pSiCoLoGiAs dA TrEtA

::diário de bordo, manual de sobrevivência, feito de teorias da conspiração, ideias parvas, conceitos, preconceitos, provocações, alucinações, livro de "receitas" pseudo-afrodisíacas, ora picantes ora agridoces, de alguém que vive num país assim a dar para o esquisito, a que alguém chamou um dia Portugal::


domingo, 16 de maio de 2010

Falência


::rua 1º de dezembro::lisboa::



terça-feira, 11 de maio de 2010

Da Hipocrisia...




Lembro-me sempre do triste episódio ocorrido numa Feira do Livro em Braga, aquando da apreensão dos livros que tinham na capa esta imagem de Courbet, sempre que alguma espécie de hipocrisia me chega aos ouvidos ou "bate à porta".

As pessoas falam de Educação, sem no entanto perceber muito bem afinal o que é o conceito de Educação. Apontam o dedo acusatório e atiram a primeira flecha sem que os contornos do pecado sejam muito claros, e em última instância, o "culpado" é sempre aquele que se limita a fazer o seu papel de agente da Educação, e nada mais do que isso. Tanto pais como professores erram nas suas funções; ninguém é perfeito e nada nestas palavras deve ser lido unilateralmente. O papel de professor não se finda na leccionação, tal como o papel de pai não se finda na gestão de afectos ou disciplina. Todos ensinam algo um pouco fora do seu âmbito. E é aqui que se entra em terreno perigoso.

Existem pais que exigem dos professores tudo aquilo que eles não lhes podem dar em casa; existem pais que apenas se lembram que são pais na altura em que (raras vezes) se dirigem à escola; existem pais que acham que educar um filho é somente alimentá-lo, vesti-lo, fazer-lhe uma festinha antes de se deitar e comprar-lhe as tretas que ele quiser. Concluindo, existem pais que se demitem da sua função de Educadores. Tal como os professores, a família tem um papel como agente da educação. A mais importante. O pai que falha como pai é sempre o que se dirige à escola para insultar o professor. Hoje em dia, infelizmente, é assim. Existem, contudo, professores que pensam que ser professor é usar do autoritarismo próprio de quem sabe que tem o poder, e fazer disso a sua melhor ferramenta no auxílio do processo ensino-aprendizagem; por outro lado, também existe o reverso da medalha: professores que deixam de ser professores, o veículo máximo de transmissão de conhecimento, para passar a ser o "melhor amigo" ou confidente, e imiscuem-se na vida dos alunos, sem pudor ou bom-senso.


Acredito (e isto é a minha opinião pessoal) que não cabe ao professor educar no âmbito da SEXUALIDADE, mas a ele cabe-lhe desmistificar alguns conceitos e promover acções informativas. Educar para os Afectos. Educar para o Respeito e promover a Igualdade entre raças e sexos. Não cabe ao professor catequizar (sorrisos) qualquer CONFISSÃO RELIGIOSA - vivemos num Estado Livre e Leigo, embora com fortes influências judaico-cristãs. Finalmente, não compete ao professor instigar pensamentos de cariz POLÍTICO aos seus alunos. Cada um, portanto, deverá ser LIVRE, usufruir da Liberdade que lhe é dada no Estado Português e definir o seu caminho, dentro da liberdade de escolha que lhe assiste, como Ser crítico, que teve a sorte de nascer num país ocidental que lhe confere plenos poderes para pensar, agir e sentir como bem lhe aprouver.


Os papéis subvertem-se quando pais fazem tristes figuras como as que aconteceram em Braga, e quando professores fazem tristes figuras como a da professora de História de Espinho. Tudo errado e tudo ao contrário, na minha perspectiva. Infelizmente, estamos ainda muito longe do caminho certo, em que Família e Escola deveriam ser entendidos como fundamentais nesse fantástico processo que é o da Educação. Vivemos o nacional-porreirismo da permissividade em que alguns pais "compram" os filhos com gadgets tecnológicos e, ou porque, não têm TEMPO para eles, bem como o do ensino para a mediocridade promovida por alguns professores, porque afinal não era bem aquilo que queriam ser e foram apar ao Ensino de pára-quedas. 

Afinal de contas, é muito mais "fixe" ser amigo do que ser pai ou professor. Pelo menos, agradar e ser complacente não dá tanto trabalho como ensinar.


Nota: no dia em que quase toda a nação portuguesa olhar para esta pintura de Courbet e conseguir ver mais do que uma "barbaridade", "obscenidade" ou "falta de princípios morais", e entendê-la como uma obra de Arte, talvez estejamos no caminho certo...



She's Lost CONTROL

A propósito dos últimos devaneios virtuais.


segunda-feira, 10 de maio de 2010

domingo, 9 de maio de 2010

This world is full of SHIT!

