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27.11.12

Veríssimo

Na revista da TAP, “Up”, uma interessante entrevista a duas vozes: Luís Fernando Veríssimo e Miguel Sousa Tavares.

Luís Fernando Veríssimo é filho do escritor Érico Veríssimo e, de mérito próprio, um cronista pleno de êxito. Conheci o seu trabalho porque há uns anos o Expresso publicava crónicas suas todos os Sábados.
Eram crónicas de pequenas histórias, apontamentos, impressões, retratos do quotidiano apanhados na rede da perspicácia do autor. Nada tinham de pretensiosismo – mas eram brilhantes. Nada tinham de vã exibição de construção literária – mas eram muitíssimo bem escritas. Nada tinham de arrogância – mas exibiam uma ironia cirúrgica, que revelava o interior humano das histórias para logo o cobrir de um humor único, que o matizava. Uma maravilha.

Há uns tempos, no entanto, vi-o num programa de televisão, de visita a Portugal. E descobri um escritor tímido, acanhado mesmo. O meu espanto foi total. Onde estavam as tiradas desarmantes? Onde estavam as observações inteligentes? Onde estava a ironia mortífera? Onde estava o humor certeiro e divertidíssimo?

A resposta era só uma: estava tudo escondido. Lá, seguramente, mas escondido.

Este é o drama do tímido inteligente: em privado, com tempo e recato, a sua genialidade derrota inapelavelmente a timidez. Mas em público, sob a pressão da interacção social e da ditadura do imediato, a sua timidez oprime a genialidade.

O mesmo nesta entrevista: a propósito dos Portugueses e dos Brasileiros, da literatura ou da descoberta pessoal do país do outro, Miguel Sousa Tavares revela a sua inteligência e wit, enquanto Luís Fernando Veríssimo se perde poucos furos acima da banalidade. Fossem as respostas por e-mail e outro galo cantaria. (Quase) literalmente.

22.8.10

As Verdes Colinas de África

Desilusão.

De Hemingway espera-se sempre uma obra-prima e esta não o é. Esclareça-se que não é uma obra de ficção, mas sim uma descrição de uma temporada de caça em África.

Antes desta obra só tinha lido as 3 principais de Hemingway: Um Adeus às Armas, Por Quem os Sinos Dobram e O Velho e o Mar. São três obras fantásticas. Sim, já aí Hemingway era parco nos adjectivos. Sim, já nesses livros não se alonga a descrever emoções, antes as deixa subentendidas nas descrições dos acontecimentos. Sim, já aí gosta de frases curtas. Mas neste livro leva esse esforço de despojamento ao nível do soporífero. Quem já estiver estado numa caçada em África, talvez goste. Quem nunca lá esteve, aborrece-se com cada detalhezinho de cada momento de cada caçada, com pouco mais de humano para nos relacionarmos.

Pelo meio há umas considerações sobre literatura, que se limitam a umas tiradas de linha e meia, tipo twitter.

- "O que pensa de Ringelnatz?"
- "É maravilhoso".
- "Com que então gosta de Ringelnatz. Óptimo. E o que pensa de Heinrich Mann?"
- "Não vale nada".
- "Acha?"
- "O que sei é que não consigo lê-lo".

E pronto, passa para o autor seguinte. Lá há um ou outro sobre o qual se detém mais, mas a maior parte é neste estilo telegráfico. Por vezes é bastante ácido, quer com escritores à época bem vivos, quer com alguns dos seus leitores-admiradores (a começar pelo seu interlocutor, com ares de pretendente parvo a literato), mas sempre no mesmo registo.

É aqui que surge uma tirada de Hemingway que é muito citada, sobre Mark Twain:

- "Toda a moderna literatura americana vem de um livro de Mark Twain chamado Huckleberry Finn. Se o ler, deve parar onde o negro Jim é roubado aos rapazes. Aí é realmente o fim. O resto é uma fraude. Mas é o melhor livro que até à data tivemos. Todos os escritores americanos provêm daqui. Não há nada antes. Não houve nada tão bom depois."

Não é a mais exaustiva nem penetrante análise de Huckleberry Finn, mas é das mais assertivas. Bom soundbyte, bom twit, diríamos hoje. Pouco mais.

Isto vem logo no início e é retomado mais para a frente, sem resultados melhores. Depois, longas descrições de caçadas (tanto que para mim mais valia retirar a cedilha). Recomendo ler na cama, antes de deitar.


Só o último capítulo é que me agradou mais, sem nunca deslumbrar. Tem uma descrição mais viva, mais entusiasmante, talvez por ser o capítulo do triunfo. Deixa mais de lado os meandros da caçada e explora mais a relação com os nativos e os acompanhantes, incluindo a inveja causada pelo amigo que abateu caça maior. Mas, sendo melhor, nunca chega aos calcanhares de Por Quem os Sinos Dobram ou de O Velho e o Mar.

