::diário de bordo, manual de sobrevivência, feito de teorias da conspiração, ideias parvas, conceitos, preconceitos, provocações, alucinações, livro de "receitas" pseudo-afrodisíacas, ora picantes ora agridoces, de alguém que vive num país assim a dar para o esquisito, a que alguém chamou um dia Portugal::


sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Alguém falou em Nostalgia?


Na imagem, Cândido Mota, Pedro Rolo Duarte e Joaquim Letria, no programa Canal Aberto.
A fotografia foi roubada daqui.
Corria o ano de 1997 e nas janelas vidradas que davam para a 5 de Outubro, alguém mostrou o rabo, colando-o ao vidro e fazendo jus à expressão "geração rasca".
Bons tempos, esses.
Hoje em dia já ninguém mostra o rabo a ministro nenhum.
Isto, sim, é nostalgia.

UK rules








Hoje acordei com estas duas na cabeça.
Roisin and Allison On My Mind.

Isto sim, é nostalgia.



[clicar nas imagens #1: forever more; #2: white horse]





quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Conversa [Virtual] da Semana





Isto, obviamente, tem direitos de autor.
Uma conversa entre homens.
Roubada, descaradamente,
aqui.


Hank says:
fdx ja me começa a irritar a cena indie raiva contra corgan
handshakefulness. says:
lol
Hank says:
tipo, o corgan podia aparecer com um album do ano e pa pitchfork era uma merda
handshakefulness. says:
começa-me a irritar a cena feminina raiva contra mim
handshakefulness. says:
o corgan é uma merda...
Hank says:
os animal collective podiam aparecer com um album de merda e era bom
Hank says:
esta merda é so preconceitos de tpos pseudo qeer coisa
Hank says:
tipos
handshakefulness. says:
haha
Hank says:
e isto aplicase a imensas mrdas
handshakefulness. says:

handshakefulness. says:
as gajas odeiam-me
Hank says:
e tu percebesme crl
Hank says:
tu ouves hip hop
Hank says:
lol
Hank says:
http://www.pitchforkmedia.com/article/download/48972-smashing-pumpkins-superchrist
Hank says:
essa mrda ta boa
Hank says:
tirando a parte paneleira dos violinos
handshakefulness. says:
lol
handshakefulness. says:
não deve estar
handshakefulness. says:
não gosto dele
handshakefulness. says:
só gosto de uma canção dos pumpkins
Hank says:
sim mas tu n comes gajas
Hank says:
qual?
handshakefulness. says:
pois não
handshakefulness. says:
não digo
Hank says:
lol
Hank says:
diz la
Hank says:
alguma merda paneleira
Hank says:
e tens vergonha
Hank says:
tta merda boa e gostas de uma musica paneleira dos pumpkins
Hank says:
fdx
Hank says:
depois dizes q n comes gajas
Hank says:
e o crl
handshakefulness. says:
adivinha qual é
Hank says:
soma
handshakefulness. says:
não
Hank says:
zero (aqele q n come gajas)
Hank says:
?
handshakefulness. says:
não
Hank says:
sei la crl
Hank says:
os gajos devem ter umas cem musicas
Hank says:
diz
handshakefulness. says:
não digo
Hank says:
fdx
Hank says:
coitado do corgan
handshakefulness. says:
1979
Hank says:
o gajo só nao se matou
handshakefulness. says:
porque tem demasiado amor próprio?
Hank says:
nao faço ideia
Hank says:
se o gajo se tivesse suicidado agora andavam gajos pseudo-cena-underground com tshirts dos smashing
Hank says:
assim, é uma ganda merda
Hank says:
quero que se fodam todos
handshakefulness. says:
não era nada
Hank says:
claro que era
Hank says:
é até demasiado óbvio
Hank says:
se o kobain n se tivesse matado era um corgan ag
Hank says:
se o elliott smith n se tivesse matado nem sequer ninguem o tinha ouvido
Hank says:
estas merdas são tristes
Hank says:
ainda mais tristes são os gajos que as criam

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Quiz Show

Aqui.





