::diário de bordo, manual de sobrevivência, feito de teorias da conspiração, ideias parvas, conceitos, preconceitos, provocações, alucinações, livro de "receitas" pseudo-afrodisíacas, ora picantes ora agridoces, de alguém que vive num país assim a dar para o esquisito, a que alguém chamou um dia Portugal::


sexta-feira, 29 de maio de 2009

Vício cinéfilo

Há muito tempo que não escrevo sobre um dos meus maiores vícios de sempre: o cinema. O que não equivale a que não gaste compulsivamente o meu tempo dentro de uma sala partilhada com outras pessoas, a fim de visionar uma boa fita. Por semana, chegam, por vezes, a ser dois filmes, os que me levam a uma sala de cinema. De louvar a iniciativa das salas Lusomundo, que nos dão um bilhete grátis, na compra de outro. Em tempo de crise, as promoções são significativas, de forma a podermos manter certos vícios.


Do melhor que vi nos últimos tempos, são estes os que mais me marcaram, os que guardarei na memória do que me faz pensar.
























quinta-feira, 28 de maio de 2009

Maus fígados e hipocrisias





Tenho-me deparado com diversas situações que dizem respeito ao comportamento das pessoas no trabalho, das quais retiro diversas conclusões:

- a grande maioria dos homens está a perder qualidades de macho e as virtudes pragmáticas que tão bem os definem como homens e galos "donos de capoeira", ou seja: andam armados em "conas", em "galináceos" de terceira categoria, em totós, em maricas, em espécies de gajos armados em "alternadeiras" e instrumentos de coscuvilhice fútil e infantil. Em suma, armados em "gajas".
Não sou do tipo de mulher que defende acerrimamente aquilo que algumas mulheres defendem, que os homens é que são os "bons amigos", bons ombros, bons colegas, etc, que "elas" são umas cabras manipuladoras e invejosas. Nada disto. Ao mesmo tempo, sempre revi mais qualidades nos homens como colegas de equipa, dado que têm uma visão pragmática, "limpa" e imparcial relativamente a alguns pontos. São mais sérios, mais distantes e mais humildes, menos competitivos, mais educados. Tenho verificado que isto está-se mesmo a perder. Não na maioria, mas algo está a ficar pelo caminho.

- da mesma forma, as mulheres mais perigosas não são aquelas que me tiram do sério e fazem perder estribeiras, pela sua falta de humildade e arrogância, pela sua falta de modos e maneiras à camionista, que gritam com toda a gente e têm "falta de peso" e de vida e de amigos. São as que usam de linguagem que rima com hipocrisia, as que agradam a gregos e troianos. As que falam mal de um e de outro nas suas costas e se desviarmos o olhar, no segundo seguinte, estão a confraternizar com toda a gente.

Tanto o primeiro caso como o segundo, denotam falta de carácter. No meio de tudo isto, vejo-me muito perdida, por vezes.


Por estas e por outras, é que cada vez mais, gosto cada vez menos de pessoas.

E siga.




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terça-feira, 26 de maio de 2009

Good girls go to Heaven. Bad girls go EVERYWHERE!

Na minha parca existência de já algumas décadas, constituída pelas aventuras amorosas "normais" e alguns acidentes de percurso, tanto próprias como de amigos e conhecidos, deparo-me com a cruel realidade: os homens são mesmo uns cães.


Esta afirmação assim a seco, prende-se apenas com a constatação de um facto: gostam de "levar no focinho". Quanto mais, melhor. São seres maravilhosos, é certo, toda a mulher que se preze (enquanto ser heterossexual, obviamente) tem de ter e exercer algum fascínio pelo sexo dito forte. É verdade que não passamos sem eles, faz parte da nossa condição. Talvez por isso, custe tanto verificar a premissa anterior, de que quanto pior uma mulher conseguir ser, quão mais afiadas as garras e os dentes, mais valor lhe será dado. Uma "gaja boazinha", sempre disponível e atenta não vai a lado nenhum. Uma lição que se aprende a cada dia que passa. A reter.








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domingo, 24 de maio de 2009

À bastonada






O outro vídeo "já era". Obviamente um momento destes, tão lindo, tinha de ficar registado. Fica a etiqueta "youtube".



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"És a maior lá do teu bairro!"

Nota: pensei em intitular este post "És a maior lá do bairro 'pá'!" porque o "pá" é notoriamente corporativista, mas acho que assim até fica melhor. É de exemplos histéricos como este que se faz uma escola melhor, onde professores e pais "lutam" (a luta é sempre corporativista) por uma sociedade mais justa. Generalizemos, pois então. Segue-se o vídeo ilustrativo da "coisa". De rir, apenas isso (o tamanho da letra é pequenino para não chatear muito).




"Fora eu mãe das crianças, alunas da professora Josefina da escola de Espinho e teria feito o mesmo que fizeram as mães das alunas da professora Josefina. Nome da náusea, do nojo que me entrou casa dentro. Esconderia um, dois, três, vinte gravadores que me servissem para ouvir, à clara luz da mais abjecta e inequívoca verdade, a voz da violência despejada em cima de crianças pois este é o assunto e não outro. E espero que este caso suscite as mais amplas «reflexões» críticas sobre aquilo de que são capazes os professores, tal e qual assim generalizado, na simetria rigorosa do caudaloso «pensar» sobre a indisciplina de alunos, crianças ou «criancinhas» conforme se pretende criar o efeito da meia suja. Espero pelas poderosas «teorias» do caos, «retórica» superior nascida da clínica atenção dos Barretos, Cratos, Mónicas, Castilhos, Fiolhais a que se colará o inefável Mário Nogueira mas, ah sim, sem esquecer a dona Fátima do Prós e Contras mas, desta vez, sob o tema: professores que nunca deveriam ser professores mas são professores porque o sistema o permite e a corporação os defende com unhas e dentes, pudera, olha que espanto! Bem sei que espero sentada e aqui estou a coser mantas de quatro por cinco metros. Importante: bem podem escrever-me os professores do costume com os insultos do costume e os erros ortográficos habituais que tudo irá para o lixo. Illico.
"


por Fátima Rolo Duarte (não, não me dei ao trabalho de linkar)



"Leva lá o guiador..."







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Cansaço


Concordo. A 200%.





in Público,
24 de Maio de 2009
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sábado, 23 de maio de 2009

Exemplo Maior




Sou professor de português, na Alemanha. Conheço por dentro todo o sistema. Não é maravilhoso, longe disso, mas os resultados estão um "pouco" acima dos das escolas portuguesas. Deixo aqui um resumo muito curto de como funciona:

Primário - 4 anos.
Secundário - os alunos saem da escola primária e são encaminhados para três níveis de escola:
1. Nível geral (9 anos) - dá acesso a escolas profissionais para profissões manuais (operários, agricultores, carpinteiros, canalizadores, etc...)
2. Nível médio (10 anos) - dá acesso a escolas profissionais de serviços, informática, electrotecnia, saúde (enfermeiros), bancários, secretariado...
3. Liceus (13 anos) - acesso às universidades.
Nota: Estes níveis näo são estanques. Ao longo do percurso, os alunos podem mudar de nível, se provarem as suas capacidades.

As escolas escolhem os alunos; só as de nível geral têm de aceitar os alunos do bairro ou da freguesia (são às vezes o "caixote do lixo", mas é preferível assumir a desigualdade a tapá-la ou a construir um sociedade de caranguejos que num balde puxam os que querem trepar).

As escolas privadas concorrem com as públicas: as escolas são pagas pelo número de alunos e recebem prémios de competência dentro de cada nível.

As escolas têm um director nomeado pelo governo.

Os professores são escolhidos pelas próprias escolas; o governo não organiza concursos.

Não há um Ministério da Educação em Berlim, no governo federal; são os Estados que têm o pelouro da Educação.

Os professores dão 28 horas lectivas por semana até aos 50 anos e 27 depois dos 50 até aos 65 anos.

O ano lectivo começou no dia 30 de Agosto de 2004 e termina no dia 22 de Julho de 2005; nestes últimos meses têm estado temperaturas de 35 graus, mas todos trabalhamos!

Observações:
Tenho alunos portugueses, filhos de operários, pedreiros e varredores de rua que frequentam o Liceu; dois frequentam o melhor liceu do Estado da Renânia-Palatinado que é privado - não pagam um centavo!

As criancas säo incentivadas a trabalhar desde a 1ª classe porque sabem que só com bons resultados podem aceder aos níveis superiores;

Este sistema, que já existe desde Bismark, foi aperfeiçoado pela Democracia Cristã de Adenauer.

Quando a esquerda chegou ao poder criou o ensino unificado, que existe a par deste sistema. Estas escolas são acarinhadas pelos Verdes e alguns do SPD. Os alunos de nível médio e alto destas escolas deixam muito a desejar face à média.

Conclusão:
Na Alemanha todos os sistemas são acolhidos, não há um sistema único (se bem que a esquerda queira acabar com os liceus e as escolas de nível médio que às vezes ão melhores que os próprios liceus). Deixa-se liberdade à sociedade civil para optar, escolher, gerir o sistema.

E A ALEMANHA NÃO É UM PAÍS LIBERAL!

