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martes, 13 de abril de 2021

Futebol e pandemia: a precarização do trabalho e fragilidade dos clubes brasileiros

Jogadores e funcionários dos pequenos clubes passam fome enquanto rios de dinheiro correm dentro da CBF.



Vitor Rago
A Coluna
 
Criou-se no tempo a ideia de que o futebol seria um mundo a parte – os salários milionários de jogadores e empresários ou a vida de um parça do Neymar podem causar  essa sensação aos desavisados, contudo, os interesses políticos e comerciais das patrocinadoras, das Federações e dos governos são preponderante nas decisões, assim como em qualquer esfera da sociedade. Desde as políticas públicas aplicadas na educação básica até o calendário do futebol brasileiro quem manda é o dinheiro.

Passamos por uma pandemia que afetou o mundo inteiro e com o futebol não foi diferente. Somente na primeira divisão do campeonato brasileiro de 2020 foram mais de 300 pessoas contaminadas, a “bolha” que a CBF alega existir como desculpa para a continuidade dos campeonatos em virtudes dos “rígidos protocolos”, consegue ser facilmente estourada. Os surtos de covid dentro dos times refletem o surto de covid na própria sociedade em que vivemos, o vírus fora de controle não atinge somente a população, mas também jogadores, comissão técnica e funcionários dos clubes.

Os atletas enquanto classe são pouco organizados. Foram obrigados a trabalhar em meio a milhares de morte, expondo seus familiares ao mesmo risco, e também esses mesmos jogadores, quando são infectados possuem seu tempo de recuperação encurtado, visto que quanto mais tempo de recuperação da covid o atleta tiver, maior será o tempo fora dos jogos e provavelmente maior será o tempo de recondicionamento, ou seja, maior será o prejuízo financeiro.

Não são poucos os jogadores que passaram mal em jogos e treinamentos depois de pegarem covid, claramente um atentado a carreira e a própria vida dos atletas. A tese da “gripezinha” que o Palácio do Planalto tentou promover não se comprova na realidade, casos como do Raniel, jovem jogador do Santos, fora dos gramados até hoje em decorrência de uma trombose na perna ou também Raphael Veiga do Palmeiras, que afirmou recentemente ter passado muito mal nos treinamentos em seu período de recuperação da covid em meio a um momento da temporada que mais de 20 atletas do clube estavam infectados. Surtos como esse se repetiram no campeonato brasileiro em todas suas divisões. Do roupeiro ao ponta esquerda.   

Os funcionários dos clubes são menos privilegiados – se não foram demitidos em meio a crise, também não contam com o mesmo protocolo de segurança submetido aos atletas. Apesar de não serem contabilizados de forma precisa, passam de uma centena o número de funcionários de clubes mortos no nosso país. O trabalhador não recebeu a devida atenção em nenhum das esferas de poder no Brasil durante a pandemia, ao passo que o auxílio emergencial não supriu as necessidades reais do povo que muitas vezes fica sem ter o que comer, no futebol o cenário não foi diferente.  

Os técnicos de futebol deixam de ser funcionários, e muitas vezes possuem a idade como fator de risco. No Brasil não foram poucos os casos graves entre os treinadores, como foi com Cuca e Luxemburgo, mas também diversas mortes em divisões inferiores do futebol brasileiro, como o caso de Marcelo Veiga que gerou muita comoção no futebol paulista por suas diversas passagens pelos times do interior.
Os grandes clubes ampliaram suas dívidas durante a pandemia, situação que é ainda mais grave nos times de menor estrutura. Corinthians, Atlético-MG, Botafogo e Cruzeiro já atingiram um bilhão de reais em dívidas, muitas delas com empresários e bancos, mas também trabalhistas.

Como sempre quem sofreu primeiro foram os trabalhadores, mesmo que tenham pouco impacto na folha salarial. Clubes em grave crise financeira como Vasco e Cruzeiro, promoveram demissões em massa nos últimos meses, ao passo que Flamengo e Corinthians são uns dos maiores faturamentos da América Latina, e mesmo assim demitiram vários funcionários ou reduziram seus salários em até 70%, como permitiu a MP 936 editada pelo governo. Times como Internacional, Santos e Sport também demitiram dezenas de funcionários nos últimos meses, já o Palmeiras alega não ter demitido nenhum funcionário durante esse período, sendo o único caso entre os grandes do Brasil.

Nos times de menor estrutura a situação é de calamidade. Até mesmo clubes tradicionais do interior do RS e RJ não possuem dinheiro para manutenção básica do gramado em seus estádios ou para remuneração de seus funcionários, que muitas vezes recebiam apenas um salário mínimo. Jogadores e funcionários dos pequenos clubes passam fome enquanto rios de dinheiro correm dentro da CBF e das Federações, algo assim é o retrato do governo genocida que empurrou milhões de brasileiros para a fome.     

Tanto por parte da CBF como por parte do Governo Federal a necessidade de um auxílio é clara e evidente, o dinheiro que sustenta os privilégios da elite precisam se transformar em recurso para ajudar quem está passando fome. O povo brasileiro precisa de um novo auxílio emergencial com um valor que permita o trabalhador alimentar sua família e não se expor ao vírus e aos transportes lotados, e só assim conseguiremos diminuir as milhares de mortes que estão acontecendo todos os dias no país.

lunes, 11 de mayo de 2020

Torcedores do Corinthians impedem manifestação de bolsonaristas

Grupo furou quarentena para ato em prol da democracia na mesma hora em que ocorreria protesto de apoiadores do presidente, os quais não apareceram.


Correio 

Um grupo de torcedores do Corinthians fez uma manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo, no último sábado (9), em prol da democracia. O ato foi convocado para o mesmo lugar e horário onde haveria um protesto de bolsonaristas, com o objetivo de impedir que esta outra manifestação acontecesse. Deu certo: só os corinthianos marcaram presença.

Cerca de 70 torcedores apareceram e se aglomeraram, desobedecendo a orientação da Organização Mundial da Saúde e dos governos municipal e estadual de São Paulo, pelo isolamento social (ver mais abaixo). Segundo o site Meu Timão, o encontro ocorreu por volta de 13h30 e contou, em sua maioria, com moradores da zona norte da capital paulista, assim como integrantes da organizada Gaviões da Fiel.

"Estávamos lá enquanto cidadãos brasileiros que avaliam o momento e têm a história da Democracia Corinthiana como diretriz. É o mesmo grupo que tem se reunido para entregar marmitex e cestas básicas”, disse Danilo Pássaro, um dos líderes da manifestação, ao Meu Timão.

O protesto dos apoiadores do governo de Jair Bolsonaro tinha como alvos o governador e o prefeito de São Paulo, João Doria e Bruno Covas, respectivamente, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e pediria a volta ao AI-5, além do fim do isolamento social no Brasil.