You're Love in the Time of Cholera!

by Gabriel Garcia Marquez

Like Odysseus in a work of Homer, you demonstrate undying loyalty by
sleeping with as many people as you possibly can. But in your heart you never give
consent! This creates a strange quandary of what love really means to you. On the
one hand, you've loved the same person your whole life, but on the other, your actions
barely speak to this fact. Whatever you do, stick to bottled water. The other stuff
could get you killed.



Take the Book Quiz
at the Blue Pyramid.

Hoje foi assim...




Muda-se de look porque não se pode mudar o resto.
Porque o ano ainda agora começou (e está a começar)
e
porque
o MEU calendário anda ao contrário do que é suposto
e
porque
normalmente o mês de Janeiro nunca é meu amigo
decidi fazer umas mudanças por aqui.
A primeira foi o cabelo.
Assim de repente, o que uma franja bem curta operaciona naqueles que nos rodeiam e até mesmo em colegas de trabalho que nunca me haviam dirigido antes a palavra.
És parecida com a Cher.
ou
Pareces a Uma Thurman no Pulp Fiction.
et voilà!
Hoje foi assim..

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

"Dá-me o ideal"







Não, não é uma homenagem à música dos extintos Ban, a banda do então imberbe e muito pró-idealista-artístico-liberal João Loureiro.

É de pessoas ideais. Homens ideais e mulheres ideais. O nosso ideal de mulher e de homem. Existem? Ou serão um produto da nossa imaginação? A resposta já todos a sabemos: não existem. Então se não existem, porque raio vamos todos bater na mesma tecla? Por que raio, já que é um tema recorrente, perseguimos perfis e imagens de um ser que apenas existe no nosso imaginário, mas que nunca se assemelha àquilo que realmente é?

O tema é recorrente e batido e é também aquilo que designo de chacha. Insistimos sempre na velha teoria que o mundo é que está todo ao contrário e nós é que estamos certos, mas levamos a puta da vida toda a morrer de amores por alguém que não está nem aí para nós. Já me aconteceu a mim, a si, que lê este magnífico post e a toda a gente (quase todos, vá) que eu conheço. Será que é o mundo que está ao contrário ou seremos nós e os nossos (pre)conceitos?

Olhamos para alguém, por algum motivo achamos que é mesmo AQUELA pessoa a nossa alma gémea, a outra metade da laranja, o chinelo do nosso pé e a tampa da nossa panela, e se por alguma razão as coisas não se dão, é uma tragédia grega. Levamos que tempos a mentalizar-nos que não, ele (ou ela) é que não nos vêem, que não prestamos, que a vida é madrasta, que o amor não é para nós, que somos uns tristes e por aí fora. Se por outro lado, as coisas derem, mas não corresponder ao ideal que temos e aquilo acabar em três tempos, então a pessoa tem MONTES de defeitos! No fim de contas, aquele ou aquela que parecia perfeito, o amor da nossa vida, acaba por não ser nada do que pensávamos e acabamos por concluir que o amor não é para nós.

Ultimamente apercebo-me, em conversas com algumas das almas em constante desalinho e perturbação solitária, na sua demanda da busca da alma gémea, que as nossas ilusões são muito mais fortes e concretas do que julgamos. Achamos que a outra pessoa tem de gostar das mesmas coisas que nós, de fazer as mesmas coisas que nós gostamos de fazer e já agora, de ter a mesma atitude e forma de estar, quando na realidade, pode bem ser um negativo da imagem que somos.

Há quem persiga um ideal a vida inteira. As mulheres sofrem mais deste síndroma de Príncipe Encantado versus Sapo, choram mais a ausência de um ente amado e perfeito do que os homens, e talvez seja essa a justificação para tanto coração despedaçado no feminino. Os homens também romantizam demais as mulheres e as relações e atribuem-lhes qualidades que apenas existem em filmes, nas suas cabecinhas. Homens e mulheres idealizam demais, sonham demais, almejam demais quando na realidade todos somos demasiado diferentes. Num mundo onde a diferença parece ser um defeito, somos todos demasiado imperfeitos. Talvez fosse hora de nos começarmos a surpreender com aquilo que a vida nos traz, não numa perspectiva de "nos contentarmos com pouco", mas sim de que há riscos que vale a pena viver, abrindo e alargando os horizontes das nossas expectativas face aos outros.