Eu não gostaria que em Portugal o liberalismo fosse implementado com todas as suas doutrinas; mas era tão bom que deixasse de ser a Albânia!!!



sexta-feira, 22 de maio de 2009

Blog do Mês - Acatar Com Estima o Insulto

:: imagem retirada do Acatar::


Não sou pessoa de fazer fretes e não sou gaja para andar a bater o coiro a ninguém. Não o faço na vida real, muito menos o faria aqui. Não digo o meu nome e não digo o que faço. Não digo onde vivo nem em quantas cidades já vivi. Subentendo muita coisa e opino muito, mas não estou aqui para fazer amigos. Às vezes irrito-me um bocado com certas merdas que leio "por esses Blogs fora", como já aconteceu esta semana, mas faço-me depressa à estrada e passo à frente num instante. Gosto de me surpreender e gosto muito, muito mesmo, de me rir com algumas coisas que leio nos Blogs.

Isto para dizer que tenho lido um Blog de um gajo que bem pode ser o tipo mais mal-disposto do mundo e ter muito mau feitio, mas há extremo humor em tudo o que ele escreve. Tal como a beleza, o humor reside no olhar que o observa. Pessoalmente, farto-me de rir.
Não preciso que ele venha aqui ao meu tasco visitar-me ou agradecer-me e dar as tais palmadinhas nas costas, mas quando estou mal-disposta gosto de lá ir e perceber que ainda há coisas que mereciam que pagássemos para as poder ler; ainda por cima, são de borla e tudo.

O post sobre as crónicas do José Quitério no Expresso devia ter sido eu a escrevê-lo, e as crónicas sobre taxistas de Lisboa davam um livro, ah pois davam.

Aqui fica uma dessas crónicas. Lobo Antunes, cuida-te!





Bandeiradas

Aqui há dias apanho um taxi e o homem começa-me a contar a vida dele, mais propriamente as histórias sobre a amante, a quem trata carinhosamente por "a gaja".

Eis os contornos do caso:

"A gaja tem 45 anos, e pensa que tenho 49. Tenho mais dez, mas a gaja nem desconfia..."

"Eh pá, mas é uma gaja boa, pá. Mêmo boa..."

"O que a gaja quer sei eu, mas não caio nessa. Tenho de me pôr a pau com estas gajas. Eu dia já tive as malas à porta de casa."

"A gaja é maluca. Outro dia disse-me que tinha três mil euros em casa."

"Outro dia ligou-me, estava com um cliente e tudo. Nhe-nhe-nhe, nhe-nhe-nhe... Dizia-me ela... Queres ver...? Tive de ir lá a casa tratar dela, pá, que a gaja não se calava com o nhe-nhe-nhe, nhe-nhe-nhe..."

"Esta nem sabe que sou casado. Mandei-lhe uma peta que estava separado, mas que a minha mulher ficou a viver lá em casa."

"A gaja agora anda com outro ao mesmo tempo. A gaja diz que foi o gajo que a inaugurou, isto há muito anos, ainda ela trabalhava na fábrica do gajo, depois engravidou doutro, foi-se embora, agora voltaram-se a ver e diz que o gajo anda atrás dela. Outro dia ligou-me a dizer que o gajo lhe bateu à porta, entrou lá para casa sem ela querer e a gaja deu-lhe um estalo. O gajo subiu por umas escadas, que dão para a porta dela. Eh pá, mas se a gaja não quer nada com o gajo porque é que o deixou entrar? Eu tou cá fisgado que isto foi mas é conversa para me ligar. A gaja queria era nhe-nhe-nhe..."

SIDA - AIDS

Campanha francesa - Prevenção contra a SIDA






90 pessoas contraíram o vírus da gripe suína e toda a gente quer usar uma máscara.
1 milhão tem o vírus da SIDA e ninguém quer usar preservativo.









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Ainda a Educação...




Quem não se lembra do caso da aluna "dá-me o telemóvel já!!!"? Foi no Porto, há sensivelmente pouco mais de um ano atrás.


Há quem afirme a bom som que, no lugar das "mães de Espinho", teria feito o mesmo.
Há quem diga que a gravação é a prova que faltava.
Há quem jure que fazia trinta por uma linha à professora...



Eu, como mãe, nunca teria feito o mesmo: teria feito o que a minha mãe, professora para que se saiba, me ensinou a fazer que, basicamente, não devemos mentir, trapaçar, enganar e, muito menos, fazer lavagens de roupa suja em praça pública. Existe método e "preceito de se fazer as coisas", diria ela.


A gravação não prova nada, apenas serve para dar audiências ao canal de televisão e fazer a opinião pública indignar-se um pouco com este tipo de "gentalha" que existe no país: professora, alunas, pais e Conselho Executivo. A DRE nada pode fazer quanto à gravação que não é sequer legítima nem constitui prova de nada, mas pode o Conselho Executivo punir as alunas, nos termos previstos pelo Regulamento Interno, neste tipo de situação. A Constituição Portuguesa não prvê todo e qualquer falta de ética e valores, e as mães daquelas meninas não estão a dar bom exemplo em nada. Por mim até pode vir a Maria Cavaco Silva dizer que faria o mesmo, é-me igual. É na afirmação de atitudes destas que eu vejo a falta de nível da maioria das pessoas que se dizem "de bem".


Eu faria apenas a queixa contra a professora nos órgãos competentes para o efeito. Mais: nem quereria sequer conversar com uma professsora dessas, partindo do princípio que uma filha minha não estaria envolvida na "peixeirada", e sabendo que existe uma Directora de Turma para estabelecer a interligação entre as partes envolvidas. A verdade é sempre apurada aquando do processo disciplinar com a abertura de um inquérito que, em tudo, dispensa material electrónico. A veracidade e a palavra das testemunhas vale muito mais do que o que aconteceu.



Convém lembrar que:

1 - não diz respeito a um professor imiscuir-se na vida privada dos seus alunos;
2 - proferir barbaridades como as que foram proferidas àcerca das habilitações literárias dos encarregados de educação é inadequado;
3 - utilizar determinado tipo de linguagem não acrescenta nada à prática pedagógica;
4 - fazer observações do foro sexual e íntimo em comparação com a sua própria experiência é desapropriado;
5 - o professor não deve ameaçar ou fazer represálias com os alunos;
6 - o professor não deve humilhar ou aterrorizar os alunos.


Qualquer professor sabe isto que acabei de enumerar e sabe bem com que linhas se cose; em ocasião alguma um professor se deve deixar manipular por duas(???) miúdas de doze anos de idade e, a ter alguma doença do foro psiquiátrico, a pessoa sabe perfeitamente onde se deve dirigir para se tratar.


Isto levanta outras questões pertinentes, não quanto ao uso de gravadores ou de telemóveis, pois as regras estão claramente definidas relativamente a isso, mas em relação àquilo que é ou deve ser a relação entre professor/aluno. Ali houve uma barreira ilegitimamente ultrapassada, de parte a parte, e o fulcral que convém reter nisto é a distância que não existe e deve existir entre um professor e o seu aluno.

Coitados dos alunos que não têm pais que se preocupam com eles? Que não falam de sexo em casa? Que não têm abertura para falar dos assuntos de alcova? Coitados? Pois são os mesmos alunos que esticam a corda a ver até onde ela chega e parte, é a professora que não tem noção do ridículo, é o respeito que se perde porque ela quer ser "amiguinha" e cool, a confiança que não distingue a barreira entre abuso e amizade. A professora nivelou-se ao mesmo nível de "peixeirada" que era pretendido, rebaixou-se e no fim, dá-se ares de grande arrogância, como se ela própria fosse detentora da boa moral, ética e bons costumes quando diz que "deu o seu primeiro linguado no 12º ano". Que tem um curso superior, dois anos de estágio(??) etc etc etc, que a mãe da outra menina estava 1,70m abaixo dela(?) Nem nunca sequer tinha ouvido tal expressão!


Um professor deve manter-se no alto, dar o melhor exemplo, porque é um modelo que os alunos seguem e admiram. O professor não é pago para discorrer sobre a vida sexual ou académica de cada um. Acima de tudo, deve ignorar muito do que ouve e saber levar a bom porto certos diálogos que, mais não têm outro objectivo, senão o de destabilizar e interromper a aula propriamente dita.


É muito fixe e cool ser um professor bacano e porreiraço, mas é mais fixe e cool poder ter a confiança e o respeito de um aluno, mesmo que isso signifique demarcar limites e impôr a autoridade inerente à profissão. Educação Sexual nas escolas? Sobre isso falarei até que a semana acabe.


A quem me chamou de corporativista e se é que ainda tem dúvidas sobre o que é e o que não é, vá estudar História ou leia o significado de corporativismo e compare. Já agora, eduquem melhor os vossos filhos, ensinem-lhes a ser responsáveis e adultos, a não falar com um professor como quem fala para um cão.

Não defendo todos aqueles que compõem a classe docente do país, cada um tem metodologias de ensino diversas e deve aplicá-las conforme os alunos que tem à sua frente. Portanto, quanto menos confiança a este tipo de gente, melhor; pais e alunos, porque o sistema privilegia o "coitado" e o medíocre neste país.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

"That's... like... my opinion, man!"