"Já há dias estávamos revoltados com alguns acontecimentos, reivindicações pedindo ditadura, exaltação à tortura, agressão a profissionais da saúde, repórter e minimização das nossas mortes. Muitos são da região norte e aqui na Brasilândia é o bairro com maior registro de óbitos por coronavírus, pessoas próximas de nós estão morrendo e revolta ver isso se tornar piada", seguiu Danilo ao Meu Timão.

Segundo ele, um amigo teve a ideia de fazer uma contraposição e ir no mesmo local e horário marcado pelos bolsonaristas.

"Para mostrar que não aceitaremos calados que continuem praticando o acima mencionado", afirmou Danilo.

Ainda de acordo com ele, não houve embate com os militantes do outro ato. Só cerca de 10 pessoas apareceram e logo se dispersaram ao encontrarem os corinthianos.

Furo na quarentena

Sobre a quebra do isolamento social para realizar o ato, Danilo disse ao Meu Timão que todos sabem da importância da medida para combater a pandemia do novo coronavírus, mas consideraram que o momento político valia o risco de uma manifestação presencial.

"Hoje, impedir o avanço de uma nova ditadura faz parte dos serviços essenciais", concluiu.

martes, 15 de mayo de 2018

Futebol feminino do Corinthians faz campanha contra machismo

A modalidade feminina do esporte sofre com falta de apoio, infraestrutura e patrocínio


Beatriz Drague Ramos
Rádio Brasil Atual

No país do futebol, a modalidade feminina vive dias sombrios, traduzidos em baixos salários, retirada de investimento pela Caixa Econômica Federal, machismo, e nenhuma estrutura das equipes de base. Vendo isso, o Corinthians tomou a iniciativa de promover uma campanha contra o machismo sofrido pelas atletas. Ouça a reportagem de Beatriz Drague Ramos.

Ouça a matéria.

viernes, 24 de noviembre de 2017

Em dezembro, MST inaugura Campo Dr. Sócrates Brasileiro

Chico Buarque e Lula participarão de jogo de futebol de lançamento na Escola Nacional Florestan Fernandes


Júlia Dolce
Brasil de Fato

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) inaugura, no dia 23 de dezembro, o Campo Dr. Sócrates Brasileiro, na Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), espaço de formação política do movimento.

O evento contará com a presença do cantor Chico Buarque e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participarão de uma partida de futebol.

David Martins, integrante da Coordenação Pedagógica da escola, diz que a inauguração do campo tem como objetivo divulgar a importância do esporte para o MST.

"Para a escola e para o movimento, o esporte é uma dimensão da formação humana, e é importante a gente rememorar esportistas que foram comprometidos com as causas populares e tiveram solidariedade com as lutas populares no Brasil”, disse.

O nome do campo é uma homenagem ao jogador de futebol e médico Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira, falecido em 2011, e considerado um dos maiores ídolos do futebol no país.

Martins também lembra que Sócrates foi um grande apoiador da luta pela reforma agrária no Brasil. "O Sócrates, dentre os jogadores do Brasil, talvez tenha sido o mais importante que a gente tem, da história recente, que além de representar o Brasil e o esporte através de uma visão crítica, se envolveu em um momento muito importante da história do Brasil, que foi a luta pela redemocratização, pelos direitos do povo, além de ser solidário ao MST", pontuou.

Além de partidas de futebol, o evento de inauguração contará com uma cerimônia de abertura, com falas de integrantes do movimento e de familiares de Sócrates.

O campo foi construído por meio da colaboração de centenas de pessoas em uma campanha de financiamento realizada no ano passado. A campanha, divulgada por personalidades como o jornalista Juca Kfouri, superou a meta de arrecadação.

Já a construção do campo foi feita aos moldes da construção da ENFF, ou seja, por um mutirão de militantes do MST, que se reuniram, de diferentes partes do país, em Guararema, cidade no interior de São Paulo onde se localiza a escola.

Martins explica que a construção coletiva faz parte do espírito de luta do movimento nas suas diversas formas. "A gente quer mostrar o que o MST mais faz, porque os meios hegemônicos têm uma postura de combate e criminalização do movimento. Por outro lado, a inauguração evidencia que a reforma agrária popular passa pela luta pela terra e também pelo direito ao esporte e à saúde", afirmou.

As inscrições para a participação da inauguração do campo podem ser realizadas através do email da Associação dos Amigos da ENFF: camposocrates@amigosenff.org.br.

martes, 31 de enero de 2017

Goleira do MST é convocada para Seleção Brasileira de futebol

Maike Weber passou boa parte de sua infância no Assentamento Conquista na Fronteira, no oeste de Santa Catarina


José Eduardo Bernardes
Brasil de Fato

A assentada do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) Maike Weber, 24 anos, será a nova goleira da Seleção Brasileira feminina de futebol. A catarinense, natural da cidade de Maravilha, mas que passou boa parte de sua infância com os pais, no assentamento do Movimento em Dionísio Cerqueira, também em Santa Catarina, foi convocada pela técnica Emily Lima para um período de testes na Granja Comary, centro de treinamentos do time nacional, entre os dias 6 e 11 de fevereiro.

A goleira, que hoje atua pelo Flamengo - clube que mantém parceria com a Marinha brasileira - revela que não conteve a emoção ao receber a notícia da convocação. “Chorei ali mesmo antes de começar o treino”, diz Maike, em entrevista exclusiva para o Brasil de Fato.

Essa é a primeira convocação de Maike, que é sobrinha de Marlisa Wahlbrink, a “Goleira Maravilha”, que defendeu a Seleção Brasileira por mais de 10 anos. Foi a tia quem encorajou a goleira a realizar o sonho de ser jogadora profissional. “Foi por meio dela que consegui o meu primeiro time. Ela sempre deu o suporte necessário para que eu enfrentasse tudo com a cabeça erguida, e seguir em frente diante das dificuldades que eu iria encontrar”, disse.

Maike Weber conta que sempre jogou, “desde pequena com meus irmãos, meus amigos”. Mas revela que só em 2008 teve coragem de contar aos pais seu desejo de se tornar atleta. “Fui em busca dos meus sonhos. SaÍ de Dionísio Cerqueira, uma cidade pequena, com pouco mais de 14 mil habitantes, para encarar a cidade grande lá fora”, lembra.

Ainda assimilando a conquista, a goleira disse que pretende “treinar cada vez mais forte para me firmar na Seleção Brasileira”. Outro sonho é jogar por uma equipe fora do Brasil, “onde o futebol feminino é muito mais valorizado”, disse.

Conquista na Fronteira

O Assentamento Conquista na Fronteira, situado na divisa entre Brasil e Argentina, local onde a goleira cresceu, é uma referência internacional. Em 1990, dois anos após a conquista do assentamento, os agricultores sem-terra organizaram no local a Cooperunião, uma Cooperativa de Produção Agropecuária (CPA), onde todas as questões são resolvidas em Assembleia Geral.