Actualmente passo muito tempo sem vir ao Blog (não é falta de tempo, apenas equacionei prioridades e o Blog tem ficado para trás), e confesso que é uma parte da minha vida da qual tenho algumas saudades. Um dos meus leitores mais cáusticos é o HL aka Metamorphosis e, também, um dos meus preferidos (entre muitos, que já me habituei a ter por aqui e que são parte da minha vida real, como a Sofia ou o Nuno). Não é meu amigo pessoal, nunca nos vimos pessoalmente, mas é alguém que, como eu, é do Contra e volta e meia diz-me aquilo que eu estou a precisar de ouvir. Como ultimamente me disse que estou a ficar mole, que já não escrevo, "já não espalho o terror". Estou armada em "conas".

Este Blog, para além de ser parte de mim, ganha vida própria quando quer. Não faço moderação de comentários, não apago comentários, nunca o fiz e penso que não o farei. Não vejo necessidade disso, pois considero que quando alguém é deselegante (no mínimo) e diz uma ou outra coisa menos simpática, para mais se se esconder por detrás de um nickname, é porque não tem a dignidade suficiente para mo dizer na cara ou enviar um mail. Falta de coragem, maturidade e infantilidade. Acho engraçada a dinâmica das caixas de comentários. Diverte-me. Não é mais do que o feedback daquilo que se escreve. Já me disseram tanta, tanta coisa nessas caixas. Comecei a escrever em Blogs fará este ano em Setembro, cinco anos.

Aqui, fiz bons amigos, e soltei boas gargalhadas. Também conheci pessoas "estranhas". Ainda as vou conhecendo. Este Blog sou eu, mas não apenas eu. Sou o reduto daquilo que acho que os outros gostariam (ou não) de ouvir, tal como se faz nos consultórios de psicólogos e psiquiatras. Quem faz terapia há-de saber melhor do que eu. Não sou psicóloga nem psiquiatra, e nunca fiz terapia ou tive depressões. Noutras palavras, posso até ser uma grande maluca doida varrida, mas não estou diagnosticada.  Nunca tive distúrbios mentais de ordem alguma, não mais do que a grande maioria das pessoas ditas normais, até porque gosto de pensar que sou normal. Conheço muitas pessoas com esses distúrbios e, por norma, aborrecem-me um bocado e não lhes chamo amigos. Há quem seja racista, há quem seja xenófobo, há quem seja comunista, há quem não goste de comunistas... eu simplesmente não simpatizo com gente de "distúrbios". Não se pode gostar de toda a gente.

Isto sou apenas eu e as minhas opiniões, um lugar de lugares-comuns, um lugar de polémicas, de diz-que-disse. Há pessoas que vêm aqui parar cheias de opiniões, outras cheias de ódios, cheias de muita coisa boa e má que não conseguem extravasar nas suas vidas reais. Só assim eu explico a quantidade de comentários que aqui escrevem A METRO, que me fazem pensar "ok, isto é só gente maluca mesmo". 


Na caixa de comentários do post abaixo li algumas coisas que me fizeram pensar que provavelmente passo a imagem de ser uma gaja fútil, cheia de tretas, cheia de hipocrisias socialmente aceites. Não sou e sei que não sou. Não entendam isto como explicação do que quer que seja; quero que entendam o que se segue como o DEDO NA FERIDA, ou os DENTES NA JUGULAR. Juntei dinheiro para fazer uma viagem na Páscoa para um sítio quente, onde não morresse de paludismo e a paisagem fosse bonita, onde se comesse BEM, COM A PESSOA QUE AMO, porque sinceramente trabalho para isso e porque nos APETECEU. Também não precisava de ir para lá pois vivo no PARAÍSO e podia perfeitamente fazer férias em CASA, onde tenho a vida que escolhi e gosto. Cada um vai para onde QUER, e eu entendo que se não critico as escolhas de vida dos outros, não aceito que critiquem as minhas. Parece inveja, sinceramente parece, desculpem lá. Dor de corno ou de cotovelo. Depois li isto: cliquem aqui por favor. E percebo uma data de coisas. Percebo onde mora a frustração, a raiva e uma data de coisas que as pessoas sentem e demonstram da pior maneira possível. Vêm parar a blogs e acham-se no direito de deixar nas caixas a merda que lhes vai na cabeça. Sim, a MERDA dos preconceitos e dos moralismos apenas porque foram enganados e traídos e acham que toda a gente que comete um erro é alguém muito mau, que não tem princípios. Em suma, são pessoas muito desconfiadas que vêem a vida a preto e branco, e calculo o Inferno que fazem às pessoas que têm de partilhar casa e cama convosco. 