Penso que é óbvio que o episódio "professora de Espinho" é um caso isolado.
Penso que é óbvio que os professores também são pais.
Acima de tudo, por mais descontextualizado que seja, não consigo conceber que aquela professora é "espectacular". Isto, para mim, é óbvio.
Algumas pessoas apenas não "acham" que assim seja, senão não escreviam o que escrevem, pois se por haver uma professora maluca, logo se levantam as vozes da reacção dos paizinhos ai tão preocupadinhos, e os professores tudo uma cambada de maluquinhos, tomando-se a parte pelo todo (o que denota uma inteligência do caraças!), mote de muito boa verborreia intelectualóide de pseudo-esquerda que tenho lido por aí, então a lógica dedutiva desta malta, a ter a coerência que se pretende no discurso, deverá adequar-se a todos os ramos profissionais. Ou não? Cá me parece aquilo que sempre me pareceu: há uma tentativa desesperada de deitar a carreira docente para a fogueira, não medindo palavras ou consequências. Acto contínuo, o professor é saco de porrada, um pouco à semelhança do que acontece em países como o Brasil. Fosse Portugal um país pertencente a uma Europa evoluída, os paizinhos destes discursos ridículos do contra, oh tão preocupados com a educação exemplar que dão aos seus rebentos, não colocariam em causa a dignidade de toda uma classe, tomando por exemplo uma qualquer professora desequilibrada.

Deixo algumas questões a essas mentes brilhantes que tanto questionam a dignidade da classe docente (tenho caixas de comentários abertas a toda a gente, e não faço moderação dos mesmos).



- Lembram-se daquelas gravações de vídeo de actos sexuais de um famoso arquitecto português em pleno local de trabalho? Não é decente nem me parece uma boa conduta no trabalho. Houve boatos que algumas daquelas mulheres envolvidas teriam sido coagidas aos tais actos. Estarão TODOS os arquitectos LÁ DENTRO do mesmo saco?

- Lembram-se de um senhor que, a propósito do segredo de justiça, para o qual ele estava-se, e passo a citar, a "CAGAR"? E das implicações daquele deputado do PS no escândalo sexual Casa Pia? E da autarca que diziam ter um saco azul e fugiu para o Brasil? E das alarvidades do ministro que disse que o Sul era um deserto? Serão, como diz o povo, "os políticos todos iguais"? Serão todos eles corruptos de sacos azuis, pedófilos, inconsequentes, mal educados, incorrectos, etc etc etc? Deveremos acreditar ou não nas gravações que são feitas e apresentadas como prova constituinte de um crime? Já nem vou ao caso Freeport que envolve o nome de alguém, cuja formação como engenheiro foi colocada em causa. Desse estamos todos tão fartos...

- Quando foi posto em causa o bom nome e a reputação de alguns apresentadores de televisão no caso Casa Pia, não me lembro de alguém ter insinuado que as figuras públicas do mundo da televisão ou do espectáculo são todas personalidades com vidas sexuais dúbias, pedófilos e todos deveriam ser escorraçados e interrogados? Já agora, do advogado também metido ao barulho? Serão todos, os advogados portugueses, do Diabo?

- E o mundo do futebol? Terão todos os presidentes de clubes de equipas de futebol um apito dourado?

- O Michael Phelps foi fotografado a fumar um charro. Não me lembro de haver opinião pública e comunicação social a crucificar todos os atletas do mundo.



Isto estende-se a todos os sectores da vida pública que nos afectem. Se eu for mal atendida num hospital, deixarei de ir a todos os hospitais? Se contrair uma doença contagiosa numa piscina deixo de frequentar todas as piscinas? Se for mal atendida num Hotel deixo de fazer férias? Se um polícia me tratar mal deixo de chamar a entidade quando a minha casa for assaltada? Eu sei que não farei nada disso, e antes que venha para o meu Blogzinho privado falar mal de todos os serviços e todas as profissões que existem a prestar mau serviço (público e privado), já fiz o que me compete como cidadã, que é apresentar queixa. Dá trabalho? Dá, mas ao menos não armo em peixeira virtual nem ao pingarelho moral apenas para "expressar a minha opinião".

As opiniões valem apenas o que valem, mas é triste verificar o abuso verbal gratuito de algumas pessoas que se pensassem mais um bocadinho nos assuntos, não diriam tanto disparate e não fizessem os juízos de valor colectivos que fazem. Talvez por isso, haja tanto Blog em que as pessoas se queixam dos CTT à segunda, dos polícias à terça, dos médicos à quarta, dos professores à quinta, dos políticos à sexta, dos hipermercados ao Sábado e no Domingo falam da porcaria que vêm na televisão. Patético.






Meus amigos, a professora bem pode ser maluca, alguns políticos podem ser muito manhosos, existir escândalos de toda a ordem e feitio que afectem a nossa vida, de alguma forma, mas o estado complacente com que as pessoas tratam os assuntos, não faz sentido. Não faz sentido esperar três anos até que alguém faça alguma coisa contra uma situação destas. Existem entidades responsáveis, existem formas de actuar mais condignas do que esperar que a peixeirada rebente e alastre. Não faz sentido condenar toda uma classe por uma pessoa desequilibrada e tomar a parte podre pelo todo. Tantos diplomas superiores disto e daquilo, mas vence a estúpida certeza popular do ditado que diz que pelo pecador paga o justo.


A professora é maluca e tem a vida estragada, muito provavelmente não volta a dar aulas. Os políticos andam por aí à solta, nada lhes acontece.


Conclusão que retiro de tudo isto: vivemos num país que regride constantemente à custa de opiniões feitas e conversas de café. As mentes que mais deveriam fazer a bem da moral e bons costumes, os que nasceram em berços de ouro, os tais pseudo-intelectuais de esquerda, tão cheios de opiniões e tão cheios das suas certezas e dedos apontados "aos professores", they should know better, mas preferem fazer tudo igual ao povão: só muda o tema de discussão, porque em termos de estupidez bruta e opiniões a martelo do "falar mal por falar mal", a crítica parva e gratuita, vai dar ao mesmo que o Zé Povinho. Já dizia o outro que "as opiniões são como as vaginas..."



Siga.



quarta-feira, 20 de maio de 2009

De génio e de louco...

Antes de mais, devo dizer que ainda não vi o vídeo da professora mais famosa do país, que está a fazer as delícias de quem gosta de falar mal dos professores, portanto não farei considerações sobre o tema. Pelo que sei, a dita senhora será punida pelos termos da Lei Portuguesa. A opinião da grande maioria dos professores com quem falei sobre isto referiu-se ao episódio como "triste", "vergonhoso" e "decadente". A opinião pública pelos vistos também, manda o senso comum que tais reparos dentro da sala de aula não ficam bem a ninguém, muito menos a uma docente. Até aqui tudo bem.

Penso que não é preciso ter um curso superior ou ser muito inteligente para perceber aquilo que até as crinças percebem (e explicam se lhes perguntarem): que os professores não são todos iguais. Melhor: os professores não são todos, nem sequer a maioria, uma cambada de maluquinhos. Estaríamos mal, muito mal.

Ora eu não posso aceitar que opiniões de pessoas supostamente bem formadas (nem vou às outras, as mal formadas e histéricas) sejam no sentido de caluniar esta classe, e pior, de desinformar aquilo que toda a gente sabe: que os professores, ao contrário do que se quer transmitir ultimamente, são incompetentes, pouco profissionais e desequilibrados!

Tenho lido muito disparate que traduzem, infelizmente, ou uma profunda ignorância perante a realidade escolar dos filhos, ou uma voz acarneirada em coro histérico com a ideia que este governo quer passar, a da descredibilização dos professores, tendo-os como bodes expiatórios e aproveitando episódios tristes como este, para fazer esse insulto global a todos os professores portugueses.


Muita gente já aqui me perguntou se sou psicóloga ou professora. Apenas sorrio e respondo que "de génio, de psicólogo, de professor e de louco, todos temos um pouco".



Mais abaixo, um texto excelente da autoria de Pedro Abrunhosa, que me foi enviado por correio electrónico. E apenas uma de muitas páginas principais dos abusos físicos e psicológicos que abalam concretamente a vida de alguns profissionais do ensino, os professores.










A contínua hostilização aos professores feita por este, e outros governos, vai acabar por levar cada vez mais pais a recorrer ao privado, mais caro e nem sempre tão bem equipado, mas com uma estabilidade garantida ao nível da conflitualidade laboral.

O problema é que esta tendência neo-liberal escamoteada da privatização do bem público, leva a uma abdicação por parte do estado do seu papel moderador entre, precisamente, essa conflitualidade laboral latente, transversal à actividade humana, a desmotivação de uma classe fundamental na construção de princípios e valores, e a formação pura e dura, desafectada de interesses particulares, de gerações articuladas no equilíbrio entre o saber e o ter.

O trabalho dos professores, desde há muito, vem sendo desacreditado pelas sucessivas tutelas, numa incompreensível espiral de má gestão que levará um dia a que os docentes sejam apenas administradores de horários e reprodutores de programas impostos cegamente.

(…)

O que eu gostaria de dizer é que o meu avô, pai do meu pai, era um modesto, mas, segundo rezam as estórias que cruzam gerações, muito bom professor e, sobretudo, um ser humano dotado de rara paciência e bonomia. Leccionava na província, nos anos 30 e 40, tarefa que não deveria ser fácil à altura: Salazar nunca considerou a educação uma prioridade e, muito menos, uma mais-valia, fora dos eixo Estoril-Lisboa, pelo que, para pessoas como o meu avô, dar aulas deveria ser algo entre o místico e o militante.

Pois nessa altura, em que os poucos alunos caminhavam uma, duas horas, descalços, chovesse ou nevasse, para assistir às aulas na vila mais próxima, em que o material escolar era uma lousa e uma pedaço de giz eternamente gasto, o meu avô retirava-se com toda a turma para o monte onde, entre o tojo e rosmaninho, lhes ensinava a posição dos astros, o movimento da terra, a forma variada das folhas, flores e árvores, a sagacidade da raposa ou a rapidez do lagarto. Tudo isto entrecortado por Camões, Eça e Aquilino.