A iniciativa dos agricultores privilegia e garante a alimentação das 43 famílias e mais de 120 pessoas que vivem no local e também se tornou uma fonte de geração de renda, a partir da bovinocultura para a produção de leite e corte, da avicultura e da produção de grãos como o feijão, além da criação de abelhas para a extração de mel.

As famílias que ocuparam o assentamento Conquista na Fronteira e construíram a Cooperunião estavam entre as primeiras que ocuparam latifúndios em Santa Catarina, em 1985, nos municípios do oeste do estado, logo nos primeiros passos do MST, enquanto organização.

Por seu pioneirismo, o assentamento é constantemente visitado por estudantes, pesquisadores, integrantes de governos, militantes sociais e demais interessados em conhecer a experiência da reforma agrária em Santa Catarina.

miércoles, 30 de noviembre de 2016

#ForçaChapecoense

Una tragedia aérea trunca el sueño continental de un humilde equipo brasileño de fútbol


Chapecoense de Brasil viajaba a la ciudad de Medellín a disputar el primer juego de la final de la Copa Suramericana. Pero un accidente cambió su destino. El avión en que viajaba chocó en una montaña antes de poder aterrizar. Murieron 71 personas, entre jugadores, directivos, periodistas y tripulación. Sólo seis personas sobrevivieron.

El fatal acontecimiento generó la solidaridad del mundo del fútbol hacia el humilde club de Chapecó, que anhelaba conseguir su primer título internacional. Múltiples mensajes y actos de homenaje surgieron en todo el globo.


Chapecoense había eliminado a destacados equipos como Independiente y San Lorenzo. Y enfrentaría en la final al actual campeón de la Copa Libertadores, el Atlético Nacional de Medellín.

La Conmebol suspendió los partidos que definirían el título, mientras que Nacional propuso entregarle la copa a su rival como homenaje póstumo a las víctimas. Y a la hora en que se debería jugar el partido, organizó un tributo a ellas y a sus familiares.

sábado, 9 de abril de 2016

Torcida do Liverpool protesta contra o golpe em Brasil

Manifestação em prol da legalidade no Brasil



Por Bruno Hoffmann
Agência PT de Notícias

A comunidade internacional continua atenta ao golpe democrático no Brasil. Nessa quinta-feira (7), a torcida do Liverpool estendeu uma faixa em favor da legalidade no estádio Signal Iduna Park, na Alemanha, onde o clube inglês enfrentou o Borussia Dortmund pela Liga Europa.

Na peça, de cor vermelha, havia o rosto de Sócrates, ex-jogador do Corinthians e da seleção brasileira, com uma faixa na cabeça na qual se lia a palavra “democracia”. Logo abaixo, a inscrição, em inglês: “Não vai ter golpe no Brasil”.

Pelas redes sociais, Peter Hooton, o torcedor que levou a faixa ao estádio, resumiu o motivo da manifestação: “Apoiamos a democracia no Brasil”.

Futebol pela democracia

Na mesma semana em que a torcida do Liverpool lembrou de Sócrates, personalidades históricas da Democracia Corintiana se reuniram na Universidade de São Paulo (USP) para defender a legalidade do mandato da presidenta Dilma Rousseff. Entre os participantes, o ex-lateral Wladimir, o ex-diretor de futebol e sociólogo Adilson Monteiro Alves e o jornalista Juca Kfouri.

No fim de março, em jogo válido pelo Campeonato Brasileiro, os arquirrivais Vasco e Flamengo se uniram pelo Estado Democrático de Direito. Em jogo no estádio Mané Garrincha, em Brasília, as torcidas estenderam uma faixa: “Não vai ter golpe… vai ter luta! Torcedores unidos pela democracia”.

Máfia da Merenda

A Gaviões da Fiel, principal torcida organizada do Corinthians, protestou na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), no fim de março, contra a Máfia da Merenda, escândalo ocorrido na gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB) de desvio de recursos para a merenda de crianças de escolas paulistas. A Gaviões já havia feito outros protestos contra a Máfia da Merenda, o presidente da Alesp, Fernando Capez (PSDB), a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Rede Globo.

A Torcida Jovem, do Santos, se manifestou no início de março contra a Rede Globo e a Federação Paulista de Futebol (FPF). A Torcida Independente, do São Paulo, também exibiu faixas exigindo investigação em relação à Máfia da Merenda. Em uma delas, se lia: “Bandido é quem rouba merenda”.

martes, 5 de abril de 2016

Figuras históricas da Democracia Corintiana se unem contra o golpe

Evento na USP juntou Wladimir, Juca Kfouri, Adílson Monteiro Alves e outras figuras do movimento democrático corintiano para dizer não ao golpe


Por Bruno Hoffmann
Agência PT de Notícias

O vão da História e Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP) se pintou em preto e branco no começo da noite desta terça-feira (5). O debate aberto reuniu figuras históricas da Democracia Corintiana, movimento ocorrido entre jogadores e dirigentes do Corinthians no início da década de 1980, para conversar sobre a importância da luta pela democracia. Não somente do passado, mas, principalmente, de hoje, quando ocorre uma tentativa golpista contra a presidenta Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados e em parte do Judiciário.

Entre os participantes, os protagonistas do movimento libertário de três décadas atrás: o ex-lateral Wladimir Rodrigues dos Santos, o ex-diretor de futebol e sociólogo Adilson Monteiro Alves e o jornalista Juca Kfouri. Além deles, também participaram do debate o fundador da Gaviões da Fiel, o jornalista Chico Malfitani; o também jornalista Antônio Carlos Fon; a representante do Levante Popular da Juventude, a advogada Beatriz Lourenço; e o participante do coletivo Democracia Corinthians e do Núcleo de Estudos do Corinthians (NECO), o pesquisador e jornalista Walter Falceta.

O público se apertou para ouvir as falas dos convidados. Não se via apenas camisas alvinegras. Havia também gente vestida com as cores do Palmeiras e do São Paulo. O estudante de geografia Matheus Penteado assistiu ao debate vestido com a camisa de um dos maiores rivais do Corinthians: “Sou são-paulino, mas admiro o movimento da Democracia Corintiana, que lutou por liberdade num momento complicado do País. É muito importante estar aqui para retomar essa história”.

Ousadia e democracia

O ex-diretor de futebol corintiano Adilson Monteiro Alves foi figura decisiva para criar a Democracia Corintiana entre o fim de 1982 e começo de 1983. Com apenas 34 anos e substituindo dirigentes mais conservadores, fez um pacto com o elenco de que, a partir de então, todas as decisões passariam a ser decididas pelo voto dos jogadores. E o voto do zagueiro mais grosso teria o mesmo peso da estrela do time.

