozelo e a aldeia de Lagoaça “cercada de cerejeiras”."

Duas pequenas notas críticas ao trabalho de Nuno Oliveira:

1. No percurso entre Carviçais e Mogadouro, quando Hoffmannsegg fala da "Navalheira" não se está a referir à serra com o mesmo nome junto a Bornes. Nem tal faria qualquer sentido. Está sim a referir-se à mata da Navalheira que se situa entre Estevais e Meirinhos (Mogadouro).

2. Sanábria pertence a Zamora, província de Castela e Leão e não à Galiza.

domingo, 26 de março de 2017

Johann Centurius Graf von Hoffmannsegg em Brunhoso

Entre 1795 e 1801, o botânico alemão Johann Centurius Graf von Hoffmannsegg, juntamente com o seu colega Johann Link, visitou Portugal, com o intuito de estudar e fazer um levantamento exaustivo acerca da flora do país (que haveriam de plasmar no livro conhecido por "Flore Portugaise").

Pormenor da igreja de Brunhoso.

O original da obra foi destruído durante os bombardeamentos que atingiram Berlim durante a Segunda Grande Guerra (em 1943). A história destas viagens encontra-se relatada num livro de Nuno Gomes de Oliveira (com base na sua tese de doutoramento defendida na Universidade de Coimbra). E é através dele que ficamos a saber que no dia 30 de Abril de 1800, Hoffmannsegg esteve, sozinho, na localidade de Brunhoso, concelho de Mogadouro (sendo que no início desse mês tinha viajado de Mirandela para Mogadouro, tendo passado, entretanto, por Vila Real).