Hoje, chamaríamos a isto ‘aula de campo’. E se as houvesse ainda, não sei a que alínea na avaliação docente corresponderia esta inusitada actividade. O meu avô nunca foi avaliado como deveria. Senão deveria pertencer ao escalão 18 da função pública, o máximo, claro, como aquele senhor Armando Vara que se reformou da CGD e não consta que tivesse tido anos de ‘trabalho de campo’. E o problema é que esta falta de seriedade do estado-novo no reconhecimento daqueles que sustentaram Portugal, é uma história que se repete interminavelmente até que alguém ponha cobro nas urnas a tais abusos de autoridade.

Perante José Sócrates somos todos um número: as polícias as multas que passam, os magistrados os processos que aviam, os professores as notas que dão e os alunos que passam. Os critérios de qualidade foram ultrapassados pelas estatísticas que interessa exibir em missas onde o primeiro-ministro debita e o poviléu absorve.
(…)

Pedro Abrunhosa

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Relógio Biológico aka Medo da Solidão aka Pressão "já está na hora!"


Só o título já diz metade.


Não acredito em "relógios biológicos" . Não acredito numa idade própria para se sentir entranhas a pedir bebés. Não acredito em apelo sagrado ou chamamento divino para a maternidade. O "está mais que na hora" dos amigos e familiares, para a procriação é um jogo algo ridículo do tipo "agora que já somos adultos, vamos lá fazer o que se espera de nós". Casa-se porque sim, tem-se um emprego porque sim, tem-se filhos porque sim e compra-se aquele carro porque sim. Tudo porque sim. Porque é suposto fazer-se aquilo. Porque é suposto uma mulher ter filhos. Senão, é anormal. Já agora, para um homem também. Os dedos da pressão social resultam, muitas vezes, em boatos ridículos "ahhh deve ser gay" ou "deve ser lésbica". Facto é que o chamamento só atinge as mulheres, porque só as mulheres é que têm filhos (o homem português é ainda visto como uma espécie de "apêndice" e a paternidade é aquela coisa que só os nórdicos levam a sério).


Adiante.


Isto do apelo maternal serve tanto para as mulheres que se fazem acompanhar de machos cobridores, tanto para as outras, as que "optaram por ficar sozinhas, que optaram pela carreira". Como se as mulheres que têm machos em casa não fossem mulheres de carreira ou pouco dedicadas à mesma, ou já agora, as que estão sozinhas e "abandonadas", não pudessem ser umas frustradas profissionais(?!?!) Ou se tem uma coisa ou outra? Na mesma onda de quem é bonito não pode ser inteligente, e quem é um génio, só pode ser um trambolho? Quantas pessoas lindíssimas e atraentes são também inteligentíssimas! Como qualquer outro, é um cliché, este o da desculpa da "grande carreira".


Serve porque para além de "terem optado pela carreira", até podem "adoptar". É tudo assim, tão fácil como eficaz. Se não surgir ninguém, e se chegarem à barreira dos 45/50 sem ninguém, têm as suas brilhantes carreiras e até podem ter essa "opção". Tudo é uma opção, até a solidão que tentam mascarar foi uma opção. De repente, uma criança torna-se "uma opção" para não se ficar sozinho. Não se teve porque a carreira vinha primeiro (leia-se "ninguém lhes pegou") e quando já era tarde (até ninguém lhes continuar a pegar), "optam" pela adopção. Depois, numa de Maria Barroso, numa de "solidariedade" para com os meninos carenciados e coitadinhos, acham que podem "contribuir para tornar a vida de alguém melhor, dar-lhes amor e carinho", adoptando-os. Vão a um lar de adopção buscar um bebé take-away (leia-se criança abandonada e com traumas e com vidas interrompidas pela desgraça), como quem vai a um canil buscar um cão ternurento e fofinho! Mascaram o desespero de não quererem morrer sozinhas, de desistirem de encontrar alguém, com a atitude (ainda por cima nobre) altruísta de adoptar uma criança. Para mostrar que podem ter falhado como amantes e mulheres, mas ainda vão a tempo de não falharem enquanto mães. Alguém devia dizer a estas criaturas que dizem "ah, não faz mal se passar da idade, adopto depois!" que a adopção não é um processo à la Angelina Jolie/Brad Pitt e que tão pouco adoptar uma criança serve para tapar o vazio da solidão.


Depois, existe o tal preconceito que o casal tem de ter filhos. Ponto. Casam e têm filhos.

Uma colega de trabalho, com quem troquei uma meia dúzia de palavras em reuniões e uma conversa ou outra, pergunta-me "há quanto tempo estão juntos?" ao que depois de lhe responder ela diz "ahhhh, já está na hora!" Sem me conhecer de lado algum. Simplesmente isto. Uma miúda de 25 anos que passa a vida a queixar-se que o marido não a compreende, casadinhos de fresco, e fala-me que sente que "já é tarde aos 25" para ter o primeiro filho. Não se entendem, mas ter um puto vai resolver o problema de comunicação. Entre uma fralda e outra, talvez cheguem a alguma conclusão... pode ser que resolvam a vida toda do puto até ele ter trinta anos.



Antigamente as pessoas tinham filhos sem esperar, fora de tempo, mas por se amarem. Hoje, tem-se um filho não porque se ame outra pessoa. Tem-se um filho como projecto de vida, como exercício de egoísmo, porque está na lista de "sonhos e projectos", como tapa buracos, às vezes até mesmo para se salvar uma relação ou para se mostrar às amigas que também se é uma fêmea parideira. Para se ser aceite. Depois de os terem, é a velha batalha de os projectarem à sua imagem e semelhança. São os pais que vivem a vida dos filhos porque não têm uma vida própria. Imaginem então se forem mães solteiras... ufa!



Estas coisas atingem-me, claro que atingem, e nunca percebi muito bem o que é isso de "instinto maternal" ou relógio biológico. Tem-se depois de comer um Bio Danone? Não sei, não vejo nem sinto as coisas dessa forma. De quando em vez, sinto-me a anormal cá do bairro, porque não sinto o chamamento divino da maternidade, não penso em adoptar crianças, não vejo gracinha nenhuma nas fraldas borradas que me dão vontade de vomitar nem faço bilu bilu, nem me derreto com bebés.


Penso que deve ser fantástico poder ter uma criança com os olhos do homem que amo, dar-lhe uma educação, transmitir-lhe os nossos valores, acima de tudo, amá-la por tudo aquilo que ela quiser ser. Não agora e não sei quando. Às vezes as oscilações hormonais da TPM fazem-me chorar e fazer figuras tristes só de pensar que se entretanto não sentir esse instinto maternal, e se só surgir aos 50, então o gajo troca-me por uma mais nova nessa altura e têm uma ninhada de filhos juntos. Buááááá!!!!!!!!!!!!!



Por enquanto o meu amor egoísta é apenas relativo a esse homem, e se continuarmos juntos e sem filhos porque ambos decidimos assim, óptimo. Não vou desculpar-me atrás da carreira que tenho, ou do dinheiro, ou da falta de tempo que nunca são suficientes. Se um dia isso mudar, óptimo. Senão, tudo bem na mesma. O que eu não vou fazer de certeza é esconder-me atrás da frustração de nunca ter podido ter um filho, e dizer que foi por opção, pela carreira, etc. Ou dizer "ah e tal, o gajo deixou-me por uma mais nova porque não lhe podia dar filhos, então vou adoptar!" Nesse dia, faço as malas e vou correr mundo. De certeza que hei-de encontrar algo de mais interessante para fazer do que trocar uma fralda...





Parabéns FCP!





Um dos motivos pelos quais eu detesto tanto as pessoas que vivem no Porto é pelo facto da grande maioria delas ser do FCP. Não gosto do Clube, dos adeptos, do Presidente Jorge Nuno, não gosto de nada que venha dali. Não gosto do "conceito FCP". Não é por gostar muito de futebol, que nem gosto. Nem sequer tem a ver com o facto de ser benfiquista, sou mais pela Académica de Coimbra. É pela boçalidade daquilo tudo. É pelo sotaque, pela "mania labrego-urbana". Acima de tudo, não gosto das mulheres do Porto que gritam FCP! e parecem prostitutas de beira de estrada. A elas dedico este post.
No entanto, essas pessoas até poderiam ser do Benfica que eu continuaria a não gostar delas.


sábado, 16 de maio de 2009

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Ajustar contas






O governo governa com a maioria e não com as manifestações da Rua,
diz o Sr. Primeiro Ministro.
É verdade, se o PS não tivesse a maioria, o Governo nunca
teria tido a coragem de insultar os professores, nem de aprovar o novo estatuto da carreira docente, que é um insulto a quem presta tão nobre serviço à Nação.

Já foi votada no Parlamente por três vezes a suspensão do novo estatuto da carreira docente e das três o PS votou contra suspensão.
As maiorias só favorecem os poderosos, as classes trabalhadoras que produzem riqueza saem sempre a perder. É fácil para quem tem vencimentos chorudos vir à televisão pedir para que apertemos o cinto.