P.S.: dedicado à rapariga que gosta de touros e que gostava de encontrar um príncipe montado num touro.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Acordar assim a um Domingo...















Tudo por vezes pode ser muito mais do que nada se lhe dermos a importância adequada. Perspectivar situações está apenas na nossa mão, bem como a direcção que queremos seguir.

E há coisas estupidamente anormais e pessoas absolutamente fantásticas. Basta olhar para tudo como se tivéssemos de novo dois anos de idade para que esses contornos sobressaltem de entre tudo o resto que simplesmente está a mais.

Eu diria que há inutilidade dentro de um tempo que se desperdiça se quisermos que assim seja. E felizmente, há também, horas felizes.

sábado, 24 de janeiro de 2009

private joke of the day II

... jÁ diZia o GRAnDE eça...
"é a base, é a basezinha..."









De Psicologias da Treta




De Psicologias da Treta




De Psicologias da Treta






a beleza pode ser um estado de leveza de espírito e de forma de apenas saber estar.
diria eu de saber amar. de saber aceitar.
pode ser um estado a transparecer tudo o que vai cá/lá/aí dentro e que se reflecte naquilo que se vê. que vemos. que os outros vêem. que apreciamos. que somos. ou não.

a velhice é somente um estado de alma mais ou menos cagada.
desculpem: CANSADA.



p.s.: ---------------------------------------------------------------------- )))))

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Descubra as diferenças III


James Franco e James Dean.

Post da Semana

Aqui.

Lembra-me a velha máxima da minha avó, mulher sábia, que dizia que quem muito fala, pouco acerta.
O mesmo se aplica a quem muito escreve. Como diz PRD, o difícil é conseguir escrever pouco.
Less is more.
Há quem se reinvente e há quem se esgote.
Os Blogs de hoje são depositórios de ideias recicladas e repisadas.
E eu fartei-me do tanto que os outros se esgotam.




Quem escreve passa a vida a procurar razões para a escrita, lógicas para este impulso, e argumentos que expliquem por que raio, em vez de dormir ou ler, em vez de ver um filme ou dançar, nos sentamos a escrever. Qualquer pessoa que faz da escrita modo de vida sabe que o mais fácil é complicar, elaborar, encontrar razões dentro e fora da razão. O meu pai passou-me uma frase que o guiou nos 56 anos que viveu: “difícil, meu filho, é escrever pouco”.
Se ele aqui estivesse, eu agora respondia-lhe: “pouco, meu pai, só sei escrever quando estou muito inspirado. No resto dos dias, limito-me a escrever”.

Mas na verdade o que eu muitas vezes queria era também perceber porquê.

Hoje fui ajudado. No dia em que o seu blog fez um ano de vida, Patti aproveitou para perceber a lógica dos seus impulsos, a razão da sua escrita:

“Escrever não será nada mais que isto. A forma que sem saber, encontrei de estar mais tempo comigo. Às vezes só me faltava eu”.

Vou juntar esta ideia às que fazem companhia à frase inicial do meu pai. Gosto de coleccionar pensamentos bons.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

domingo, 11 de janeiro de 2009

Into The Wild

De Psicologias da Treta



There is a pleasure in the pathless woods;
There is a rapture on the lonely shore;
There is society, where none intrudes,
By the deep sea, and music in its roar;
I love not man the less, but Nature more...

Lord Byron





Christopher J. McCandless (12 de Fevereiro de 1968 - Agosto de 1992) foi um viajante americano que morreu perto do Parque Nacional Denali depois de caminhar sozinho na selva alasquiana com pouca comida e equipamento. O autor Jon Krakauer escreveu um livro sobre a sua vida, Into the Wild, publicado em 1996, que foi adaptado em filme, em 2007, dirigido por Sean Penn, Into the Wild, com Emile Hirsch como Christopher McCandless.



