Oração e devoção ensinada por Jesus
Estes
momentos serão para Mim de grande alegria e consolação.
Que crimes
se cometem contra Mim na Eucaristia! (Sentimentos da alma: 2 de Outubro de
1948).
“Quero que, depois da tua morte a tua vida seja conhecida, e ela o será”. (Palavras de Jesus à Alexandrina)
Oração e devoção ensinada por Jesus
Estes
momentos serão para Mim de grande alegria e consolação.
Que crimes
se cometem contra Mim na Eucaristia! (Sentimentos da alma: 2 de Outubro de
1948).
Primeira Comunhão na Matriz da Póvoa
Nada podia ouvir de alegria
Tenho medo de mim mesma!
Existirá alegria no mundo? Em algum dia da minha vida, por acaso conheceria eu o que era alegria? Se alguma vez a experimentei, morreu para mim de tal forma como se nunca a conhecesse. O pensamento de aceitar e cumprir do coração e da alma a vontade de Jesus dá-me um pouco de alento. Mas logo este pensamento me aflige: estou eu a cumprir a vontade do Senhor? E daqui grandes agonias e tristezas para a minha alma. Estou esmagada entre o céu e a terra, toda transformada e embebida em trevas. Tremendo horror, meu Jesus! Tenho medo de mim mesma.
— Jesus, bem
vedes o que o meu coração quer. Só por Vós e aceito a cruz.
Que alívio para a
minha alma, que conforto para o meu coração, se eu pudesse dizer a minha dor,
não para que saibam quanto sofro e vejam as ânsias do meu coração, mas para
glória do meu Deus e bem de toda a humanidade. Não sou eu quem sofre, não sou
eu quem resiste à dor, mas sim Jesus, só Jesus, que sofre pelos filhos Seus.
Para mim era impossível suportar tão grande martírio. E o demónio aumenta-mo.
Que fúria a sua, que maldade sem igual! Que tristeza não poder fazer que todas
as almas a conheçam, para não se deixarem guiar por ele. Dizia-me hoje num
penoso combate, quando eu clamava pelo meu Jesus.
— Não
pronuncies esse nome, somos inimigos odiosos. Ele odeia-me a mim e eu a Ele.
Diz comigo que O odeias e que O não queres. Comigo tens o gozo e o prazer nesta
vida e uma eternidade feliz. Com Ele sofres aqui e lá. Estou a pecar contigo,
levo-te ao prazer para O ofenderes gravemente. Diz comigo que queres pecar, que
queres ofendê-Lo.
Como eu, sempre
que podia, chamava por Jesus e Lhe renovava a oferta de vítima e Lhe dizia não
querer pecar, ele, enraivecido, insultava-me, tentava escarrar-me até dentro da
boca e procurava novos meios maliciosos. Que tristeza, meu Deus, que aflição a
minha! Ao terminar da luta, o meu coração parecia rebentar, o meu corpo estava
banhado em suor, e os meus olhos tentavam desfazer-se em copiosas lágrimas.
Triste e mais do que envergonhada, fitei Jesus na cruz sem poder dizer palavra.
Ele veio a confortar a minha alma.
— Não
pecaste, não, minha filha, pomba branca, arminho puro. A tua pureza não se
manchou nem manchará. A tua alma é bela, é encantadora. Criei-te para mim com
encantos atraentes. Dá-me toda esta reparação. Não chores com o receio de me
teres ofendido, porque não pecaste. Oferece-me as tuas lágrimas por aqueles que
me ofendem. Os desejos de pecar, as ânsias insaciáveis do prazer não são teus,
é a reparação daqueles que, depois do gozo, do gozo passageiro, enganador e
traiçoeiro, querem novo gozo, nova satisfação, atraiçoando assim o meu Coração
divino. Coragem! Estou satisfeito com o teu amor e com tudo o que me dás.
— Ai, meu
Jesus, se eu pudesse convencer-me sempre que não Vos tinha ofendido! Mas
depressa caio nas minhas dúvidas. Tende dó de mim.
— Vive em
paz, filhinha amada, pois estou contigo mesmo nas tuas trevas.
— Obrigada,
meu Jesus.
Ai de mim! Perdi amigos, perdi Jesus, não posso mais encontrá-Lo nesta escuridão. Perdi a vida, perdi tudo, tudo. A morte rodeia-me, avizinha-se de mim; traz consigo os maiores horrores, a maior escuridão. E eu sem conforto do céu e da terra. Os que me são queridos, por mais que se esforcem, não me dão um momento de alegria. As mais pequeninas coisas abismam-se cada vez mais na profundeza da minha dor. Perdi o meu Jesus, ou sinto que O perdi e não O queria perder. Queria possuí-Lo, mas sem colóquios com Ele. Triste noite da quinta-feira! Oh! como Jesus me associa às Suas dores, à Sua paixão divina! Sinto ânsias de atravessar por cima de todos os espinhos, de ir ao encontro da cruz, abraçá-la e com ela seguir para a morte. Sobre o meu peito sinto o discípulo querido, sinto o seu sono de paz, a tranquilidade do seu coração e da sua alma, e sobre ele o amor terno de Jesus. Sinto em mim a braseira e os que a ela se aqueciam. Sinto, retirado um pouco, que está alguém aterrado e tímido, mas vai-se aproximando e vai negar Jesus. Sinto as suas lágrimas de arrependimento. Sinto o cantar do galo e o abrir do bico em meu coração. Sinto sobretudo a dor infinita de Jesus e o Seu amor e mansidão para com todos. Quanta amargura, quantas mágoas em Seu Coração, naquele Cordeirinho inocente! Não posso ir ao fim da dor de Jesus, não resisto a mais. Sentimentos da alma: 26 de Abril de 1945).