Chegou o momento de ajustar contas com o PS. Se este partido tivesse menos de 1% dos votos expressos nas últimas eleições, não teria a maioria e nunca teria tido a coragem de promover esta enorme afronta aos professores. Somos 150.000, o equivalente a 3% dos votos nacionais expressos. Se nas próximas eleições, que são dentro de um ano, todos os professores votarem em massa em todos os partidos excepto no PS, este partido nunca mais volta a ter a maioria e será a oportunidade soberana de devolver ao Sr. Sócrates as amêndoas amargas que ofereceu aos professores.

Colegas, quem foi capaz de ir do Minho, Trás-os-Montes, Algarve, Madeira e
Açores a Lisboa, também consegue nas próximas legislativas dirigir-se à sua assembleia de voto e votar a derrota do PS.
Em Portugal há partidos para todos os gostos, quer à direita quer à esquerda do PS, é só escolher, maiorias nunca mais.

Os professores, para além de terem a capacidade de retirarem a maioria ao PS, têm a capacidade de o derrotar, basta para isso que os professores convençam metade dos maridos ou mulheres, metade dos seus filhos maiores, metade dos seus pais e um vizinho a não votar PS, e já são mais de 500.000, foram os votos que o PS teve a mais que a oposição.
Os professores estão pela primeira vez unidos, esta união é para continuar, e têm uma ferramenta poderosa ao seu alcance, a Internet, que nos põe em
contacto permanente uns com os outros.



Façamos contas:
Esta mensagem vai ser enviada a cinco colegas. Se cada um dos colegas enviar a mais cinco dá 25.
Se estes enviarem a mais cinco dá 125.
Se estes enviarem a mais cinco dá 625.
Se estes enviarem a mais cinco dá 3.125.
Se estes enviarem a mais cinco dá 15.625.
Se estes enviarem a mais cinco dá 78.125. se estes enviarem a mais cinco dá 390.625... isto é, o dobro dos professores que há em Portugal.
À sétima vez que esta mensagem for reenviada todos os colegas ficarão a saber a informação que ela contém.

Começou oficialmente
a campanha eleitoral dos Professores
contra o PS
Não votes PS




Não é de certeza absoluta o único motivo pelo qual não votarei PS, mas este, é um motivo bastante válido.



25 de Abril? Foi você que pediu?



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quinta-feira, 14 de maio de 2009

"Ar de poucos amigos"








Confesso que não sou uma pessoa de ir em "aparências". Quase nunca gosto das pessoas com "ar feliz" (embora o meu, seja o "ar" mais estúpido do mundo), preferindo sempre as carrancudas e com "ar de poucos amigos". Toda a gente deve ser agradável, bem educada, polida e convenientemente silenciosa, até porque o contrário a esta adjectivação é algo de insuportável. Certo é, e pasmem-se aqueles que acham que tiveram alguma vez o privilégio de me conhecer, que eu sei ser insuportável. Alguns comportamentos levam-me a isso. Reconheço totalmente. Admito, assumo, tenho plena consciência disso. Daí até ao arrependimento é um caminho difícil, já para não dizer impossível ou irreversível. Chego a gostar de ser insuportável, tenho prazer em ser insuportável.


Porquê? Porque nem tudo o que parece é. Todos os comportamentos (e não pessoas) que provocam o animal que há em mim, são fruto de coisas que, na minha escala de valores, são inconcebíveis, intoleráveis. Tal como eu, o resto do mundo. Voltemos ao princípio: e se essas pessoas que têm "ar de poucos amigos", tiverem boas razões para o ter? E se tivermos julgado mal essas pessoas? E se afinal a história não era bem como se contava por aí? E se afinal o louco que todos julgavam louco, era o mais lúcido de todos?


Muitas vezes aquilo que se ouve por aí, os boatos, as histórias mal contadas, os comportamentos desajustados atribuídos a alguns e retirados a outros, são apenas pedaços de mentiras mal metidas e os factos não estão nem são muito claros. Tudo parte desse princípio errado: a mentira. Todas as mentiras acabam por se descobrir e tudo o que alguns julgavam estar encoberto porque afinal souberam mentir muito bem, acaba por vir ao de cima.


As máscaras sempre acabam por cair. E ainda bem. Começo a não ter paciência nenhuma para as milhentas histórias de homens que, no final de uma relação, ou porque querem precipitar o final de algo, mas não têm os tomates para assumir o que querem (ou não querem), justifiquem toda a trampa que fazem com a frase "ela é louca". Ou algo equivalente a isto: a loucura da mulher, namorada, companheira. Como provavelmente ela até anda sempre com cara de caso (ou "ar de poucos amigos") porque deve estar farta de alguma situação limite a que está sujeita com o gajo, ou tem comportamentos desajustados, é fácil assumir que ela é que é a "louca da história". Quase sempre é a mulher a "louca da história".


Qualquer um de nós conhece alguma história inexplicável entre um homem e uma mulher e quase sempre nessa história a louca é ela. Dá que pensar, não?


Eu vou levar o meu "ar de poucos amigos" até outras paragens. Até porque tenho mesmo poucos amigos. Mas os que tenho são bons.






quarta-feira, 13 de maio de 2009

Marli, uma Coisa do Outro Mundo

Eu pensava que já tinha visto e ouvido tudo o que de pior o ser humano pode conceber, e ainda assim conseguir chamar-lhe "arte", até à noite passada em que ouvi isto e percebi que há um mundo imenso a descobrir. Ou não.

Há quem lhe chame a Bjork brasileira.








* gosto particularmente da "evanessença"

terça-feira, 12 de maio de 2009

O Filho do "Reculuso"

Hoje criei uma nova etiqueta: tretas do tipo "ri-me tanto que me borrei todo". Acho que isto diz tudo.




Ainda o 1º de Maio















Estes mails que me enviam... comunas duma figa pá! ehehehe...

Teacher






Dá que pensar.
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Discursos com muitas "aspas"

Às vezes esqueço-me porque é que não gosto de determinados Blogs e determinadas opiniões, e regresso em breves visitas para me refrescar a memória. Foi o caso desta noite, em que fiz uma incursão algo demorada ao Abrupto de José Pacheco Pereira.

Então leio "pérolas" como a que se segue e lembro-me porque é que não gosto de determinados Blogs.




Nos blogues, que estão, desde a génese da blogosfera portuguesa, inclinados para uma direita ideológica herdeira, em muito mais do que imagina, do Independente e do PP de Portas e Monteiro (sim dos dois) prolifera uma atitude um pouco enjoada e nefelibata sobre o 25 de Abril. Muitos dos que a têm, até porque está na moda e as modas contam mais para certas gerações do que para outras, nasceram por volta de 1974, mais ano, menos ano e viveram sempre em liberdade. Esse enjoo enjoa-me também um pouco, porque o resultado final do 25 de Abril, não as suas vicissitudes de percurso, pode traduzir-se nesta verdade absoluta: eu posso escrever “o governo do engenheiro Sócrates é medíocre” e antes do 25 de Abril não podia. No fundo, é simples.

in http://abrupto.blogspot.com/



Se por um acaso o senhor José Pacheco Pereira passar por aqui, deixe-me que lhe diga que as pessoas vivem demasiado o passado neste país, para não terem de encarar o futuro. É apenas disso que estamos TODOS fartos e "enjoados", velhos e novos, mais à "Esquerda" ou mais à "Direita" (quem ainda acredita no conceito de Direita vs Esquerda são os comunistas ou mrpp's que agrediram o Gepeto no 1º de Maio, malta que vai ao Avante com t-shirts do Che Guevara e estudantes de 18 anos do Bloco de Esquerda). Avós, pais e filhos vivem "enjoados" com a conversa da treta do 25 de Abril, todos os anos que se lhe seguiram. Não foi mais do que um culminar óbvio de uma porção de coisas que tinham imperativamente de acabar numa Europa em evolução e, ainda por cima, foram mal solucionadas. Basta ler a História e as múltiplas governações que foram autênticas fraudes, um fiasco. De Soares a Cavaco, de Eanes a Spínola, de Guterres a Durão Barroso, todos diferentes, todos iguais. Todos muito "enjoativos".


Eu posso escrever que antes do 25 de Abril tivémos Liberdade, já que antes de Salazar tivémos Liberdade e posso escrever que 35 anos depois do 25 de Abril de '74, continuamos a ter pseudo-intelectuais agarrados a um século XX que não foi nada positivo, aos conceitos nobres do 25 de Abril, defendendo-os na teoria, mas nunca na prática. Muito sábios, cheios de "aspas" e "conhecimento de causa" no discurso, julgam que nos ensinam algo que por si, desconhecemos.
Recriminar jovens nascidos em '74, mais ano, menos ano, por querer algo de maior? Deveríamos quê? Bater no peito e agradecer três vezes? O seu discurso com demasiadas aspas insinua, à laia de quem cresceu num ambiente sem Liberdade, portanto nunca afirmando convictamente, que os jovens que já nasceram em Liberdade são uns "enjoados" felizardos! Permita que o corrija: não somos uns felizardos, vocês, os que nasceram durante o regime ditatorial é que foram uns infelizes, e precisaram do Golpe dos capitães de Abril para virem agora, todos de cravo ao peito, falar-nos do valor da Liberdade, ignorando tudo o resto, ignorando que Portugal deveria estar num outro sítio que não está, a um nível equiparado ao resto da Europa, pela mentalidade medíocre dos governantes dos últimos 35 anos, e não apenas de Sócrates.

Não é uma questão de "modas" Pacheco Pereira: é uma questão de futuro hipotecado e nós a arder neste país (literalmente) porque a sua "fantástica" geração tem muita retórica e pouco mais do que isso.

