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Histomapa

Tudo aquilo que precisa de saber sobre História numa única imagem? Eis o que um megalómano chamado John B. Sparks tentou fazer em 1931 compilando 4 mil anos de marcha civilizacional num genial Histomapa.
É o tipo de coisa que deixa os cromos da interwebz em estado de ebulição. Nós aqui (plural majestático) também somos fãs de toda a espécie de diagramas. Na verdade, se eu mandasse, toda a comunicação humana seria convertida em esquemas e gráficos. Se partilham esta mesma obsessão não hesitem em mergulhar nesta intrincada representação dos mais relevantes momentos da história mundial. Não resisto, como não podia deixar de ser, a publicar o Histomapa na íntegra. Este post ainda não acabou mas para ler o resto terão de percorrer a imagem até lá abaixo…



O Histomapa tem aspectos naturalmente controversos. É tido como eurocêntrico e, se a variável vertical do tempo é objectiva, a largura afigura-se uma representação subjectiva do grau de dominância das nações. Ainda assim, com todas as suas particularidades, é um trabalho notável que permite estabelecer a correlação entre diferentes civilizações ao longo dos séculos; observando-se, como exemplo, as bolhas a que corresponde a ascensão e o declínio dos principais impérios da humanidade. Como curiosidade, Portugal inicia a sua ascensão por meados de 1400 para se esvaziar à entrada do século XVIII.
Toda a história e uma imagem descarregável em formato integral no Slate. O Histomapa original pode ser visto em David Rumsey Historical Map Collection. Via io9.

A corrida do século



Foi a primeira grande corrida do século XX. Depois da tentativa falhada de Ernest Shackleton em 1907, Roald Amundsen e Robert Falcon Scott lançaram-se à conquista da Antártida.

Amundsen era um reconhecido explorador profissional. Esquiador exímio e tratador experiente de cães de trenó da Gronelândia, o Norueguês somava já onze incursões em território polar. Scott, capitão da marinha real britânica, era um homem corajoso mas dado a inseguranças consideráveis. Por motivos não inteiramente conhecidos, o inglês levaria consigo quatro compatriotas em vez de três como inicialmente planeado, fazendo acrescer a carga sobre uma reserva de mantimentos e combustível já de si inadequada.

A equipa Norueguesa faria a sua incursão em Dezembro de 1911. Com o auxílio de trenós puxados por cães, uma equipa bem alimentada e uma reserva de combustível três vezes maior do que a de Scott, Amundsen alcançaria o Pólo Sul no dia 14 de Dezembro.
Scott e os seus homens deslocavam-se sobre esquis mas eram inexperientes na travessia do gelo. O seu erro fatal, no entanto, terá sido a utilização de póneis para o transporte de mantimentos. Estes acabariam por revelar-se vulneráveis às condições terríveis da Antártida, obrigando Scott a utilizar parte das reservas de combustível para o aquecimento dos animais durante a noite. Tal não evitaria, infelizmente, a sua morte, o que forçaria os ingleses a carregar os seus próprios mantimentos; uma carga de difícil locomoção naquele território agreste e irregular.
Com um avanço lento e fustigado pelo vento polar Scott atingiu o Pólo no dia 17 de Janeiro de 1912. O regresso, no entanto, revelar-se ia fatal para si e para os seus homens. Retidos na neve devido às terríveis condições climatéricas, acabariam por falecer vítimas do esgotamento e da falta de alimentos.

O Pólo Sul seria novamente palco de uma grande expedição em 1914. A missão de travessia inter-continental de Ernest Shackleton partiu de Plymouth a bordo do mítico navio Endurance, navegando o Atlântico durante dois meses. O navio encontraria o seu trágico destino ao destroçar-se no gelo da Antártida, deixando uma tripulação de 28 homens retida na paisagem gelada durante quase dois anos. Apesar de ter falhado o seu objectivo, Shackleton inscreveria o seu nome na História ao protagonizar aquela que é reconhecida como uma das mais épicas façanhas de sobrevivência humana de sempre.

De memória e ruínas


Image credits: Ruin’Arte. Scroll down to read this text in English.

Muitas coisas na bagagem virtual após várias semanas fora da rede. Fica, por agora, o destaque a uma página web descoberta um pouco ao acaso: o fotoblogue Ruin’Arte. Somando já diversas referências na imprensa nacional, este projecto do fotógrafo de publicidade e arquitectura Gastão de Brito e Silva tem vindo a tornar-se num inesperado catálogo de um património arquitectónico imenso entregue ao esquecimento e ao abandono.
O olhar romântico que atravessa as imagens do Ruin’Arte não deixa de revelar o sentido dramático de uma exposição sobre a nossa relação com o passado construído, cujos contornos contêm também uma dimensão social e política. Ali podemos encontrar edificações notáveis de cariz religioso, construções fabris, velhos solares palacianos, habitações rurais, inúmeros exemplos de desamor para com a nossa própria identidade.
Na sua entrada mais recente dá-se a conhecer a história da Casa do Passal, a residência de Aristides de Sousa Mendes em Cabanas do Viriato. A ruína daquela casa é um retrato da injustiça cometida sobre o próprio homem, um dos maiores heróis da nossa história.



O meu desejo é mais estar com Deus contra o homem, do que com o homem contra Deus - escreveu Aristides de Sousa Mendes ao justificar o seu incumprimento de instruções provenientes do governo de Portugal. A coragem com que deliberou emitir dezenas de milhares de vistos a refugiados de guerra, entre os quais se estima uma dezena de milhar de judeus, condenou-o à exoneração do cargo de cônsul em Bordéus. Ordenado a regressar a Portugal em 1940, Sousa Mendes regressa na sua própria viatura liderando uma coluna de veículos de refugiados que, dotados dos seus vistos e defendidos de forma dramática na fronteira, puderam finalmente ingressar em território nacional.
Muitos dos refugiados de Aristides terão passado pela Casa de Passal, registada agora no seu estado actual pelo autor do Ruin’Arte. Fica, com as imagens, o apelo que ali se deixa, para que a casa e a memória da vida de Aristides de Sousa Mendes possa encontrar a homenagem que tanto lhe continua a ser devida.




Image credits: Ruin’Arte.

Ruin’Arte is a Portuguese photoblog that is dedicated to the documentation of abandoned buildings. Noteworthy religious constructions, industrial structures, ancient palaces, noble countryside residences; many examples of an unfortunate disregard towards our heritage and history.
In its latest entry we are introduced to the story of the Casa do Passal, once the residence of Aristides de Sousa Mendes in the location of Cabanas do Viriato. The ruin of the house seems to resonate with the unfairness committed against him, one of the greatest heroes of our history.

I would rather stand with God against man, than with man against God - wrote Aristides de Sousa Mendes as he justified his disobedience to direct instructions from the Portuguese government at the outbreak of World War II. During his service in the consulate of Bordeaux, France, Aristides courageously issued thousands of visas to war refugees, among which are estimated over ten thousand Jews. For his actions, Aristides was discharged from his position and ordered to return to Portugal in 1940. He travels in his own automobile leading a column of vehicles of refugees, escaping from the Nazi occupied France and a certain deportation to concentration camps.
Many of the refugees of Aristides supposedly passed through the Casa do Passal. The house has been recently recorded in its current condition by the author of Ruin’Arte, leaving an appeal to its restoration in honor of the life and memory of Aristides de Sousa Mendes. Jump to Ruin’Arte for more pictures – it’s in Portuguese only but you can access it through Google Translate if you prefer.