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terça-feira, 5 de março de 2013

Anda matar as saudades


Um dos objectivos deste espaço para além de homenagear o fado e os seus interpretes, não deixa de fora os autores sem os quais não havia fado Tenho constatado, que muitos jovens fadistas, tendem a incluir nos seus repertórios, fados que "estão na moda" cantar, o que leva a uma certa saturação auditiva de alguns fados e por consequência alguma repetição. Fazendo alguma pesquisa, muita coisa interessante há para cantar.

Outra preocupação minha, é tentar não me repetir colocando aqui, fados cantados por fadistas mais divulgados, por não ser necessário, porque pela blogosfera existem muitas edições que dão conhecer esse nomes.

Gosto de evidenciar aqui, nomes menos conhecidos, mas que quanto a mim tem qualidade, como é o caso que Paulo Cangalhas, um fadista do norte (julgo que tem um restaurante em Matosinhos) que canta aqui uma letra de Gervásio Miguel (um desconhecido para mim). sobre a música de Joaquim Pimentel do conhecido fado Meu amor marinheiro.

Eis uma boa solução para quem gosta desta música, não cantar sempre o mesmo fado. como acontece agora sendo que se trata dum dos fados da moda, como referi

Sinto saudades
desses tempo em que eu era,
feliz, por te ter à espera,
de mim a horas tardias

Sinto saudades,
dum beijo teu mordiscado,
quando dormia a teu lado,
sabendo quanto me querias

Sinto saudades,
de toda a tua frescura,
das caricias da ternura,
que só tu sabias dar

Sinto saudades
do loiro dos teus cabelos,
e dos teus olhos tão belos,
quando me querias amar

Anda matar as saudades
que não me deixa um momento,
vem ouvia  a voz do mar,
a murmurar meu lamento

Anda matar as saudades,
esta noite em nossa cama,
amor de amar de verdade
temos nós, só tem quem ama



Raul Néry na guitarra portuguesa e Joaquim do Vale na viola tocam Lisboa ao entardecer.
O autor desta "Lisboa ao Entardecer" é o Conde Jan Tisky, um polaco que foi casado com a decoradora portuguesa Frances de Vasconcelos.
(vídeo retirado do you tube produção de Fado3carabelas)

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Ninguém quer saber de mim

Hoje ao conversar no FB com a minha amiga Helena de Castro, ela também grande fadista, lembrou-me de Júlia Lopes uma veterana fadista, que ainda não há muito tempo estava em excelente forma vocal.

Dona do chamado vozeirão, lembro-me dela no inesquecível Ferreiras em Lisboa, e o seu famoso baté o pé no chão, com que terminava alguns fados, dando expressão à alma com que viva cada fado

Hoje relembro-a aqui cantando o fado Ninguém quer saber de mim, uma letra de João Dias para o fado Proença de Júlio Proença

Não me perguntem quem sou,
onde vais pra onde eu vou
ou se estou triste ou contente,
barco de vela rasgada,
sigo ao encontro do nada,
que me chama do poente.

Meus olhos plantaram estrelas,
ninguém se ergueu a colhe-las
que se apagaram cansadas
esta é a noite mais escura
este negrume perdura,
sem esperança de madrugadas.

No mar da minha ansiedade,
naufrago até a saudade,
do que já fui e passou,
Não queiram saber de mim,
que eu sigo direita ao fim,
contente de ser quem sou




A guitarrada der hoje é pelo conjunto de guitarras de Raul Nery interpretando Variações sobre o fado corrido