(Nota para mim próprio: ler o Huckleberry Finn :)

Adenda: template temporário em honra do post.

17.8.10

INVICTUS

Existe o livro e existe o filme. Não apenas fisicamente, claro, mas enquanto realidades. O livro e o filme são realidades bem diferentes. Um descreve o que se passou, o outro “hollywoodiza” o que se passou. O verbo “hollywoodizar” devia existir nos dicionários há muito tempo e Invictus é um exemplo claro desse imperativo. Não significa isto que o filme, entendido tal qual é, seja um filme menor. Afinal de contas, tem Clint Eastwood como director e Morgan Freeman como actor. Tem é de ser percebido como um produto de Hollywood baseado numa história verídica, não como essa história em si.

Comecemos pelo princípio.

A história que em ambos se conta é a da equipa de râguebi sul-africana (conhecida como os Springboks) que se sagrou campeã do mundo em 1995 e, especialmente, a forma como Nelson Mandela conseguiu reunir o povo sul-africano (todo ele) em torno dessa equipa.

Assim dito, pode não parecer grande proeza. Primeiro, a África do Sul sempre teve tradição nesse desporto (aliás, viria a vencer de novo o título mundial alguns anos depois). Depois, não era propriamente a primeira vez que uma equipa nacional mobilizava as esperanças de todo um povo. Sempre que há um Mundial de futebol, todo o Brasil fica electrizado. Só que há aqui uma enorme diferença. O râguebi era o desporto favorito da minoria branca pró-apartheid. Era mesmo um símbolo dessa minoria e desse regime. A população negra nunca fora adepta do desporto, desconhecia as regras, desprezava a equipa nacional – e regozijava-se sempre que ela perdia, porque era como se o próprio apartheid perdesse. Nos anos 80 houvera uma enorme campanha mundial para bloquear a participação dos Boks em competições internacionais, que teve sucesso – e a maioria negra comemorou intensamente. Em 1995 Mandela era já presidente, mas tinha sido libertado há meros cinco anos. As eleições haviam sido apenas no ano anterior. O país e o presidente procuravam construir a reconciliação, não alienar nenhuma minoria, impedir a natural tendência para o sentimento de vingança da maioria negra em relação à minoria branca, acabar com os discursos pró-violência de extremistas brancos e negros.

Ou seja, o país vivia no fio da navalha, com qualquer episódio aparentemente menor a poder conduzir à guerra civil.

Livro e filme permitem-nos perceber perfeitamente este contexto. Obviamente, o livro dá-nos bastante mais detalhes, fornecendo uma breve história da transição do apartheid para a democracia. O filme, por limitações de tempo, não o pode fazer, mas com duas ou três cenas expressivas (a começar pela impressionante e esclarecedora cena de abertura) situa-nos rápida e eficazmente no contexto. Resumindo, livro e filme deixam claro que os Boks eram um símbolo do apartheid, aproveitado por extremistas brancos para acicatar receios e odiado pela população negra.

E aqui surge Mandela.


No livro acompanhamos a forma como Mandela, ainda na prisão, foi habilmente conhecendo os seus inimigos, conquistando a sua confiança e negociando com eles a sua libertação e a instituição da democracia, ao mesmo tempo que tranquilizava os seus correlegionários do ANC e lhes moderava progressivamente a vontade de vingança. O filme centra-se mais no período pós-eleições, em que Mandela já é presidente e, com a sua extraordinária intuição política, se apercebe rapidamente do potencial do râguebi como factor de união. Se até no râguebi o povo se unisse, então unir-se-ia mais facilmente em tudo o resto.

A partir daí vemos como Mandela o conseguiu. Não o conto, porque seria um crime para quem ainda não leu o livro nem viu o filme. Normalmente não queremos que nos contem o fim. Aqui o fim é conhecido, não convém contar é a história maravilhosa que vem antes, onde vemos o poder de uma liderança inspiradora, pacificadora e mobilizadora ao mesmo tempo. Que homem extraordinário é Mandela e como foi o homem certo no momento certo!

Portanto, deixo o recheio por contar e termino voltando às diferenças entre livro e filme. A hollywoodização da história não prejudicou a mensagem central nem a sua beleza. Continua a ser uma história extraordinária, que merece ser contada, num grande filme que merece ser visto. Um dos melhores filmes do ano, sem margem para dúvidas. Mas certas cenas simplesmente não aconteceram. Na maioria dos casos, percebe-se porque foram alteradas. Por exemplo, é mais expressivo no grande écran e mais condicente com o hollywood heroe ver Mandela fazer um discurso “inspirador” que muda a opinião de uma sala cheia de dirigentes negros do que a forma como isso se passou na realidade: Mandela falou com cada um individualmente, até os convencer. Um belo discurso é mais bonito do que a política de bastidores. Mais bonito e certamente mais nobre, na ética de hollywood. Seja como for, é um exemplo de uma alteração que não muda a substância da história.