Mais do que "simples", eu diria que é triste. Sem aspas.
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segunda-feira, 11 de maio de 2009

Exploração Sexual












Certas coisas exasperam-me, tais como a inveja mal digerida no feminino, que se traduz de duas formas: uma delas, é a crítica descabida do corpo da outra. Aquela criticazinha venenosa, com uma pontinha de azedume muito verde, da língua viperina sobre qualquer aspecto menos favorável do corpo de um outro espécime do mesmo sexo, faz-me revirar os olhos.




Fica mal, mesmo muito mal, a uma tipa absurdamente obesa ou absurdamente feia ou absurdamente desproporcionada atacar ferozmente o "nariz torto da Rita Pereira", as "ancas largas da JLo", o cabelo "tratado - e vê-se logo que está cheio de químicos! - da Beyoncé" ou as "rugas (é que tá cheia de rugas!!) da Bárbara Guimarães". Isto, meus senhores, é pura inveja. Se transferida para uma amiga ou uma colega de trabalho, pior ainda. É a p... da má-língua a reinar.



A outra forma, é abordar o assunto indirectamente, pelo ataque gratuito à publicidade, alegando que se faz uso abusivo/exploração do corpo da mulher para fins publicitários. "Coitadinhas das raparigas, ali assim tão expostas a vender um produto qualquer, com as mamas e o rabo e tudo e tudo de fora!" Pois é, coitadinhas das raparigas que ganharam um balúrdio, talvez tanto numa sessão fotográfica como eu ganho num ano! No fundo, esta é uma crítica menos directa, o ataque não se faz às gajas que são podres de boas, mas "à publicidade NOJENTA e MACHISTA!" Sim, porque aquelas coisas saíram todas da cabeça de um homem! E machista, olha o patife...!

Depois, para cúmulo dos cúmulos, são as mesmas pessoas (leia-se gajas) que afirmam que "o corpo feminino é MUITO mais bonito do que o corpo masculino". Há aqui um contrasenso, não? Ora se é bonito, é natural que seja utilizado! Não?!? Esta raça de feministas meio loucas que não pode ver mais do que dois centímetros de pele dá-me a volta ao cérebro, juro. Por acaso eu discordo em absoluto. Porque raio há-de ser o corpo feminino mais bonito? Eu gosto muito mais do corpo masculino, conotações sexuais à parte. Tal como aprecio uma obra de arte, uma escultura, uma tela, um automóvel ou um edifício, também aprecio o corpo humano ou o corpo de um animal. Para mim, o homem é mais passível de ser elogiado e apreciado do que o da mulher. Mas isso sou eu.



Eu? Só tenho pena de não ter o corpinho Danone da Cláudia Vieira, mas não tenho qualquer escrúpulo em atacar a MINHA própria inveja e assumir abertamente um valente "cabra!" quando vejo uma dessas moças na publicidade que nos entra olhos adentro.
Assumo, já agora, que era agradável ver mais homens sem ser no anúncio da Gillette (que já não têm o calibre de outros tempos). Veja-se o caso do Jude Law para a Casa Dior. Aí, provavelmente, as ditas senhoras invejosas já não dirão que é "exploração do corpo masculino". Ah pois não.




Fica a campanha publicitária dos sapatos Eram, que mais do que focar a questão machista/feminista da exploração do corpo feminino, faz uma sátira daquilo que é o tema em si, com grande dose de humor. Pelo menos, é essa a leitura que faço dos anúncios publicitários.
Já agora, fica
isto também, que encontrei aquando da minha busca incessante sobre a exploração do corpo masculino no Google.




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Uma imagem > mil palavras




Depois de visionar a imagem (cortesia da minha amiga Mónica) riem-se milhentos homens (leia-se gajos) e sorriem milhentas mulheres (leia-se gajas). Toda a minha gente em pleno século XXI teve conhecimento de experiência semelhante, quer por causa própria quer por terceiros. A vulgar história cujo papel de bandido pertence ao homem, e em que a enganada e infeliz da mulher agarra-se ao balde de gelado, faz rir toda a gente, MAS... nem sempre é assim.



Às vezes o bicho terrível e predador é a gaja, e o gajo é que se lixa no fim. Façam uma imagem a retratar essa situação, e vejam quantas pessoas se riem no fim. Muitos gajos podem agora subverter a história, fazer cara de Bambi e dizer que as mulheres hoje em dia são umas modernaças, "são piores que eles!", como dizem as velhas nas soleiras das portas.



De uma forma geral, estamos fartinhos de ver a cena acontecer tal como surge na imagem e é essa a situação mais frequente. E rimo-nos, achamos piada, mesmo que isto nos dê amargos de boca, mesmo que isto mexa com as entranhas, mesmo que a memória seja muito curta e nos tenhamos esquecido que já passámos por lá. Porque é que isto acontece? Porque é que são as mulheres as mais rejeitadas? Porque é que são sempre as mesmas desgraçadas a agarrar-se ao balde de gelado? Porque é que isto nos acontece a nós? Pragmaticamente falando, há mulheres a mais. É isso mesmo: há mulheres a mais, gajas a mais, todas no mesmo filme do "sete cadelas a um osso", dado que elas são as cadelas e eles, o osso. Há um excesso de mulheres neste país e todas numa espécie de corrida em que eles se sentem o troféu. Normalmente, este tipo de "gajo troféu" provoca uma expectativa tão grande que no final da corrida, e bem vistas as coisas, o troféu não passa de lata de qualidade inferior. São vulgares.





O meu conselho a este tipo de mulher enganada (que se deixa enganar pelo brilho do troféu de lata):



- valorizem a vida de solteira.



Não há nada de mais fantástico do que ter uma relação (quase) perfeita, ter alguém ao lado que se descobre todos os dias, partilhar uma vida, construir qualquer coisa juntos, etc etc etc e todas essas coisas lindas e maravilhosas que é ter alguém, mas até que isso aconteça, às vezes é preciso procurar muito bem, na medida em que se acredita no Amor entre dois seres humanos. Preciso mesmo é acreditar. Um dia acontece, mas... até que aconteça, os sapos e os troféus de lata pululam por aí. Existem apenas para podermos valorizar a vida, para se poder dizer que se percorreu um caminho, existem para a diversão minhas amigas. Aproveitem o facto de terem TEMPO LIVRE, e valorizá-lo, dando-lhe utilidade em proveito próprio. Saiam com os sapos, divirtam-se com eles; bebam umas cervejas e uns shot's, whatever; tirem um curso, seja superior, seja de dança, seja de italiano, seja de bricolage. Leiam mais. Vejam mais filmes, aqueles filmes do Manoel de Oliveira e todos os criticáveis. Ou as comédias românticas, se preferirem. Aproveitem para ganhar dinheiro, invistam em vocês. Andem pela casa todas nuas com o corpo coberto de auto-bronzeador, coisa impensável de se fazer com um homem em casa. Viajem, viajem muito. Sozinhas. Com amigos. Com amigas.




::dedico este post às minhas amigas que ficaram recentemente solteiras (e não comam baldes de gelado; isso é uma moda à la Bridget Jones ou à la Ally McBeal, que mais não faz do que engordar).

domingo, 10 de maio de 2009

Descubra as diferenças VIII







Gepeto e Vital Moreira.



Com o alto patrocínio do Governo PS.





*Cortesia da JSD e de Bruno Nogueira.

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"Nada se perde, tudo se transforma"

Porque é que as pessoas (se as pensarmos em abstracto), se desencontram da sua natureza e se tornam feias e azedas, à medida que crescem? Porque, ao contrário da natureza, são escassas as vezes em que aprendem com a experiência. Porque não querem? Não; porque a complexidade dos seus sentimentos e do seu pensamento é grande. E, enquanto a natureza metaboliza as diferenças em ciclos de tempo onde caberiam muitas gerações humanas, é raro que uma pessoa encontre quem transforme, num período circunscrito da sua vida, sofrimentos enquistados, sentimentos por legendar e pensamentos que, simplesmente, se intuíram, sem nunca se terem formulado.

Eduardo Sá




Segundo o que Lavoisier defendia, "na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma." . Há quem prefira citar grandes filósofos, poetas, escritores e, mais recentemente, psicólogos ou sociólogos; eu prefiro citar este grande Químico, que foi Lavoisier.



Concordo com a opinião de Eduardo Sá: o ser humano é, ao contrário do resto da Natureza circundante, complexo. Mais do que complexo, acrescento que o ser humano gosta de complicar, gosta de "inventar", criar situações ambíguas que não o permitem ver para além da sua esfera pessoal, fechada e compacta. Qualquer um tende a ampliar ou a diminuir determinada situação que acha que o separa do resto do mundo, apenas porque cada um de nós teima em não perceber que somos todos muito mais iguais do que imaginamos ou gostaríamos de achar que somos. Não vivemos em esferas separadas, vivemos todos dentro da mesma bolha gigante e todos nos dividimos por entre desejo, medo e sonho. Quem acredita piamente que é um desgraçado separado do resto do mundo, incompreendido pela sociedade, é com certeza alguém amargo, azedo, que não terá muito mais a dar senão o queixume típico de um "velho do Restelo". Existem os velhos amargos e existem os velhos loucos. Infelizmente, começa a existir uma legião enorme de pessoas tremendamente novas e muito amargas.
Será sempre assim? Deverá ser assim?