“Não vai ter golpe”, começou sua fala, aos aplausos do público. Ele afirmou que o momento atual relembra a luta pela democracia de décadas atrás. “Eu estive ao lado de Sócrates, Casagrande, Wladimir, Juca Kfouri, Fon. A nossa tentativa na época era que o esporte marchasse ao lado do povo e contra a ditadura. Agora, estamos enfrentando um movimento que quer dar um golpe na nossa jovem democracia”.

Depois, o microfone passou às mãos de Beatriz Lourenço, que destacou a importância de todos estarem atentos para agir contra o golpe. “Este evento resgata a importância de sermos ousados quando tentam nos reprimir. A Democracia Corintiana foi ousada”.

“Ao atacar o Corinthians e sua torcida, atacam a capacidade do povo de ser grande e organizado. A gente só consegue enfrentar as tentativas golpistas com organização e luta, seja na universidade, no bairro ou no clube. Nós não temos um governo perfeito, mas não vamos avançar com um golpe”, afirmou.

O time do povo

“O Corinthians é o time do povo e o povo que vai fazer o time”. A frase, dita por Miguel Bataglia em 1910, ao fundar o Corinthians, foi citada por Walter Falceta. Ele explicou que o clube foi criado por operários, carroceiros e pequenos comerciantes e sempre teve em sua identidade a luta pelas causas populares.

“O Corinthians é mais que uma agremiação esportiva, é algo que dá vez e voz ao povo. Claro que temos corintianos do outro lado, mas em momentos decisivos sempre tomamos a frente, como ocorreu na Democracia Corintiana. O Corinthians iluminou as mentes contra a ditadura militar. Sempre estivemos na vanguarda e estaremos na vanguarda agora. Este é o momento para isso novamente”, afirmou.



O jornalista Juca Kfouri exaltou a importância de personagens da Democracia Corintiana e criticou as tentativas golpistas em vigor no Brasil. “Estamos vendo quem perdeu não aceitar jogar o jogo democrático. Acha que o governo está fraco? Derrote-o nas urnas. Na democracia, pesquisa de verdade é nas urnas”.

“O sentido de estarmos aqui é maior que a Democracia Corintiana. É a democracia. Na plateia há não corintianos e vocês são muito bem-vindos. São todos bem-vindos, menos o golpe. Não vai ter golpe”, finalizou.

Máfia da Merenda

Chico Malfitani fundou a Gaviões da Fiel com um grupo de amigos para derrubar “o ditador Wadih Helu” da presidência do clube em 1969. Para ele, é muito estranha a perseguição da polícia contra a Gaviões justamente quando a organizada protesta contra a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), a Rede Globo e, principalmente, contra a Máfia da Merenda do governo Geraldo Alckmin, em especial contra o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo(Alesp), o deputado estadual Fernando Capez.

“Nós protestamos contra o horário absurdo de jogos às 22h da Globo, é um horário completamente contra o trabalhador. Também protestamos contra um dos piores crimes que pode existir: roubar merenda de crianças. Pouca coisa pode ser pior. Sabíamos que, com os protestos, haveria represália. Dito e feito. No dia seguinte da manifestação na Alesp a polícia invadiu com cachorros a sede dos Gaviões”.

Sobre a violência de torcedores organizados, Malfitani explicou que a torcida é reflexo da sociedade em que vive. “Há violência entre as torcidas porque há violência no Brasil. Quando me perguntam por que os Gaviões eram menos violentos em 1969 do que agora, eu lembro que em 1969 morria uma pessoa de forma violenta em São Paulo num fim de semana. Hoje morrem 50. Se um dia a sociedade for mais pacífica, todas as organizadas, naturalmente, também serão. A organização do povo incomoda, e os Gaviões são o povo”.

O jornalista finalizou: “A PM comete chacinas e por isso todos vão achar que tem que acabar com a PM? Bem, por mim eu quero que acabe…”.

O mais aplaudido da noite foi o ex-lateral Wladimir, o jogador que por mais vezes vestiu a camisa corintiana dentro de campo e figura decisiva do movimento democrático da década de 1980. Ele contou detalhes do movimento, como o fim da concentração obrigatória entre os jogadores, e disse, emocionado: “Eu sou uma pessoa antes e uma outra pessoa depois da Democracia Corintiana”.

A noite terminou com Katia Bagnarelli, viúva de Sócrates, principal mentor da Democracia Corintiana, que falou sobre a importância do craque para a vida esportiva e política do País. “Ele certamente estaria aqui”, afirmou. E todos da bancada balançaram a cabeça afirmativamente.

viernes, 12 de febrero de 2016

Protesto realizado no jogo Corinthians x Capivariano

Nota oficial, Gaviões da fiel


No dia 1º de julho de 1969, um grupo de jovens torcedores do Corinthians fundava o que viria a se tornar a maior torcida organizada do País: os Gaviões da Fiel.

O propósito era derrubar o então presidente – ditador – do Corinthians, Wadih Helu. Foi nessa época que o país teve conhecimento de um primeiro enterro simbólico de presidente de clube já realizado.

Não era fácil se opor ao mandatário, que fazendo valer sua fama de ditador, pagava para que pugilistas profissionais caçassem os tais dos Gaviões. Mas nada era fácil, àquela altura, afinal o Brasil vivia o período da ditadura militar.

E em uma mistura de torcida com engajamento político, os Gaviões da Fiel começaram a atuar na fiscalização do clube ao mesmo tempo em que agiam como mais um grupo pró-redemocratização do país. Nas arquibancadas, faixas de protesto contra a diretoria se confundiam com faixas que pediam “Diretas Já” e anistia ampla, geral e irrestrita.

Em tempos de pau de arara, exílio, tortura e morte, os Gaviões resolveram impor sua voz. Recém-nascida, porém forte.

Hoje, passados 31 anos, os Gaviões da Fiel se veem novamente sob a tentativa ditatorial de censura e repressão.

No jogo da última quinta-feira (11), Itaquera foi palco de uma nova caça aos Gaviões, dessa vez representada pela Polícia Militar do Estado de São Paulo (e seus mandatários).

Segundo o Art. 13-A, inciso IV, do Estatuto de Defesa do Torcedor, é proibido “portar ou ostentar cartazes, bandeiras, símbolos ou outros sinais com mensagens ofensivas, inclusive de caráter racista ou xenófobo”.

E sabendo disso, tratamos de criar faixas com muito cuidado para não ferir tal artigo. As três faixas que foram expostas nas arquibancadas, eram as seguintes:

1) “Jogo às 22h também merece punição”;
2) “Rede Globo, o Corinthians não é seu quintal”;
3) “Cadê as contas do estádio?”

Nenhuma com mensagens ofensivas, muito menos de caráter racista ou xenófobo. Aliás, muito pelo contrário. Todas as faixas amparadas no que assegura a própria Constituição, no Artigo 5, dizendo que “é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”.

E sobre liberdade de expressão, nossa Constituição segue dizendo que “a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerão qualquer restrição. E ainda completa: “é vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.”