E este é apenas o mote para um excelente filme que nos remete para a nossa própria essência, os nossos demónios, os nossos sonhos, os nossos objectivos e para a forma como encaramos a vida. Chris McCandless aka Alexander Supertramp cumpriu o sonho de correr mundo, de qualquer jovem de 23 anos, com uma vida meio lixada, muitos traumas de infância e uma forma singular de viver a sua vida. Ele não queria um carro, uma casa e muito dinheiro. Ele queria a verdade, ele queria a liberdade, fugindo da única fonte de sofrimento que tivera até então: pessoas.

"you are wrong if you think that the joy of life comes principally from the joy of human relationships. God's place is all around us, it is in everything and in anything we can experience. People just need to change the way they look at things."


No fim, ele deixa-nos escrito: "Happiness only real when shared." E talvez seja mesmo isso, e talvez a felicidade de Chris atinja todos aqueles que virem este filme de Sean Penn e culmine num ponto alto que faz pensar que no âmago de todas as suas loucas ideias, no final, talvez não fosse tão louco assim. E não estivesse, no fim de contas, tão errado e tão só como muitos possam pensar que estava. A partilha cumpriu-se e o sonho também. A partir daí, não terá sido uma existência, a de Chris, plena de significado?


sábado, 10 de janeiro de 2009

Mentir ou Não Mentir: Eis a Questão

De Psicologias da Treta



"Para ser absolutamente honesto, arrependi-me de ter proposto este artigo no momento em que me sentei ao computador para começar a escrevê-lo. Esta é a história de um movimento chamado Honestidade Radical. Segundo o seu fundador, o psicoterapeuta americano Brad Blanton, de 66 anos, "todos seríamos mais felizes se deixássemos de mentir". Como a personagem de Jim Carrey no filme "O Mentiroso Compulsivo" deveríamos contar sempre a verdade, não apenas durante um dia mas por toda a vida. Isso implicaria abandonar mesmo aquelas mentiras mais pequenas e insignificantes, incluindo as "piedosas", as meias verdades que adoptamos para não ferir os egos daqueles com quem nos relacionamos.

(...)

O psicólogo Rui Manuel Carreteiro admite que, do ponto de vista clínico, a teoria tem alguma razão de ser. "A saúde mental só pactua com a verdade. Muitas vezes, a mentira, o delírio ou a negação parecem o melhor caminho, mas os resultados nem sempre são positivos." Carreteiro sublinha, contudo, que a sociedade está instaurada de forma a admitir, e até encorajar, as "pequenas mentirinhas" e que, por isso, há limites e formas de expressar a nossa honestidade. "Muitas vezes, a mentira seria desnecessária se tivéssemos a coragem e o bom senso de expressar a verdade com as devidas maneiras. Entre 'Essa saia fica-te horrível' e 'Fica-te mesmo bem', há espaço para uma sinceridade que nos tornaria mais fiéis, amigos e verdadeiros."

Blanton, claro está, discorda. Se uma amiga mais rechonchuda pergunta como lhe assenta o novo vestido, devemos ser frios como o Dr. House: "Faz-te parecer mais gorda." Se temos fantasias sexuais com a cunhada, devemos não só dizê-lo a ela como confessá-lo à nossa companheira. Teorias como estas talvez expliquem o porquê de este profeta da verdade ir já no quinto casamento (com uma hospedeira sueca 26 anos mais nova que ele) e partilhar detalhes da sua vida sexual como quem fala do que comeu ao almoço: "Dormi com mais de 500 mulheres e meia dúzia de homens. Tive vários trios. Num deles, havia uma prostituta hermafrodita", admitiu à revista "Esquire". Afirmações como esta ajudarão certamente a vender muitos livros, mas imagino como seria o mundo se triunfasse a Honestidade Radical. Resistiriam os casamentos e as amizades? Sobreviveriam os nossos egos? Aumentaria o desemprego? Mudariam os políticos de profissão? "Um mundo onde só existisse honestidade seria um lugar pior e não melhor", conclui Núria Blanco, uma tradutora de 29 anos. "Podemos escolher não contar às pessoas coisas que só as vão magoar. Há coisas que elas não precisam que lhes digam."