Às Malus e outros que habitam espaços reais connosco no Mundo, mas não têm os cojones (vá, colhões) para encarar a vida de frente, e para aceitar outras experiências de vida e, sei lá, crescer com isso, ter outra perspectiva e acham que as suas opções é que são muito correctas e cheias de virtude, eu tenho algumas coisas a dizer: graças a Deus EU ANDEI COM UM HOMEM CASADO, pois assim pude errar, sofrer, cometer erros e crescer com eles, mas acima de tudo, porque tinha essa opção. Tentar a minha sorte, arriscar. Porquê? Chamem-lhe piegas, mas porque me apaixonei. Não, não tinha 30 e tal anos, tinha mesmo 20 e poucos. Se pudesse voltar atrás faria o mesmo? Não, se eu pudesse voltar atrás iria à procura da pessoa com quem estou hoje, e já agora, SE a minha avó tivesse rodas era um camião.

Pasmem-se: tenho amigas que caíram no mesmo erro. AHHHHHH PECADORAS!!!!! Olhem uma delas até andou com um gajo casado e que tem um filho! Pois é. Pecadoraaaaa!!!!!! PUTAAAAA!!!!!! Quem mais sofreu no meio destas histórias de amor e desengano? A mais das vezes, são as pessoas envolvidas, os pecadores, os enganadores, precisamente porque a vida não nos dá fórmulas para resolver as coisas que encontramos pelo caminho. Com filhos ou sem eles. Às vezes as pessoas separam-se, às vezes não, às vezes ficam juntas, e outras ficam com as "amantes". Ou com os "amantes". As "outras" ou os "outros". Às vezes ficam todos sozinhos, e às vezes quando acordam e vêem que escolheram a pessoa errada é tarde demais. 
É a vida. Shit happens.

Portanto, a essas pessoas que acham que têm muita moral, que têm bons valores e os melhores princípios, apenas vos digo que a nódoa cai no melhor pano. Eu pude errar, no alto do meu livre-arbítrio, aos 20 e tais. Provavelmente, não o voltarei a fazer, mas não sei. Ninguém sabe. Sou ateia, portanto não acredito no fogo eterno, não me tira o sono. Vivo a minha vida de forma feliz e descontraída, sou feliz ao lado da pessoa que amo. Acredito na monogamia, é certo. Isso também é ser socialmente aceite. Não teria paciência ou tempo para ter mais do que uma pessoa. Acredito que não se escolhe quem se ama, por isso acho que tive e tenho MUITA sorte, pois não é um cretino cheio de merda e preconceitos na cabeça. Não foi um acidente de percurso e não vivo à espreita da felicidade dos outros. Percebo que isto incomode muita gente, cause grandes transtornos, e suscite muitas más línguas. Já estou habituada. 

Tenho é nojo de pessoas que se acham o supra-sumo da moral, ética e bons costumes. Sabem que mais? Não tenho vergonha absolutamente nenhuma de o dizer, já sofri que chegue e já fiz a minha penitência, já foi há tempo suficiente para não me envergonhar de escrever sobre isso. É pena é que existam pessoas que andem tão cegas que se esqueçam que ainda lhes pode acontecer, não é só aos outros; vivem as suas vidas de forma tão cega que se esquecem que o seu querido ou querida cônjuge traga na bagagem semelhante história de traição; que provavelmente a sua irada opinião sobre as pecadoras e pecadores TRAIDORES!, seja tão cega que o outro tenha MEDO de contar o seu passado. Isso é muito triste, mas sinceramente estou-me a CAGAR. Vivam a vossa vida miseravelmente na sombra dos vossos preconceitos, escudem-se nos filhos que têm aos 28 anos (WTF?!?! Quem é que quer saber disso??) e no facto de terem casado às escondidas (que cena mais parva, sinceramente!!! Isso prova o quê? Que não querem fazer uma festa com os amigos e a família??). Não me venham é com conversas de merda sem me conhecer  de lado nenhum, porque isso eu não admito. 


Foi o meu percurso de erros, casos com pessoas erradas e enganos que me trouxe até aqui, onde estou hoje. E ainda tenho muito pela frente. O que me interessa é o que está cá dentro, e tenho muito orgulho nisso, principalmente porque não faço segredo dos meus pecados. Vir aqui tentar fazer-me sentir culpada é que dá vontade de rir. No mínimo. 

sábado, 1 de maio de 2010

Ataque pessoal, mania da perseguição ou... publicidade meio parva?





Não é a adulta dentro de mim que se revolta ao ler esta merda, é mesmo a adolescente que:

1 - não saía muito à noite
2 - vestia-se de preto, cinzento e bege
3 - nunca gostou de ouvir música muito alto e não teve uma guitarra
4 - não tinha namorado, logo não beijava em público e se beijasse era mais às escondidas
5 - se dormisse ao "relento" (quem é que diz ou escreve "relento"??? Os brasileiros!?!) o meu pai dava-me uma carga de porrada que havia de ser bonito
6 - achava que não podia, não devia, que tinha vergonha de tudo e de todos

an so on...