Há dois anos li um livro por sugestão de uma grande amiga: O Poder da Kaballah. Ofereci a resistência natural de quem acha que aquilo é um livro de auto-ajuda, mas ela explicou-me que não. Eu entendi que não, e de facto não o penso assim, afirmo mesmo que aquilo tem tanto de auto-ajuda como outro livro qualquer, um ensaio ou um romance. Gostei muito do que li, até porque o livro não "vende" soluções nem impinge ninguém a cumprir nada e cheguei à conclusão de que perdemos muito mais se não abrirmos horizontes em determinadas direcções. Seja culturais, seja pessoais, seja profissionais. Acharmos que estamos talhados para determinado objectivo ou que estamos destinados a ser de determinada forma, a conduzir a nossa vida e a seguir determinado rumo apenas porque os outros insistem em achar que sim, (ou porque nos auto-educamos e controlamos nesse sentido), é a forma mais limitativa e castradora de se viver a própria vida, de ter iniciativa, e condenamos a própria existência a um destino ou a um plano que alguém tem para nós.



Sempre me recusei a aceitar isso, tenho vindo a somar mais vitórias do que derrotas ao pensar desta forma; talvez por isso me assuma como ateia, talvez por isso me chamem "louca" muitas vezes. Talvez por isso me recuse a ver o mundo pelos olhos dos que se resignam e aceitam, dos que se conformam em nunca alterar o estado das coisas, em nunca mudar, em não aceitar o outro lado do espelho. Fazer as coisas sempre da m-e-s-m-a m-a-n-e-i-r-a conduz-nos a uma estagnação e a uma atrofia, a um empobrecimento espiritual, à tristeza.



Creio, em última instância, que o Bem vence. Que tudo está bem quando acaba bem. Que por mais que se sofra haverá uma contrapartida, que as diferenças poderão esbater-se se tivermos em atenção tudo o que os pratos da balança contêm. Que para tudo há uma causa, e tudo pode causar um efeito. Que, acima de tudo, nada mas mesmo nada justifica a mentira, a maldade, o Mal que impera e nada se faz para inverter o culminar de um final trágico. Nada se resolve por si. Certos pensamentos e sentimentos podem ser digeridos e metabolizados se assim o quisermos; as razões para procedermos ao esquecimento de alguém ou de alguma atitude são o motivo mais forte para que os danos sejam minimizados, para que as perdoemos ainda que nunca o saibam. Perdoar os outros, e sempre perdoar-se a si mesmo.


Nada se esquece, quando nos magoa, mas pode ser compreendido, pode ser dissecado, pode ser assimilado, à semelhança de um prato indigesto que nos caíu mal ou de uma chama de fogo pela qual passámos a nossa mão. Ninguém gosta de comer o que sabe que lhe vai fazer mal, se sabe que é alérgico, se sabe à priori que pode vomitar ou até morrer. Tal como ninguém coloca a mão na chama ao saber que se vai queimar. Vivemos condicionados pela aprendizagem que da vida fazemos, que da vida retiramos, dos erros que cometemos. Aceitar isso é importante, para não se voltar a um caminho por onde já se passou, para não voltar a magoar terceiros se já os magoámos antes. Transformamo-nos, todos os dias.



Ter a consciência de que é um mundo imenso, cheio de experiências e erros a cometer, é uma dádiva que devemos abraçar, na certeza que nem tudo é mau e que pode ser uma mais-valia queimarmo-nos de vez em quando. Uma e outra vez. Porque tudo se transforma, mas há chamas que nunca se extinguem.



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sábado, 9 de maio de 2009

Post do mês (passado, que este já tem campeão)

[ainda da importância dos aniversários]

Sou daquelas pessoas que não se farta de fazer anos, nem de receber chamadas telefónicas (ainda bem que foram mais as chamadas do que as sms'), e de continuar a somar as voltas de 365 dias (366 em anos bissextos) do calendário.

Do que eu me farto é daquelas mensagens escritas, muitas delas, de pessoas que não constam no raio da agenda e é um sarilho descortinar a proveniência das ditas cujas.

Quase podia adivinhar o cheirinho a Natal e suas múltiplas mensagens "tipo" com blablablas do tipo "és uma pessoa especial que merece tudo de bom na vida, admiro-te muito" e blablabla.... whatever... as pessoas que mais o afirmam são precisamente aquelas que menos o sentem. Têm dúvidas?


O Alvim compreende-me. E o Garfield também.










Fiz anos este Domingo e de novo senti o que já venho a suspeitar há algum tempo. O nosso dia de anos está cada vez mais parecido com o Natal. E foram muitas as sms que terei recebido que me lembraram isso. De tal modo, que recebi uma que dizia precisamente: " Feliz Natal e Bom ano novo!".





Irritam-me as mensagens tipo. As pessoas tipo. As empresas tipo. Os comportamentos tipo. Um bom tipo. Um mau tipo. O próprio Fiat tipo. Por mim, prefiro mil vezes uma mensagem que diga simplesmente " Parabéns!" a uma tipificada como: " Espero que este dia seja passado com aqueles que mais amas, na companhia dos teus verdadeiros amigos, e que este dia se repita por muitos e longos anos!" . Não sei explicar-vos, mas explico. Há aqui qualquer coisa de plástico. Ou de cimento armado. Ou tijolo casquinha. É duro perceber que já teremos lido isto em alguma parte. E já lemos. Possivelmente mais do que uma vez. Possivelmente até da mesma pessoa que no ano anterior, nos terá enviado uma mensagem exactamente igual a esta. Por mim, é preferível darem-me um par de meias todos os natais. Essas sempre aquecem.




Aliás de entre todas as mensagens que se enviam em datas como esta, a que terei recebido mais vezes, a recordista de sempre, a rainha das mensagens, a Vanessa Fernandes das sms’s, é sem qualquer pestanejar , a lendária mensagem de natal, a vossa atenção por favor para o festim de risadas que aí vem, o clássico dos clássicos que é: "Boas Festas?! Nós queremos é festas pelo corpo todo!:)".E assim, quando a recebo, possivelmente pela quadragésima quinta vez, é tal o riso que me provoca, que me atiro imediatamente ao chão e bato freneticamente com os pés e as mãos como se tivesse a fazer 100 metros mariposa. Ainda agora por exemplo, quando estava a escrever esta mesma piada, aconteceu-me outra vez e fui às lágrimas. Se não se importam, vou buscar lenços de papel que eu já não aguento emoções destas.




Fiz anos e neste dia há uma espécie de imunidade parlamentar que nos é dada. Isto é, podemos dizer e fazer o que quisermos, sem que nos julguem por isso. E assim, este é o dia perfeito para fazer as pazes com alguém ou, com a quantidade de sms recebidas, recuperar contactos que se encontravam perdidos há muito. Há pessoas que só nos ligam nestas alturas e ainda bem. São pessoas que existem só nestas duas ocasiões e eu não as censuro. Até porque essa é a diferença. E assim, é fácil percebermos que só há duas categorias de pessoas: as que existem durante estes dois dias e as que existem durante todo o ano. Eu gosto particularmente destas últimas.

Portugal na CEE

A propósito da data de hoje, alguém é capaz de me elucidar sobre a data de adesão de Portugal às comunidades europeias? Supostamente terá sido em 1986, mas algumas fontes alegam ter sido em 1985.





Esta música é de 1981. Formação inicial dos GNR com Alexandre Soares.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Desmistificações

... e começar assim o fim-de-semana. Porque esta foi, sem dúvida, uma semana BEM cheia!





*dedicado aos meus amigos da Terceira e em homenagem às "touradas à corda" que começaram esta semana. Bem hajam!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Estranha Forma de "BlogoViver" III