(...)

A verdade nua e crua é que todos mentimos, "todos os dias, a todas as horas, na alegria e na tristeza", como escreveu Mark Twain num ensaio sobre a arte de mentir. A maioria de nós não somos mentirosos compulsivos e patológicos como a personagem de Jim Carrey, mas todos soltamos aqui e ali pequenas mentiras para não ferir os sentimentos de alguém ou para fugir a uma situação que não desejamos. Afinal, a mentira e a dissimulação são tão naturais como a própria vida. Não se camuflam várias plantas e animais para conseguir alimento ou enganar os predadores? "Tal engano não se trata de um simples jogo: os animais cujos disfarces não funcionam, não sobrevivem", garante o psiquiatra Rui Coelho. Pois também o Homem, qual camaleão, usa a mentira para sobreviver em sociedade."

in Expresso



Não me considero uma mentirosa compulsiva ou manipuladora ou muito menos alguém que camufla aquilo que pensa ser a sua verdade, ou a verdade dos outros, de forma a tirar proveito próprio e, a bem da verdade, não tenho em grande consideração as fragilidades e susceptibilidades dos outros se me perguntarem algo que queiram realmente saber - ou sobre mim ou sobre a minha opinião relativamente a algo. Não sou uma pessoa que goste de agradar e o meu ego não se alimenta da "graxa" que dou a terceiros, muito embora não me considere uma pessoa que goste de chocar ou provocar, de ferir ou ser cruel para com nenhum ser humano. Sou alguém que gosta da verdade acima de tudo, e procuro evitar magoar os outros, acima de tudo, com os meus actos, porque considero que mais que tudo, são os actos que magoam, não as palavras. Já houve tempos em que consideraria esta teoria da "verdade que traz felicidade" bastante válida e aplicável. Hoje em dia, tenho as minhas dúvidas e quase certezas de que tal não seria possível, a menos que se quisesse provocar a tal guerra civil entre pares. A maioria das pessoas que conheço não aguenta a VERDADE. Como se costuma dizer, "quem não quiser saber, basta não fazer perguntas". Há quem possa dizer que a VERDADE é relativa e multifacetada. Depende do ponto de vista e do conceito de relativo. Onde está a subjectividade em dizer-se que se estava num sítio quando se estava noutro? A apreciação estética de uma mulher muito gorda numa saia de lycra? Será que é verdade que lhe fica bem? As mentiras piedosas partem sempre do ponto de vista de quem as pratica e não do seu alvo. Ou não.

"Aquilo que não sabemos não nos pode fazer mal" é uma máxima que adoptei como método de sobrevivência num mundo em que normalmente se sofre muito mais e se faz sofrer muito mais, quando na maioria das vezes, dizer a verdade pode ser apenas um exercício de crueldade.
A não ser que seja para benefício próprio ou maldade ou cobardia, não considero pecado o acto de mentir ou ocultar. Sou e já fui adepta de mentiras piedosas, a fim de proteger alguém ou não fazer sofrer desnecessariamente o outro.

Ao mesmo tempo, sei que no fim, a VERDADE acaba sempre por se saber e acontecer, e muitas vezes, os próprios autores das mentiras piedosas, a praticarem-no por altruísmo, por saberem que essa verdade seria demolidora num período doloroso, acabam sempre por serem os próprios delatores e reveladores das suas próprias mentiras. A bem da verdade.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