Isto reflecte a triste imagem de dois clichés absurdos: um, de que os adolescentes são todos iguais, e o outro, de que os adultos também são todos iguais. Já agora, que somos todos muito espertos e livres e cool quando somos putos e depois crescemos e tornamo-nos uns chatos. A verdade é que quando somos putos, temos borbulhas, maus penteados e ninguém gosta de nós, ninguém nos compreende. Depois crescemos e as coisas nem são assim tão diferentes, mas melhoramos o nosso aspecto e a cultura geral.
Claro que há a malta tipo Morangos Com Açúcar, mas esses são uma minoria.

Ainda bem que eu não compro esta ideia, porque felizmente não me revejo nela. Em nada. Assumo a minha pose de "chata", não apenas como adulta que já não tem paciência nem circunstâncias de vida e sobretudo VONTADE de querer fazer coisas que fazia há uns anos, mas também como de adolescente que nunca se reviu na imagem cool ou era muito popular ou tinha o estilo de vida que se deduz na publicidade em causa.

Sinceramente, não sou a adulta chata que a publicidade descreve, tal como a maioria dos adultos que conheço não o é, mas também não sou a adulta meio tonta que a publicidade sugere no fundo que sejamos, muito "à frente", até porque seria impensável ter o mesmo tipo de vida que tinha quando era uma estudante académica.

Não é uma questão de idade, é somente uma questão de atitude. 
Sobretudo, de saber viver com as opções que se tomaram na vida e de saber aceitar a mudança.


Se eu não gostasse tanto de Sumol de laranja...


quinta-feira, 25 de março de 2010

A Vida tal e qual ela é

estou aqui sentada no meu sofá com vista para a cidade e luzes e chuva e chuva e chuva e vento etc e lembro-me de mil e uma noites diferentes, noites de um passado ausente, longínquo, recente, de um passado que me trouxe até aqui, a achar que a Vida, sendo tal e qual aquilo que me disseram que seria, não o foi de forma alguma o previsto, o suposto.

existe em mim uma necessidade tremendamente assustadora e perigosamente ridícula de mudança, que me empurra para decisões que amargamente concluo não serem as mais adequadas. e aprendo, obviamente, aprendo. mas sofro. adiante. no entanto, há mudanças saudáveis, projectos desterrados desenterrados de gavetas, as linhas prontas a receber cor, viagens, promessas de sol em dias tão cinzentos como estes que vivo, promessas daquilo que se deve viver na idade adulta, tipo catálogo de vida. a vida que se escolheu.

imagino-me ou recordo-me do que era aos 6 anos de idade e se houvesse um catálogo de vidas, eu teria escolhido algo parecido com o que vivo. não casei aos 25 nem tive o primeiro filho aos 27. não fui uma adolescente popular, gira e cheia de amigos, não tive dentes direitos, usei óculos e tudo, não ingressei numa profissão de sonho, não sou famosa ou rica, não escrevi o tal livro, nem plantei a tal árvore. não era essa a vida com que sonhava. ainda assim, não sucumbi às pressões daquilo que achamos que é melhor para nós, nem dei demasiada importância à opinião dos outros, quando o podia ter feito. dei todos os maus passos, conheci as pessoas mais estranhas, tive comportamentos de risco, quase auto-destrutivos, andei no lado "errado da noite". fiquei do lado de lá das decisões de vida socialmente correcta e bem aceite. e sobrevivi. andei perdida, acho que ainda ando um pouco. miserável o que se acha seguro de si, o que acha que já atingiu tudo. aquele que acha que tem tudo. tão miserável como o que acha que não tem nada. e que se queixa de tudo.

não suporto pessoas que se queixam de tudo. aborrecem-me, sinceramente. aborrecem-me também os presunçosos. aborrecem-me os círculos de pessoas que se relacionam com intenções dúbias ou por questões mal resolvidas, ou porque é conveniente que assim seja. aqui há tempos envolvi-me em algo que achei ser uma boa ideia, mas desisti no início do percurso, porque tal era a presunção, a vaidade, a pseudo-intelectualidade, e o monte de coisas inclassificável, que me encolhi, fechei-me dentro da concha e disse "isto não é para mim". às vezes podemo-nos esquecer de quem somos, mas não a determinado ponto. dei uma desculpa de merda e pronto. e rio-me quando me lembro de algumas afirmações. de coisas que ouvi. alguém fazer-se passar pela família de fulano porque é um nome coiso e tal de importante. alguém dizer "tratem-me como se eu fosse outra pessoa qualquer e não EU"...