Não há duas sem três, e se parece demasiado andar às voltas sobre o tema e atribuir importância desmesurada sobre isto, penso que dois ou três posts são apenas a ponta do iceberg. Um livro inteiro não chega para descrever aquilo que é o mundo virtual e como funciona isto de se ter um Blog.
Já agora, de fingir que não se tem um Blog.
Anteriormente discorri sobre os estafetas de comentários que fazem dos seus Blogs o seu objectivo de vida, pois normalmente não têm vida. Hoje, debruçar-me-ei sobre os olhares masturbatórios de quem finge não ter um Blog. Faz-se de conta que não se tem, tendo. Ou diz-se mesmo "tenho um Blog mas não digo a ninguém qual é". Classifico esta malta numa palavra: cobardolas. Ou cobardes, se preferirem, mas o termo "cobardolas" é mais engraçado na definição e na gíria.
- Dão tanta ou mais importância aos que afirmam ter um Blog.
- Normalmente chegam a ter mais do que um.
- Têm medo da crítica a que possam estar sujeitos, uma vez que criticam tudo e mais alguma coisa.
- São, por norma, pessoas picuinhas e desconfiadas.
- Têm uma insegurança que não lhes cabe nem na parvoíce de poderem afirmar que têm uma merda dum Blog. Porquê? Porque acham que os outros são como eles, e rir-se-íam das bacoradas que lá metem. Por outro lado, acham que atiçam a curiosidade alheia ao afirmar que têm um Blog mas não dizem qual é, talvez na tentativa desesperada de chamar a atenção e imaginar que o resto do mundo possa ter grande interesse pelo tal Blog fantasma. Nem perco tanto tempo a imaginar o que faço para o jantar, quanto mais...
Tenho conhecimento que algumas pessoas que lêem o meu Blog, têm, de facto, um Blog, mas não o dizem a ninguém. São as mesmas pessoas que acham que congemino uma teoria da conspiração no outro Blog, o tal, o do gostinho especial, o que dá por nome de Beautiful Losers. Bebem estas palavras como se fosse um qualquer vinho de reserva, e fazem visitas diárias.
Estas pessoas acabam por sempre ter uma enorme sensação de poder em relação ao que lêem no blog das outras, porque acham que têm acesso a coisas que, de outra forma, não teriam. Sentem-se, no fundo, felizes por ter acesso a isso, a páginas que julgam ser privadas, sagradas e preciosas para a pessoa que as escreve. No fundo, é uma sensação de falso poder que se impingem a si próprias, no momento em que denunciam a real importância que afinal nós sim, constituímos nas suas vidas. De que me interessa a mim dizerem-me, com ar trocista e imbecil "ah, afinal foste ver o Marley e fartaste-te de chorar... ehehehe".
Tipo: "e...?" Se eu não quisesse que toda a gente soubesse, não o teria escrito, certo? E se eu própria estiver a manipular essa informação? Não se deve acreditar em tudo o que se lê! E se estiver a mentir?, aquilo que toda a gente faz via Internet? O propósito é sempre esse: manipular e/ou informar.
Normalmente tenho as revistas Visão na casa-de-banho. Gosto de ler as crónicas do Lobo Antunes e do Gonçalo M.Tavares enquanto .... enfim... a importância desse momento sou eu que a assimilo e digiro. Gosto muito mais desses momentos de wc do que pegar no livrinho destes senhores e armar-me ao cagalhão numa esplanada qualquer! (Tipo forinhas da pacotilha, os que se vestem de preto e usam óculos de massa e papam tudo o que é alternativo só porque sim) E agora? Devo sentir-me importante por isso? Importantes são eles, os que escrevem, os que me motivam por alguma razão, a que num momento tão importante da minha existência digestiva, pegue numa das suas crónicas e me refugie num sítio em que mais ninguém entra enquanto eu lá estiver! Imagino o ar incrédulo do sr. Lobo Antunes se a ele me dirigisse e dissesse, com ar maroto, a piscar o olho: "ontem foi mesmo bom, aquela sua crónica deu um outro sentido à minha vida..." Se ele tivesse juízo nem me respondia e seguia caminho.
O olhar idiota, cretino e imbecil de quem lê uma porcaria qualquer de outro alguém e se dá o direito de se achar importante apenas porque sabe ler uma porcaria que está online, e não divulga as próprias porcarias que escreve, não é mais do que masturbatório. Já agora, um bocadinho presunçoso. Às vezes, é até mesmo um favor que estas pessoas nos fazem, não nos presentear com os seus demónios de horror, pesadelos, sonhos ou ambições, já para não falar das opiniões. Sabe-se lá o que iríamos ler nesses Blogs fantasmas. Mas é como dizia o outro: as opiniões são como as vaginas... cada um tem a sua... (ou não).

terça-feira, 5 de maio de 2009

Post do mês



É disto às vezes que se trata. Apenas e somente. Gosto tanto tanto deste Blog que nunca o comento. É bom que se farta.






Porque é que não tenho escrito sobre cinema? Porque não tenho ido ao cinema. É simples. É a esse nível de merdice que a minha vida anda - tão grande tão grande tão grande que nem faço a única coisa que me preenche. Nem sequer vejo as centenas de filmes que tenho em casa, contam-se meses desde a última vez que peguei num dvd. Claro que tenho ouvido música - é a minha epiderme, não preciso de seguir-lhe o encalço. Mas, por exemplo, dançar. Não danço desde a passagem de ano. Não vou a concertos, muito menos nem aos do Mercado Negro. Este mês não li nada. Andava a ler a um ritmo tão bom, para o nível miserável dos últimos três anos e entretanto fui-me abaixo. É isso, fui-me abaixo, e não me apetece nada dizer que estou lá em cima. Este blogue anda a irritar-me. Anda muito levezinho. Foda-se, mas eu estou na merda ou não estou? Claro que estou. Como sempre. Então que se foda esta porra toda e vocês também, já agora. Entretanto, rio-me. Já não resisto à minha própria palhaçada, é o que é. Vai-se a ver e isto continua tudo muito triste. Óptimo. Manifesto desde já a minha intenção de repor o tom a que este blogue tem direito e obrigação: rasteirinho, rasteirinho, fodidinho, todinho. Nem a propósito, grita agora mesmo um guna na minha rua olhá, ámanhá, até te bou matare. Fixe, por mim podia ser já hoje. Mas antes queria mandar um beijinho lá para casa, para as pessoas que me estão a ver. Em especial, para o Zé, que não conheço pessoalmente e que no outro dia me fez um filho em sonhos, e eu em sonhos tinha namorado, que era o Pedro. Qual deles? Olhem, vão ver se chove, que pode ser que sim. O relato do sonho fica para depois, merece um tempo de antena exclusivo, como tudo o que é macabro e perturbador. Sinto-me mal. Se calhar não ajuda estar enterrada num puff preto enquanto escrevo - é como escrever sobre a escuridão da perspectiva de um buraco negro. Não saio de casa há dias seguidos. Demasiadas vezes dizem-me «és uma complicadinha», como quem diz «não há quem te ature». Mas é que não há mesmo. Estou sozinha há anos ou não estou? Ou vocês achavam que isto era tudo literatura? Desculpem lá se o discurso hoje é o inverso. Isto de falar para 400 pessoas diariamente não só é completamente contrário à minha vida real como às vezes me atrofia um bocado a tola.

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Estranha Forma de "BlogoViver" II

Os meus Blogs preferidos, na sua maioria, não recebem comentários meus, e não os recebem porque acrescentar algo ou comentar aquilo que considero bom ou excelente, acaba por ser um exercício inútil. Se já dizem tudo, para quê acrescentar o que quer que seja? Existem outros que nem sequer caixas de comentários têm e salvo um mail ou outro que acho por bem escrever aos seus "donos", fico-me por aí. Continuo sempre a visitá-los e lê-los diariamente.


Depois há os outros, os das palmadinhas das costas. Ninguém fala do que desconhece e reconheço a minha própria bestialidade nesse estranho mundo e dessa estranha e algo ingénua forma de coexistir virtual e levianamente. Como diz e bem Miguel Sousa Tavares, um mundo de facilidades. Os elogios, as opiniões sempre iguais, o nunca acrescentar nada de novo, um simples "bom dia", apenas uma sugestão daquilo que é uma espécie de amizade. Confunde-se tudo, confundem-se intenções, surgem sentimentos dúbios que não passam de solidões assistidas. Resultado de muito tempo entre mãos e uma imaginação fértil.


Às tantas, começamos a perceber que o propósito de se ter um Blog é apenas o da aceitação, o da retribuição, o do feedback, o cobrar-se qualquer coisa que começa a ser uma obrigação, sentimo-nos obrigados a ter de cumprir um ritual diário de passagem por um blog, à semelhança da passagem pelo café do costume, e não o da necessidade de escrever, pelo exercício puro de escrever.

Outro factor e, não obstante a forma como as pessoas se expressam, a obrigatoriedade passa a ser também o da concordância, para além do da presença. Curioso é constatar que pessoas tão social e política e racionalmente correctas não aceitam críticas ou opiniões divergentes das suas e pela expressão de tais opiniões nas suas caixas de comentários, "correm" connosco de lá numa valente chapada virtual. Como se fazer parte de uma "tribo" em que todos têm de ter as mesmas opiniões e dar as merecidas e previsíveis palmadinhas nas costas é condição obrigatória de um ritual de passagem para se obter uma pertença a qualquer coisa ou a alguém.

As gajas gostam de ouvir que são lindas e maravilhosas e se pudéssemos, formaríamos um Clube Pilinha Não Entra, do tipo Girl Power. Os gajos gostam do elogio fácil e que eles são os nossos Tarzans da opinião generalizada, e quiçá, um dia destes, ganham um Pullitzer ou serão um Nobel.


Voltamos todos à adolescência, no fundo. A adolescência virtual do "se me visitares, eu visito-te a ti". Somos todos tão profundos e coiso e tal. Concordamos e tudo; se discordarmos, temos de o fazer com moderação, contenção e com as palavras certas nas linhas e entrelinhas certas, à boa maneira pidesca e portuguesa. Andamos todos a rir e a chorar pelo mesmo e lemos todos os mesmos livros e ouvimos todos os mesmos discos. Há uma obrigatoriedade de igualdade. Como se fôssemos todos equipas desportivas, e quem está de fora não é aceite. Basta clicar nalguns blogs em que alguns leitores se sentem constragidos até de dizer o que quer que seja do contra, em caixas de comentários, não vá levar chapada da grossa, porque anda tudo por lá a abanar a cabeça ao que o dono do blog diz.


Já fui corrida a pontapé, de muitos Blogs e até mesmo no meu próprio, por escrever sobre determinado assunto ou exprimir determinada opinião.


Perde-se algo neste percurso, neste labirinto imenso que é o mundo dos blogs. Perdemo-nos, se nos deixarmos iludir que aquelas pessoas nos compreendem muito mais do que as "nossas pessoas". Começamos outra tribo que, na realidade, não existe.


What can I possibly say?...

Conteúdos temáticos de extraordinário interesse para o comum dos mortais

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Tretas que morreram de velhas...

A Treta Mora ao Lado...