You Know I'm No Good




A diva.
Ando um bocadinho farta de falsos moralistas que criticam e apontam o dedo. São os mesmos falsos moralistas que também pecam e fazem merda, mas às escondidas e têm medo do que a sociedade pensa, ainda que o neguem. É cool ser inconvencional, mas dentro de certos limites, não é? Todos temos de ser os modelos perfeitos e fazê-lo crer aos mais jovens..PORQUÊ?!? Deverá ser alguém como a Amy W.? Vivemos dias em que os pais estão-se perfeitamente nas tintas para os filhos, depositam-nos nas escolas, querem lá saber se mandam os "profs/stôres pó c*******" ou se consomem drogas, mal lhes perguntam pelas suas vidas, se comem merda ao almoço, não conhecem os filhos, os próprios filhos e depois mandam postas de pescada à Amy que tem esta voz??? Não compete à Amy educar os filhos dos outros, dando-lhes bons exemplos. Ao contrário de tantas e tantas cantoras produtos de marketing, ela fez as suas escolhas. Eu não concordo com essas escolhas, obviamente, na medida em que talvez não volte a ouvir os seus discos e porque acho que ela tem a responsabilidade de partilhar este enorme dom. Respeito as escolhas de Amy porque de facto acho que ninguém tem nada a ver com a vida dela. Agora: apedrejá-la? Criticá-la? Torcer o nariz e dizer "oh please"??? Serão os mesmos que daqui a alguns anos irão dizer que ela foi única, caso morra (aí será uma lenda, tipo Janis Joplin) ou caso se salve (será uma heroína). Espero que se safe.
Em 25 anos fez muito mais do que a escumalhazinha que sonha em ser famoso e rico às custas de um enorme talento que julga que tem. Tipo, sei lá, fazer contabilidade ou tratar de papéis atrás de uma secretária o dia todo.

O facto é que esta mulher é uma deusa e é, presentemente, a única mulher à face da Terra que me arrepia. De qualquer forma, ela avisou: "You Know I'm No Good".

Fica o vídeo.


quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Changes

De psicologias da treta




Com vontade de mudar, com a mudança no horizonte, ainda que o frio faça das suas e ainda que esteja doente, e ainda que seja necessária muita energia para que essa mudança se processe e aconteça. Se pensar nas coisas que já mudaram até aqui, desde os últimos cinco anos, posso considerar que foi praticamente tudo.
Efectivamente, há aspectos em mim e na minha vida (intrísecos mas também e sobretudo, exteriores e independentes de tudo o que sou) que quero ainda modificar e considero salutar que o faça. Por mim, mas também por quem me rodeia. Há determinadas coisas que já não mudam, pontos de vista relativos a estilo de vida, filosofia de vida que me são impossíveis modificar. Seria incapaz de ir viver para o meio do nada, mas considero que já dei mais importância a coisas que considero fúteis nos dias que correm.

É sempre mais fácil queixarmo-nos do que temos e das feridas que ganhámos, do que proceder a mudanças profundas na nossa vida, desculpando-nos e vitimizando-nos, com sentimentos de auto-comiseração, mentalizando-nos que por mais que façamos, não conseguimos. Pensamentos negativos e pessimistas que não deixam avançar e muito menos sair do mesmo sítio. Muitos dos problemas que temos são causados por nós mesmos, pela nossa mentalização auto-destrutiva, pela falta de capacidade de ver o todo da questão.

Tenho o que tenho e sou o que sou. O que não quer dizer que esteja satisfeita, mas procuro ser grata todos os dias da minha vida e viver em paz comigo mesma, o que nem sempre é fácil.

But I keep my eyes on the prize....

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

IRRITAM-ME
SO-LE-NE-MEN-TE
as pessoas que têm toques de telemóvel estridentes com temas de músicas. qualquer música. desde a shakira ao bon jovi à rihana ao raio que os parta. até pode ser a nona sinfonia de beethoven. porque raio hei-de gramar com a música dos outros?
irrita-me.






.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Old Shit New Shit (ou o último post natalício deste "ano")

Everyone loves you
Nobody cares
An awful collection
Of enemies and friends
Congratulations to you
With sad regrets
I'm tired of the old shit
Let the new shit begin

The psychic pain
Of living in this world
Is overwhelming me
Again and again
A beautiful afternoon
Inside you in your bed
I'm tired of the old shit
Let the new shit begin

Nobody loves you
Everyone cares
None of them know what's
Coming 'round the bend
Congratulations to me
Many happy returns
I'm tired of the old shit
Let the new shit begin

Eels, "Old Shit New Shit"




De Psicologias da Treta







[post em construção]


Pretendo desmistificar, desde já, a minha relação com a época festiva em que estamos, na qual se celebra o nascimento de Cristo, o Natal, para que não esteja nunca implícita na leitura de alguém menos esclarecido, a ideia de que eu não gosto do Natal. Espírito natalício à parte, sou uma misantropa em partes desiguais durante as diversas estações do ano que se exacerba aquando dos festejos natalícios. Pelos vistos, agora o Natal chega mesmo antes do Halloween ou do São Martinho a terras lusas. Enfim.