não perco tempo a armar-me aos cucos e detesto constatar que as pessoas estão cada vez mais viradas para isso, à medida que o tempo avança e a idade avança. a pressão do sucesso. somos indivíduos "desenhados" para conquistar e vencer, a todo o custo. para alcançar o sucesso. SUCESSO. à conta do sucesso, as pessoas vestem trajes hediondos de medo mascarado de alegria, de frustrações mascaradas de vaidade, de falinhas mansas mascaradas de más intenções. quase todos preferem atacar e destruir e falar mal do que construir, ser amável, ajudar o outro. li algures que somos crianças a brincar às profissões e, a avaliar pela quantidade de papéis desnecessária que envolvem quase todas as profissões, talvez seja das afirmações mais acertadas que já ouvi. de ver algumas atitudes, interrogo-me se estou na profissão certa ou se seremos mesmo adultos infantilizados a jogar ao faz de conta. alguns chegam mesmo a ser ridículos.

são poucas as pessoas que decidiram viver as suas próprias vidas e enfrentar os seus defeitos, os problemas, a tristeza. hoje em dia, ninguém pode estar triste: tem de estar deprimido. hoje em dia ninguém pode escolher estar sozinho: tem de ter amigos (conceito estranho, o de amizade). ninguém pode ficar em casa ao sábado à noite: é um bicho raro. se alguém foge à regra instituída de "vida perfeita do século XXI", é um excluído. carta fora do baralho. anda tudo tão preocupado em ser moderno e diferente (quando alguém vos disser "sou uma pessoa diferente" riam-se e fujam) que de repente tudo se tornou igual. já repararam que as pessoas procuram sempre o mesmo, as mesmas coisas? ser DIFERENTE (já não posso ouvir ninguém achar-se diferente, juro) é sinónimo de ouvir as músicas x, ler os livros w, ver os filmes y, jantar nos sítios da moda, ir aos bares da moda e sempre com um ar negligé. ah, e ter uma vida sexual fantástica. às vezes penso que essas pessoas não VIVEM de facto. vidas reais. vidas com substância. vidas feitas de pequenos acordares em manhãs em que pensamos "nunca mais é Sábado" ou "que se foda esta merda toda, hoje não me apetecia nada ir trabalhar!", porque toda a gente gosta de dizer que gosta de fazer o que faz. aqui há tempos disseram-me, a propósito do meu cansaço e desabafo sobre o mesmo, que "não deves gostar do que fazes, eu adoro o meu trabalho!" e depois é uma gaja que está com uma depressão tão grande e a tomar tanta porcaria, que tão depressa é um zombie como está histérica de riso. dá palpites na vida de toda a gente, mas tem a dela num caco. eu só observo e penso WTF????


cansa. até este texto cansa. não vou sequer reler isto tudo.


era apenas para deixar bem claro que eu nunca quis ser diferente de ninguém nem coisa nenhuma. aliás, nem sequer nunca pensei muito sobre "aquilo que a Vida deve ser, tal e qual ela é". limitei-me a vivê-la. a abraçá-la. às vezes, mesmo a negá-la e a temê-la.

neste momento a minha meta consiste em acabar a semana de trabalho, em ter mais duas reuniões, em começar a tela que está ali desenhada há um mês, em ultrapassar o pânico que é recomeçar a pintar depois de tanto tempo. não se trata de bloqueio de artista, é medo mesmo de falhar. de já não sentir a mesma coisa, porque ideias não falta nem inspiração. falta a coragem. RECOMEÇAR é muito difícil. mas vai ser bom, bom bom bom a valer.

depois ir de viagem para Cabo Verde e não pensar em nada. comer, beber e foder. sol, muito sol. preciso de sol. vai ser bom sair, fugir daqui, parar.

para depois regressar à Vida. tal e qual ela É. e ainda bem que é.






sábado, 26 de dezembro de 2009

Ainda acreditas no Pai Natal?





Antes de mais, quero desmistificar uma certa ideia que possa pairar no ar depois de se ler este post: eu até gosto do Natal. Declaradamente "até" porque gosto da tradição de se festejar qualquer coisa, porque gosto de festas, mas confesso que "até" de festas já gostei mais. Sendo este blog um pouco autobiográfico, um pouco pateta e um pouco lamechas, isto não trará qualquer benefício para ninguém nem aqui defenderei acerrimamente uma dama que não é a minha. "Até" porque nestas coisas de fé, crenças e quejandos que tais, tudo se torna demasiado relativo e aqui está uma coisa que, com o tempo, gosto cada vez menos de fazer. Uma questão de definição.