Conhecendo nossos direitos constituintes (e torcedores organizados estão igualmente enquadrados por estes), gostaríamos de entender (talvez a polícia militar e/ou poder público responsável poderiam nos responder):

a) Em qual momento o Art. 13-A, inciso IV, do Estatuto de Defesa do Torcedor, foi infringido por nós?
b) De quem partiu a ordem para que invadissem as arquibancadas e apreendessem as faixas e agredissem os torcedores?
c) Quando se adentra um estádio, perde-se os direitos constituintes?

E aproveitando o ensejo, também nos causa muita estranheza a forma como os protestos são abordados pela grande mídia. Que os veículos da família Marinho não noticiariam o fato tínhamos certeza, afinal a Rede Globo foi claramente atacada por nós.

Agora o jornalista Antero Greco, no programa Sportscenter, da ESPN Brasil, questionar e ainda dizer ter “um pé atrás a respeito da espontaneidade de certas atitudes de torcidas organizadas” é demais.

Segundo as afirmações do próprio, ele diz estranhar o fato de os Gaviões só estarem reclamando do horário do jogo agora, após tantos anos desse padrão.

Greco também questionou as cobranças de contas que fizemos, dizendo ser este um papel do Conselho e não da torcida.

Por fim, o show de críticas preconceituosas termina com uma insinuação de que as cobranças são incentivadas e patrocinadas por alguém.

O que nos deixa com o “pé atrás”, na verdade, é o fato de um jornalista não desempenhar o seu ofício como tal e sair divagando opiniões em rede nacional sem ao menos checar as informações. Sem contar o fato de que finge desconhecer o cunho fiscalizador que os Gaviões da Fiel desempenham desde sua carta de fundação, assinada pelo nosso primeiro presidente e sócio número um, Flávio La Selva.

Afinal, quem conhece minimamente os Gaviões sabe que a crítica aos horários dos jogos é feita há muitos e muitos anos. E não, não somos patrocinados por ninguém. Somos os Gaviões da Fiel Torcida, Força Independente.

Para finalizar esse já extenso texto (infelizmente), os Gaviões da Fiel Torcida vêm a público reafirmar todas as recentes posturas críticas à falta de transparência por parte da diretoria do Corinthians, aos mandos e desmandos da FPF, e ao infeliz banco de negócios futebolísticos, que coloca os interesses da Rede Globo a frente dos interesses do futebol, que deveriam envolver, sobretudo, os jogadores, clubes e torcedores.

Reafirmamos que, durante os 60 dias em que estivermos cumprindo a punição, a diretoria dos Gaviões da Fiel Torcida não se responsabilizará pelo ato de torcedores. E, acima de tudo, mandamos um recado bem claro a todos os envolvidos no episódio de ontem:

Faz 46 anos que tentam, de todas as formas, calar os Gaviões da Fiel Torcida. Até então, em vão, e assim continuará sendo!

GAVIÕES DA FIEL TORCIDA – FORÇA INDEPENDENTE

lunes, 6 de abril de 2015

Gaviões da Fiel declara apoio à greve dos professores de São Paulo

A torcida organizada do Corinthians publicou em seu site uma nota oficial em solidariedade aos professores da rede estadual, paralisados há 26 dias 


Por Redação
Spresso SP

A Gaviões da Fiel, torcida organizada do Corinthians, se solidariza com os professores da rede estadual de ensino em greve. A entidade publicou neste final de semana uma nota oficial em que declara apoio aos trabalhadores da categoria, paralisados desde o último dia 16 de março.

No texto, divulgado pelo site oficial e pelas redes sociais, a diretoria da torcida afirma que a Gaviões “desempenha historicamente um papel ativo na militância política” e que, por isso , oficializa “total apoio à greve dos professores, considerando suas causas de extrema importância”.

Sem previsão de acordo com o governo do estado, os professores reivindicam, entre outras demandas, aumento salarial de 75,33%.

Confira a íntegra da nota da Gaviões da Fiel:

“Greve dos Professores em SP

Os Gaviões da Fiel desempenha historicamente um papel ativo na militância política, entendendo a importância de lutarmos, não apenas pelo Corinthians, razão de nossa existência, mas também por uma sociedade melhor e mais igualitária para todos.

Sendo assim, os Gaviões da Fiel vem oficializar total apoio à greve dos professores, considerando suas causas de extrema importância.

Acreditamos que um futuro melhor passa, obrigatoriamente, por uma educação de qualidade. Portanto, nossos educadores merecem total respeito e valorização. ‪#‎GreveProfessoresSP‬

Diretoria Gaviões da Fiel Torcida”

miércoles, 18 de febrero de 2015

Documentário sobre democracia corintiana vence prêmio de cinema na Espanha


O documentário brasileiro "Democracia em preto e branco", que retrata a história do Corinthians de Sócrates e Casagrande, recebeu o prêmio "Thinking Football Film Festival 2015", uma mostra que discute o papel do futebol na sociedade, organizada pela Fundação Athletic Bilbao, clube da primeira divisão da Espanha.

Dirigido por Pedro Asbeg, o filme relembra o período da democracia corintiana, movimento do início da década de 1980 que teve Sócrates como principal expoente e acabou contribuindo para o processo de fim da ditadura militar instalada no país desde 1964.

O prêmio, concedido através de votação entre o público presente ao evento, inclui uma escultura do artista Ángel Garraza e 2 mil euros, "que terão que ser doados pelo diretor a um projeto social que utilize o futebol em seu desenvolvimento".

A terceira edição do "Thinking Football Film Festival" foi realizada entre os dias 9 e 15 de fevereiro em Bilbao. Foram reproduzidos dez longas-metragens do Brasil, França, Alemanha, Estados Unidos, Polônia e Reino Unido que abordam temas como "o papel social e político do jogador e dos clubes, o futebol como articulador da inclusão social ou a utilização do futebol por parte das autoridades políticas".

Espn/EFE

jueves, 3 de julio de 2014

Lula saluda a Maradona y a De Zurda

El expresidente de Brasil, Lula Da Silva, envió un mensaje a Diego Armando Maradona, quien presenta el programa De Zurda en compañía de Víctor Hugo Morales




lunes, 9 de junio de 2014

Campeão mundial de 1978 vai passar a Copa nas favelas cariocas

Convidado pela revista "La Garganta Poderosa", vai participar de uma cobertura alternativa do torneio


Folhapress

René "El Loco" Houseman sempre foi um jogador de futebol único. Como centenas de outros ex-atletas profissionais, ele estará no Brasil para acompanhar a Copa do Mundo. Mais uma vez, será diferente de todos os demais.

Houseman, ex-atacante campeão mundial com a seleção argentina em 1978, visitará o Rio de Janeiro durante a competição. Não vai se hospedar em hotel de luxo. Sua casa será as favelas. De início, vai ficar em Santa Marta, localizada próxima ao bairro de Botafogo, na zona sul carioca. El Loco estará por lá, circulando por comunidades carentes da cidade por quase todo o torneio.