Há apenas uma mácula. O filme centra-se numa relação especial entre Mandela e o capitão da equipa, François Pienaar. É uma estratégia bastante hollywoodesca. O mestre e o aluno. O super-herói e o fiel ajudante. O líder que convence o céptico. O homem excepcional que leva o common guy a transcender-se.

É pena. Essa relação especial entre Mandela e o capitão dos Boks existiu, mas o filme acaba por ofuscar injustamente os outros construtores da reconciliação. Na verdade, muitos outros tiveram um papel importantíssimo, desde outros jogadores até ao treinador, passando pelo manager, pelo presidente da federação, por vários dirigentes negros e, até, por extremistas progressivamente convertidos à causa de uma democracia multipartidária e multiétnica na África do Sul.

Fica, como disse, uma excelente história, contada de forma fantástica num excelente filme. Mas se querem saber a história completa, leiam o livro. É ainda melhor.

Nota: alterei temporariamente o template para condizer com este post.

20.12.06

Escritas com a Foz por fundo

António Rebordão Navarro, Fátima Pombo, Pedro Baptista
em lembrança de Maria Virgínia
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"Sem deixar o ano encerrar, numa homenagem à literatura, uma conversa entre três escritores que fizeram da Foz cenário dos seus livros e nela vivem.
A falar três gerações, três momentos, três maneiras de se pôr em papel, com as quais se desvenda uma escrita aqui tão perto, tão deles e tão nossa.
À Maria Virgínia Rebordão Navarro, amiga e jovial personagem deste grande romance que vivemos, que lemos, porque há histórias que não acabam nunca. Pessoas que não morrem." [do convite]
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30 de Dezembro, às 18 horas, no pub Bonaparte
(Av. Brasil, Porto)

13.12.06

Desocupado leitor:


Quando era miúdo, havia uns desenhos animados espanhóis sobre o D. Quixote. Nesse tempo de duopólio RTP 1 e RTP 2 - quando Cartoon Networks, Pandas, Nickelodeons e afins eram uma miragem ainda lá longe -, em se tratando de desenhos animados, aqui o vosso amigo não perdia. Mesmo sendo uns desenhos animados fraquinhos, sem grande qualidade, vindos do lado de lá da fronteira, como era o caso destes.
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Com esses desenhos animados, fiquei a conhecer o Quixote. E durante muitos anos, o "meu" Quixote era o dessa série. Ou, pelo menos, o dessa série tal como então o vi e tal como o fui desde aí recordando ao longo dos anos. E era bem simples: um velho meio louco, vítima de alucinações frequentes que o metiam em toda a espécie de sarilhos - a ele e ao seu fiel escudeiro, Sancho de seu nome, Pança de sua alcunha e inocente de seu carácter, digo eu (lol).
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Mais tarde, começo a ouvir cada vez mais elogios à famosa obra de Cervantes. O primeiro romance moderno, uma obra que resistia à passagem do tempo, uma obra-prima, etc., etc., etc. Bem, confesso que fiquei curioso e lá ganhei coragem para comprar o livro. Ou melhor, a coragem foi precisa para começar a lê-lo, que são 800 páginas!!
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Ainda não acabei (nem sei se será tão cedo, porque tenho a mania de intercalar livros), mas desde já digo que sem dúvida vale a pena!
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Alguns elogios são exagerados. Para mim não é, claramente, o romance (ou obra de ficção, se preferirem) mais notável de sempre. Mas é uma obra riquíssima, que vai muito para além da narração das desventuras de um velho senil. Mas mesmo muito. O que, claro, mudou completamente a minha forma de ver D. Quixote. Nada como ir directamente à fonte!
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(a continuar)

25.4.06

Sophia

Não sou grande apreciador de poesia, nomeadamente da poesia culturalmente correcta - isto é, venerada pelo establishment cultural português. Acho que muita da poesia mais louvada no nosso país é aquela feita por poetas sem talento excepcional mas com o condão de serem excelentes relações públicas perante esse establishment. A ideia que dão é a de que bastam umas palavras impenetráveis (tipo "Húmus do tempo vertido, flor que dispersa em medida voraz, avenidas de medo no crepúsculo do teu seio") e umas tiradas apropriadas nos salões certos.