Cheguei, este ano, à conclusão que acreditar no Natal, no pai Natal, em Jesus Cristo, e em Deus são ideias demasiado próximas, para meu grande infortúnio. Claro que entre um frito de Natal, a missa do galo e o desembrulhar de um presente, a coisa confunde-se com o brilho e o barulho das luzes do pinheiro e o brindar de uma bebida qualquer. Porquê? Porque apesar da grande maioria das pessoas não saber porque é que acredita em Deus e em Cristo, porque é que raio é católico ou não, toda a gente gosta deste maravilhoso engodo contra o frio e a depressão que é o Natal. Ou não. Pensa-se demasiado no que se fez e não devia ter feito, no que se alcançou ou no que não se alcançou, pensa-se em família, pensa-se num hipotético futuro que alguém nos disse que seria brilhante e, não sendo, porque falta sempre qualquer coisa dita "perfeita", chora-se e sofre-se porque o Natal é uma bofetada das grandes que nos chama à razão para a nossa imperfeição. Tudo deveria ser perfeito no Natal, não é? Não nos devíamos lembrar dos que já morreram, não nos devíamos lembrar de coisas tristes, que ainda não tivémos dinheiro para oferecer algo melhor aos filhos, e é precisamente nesta altura que se fala mais de amor, amizade, solidariedade e compaixão. É nesta altura que em vez de celebrarmos a alegria do nascimento de Cristo, nos vem à memória toda a infelicidade das nossas vidas e é nesta altura que nos lembramos de quem mais sofre. Ou não. Há sempre aquelas pessoas que não choram por nada e não se lembram de nada, não sofrem, ponto. Andam de cara alegre e apatetada sem derramar uma única lágrima, pois não sabem o que é isso de sofrer.

O Natal é das crianças, claro que é. Óbvio que é. Os melhores Natais da minha vida foram os idos, em que era uma criança inocente, em que ninguém ainda tinha morrido, não havia doenças e só havia fome em África e o raio do bacalhau cozido era limpo do prato à força de ouvir a minha mãe dizer "com tanta fome que há em África...". Não havia tantos brinquedos, por isso não se notava a grande diferença entre meninos ricos e meninos pobres. Havia sempre o ricaço que tinha computador e havia sempre o cigano que vivia da caridade dos colegas. Hoje em dia... bem, hoje em dia os putos são abalroados por popotas, computadores xpto, consolas etc etc etc etc... hoje em dia não existe a vergonha de outros tempos de se dizer a um colega que se teve mais prendas que ele. Hoje em dia os putos já sabem o que é a palavra status. No entanto, quero acreditar que há putos com valores, porque os há. Hoje em dia, e na parte que me toca, eu não acredito no Pai Natal, não acredito em Deus, e sinceramente, estou a começar a deixar de acreditar na solidariedade, na amizade, no amor fraterno entre os homens. Ninguém quer realmente saber de ninguém. Toda a gente manda uma merda duma mensagem pelo telemóvel, e é se mandar, ou uma mensagem pela Internet que sempre fica mais barato. Escrevi postais a algumas (vinte) pessoas e mandei-os pelo correio. Recebi, em minha casa, dois postais. Dois. Os meus pais já me disseram que tenho lá mais dois, dado que um deles deve ser do Partido, estou curiosa por saber quem será a alma caridosa que me escreve ainda para casa dos meus pais. Tenho o cuidado de fazer um PowerPoint personalizado que normalmente dá alguma coisinha mais sobre a minha vida, uma espécie de actualização do ano que passou. Tive cinco respostas. Isto apenas para dizer que o número tem vindo a decrescer bastante nos últimos anos. Claro que sms são aos pontapés, mas há quem não se digne sequer a fazê-lo. Telefonar, ligaram alguns. Poucos, muito poucos.

Já são alguns anos e eu sinceramente cultivo uma certa tradição que, ironicamente, não me diz quase nada, a bem dizer do meu ateísmo profundo. Não me choca, como nunca me chocou fazer férias num sítio quente, onde não se ouve falar de Natal, onde o cheiro é de óleo de côco e não de óleo de fritar rabanadas. Cultivo algo que já ninguém cultiva e desconfio que a partir de agora, vou deixar de fazê-lo, pois se o fazia, era por acreditar que as pessoas gostavam. Sinceramente? Que tinha amigos. Pelos vistos, enganei-me. Há quem se desculpe com a falta de tempo, o que me irrita ainda mais, pois é como se eu das duas uma: ou não tivesse vida e não tivesse também eu mais que fazer, ou tivesse uma fórmula mágica que me permitisse ser e fazer aquilo que mais ninguém faz ou é. Aposto totalmente na primeira. Ainda há quem faça o papel melodramático de quem não tem nada para festejar, que morreu alguém, ou que tem alguém doente na família, que o Natal não faz sentido. Pois, devem pensar que a minha vida é só alegrias. No fundo, algumas pessoas estão demasiado habituadas a receber e a verdade é que só se lembram dos outros quando esses mesmos outros desaparecem de "cena".
Este, talvez tenha sido o Natal mais calmo da minha vida, em todos os sentidos. Abriu-me os olhos para uma realidade que a dada altura, nos apanha a todos: não temos vinte amigos. Ter cinco já é uma sorte!