Convidado pela revista "La Garganta Poderosa", vai participar de uma cobertura alternativa do torneio da Fifa. Comentará o evento para moradores das favelas, mas dentro de "uma visão social", segundo informações da revista que cobre temas "villeros" (de favelas).

"Não sei se o certo é dizer que vamos cobrir o Mundial. Creio que vamos descobri-lo para tantas pessoas que não terão oportunidades de ver os jogos pessoalmente e necessitam de muitas coisas dos governos", disse o ex-jogador do Huracán.

A estadia de Houseman e das outras 12 pessoas incluídas no projeto, além da logística para organizar debates e os comentários, serão pagas pelo Conselho Latino-americano de Ciências Sociais.

"Nem pedi tempo para pensar. Quando fiquei sabendo do projeto foi um 'sim' automático. É proposta que tem tudo a ver comigo, com o que sou e de onde vim. Não apareceu um segundo de indecisão. Tive certeza de que era o certo", afirma Houseman.

Ele passou os últimos 45 dias em acampamento próximo ao Obelisco, no centro de Buenos Aires. Reivindicava, com outras pessoas, a urbanização das favelas da capital argentina.

"Eu nunca me importei em fazer o que os outros jogadores faziam. Sempre fiz o que achava certo e justo. Acho que sou assim até hoje", finaliza.

Houseman passou quase a vida inteira em Bajo Belgrano, favela próximo ao luxuoso bairro de Palermo. Quando foi convocado para o Mundial de 1974, na Alemanha, aos 24, ainda morava por lá. O mesmo quatro anos mais tarde, quando veio o chamado de César Luis Menotti para jogar a Copa. Foi campeão. Um rebelde, de esquerda, em um título usado pelo governo militar do general Jorge Rafael Videla.

"Eu sempre morei em favela. Sempre gostei de lá. E se gostava, me sentia bem e era onde estavam meus amigos, por que sairia de lá?", questionou.

É o mesmo Houseman que faltava a treinos no Huracán para atuar em partidas de várzea pelo time do seu bairro. Que detestava os treinos de manhã porque o privavam da oportunidade de ficar na rua conversando até tarde com os amigos.

O atacante que, a pedido do Huracán, alugou apartamento em bairro de classe média de Buenos Aires nos anos 70. Não aguentou dois meses. Voltou para Bajo Belgrano reclamando que faltava vida no prédio conseguido pelo clube onde foi campeão nacional. Ninguém falava com ninguém.

Conversar é o que ele mais pretende fazer nos tours para falar nas favelas brasileiras. Sobre Copa do Mundo e todo o resto. Principalmente, todo o resto.

"É uma oportunidade histórica. O futebol não é da Fifa. Não é das grandes marcas. É da 'gente'", explica, citando a palavra preferida dos argentinos para se referir ao povo.

sábado, 28 de septiembre de 2013

Madureira 'se veste' de Che Guevara e faz homenagem

Tricolor lança duas camisas lembrando excursão para Cuba, há 50 anos. Os dois uniformes têm estampam fotos de Che Guevara e as cores cubanas.


Por Globoesporte.com

O ano de 2013 é de nostalgia para o Madureira. Há 50 anos, o clube voltava de uma excursão vitoriosa à Cuba, disputando cinco jogos e vencendo todos. Durante a visita ao país de Fidel Castro, que havia tomado o poder há quatro anos, quando derrubou o ditador Fulgencio Batista, o Tricolor Suburbano recebeu a visita do guerrilheiro argentino e líder revolucionário Che Guevara. O médico foi ao encontro do grupo brasileiro, fez fotos e bateu papo com os jogadores.

Para comemorar a data, o time de Futebol Sete do Madureira fez uma homenagem para Che. Disputando o Campeonato Carioca de Futebol Sete, a equipe lançou dois uniformes em alusão à visita do time ao país. Os dois uniformes, um grená, e outro nas cores azul, branca e vermelha (da bandeira cubana), levam a famosa foto de Che Guevara, e será usada em jogos do Tricolor no Carioca.

- Homenageando os 50 anos da visita do Madureira E.C. a ilha de Fidel, o Madureira Arena Akxe lança sua nova camisa. Tradição e história para um time vencedor!! - diz o recado do time.

miércoles, 12 de diciembre de 2012

Futebol sem ditadura: Corinthians e Al Ahly já lutaram contra regimes


Democracia Corintiana e Primavera Árabe são marcos na história das equipes que decidem uma vaga na final do Mundial. Clubes cooperaram contra tempos difíceis de Brasil e Egito

Lancenet

O futebol pode, de alguma forma, ajudar a derrubar governos autoritários? Corinthians e Al Ahly, semifinalistas do Mundial de Clubes, que vão duelar nesta quarta-feira, às 8h30, no Toyota Stadium, com transmissão em tempo real do LANCE!Net, provam por suas histórias que a bola faz, sim, ecoar o grito de liberdade.

Enquanto os atuais representantes da "República" alvinegra ainda engatinhavam, Sócrates, Wladimir, Casagrande & Cia. protagonizavam a "Democracia Corinthiana", movimento ideológico que dava aos jogadores poder de decisão para questões antes tratadas só por dirigentes, com autogestão e direito a voto. O ano era 1982 e o Brasil atravessava um período de transição do Regime Militar para a democracia, alcançada em 1985. Presentes em movimentos populares, como o “Diretas Já”, os jogadores tinham posicionamento politizado e influenciavam o povo.

Já no Egito, terra que vivia há 30 anos sob o regime do presidente Mohammed Hosni Mubarak, as arquibancadas tiveram papel fundamental para a queda do ditador.

Acostumadas a combates com a polícia, as torcidas organizadas – entre elas as do Al Ahly – estiveram na linha de frente da "Primavera Árabe", movimento de jovens aderido por países do Oriente Médio.
Em 25 de janeiro de 2011, foi organizada “a grande revolta,” dia em que milhares de pessoas foram às ruas para reivindicar seus direitos. O exército reagiu e o massacre terminou com 42 mortos e milhares de feridos. Até que Mubarak renunciou, em 11 de fevereiro.

Já em 1 de fevereiro deste ano, como retaliação ao envolvimento dos jovens torcedores na revolução, o massacre no estádio de Porto Said culminou em mais derramamento de sangue. Hoje, o país vive transição eleitoral. O campeonato local segue parado, mas pode ser retomado.

Ricardo Gozzi, jornalista e autor do livro “Democracia Corintiana”

A Democracia deu um rosto à aspiração maior

Era época de um regime fechado, mas abriu-se um espaço dentro do clube para que os jogadores tomassem decisões. Não foi uma rebelião, mas uma abertura. Vice-presidente de futebol, Adílson Monteiro Alves fazia o vínculo do grupo com a presidência. Enxergou-se que aquilo era positivo, não só pelo fato de os atletas quererem ter voz, mas porque aquela liberdade melhorava o desempenho deles. Estavam mais contentes. Não ganharam tudo, até ganhou pouco, mas o Paulistão (1982 e 1983) tinha um peso maior.