Mas depois há aqueles que o establishment não pode ignorar e que eu não posso deixar de admirar. Aqueles cuja poesia é límpida e simples, sem nunca ser banal. Pessoa, Régio, Eugénio ou... Sophia.

Sophia de Mello Breyner Andresen escreveu alguns dos meus poemas preferidos, com palavras breves, despretenciosas e certeiras, directas ao sentimento que eu gostava de saber exprimir de forma tão superior. Deixo apenas alguns curtos exemplos, que este não é um blog de poesia:


Mar

Quando eu morrer voltarei para buscar
os momentos que não vivi junto ao mar.


Ausência
Num deserto sem água
Numa noite sem lua
Num país sem nome
Ou numa terra nua

Por maior que seja o desespero
Nenhuma ausência é mais funda do que a tua.


As Ondas
As ondas quebravam uma a uma
Eu estava só com a areia e com a espuma
Do mar que cantava só para mim.


E, claro, o poema que me fez escrever este post. O poema que melhor define o 25 de Abril. Já sei que hoje ele aparece em mil e um blogs e sites e jornais, mas não podia deixar de o pôr aqui também:


25 de Abril

Esta é a madrugada que eu esperava
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo.


Bom (resto de) Feriado!

15.2.06

MST premiado

O livro "Equador", de Miguel Sousa Tavares, conquistou em Itália o prémio literário Grinzane Cavour 2006. O prémio é considerado um dos quatro mais importantes em Itália e o mais prestigiado para a literatura estrangeira publicada no país.A escolha dos vencedores é decidida por um duplo sistema: a selecção feita pelos críticos (escritores, jornalistas culturais e críticos literários) e o voto popular, constituído por leitores entre os estudantes de italiano de várias instituições nacionais e estrangeiras (Berlim, Bruxelas, Paris, Moscovo, Praga, Estocolmo, Tóquio, Cairo, Buenos Aires e Salamanca).
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Há uns tempos perguntaram a MST numa entrevista como tinha sido a reacção dos críticos literários à incursão do jornalista pela ficção. Ele sorriu e disse que se definia como contador de histórias (salvo erro), para não incomodar ninguém com uma auto-definição como escritor... E notou que nunca tinha sido convidado para os 3 ou 4 programas televisivos de literatura existentes. Será que agora, com o “reconhecimento internacional”, o vão convidar? Seria interessante. E revelador.

24.9.05

António Lobo Antunes

A não perder a edição (para breve) de cartas de António Lobo Antunes à sua mulher, quando estava ao serviço do exército português na guerra colonial. Provavelmente será uma óptima ajuda para melhor perceber a presença recorrente dessa guerra na sua obra.

Lobo Antunes é um dos escritores da minha adolescência e pós-adolescência, tanto nas obras de ficção como nas crónicas. Sempre teve uma visão ácida da nossa sociedade. Mas enquanto nas primeiras obras essa acidez se transformava em sarcasmo iconoclasta (imperdível a crónica sobre os portugueses da era cavaquista a descobrirem a maravilha dos passeios dominicais, em fato-de-treino verde e roxo, pelos shoppings que abriam como cogumelos), a partir dos anos 90 foi-se tornando numa acidez mais amargurada, sem esperança, deprimente. Para mim, começou a entrar nessa estrada após "A Ordem Natural das Coisas".

A ver vamos se volto a descobrir o prazer de o ler que tinha há uns anos.

16.6.05


Eugénio de Andrade

"Creio que foi o sorriso,

o sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso"

Eugénio de Andrade

12.5.05

Steinbeck e Hemingway

Tenho dois escritores americanos preferidos: John Steinbeck e Ernest Hemingway. Penso que representam duas facetas diferentes da vivência americana no século XX.

O primeiro mais introspectivo, centrado nos conflitos pessoais e sociais, como a pobreza da Depressão em As Vinhas da Ira, a integridade e honestidade em O Inverno do Nosso Descontentamento ou a ganância em A Pérola. É a América excluída do Sonho Americano dos imigrantes que chegam, vêem e vencem.

Hemingway, na maior parte da sua obra, representa a América aventureira, combativa, dos homens e mulheres que construíram uma nação nova e fantástica. Mostra-nos americanos em constante busca de emoções e desafios, mesmo com os perigos e as tristezas que eles possam acarretar: basta ler Por Quem os Sinos Dobram, Um Adeus às Armas ou O Velho e o Mar.

Encontram-se na defesa da liberdade e da democracia, sempre em busca de uma maior dignidade humana. Exemplo disso é o enredo de O Velho e o Mar, que podia ser de qualquer um dos dois - independentemente, claro, dos traços estilísticos que nos dariam obras bem diferentes. O que diriam ambos da América actual, com tantas marcas de intolerância religisoa/moral?