Gosto muito do Natal em Dezembro. Dezembro, para mim, equivale a Natal. Embora já muita gente da minha família tenha morrido, eu continuo a gostar muito desta época, e não necessariamente pelas criancinhas. A morte dos que amamos deixa-nos amargurados, deixa-nos inertes, impermeáveis e resistentes a coisas que de outra forma nos fariam sorrir. Tornamo-nos naturalmente cínicos. Tive os meus Natais repleta, genuína e legitimamente cínicos, alcóolicos e amargos e não prescindo do que me trouxeram. Reconheço é que ganho muito mais se absorver de outra forma aquilo que me pode fazer sorrir ao invés de chorar. Porque as lágrimas de saudade continuam a cair, mas eu continuo por cá, pelos meus mortos. Natal é também sinónimo de "pausa estritamente necessária a fim de não enlouquecer", o que sabe mesmo bem, e este ano soube particularmente bem. Adiante.

Da misantropia.
O excesso enjoa-me. A loucura desenfreada. Os automóveis, as filas de espera, o comprar por ter de ser. As obrigações. O Inferno que os outros sempre são. Tudo. Até o comprar pão e o bolo-rei. Provavelmente, até mesmo alguns jantares. Algumas pessoas e algumas "obrigações" ditas de época. O ter de ser porque afinal é Natal e temos de colocar de lado as divergências. Isto sempre soou-me a hipocrisia com prazo de validade. Depois do dia de Reis volta tudo à suposta normalidade. Na minha habitual falta de espírito de pretender ser aquilo que não sou, não dei as boas festas nem desejei um bom ano a ninguém que me cause enjoos ou náuseas. De igual modo, essas pessoas retribuiram-me com o dito silêncio não hipócrita, o que agradeço e considero apanágio daquilo que alguns apelidam de maus fígados.

Quanto aos desejos de "bom ano novo" versus filosofia pessoal de "mais do mesmo", hipocrisia do "ter de ser" versus as minhas contradições pessoais de final de ano 2008, elas resumem-se a muito pouco (até porque o blogger já me fez o favor de apagar meia-hora de escrita e foi tudo para o galheiro): não acredito no facto de termos de ficar muito felizes e eufóricos e bêbedos e contentes apenas porque a última folha do calendário é arrancada, ou porque um gajo qualquer lembrou-se de começar a contar o tempo à maneira dele. Estamos em 2009 porque alguém se lembrou disso, senão estaríamos na hora 45 do dia 80097 do ano 135. O tempo é estranho e o ser humano ainda mais. Por isso, esforço-me por esboçar um sorriso e desejar um feliz ano novo para que não pensem que não tenho pensamentos bonitos e desejos ainda mais bonitos. Não vou remar contra a maré e tenho os meus calcanhares de aquiles, na medida em que já pulei e saltei e bebi muito em passagens de ano.
Desejo sim, a todos aqueles que mais amo, um ano 2009 cheio de razões para se comemorar algo, repleto de dias felizes que bem podem ser o mote de uma verdadeira "passagem de qualquer coisa", como se um dia 13 de Outubro ou 9 de Março fossem o 31 de Dezembro (dia esse que se tornou especial para mim nos dois últimos anos, por razões bem pessoais). Inesperadamente dias especiais, sem data marcada de acontecer. Apenas porque estamos vivos e com razões para sorrir.

What can I possibly say?...

Conteúdos temáticos de extraordinário interesse para o comum dos mortais

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Tretas que morreram de velhas...

A Treta Mora ao Lado...