A própria torcida corintiana, que tem consciência social maior, aceitou mesmo porque os resultados apareceram em campo.

O movimento ganhou protagonismo, pois o Brasil vivia um momento de abertura política e ele deu um rosto, uma face pública a uma aspiração maior. O esporte mais popular do país, o time mais popular de São Paulo, de maior torcida... Tem um peso! Tanto que a CBF chamou o presidente Waldemar Piris para explicar porque colocava “Diretas Já” na camisa, para tentar contê-los. O movimento se aproveitou da fase política do país, mas ao mesmo tempo deu a ela a chance de um debate maior. Não era direcionada à esquerda ou à direita, havia divergências.

Arlene Clemesha, Professora de história árabe da Universidade de São Paulo (USP)

No Egito, as torcidas romperam barreiras

As torcidas organizadas tiveram um papel muito importante na revolução. Por se tratarem de jovens sem perspectivas no país, se encaixaram e foram decisivos para a derrubada de Mubarak durante os 18 dias de revolução, que começou em 25 de janeiro de 2011. Uma passagem que virou marco foi quando, após uns três ou quatro dias de ocupação na Praça Tahrir, houve uma batalha sobre a ponte que dá acesso a ela, onde o Exército mandou tanques para cima da população. Ali, tiveram papel importante, pois usaram as técnicas que tinham para combater a polícia durante os jogos para ter um nível de organização capaz de, através de avanços e recuos sucessivos, conter a barreira policial, que foi muito violenta. Romperam a barreira do medo, nada mais segurava aquelas pessoas.

Esses torcedores constituem uma camada social que briga por um futuro melhor, muitas vezes até com formação universitária, mas sem trabalho. O massacre no estádio foi considerado por todos como uma retaliação. Aconteceu na cidade mais combativa, com presença de operários que aderiram à revolução. E os portões foram fechados, houve indícios de que foi tudo orquestrado. Talvez não achavam que os efeitos seriam tão grandes.

Lancenet.com.br

sábado, 6 de octubre de 2012

Reviva a Democracia Corinthiana 30 anos depois


Agência Corinthians

“Ganhar ou perder, mas sempre com democracia”. Tal lema se destacou como um dos produtos do pensamento de uma geração das mais importantes do Timão. Trata-se do movimento construído no contexto da redemocratização brasileira, na primeira metade da década de 80. Sob a ótica da abertura política, descentralização do poder, modernização da administração e renovação do modelo de direção, o Presidente Waldemar Pires esteve à frente de todo o processo vivido no Parque São Jorge. Reviva a Democracia Corinthiana, em especial preparado em parceria com a Placar.


Com a eleição de Waldemar Pires à Presidência, o Corinthians viveria novos tempos. Somando-se os maus resultados da temporada de 1981, a saída do Presidente Vicente Matheus e o anseio pela liberdade no período da redemocratização da política brasileira, o cenário era mais do que favorável. Sob o slogan de Democracia Corinthiana, criado pelo publicitário Washington Olivetto, o Clube entrava de vez numa experiência revolucionária para o meio futebolístico.

Idealizada pelo sociólogo Adilson Monteiro Alves – chamado para integrar o novo Departamento de Futebol do Clube –, a proposta inédita reunia dirigentes, conselheiros, funcionários, técnico e jogadores sob o princípio da autogestão. Em outras palavras, todos teriam o direito a opinar nas decisões internas e o voto de cada um, independente do cargo, possuiria o mesmo valor. Além da contribuição positiva com uma ideologia de resistência ao regime militar, o grupo de atletas era reconhecidamente talentoso, contando com grandes ídolos como Doutor Sócrates, Casagrande, Zenon, Biro-Biro, Zé Maria e Wladimir.

Em plena Ditadura Militar, as mudanças sócio-políticas foram profundas dentro do Parque São Jorge. Desde a discussão acerca do autoritarismo nas relações sociais de trabalho até a necessidade real das conhecidas “concentrações” pré-jogo, que afastavam os jogadores da vida social. No que diz respeito às atitudes dos próprios atletas, o movimento provou a importância do engajamento de ídolos das grandes massas. Além de combater o conservadorismo que regia os clubes brasileiros, os líderes da Democracia se tornaram porta-vozes da liberdade de expressão no país, direito corrompido e buscado no momento efervescente da década de 80.

Recentemente, no dia 4 de dezembro de 2011, o Corinthians se sagrava Pentacampeão Brasileiro. Feliz pela conquista, a Fiel, por outro lado, sentia a perda da grande figura da Democracia, o eterno Doutor Sócrates. Fantástico com a bola nos pés, o inesquecível camisa 8 também exercia o papel de contestador. O ponto alto foi o envolvimento nos comícios e movimentos pelas Diretas Já. Ao lado do povo, ele, Wladimir, Casagrande e outros jogadores reforçaram o coro pela aprovação da emenda Dante de Oliveira, que previa a realização da eleição direta para a presidência. Mas os craques alvinegros não estavam sozinhos. Além deles, pessoas relevantes para a opinião pública, como Osmar Santos, Rita Lee e Juca Kfouri, legitimaram o movimento.

Dentro de campo, a equipe alvinegra também não decepcionou. Após um 1981 abaixo das expectativas os títulos reapareceriam. Nas finais contra o São Paulo, em 1982 e 1983, a Fiel pôde comemorar o bicampeonato estadual. A primeira conquista veio com as atuações brilhantes de três jogadores: Casagrande, Biro-Biro e Sócrates. Ainda no início da carreira, com apenas 19 anos, Casão, como também era chamado, já havia impressionado em sua estreia contra o Guará-DF, ao marcar quatro dos cinco gols da partida. No dia 1º de agosto, em clássico contra o Palmeiras, o centroavante caiu de vez nas graças da Fiel, com três gols. Biro-Biro e Sócrates fizeram os outros dois tentos e fecharam o inesquecível placar de 5 a 1. Já na fase final, o Timão enfrentou o São Paulo em três oportunidades, perdendo a primeira de 3 a 2 e vencendo as outras duas decisivas por 1 a 0 e 3 a 1.

No ano seguinte, o time do Parque São Jorge teve clássicos para decidir o seu bicampeonato. Na semifinal, o Palmeiras, e na final, o São Paulo, outra vez. Sócrates foi a grande estrela, marcando quatro gols, um em cada confronto. Contra a equipe alviverde, no primeiro jogo da semifinal, o Doutor sofreu com a marcação individual e apenas fez de pênalti no empate em 1 a 1. Já na segunda, bastou uma jogada para definir o 1 a 0 e a classificação. Após a vitória por 1 a 0 na primeira final, o Timão podia apenas empatar para ficar com o Bi. E foi o que aconteceu: 1 a 1. Corinthians 19 vezes campeão Paulista e a Democracia coroada.