Para o ano, quando me perguntarem porque é que não liguei, mandei postal de cartão ou virtual, vou responder: "ainda acreditas no Pai Natal?"


quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Natal é...






Cavaco a comer bolo-rei de boca aberta...





A merda do anúncio da popota e do modelo que já não posso ouvir...





O clássico pindérico dos Wham... Last Christmas...











Natal dos Hospitais...



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(pesadelo)






Felizmente há coisas destas que me resgatam o espírito natalício (seja lá o que isso for)...













___________________________________________________ e outras coisas mais que não cabem no Youtube.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Músicas e Álbuns da Minha Vida - Sete Mares





"Sete Mares", Sétima Legião, in Mar D'Outubro


::uma nova rubrica, um novo parágrafo, uma história, todas as histórias. falar de música(s) nos dias que correm é um acto indissociável de se pertencer a uma esfera/grupo/estereotipo/patamar intelectual/status whatever. basta para isto constatar páginas e páginas de facebook/hi5/myspace/blogs de tantas pessoas que por meio da arte de outros afirmam a sua própria individualidade e sentido de pertença ao enquadrar-se num estilo e não noutro, ser fã de algo, fazer menção a alguém ou a um grupo.

de todas as músicas que posso afirmar gostar, nem todas me marcaram, e é disso que sempre falo quando digo que gosto ou oiço isto ou aquilo. porque me marcou ou teve algum significado especial para mim. fosse uma fase de vida, de estado, de paixão, de descoberta, de surpresa, de depressão, fosse algo que me abrisse estados de alma, estados de estar, estados até mesmo de ser.

não podia deixar de começar com uma das mais antigas, das primeiras, das de sempre, das do tempo em que tinha uma irmã mais velha que me abria um mundo de canções que não as dos Onda Choc ou dos êxitos antigos em vinyl dos meus pais. o mundo das cassetes, o mundo dos gravadores, aquele em que se gravavam as nossas músicas preferidas a partir da rádio, a fazer pontaria ao momento em que o locutor deixava de falar ou começava a falar, mesmo antes de acabar a música. era o mundo da década de oitenta, das brincadeiras de rádio, que um dia seria a sério, eu é que não sabia...

até hoje, posso afirmar que os sétima legião são a minha banda preferida na língua de camões, e não serão muitas as que operam o milagre de abrir portas dentro duma memória de elefante como a minha. esta música, particularmente, envelheceu com a graça que só a intemporalidade lhe deu, como um bom vinho ou uma peça vintage, o vestido de casamento da mãe, uma jóia. porque só algumas coisas possuem a virtude de permanecer intactas no tempo sem se tornarem cansativas ou vulgares.

Vícios da treta


É que nunca pensei juntar-me a esta grande família do Facebook, quanto mais dar em agente da "lavoura".

E vêm aí uns dias fantásticos, com tempo para compras, escritas, passeios, descanso, culinária e claro... FARMVILLE!!!!

Até já...

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O Ricardo que se segue ao Ricardo Araújo Pereira como Divertido Palhaço

Depois de "autista", eis a nova palavra proibida na Assembleia da República: PALHAÇO.


Estes debates andam um espectáculo, melhor que reality shows.


À distância de um clique no play:





Claro que a seguir fui investigar quem era a figurinha com complexos de inferioridade lá da "probíncia" (só faltou dizer que é "lá da terra"). Fui ao Google e deparei-me com o currículo do dito senhor Ricardo Manuel Ferreira Gonçalves.
Uma vez que não tinha "a terra" (só dizia que era da "província" de Braga) e como estava a salivar de curiosidade, fiz mais uma busca e deparei-me com o título sugestivo de Ricardo Manuel Ferreira Gonçalves no Facebook. Cliquei na ligação. A imagem que se seguiu foi a que se segue:






Agora, descubra as diferenças:







domingo, 6 de dezembro de 2009

Este Natal...

... gostava de oferecer (sim, porque o Natal é tempo de dádiva, é tempo de sonhos, é tempo de altruísmo, é tempo de paz, é tempo de fazer e dizer o que não se disse durante o resto do ano inteiro, inclusivé nos Blogs ahahahaha) as seguintes prendas no "sapatinho" (friso GOSTAVA porque já sei que não as vou poder oferecer):




(e é nestas alturas que gosto realmente que praticamente ninguém saiba que tenho um Blog)







um McLaren F1 ao meu Mais-Que-Tudo.
(Já tens o gato, não faças essa cara!)








O Gerard Butler à minha amiga Ana Rita.
(mas o gajo fica em casa quando formos a Cuba).