Com a abertura política ainda que tardia, anos depois da emenda Dante de Oliveira, e a saída de Sócrates em 1984, o movimento foi aos poucos cumprindo seu papel e chegando ao seu final. Como legado ficou o bicampeonato paulista, uma galeria de ídolos e figuras representativas para a identidade corinthiana e o orgulho da Fiel em contar que viu o seu Clube escrever uma das mais belas histórias do futebol brasileiro e mundial.

Confira a entrevista concedida por um dos líderes da Democracia Corinthiana, o lateral esquerdo Wladimir:

Qual o legado que a Democracia Corinthiana deixou para o Brasil e o Mundo?

Foi um momento histórico em que pudemos honrar nossa condição de cidadãos brasileiros. Creio que os atletas não podem se sentir a margem do processo político brasileiro em nenhuma época. Não somos alienígenas. A Democracia trouxe uma nova consciência de que mesmo que sejamos jogadores e figuras conhecidas das massas, devemos nos portar de maneira a combater o autoritarismo nas relações de trabalho e políticas.

Como é para você ter participado do movimento de maior importância sócio-política da história do Corinthians?

Na verdade, eu sempre estive envolvido em questões políticas. Costumava frequentar e apoiar o Sindicato dos Atletas. Os jogadores também têm direitos e deveres naturais que naquela época não estavam sendo respeitados, assim como todos os cidadãos. Diria que o movimento foi a consagração da grande ansiedade que tínhamos em poder ajudar na redemocratização brasileira. Foi um momento oportuno.

E qual era a sensação em subir no palanque dos comícios pelas Diretas Já?

Era incrível olhar de cima mais de um milhão de pessoas unidas pela mesma causa. Senti que estava tendo um papel nobre e uma postura de cidadão mesmo. É difícil não se lembrar do Sócrates e da máxima que ele deu naquele comício. Para ele, caso a emenda Dante de Oliveira fosse aprovada ele não abandonaria o país.

Qual a emoção de ver toda a revolução feita por vocês coroada pelo bicampeonato paulista?

Tudo começou com a escolha do treinador feita por nós mesmos. Resolvemos dar uma chance ao Zé Maria, mas não era a dele. Após definir o Mario Travaglini no cargo, decidimos a melhor forma de jogar, assumindo a responsabilidade e uma possível culpa caso algo não desse certo. Naquelas finais contra o São Paulo não tinha como dar errado, a gente sempre prevalecia nos momentos decisivos. Para jogar futebol é necessário o estado de espírito feliz para criar e vencer, e isso nós tínhamos.

Mande um recado à República Popular do Corinthians que buscará o Bi Mundial no final do ano.

Eu diria que o espírito daquele grupo da Democracia Corinthiana era da mais nobre representatividade e nível de consciência política. É claro que os tempos mudaram, o futebol mudou. Mas acredito plenamente que os jogadores atuais cumprirão a sua missão assim como nós, conquistando o Bi Mundial e a consagração desse projeto. Vai, Corinthians!

viernes, 6 de julio de 2012

Corinthians inaugura busto em homenagem a Sócrates

Agência Corinthians

No próximo dia 28 de julho de 2012, às 11h, o Corinthians realizará a inauguração do busto em homenagem ao ex-jogador Sócrates. A celebração acontecerá no Parque São Jorge.

Sócrates jogou no Corinthians de 1978 à 1983 e além dos campeonatos Paulistas de 79, 82 e 83, entrou para a história do Timão ao ser líder da Democracia Corinthiana, movimento que dava aos jogadores maior autonomia nas decisões do Clube.

O ex-jogador faleceu na manhã do dia 4 de dezembro de 2011, data em que o Corinthians consagrou-se pentacampeão Brasileiro.

www.corinthians.com.br

viernes, 9 de diciembre de 2011

Rio: encontro de torcedores debate Copa e papel do esporte

Presidente da Frente Nacional dos Torcedores reclama que nada está sendo feito na área social e cobra legado após o campeonato de 2014

A Frente Nacional dos Torcedores (FNT) promove neste fim de semana o 2º Encontro Nacional dos Torcedores, no Rio de Janeiro. As discussões vão abordar desde a regulamentação do esporte até a Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil.

No sábado (10), a atividade é restrita a integrantes do movimento. "A gente acredita que o esporte é do interesse público e tem relevância social. Por isso, precisa haver uma regulamentação. Sobre a Copa, precisamos discutir a falta de legado para a sociedade", defende o presidente da entidade, João Hermínio Marques. Para ele, nada está sendo feito de concreto na área social e em relação à redistribuição de renda. "Somente gastos exacerbados com as empreiteiras."

No domingo (11), será realizado o encontro "Arquibancada em debate", com a participação do ex-jogador do Botafogo Afonso Celso Garcia Reis, o Afonsinho (que inspirou a música "Meio de Campo", de Gilberto Gil), do historiador Bernardo Buarque de Hollanda e de Sônia Saldanha (filha do ex-técnico João Saldanha, que morreu durante a Copa de 1990). O evento acontece a partir das 14h, no teatro Max Nunes, na Tijuca, zona norte do Rio.

A FTN já participou neste ano de protestos contra a permanência no cargo do presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, e também de manifestações por melhores condições de trabalho nas obras dos estádios que serão usados na Copa.

Os organizadores do evento também programaram uma homenagem ao ex-jogador Sócrates, que morreu no último domingo (4). Segundo o presidente da frente, Sócrates pretendia participar do encontro por meio da internet.

Fonte: Redação da Rede Brasil Atual

sábado, 3 de diciembre de 2011

Sócrates en estado grave, fue hospitalizado por tercera vez

Sócrates Brasileiro Sampaio de Sousa Vieira de Oliveira, una de las mayores glorias del fútbol brasileño, ingresó al Hospital Albert Einstein de Sao Paulo el pasado jueves, aunque no se supo hasta el sábado.

Según un comunicado de los médicos, Sócrates sufrió un "choque séptico de origen intestinal" causado por una bacteria. Permanece internado en la unidad de terapia intensiva, con respiración asistida y su estado es considerado "grave".

Sócrates, de 57 años, ya había sido hospitalizado otras dos veces este año por problemas derivados de sus excesos con el alcohol, que le habían generado una cirrosis hepática.



Sócrates, reconocido por la elegancia de su juego, militó durante casi toda su carrera en el Corinthians, que el domingo puede llegar a consagrarse campeón brasileño por quinta vez, en la última jornada del torneo.

También conjugó el fútbol con la política: fue un activo militante de izquierdas en las décadas de 1970 y 1980 y participó en múltiples protestas contra la dictadura que gobernó Brasil entre los años 1964 y 1985.

EFE