Paciência (quilos e mais quilos) à minha amiga Sofia
(para o chefe, para os filhos, para o gajo, para as chatices da vida...) e umas consultas grátis no ortopedista que ela mais quisesse...






Uma temporada no Havai para a minha amiga P. que se tem dedicado tanto ao surf nos últimos anos.





Uma viagem de ida a NY à minha amiga Vera, em que nela estivesse incluída: uma bebedeira descomunal (todos os dias), umas doses de cocaína brutais, latas muitas de Red Bull com muito vodka e uma viagem de NY à California num Chrysler descapotável, sem mapa.
Eu depois ía lá ter, encontrávamo-nos em Las Vegas.
Quem é amiga, quem é?





Uma viagem às Maldivas (durante seis meses) como prenda de casamento àquele casalinho amigo que resolveu fazer uma festa de ajuntamento em 2010.








Um murro a alguns colegas
(sim, que isto de se dar, não interessa o quê, o que conta é a intenção, certo?)





Pronto, ok, talvez em vez do murro (que não é nada simpático), se os mandasse dar umas quecas não era má ideia, uma vez que a origem de muitos conflitos que vejo no local de trabalho, tem a ver com falta de sexo (oral, também, como mostra a figura).






Resmas de gajas boas aos meus melhores amigos
(os solteiros, claro; os outros só olham)









(OK Sérgio, para ti é a Monica Bellucci)










Um jacto a todos os que quisessem vir ter comigo, para matar saudades.







Um telefone que realmente funcione a algumas pessoas que eu conheço (daquelas que nunca têm tempo para nada, mas passam a vida a mandar e-mails de merda sobre a amizade, do tipo se não enviares isto a 50 pessoas vais morrer, ou do tipo cadeia da amizade, daqueles que dizem que não podem viver sem mim, que sou o máximo, etc, as mesmas pessoas que só dão notícias no Natal).










E cá está: a bela da meia turca com raquete cruzada e o belo do bibelot (que alguém deu o Natal passado e foi para o armário das prendas pindéricas) para dar àquelas pessoas de quem gosto IMENSO, como sinal da minha enorme amizade por elas. Nunca fiz isto, mas talvez este ano me encha de coragem e gaste o dinheiro nestas tralhas e no sêlo do envelope... vontade não me falta...






Um recado à TMN: este ano não vou oferecer telemóveis a ninguém nem quero que me ofereçam nenhum telemóvel novo, mas se fôr tão bem tratada pela operadora como fui este ano, mudo para a Vodafone e levo uma data de gente comigo.
Espatifo o cartão Mimo num instantinho.
Aproveito para fazer a má publicidade no Blog durante o ano novo de 2010. De borla e tudo!
Fica o recadinho.





Uma longa temporada neste Hotel de cinco estrelas a alguns políticos implicados em casos de polícia, em mentirinhas banais, em tribunais, etc (para descansarem das infâmias a que são sujeitos todos os dias, coitadinhos). A mesma temporada no Hotel implicava um pacote especial de vergonha na cara e uma embalagem de vaselina com areia.






Ora aqui está uma prenda que deixaria seis milhões de pessoas felizes: o Glorioso a ganhar o campeonato! Anda lá Jorge Jesus, estou contigo! Sê o Pai Natal de todos nós no ano novo (lá para coisa de Abril ou Maio...)






Uma VIDA a quem passa demasiado tempo a ler os Blogs dos outros. Já agora, quem passa muito tempo nos Blogs em geral. Eu afirmo que é mais saudável, principalmente para os olhos e para a vida sexual. Acreditem, 'been there...






Já agora, um Blog novo àquelas pessoas que passam a vida a falar do mesmo, e é sempre o mesmo, o mesmo, o mesmo, o mesmo, sempre o mesmo e outra e outra e outra vez.
Ninguém tem a coragem de lhes dizer (ou talvez até digam), mas são Blogs sem sentido de humor absolutamente NENHUM. Chatos. O tema é sempre o mesmo, ou é política ou é a vida sem sentido, ou a vida sem vida, ou a morte dentro da vida, ou poesias de merda... existem milhares de Blogs em Portugal que são uma trampa.
O meu pode não ser melhor, mas ao menos não levo isto tão a sério como esses bloggers.
Do que eu gosto mesmo é dos falsos avisos "vou de férias" ou "este blog vai fechar" e depois as férias duram dois dias ou não fecham o blog.
Não há pachorra...






Uma nova camada de ozono para o planeta em geral e para as pessoas em particular.lol

Para usar com cuidadinho, já que o outro f*******-no a torto e a direito.



sábado, 5 de dezembro de 2009

     There
 Will
Be
            Blood....

Este, é um dos meus maiores fascínios.
Vampiros. Etecetera...



















































































What can I possibly say?...

Conteúdos temáticos de extraordinário interesse para o comum dos mortais

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