::diário de bordo, manual de sobrevivência, feito de teorias da conspiração, ideias parvas, conceitos, preconceitos, provocações, alucinações, livro de "receitas" pseudo-afrodisíacas, ora picantes ora agridoces, de alguém que vive num país assim a dar para o esquisito, a que alguém chamou um dia Portugal::


quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Pensamento do Dia

Porque é que eu não votei no Manuel Alegre?...


"O deputado Manuel Alegre, ausente das jornadas socialistas e acusou recentemente o Governo de "insensibilidade social", pediu para ser lida uma mensagem e apelou ao grupo parlamentar do PS para, apoiando "o que deve ser apoiado", não se furtar a "criticar o que deve ser criticado e corrigir o que deve ser corrigido".









As imagens continuam a ser gentilmente "emprestadas" pelo fantástico Blog We Have Kaos In The Garden.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

"Qualquer um chega a ministro da educação!"






...e já agora a Primeiro Ministro.
E devo acrescentar, a Presidente da República.
Não devo nem vou elucidar quem quer que seja sobre o assunto da Educação, por dois motivos: porque considero que quem queira estar informado deva ler jornais ou ao menos interessar-se pelas notícias e debates que fazem parte desta palhaçada de desgoverno que temos, e porque não me apetece fazer humor de um assunto que considero sério e que me é bastante pessoal. Não sei se a alternativa de Menezes e do "seu" PSD farão alguma mossa ou sequer se este PS alguma vez sairá do Poder, uma vez que lá chegou com maioria absoluta. Alguém votou no "sr engenheiro", eu é que não fui. E não sei sequer se ao demitir a ministra, adiantaria algo ao estado das coisas, ou se modificaria mesmo o que quer que fosse. Todos os cancros deixam metástases e este não é excepção.
Considero de louvar como é que a incoerência se pode personificar assim tanto, a incompetência e o autismo de um ministro que antes de tudo, deveria saber dialogar e estar atento às contrapartidas de TODOS os professores. A grande questão aqui nem sequer se trata de qualidade, de uma boa avaliação do corpo docente nem se temos um Ensino digno e capaz em Portugal: a verdadeira razão para aquilo que se está a verificar nas alterações do Estatuto da Carreira Docente é DINHEIRO. Números. Reduzir o número de horas de algumas disciplinas equivale a reduzir emprego e vagas nas escolas = dinheiro nos cofres. A solução é, portanto, cortar nas despesas da Educação. Fácil. Instituir o medo também. Reduzir as hipóteses de progressão na carreira e congelar ordenados com o pretexto da avaliação é fácil, mas não é mais que areia nos olhos. E não é preciso ser-se ministro para se chegar a esta conclusão.
O problema dos professores não é medo de serem avaliados: é medo da humilhação pública a que estão sujeitos com esta avaliação, é medo do desemprego, é a revolta contra alguém que se insurge acima de qualquer democracia, levando em frente políticas nunca antes tão contestadas no país, depois da ditadura. É a raiva contra este Governo e este Primeiro-Ministro que se julga acima de todos, que EXIGE qualificações da parte de todos os trabalhadores deste país, mas continua alheio aos escândalos e às mentiras envoltas nas suas próprias qualificações. Que ainda não explicou todos os últimos acontecimentos relativos às obras que assinou e que continua a ter uma licenciatura entre-aspas.

Este Governo é um cancro que privilegia o facilitismo, a incapacidade de trabalho e a falta de disciplina nos alunos. Basta ler o novo estatuto do aluno, não é necessário recolher nomes de inspectores que obrigam professores a passar os meninos. Reduza-se o número de negativas!, grita o Ministério, para parecer bem à U.E. o número de pessoas tão inteligentes que temos em Portugal, quando sabemos que a maioria dos alunos não sabe fazer contas de dividir ou quem escreveu Os Maias. Não reprovem as crianças pois serão AVALIADOS em função do número de reprovações que fizerem!! Isto é um ultraje, uma vergonha. E temo que isto já não vá lá com demissões de ministros, nem sequer com o que quer que possamos fazer nas ruas ou quantos argumentos e pressões todos os partidos da Oposição tiverem junto da Assembleia da República.

Eu tinha vergonha de exigir aquilo que não tenho. Este Governo e este Primeiro-Ministro lembram-me o autoritarismo de Salazar nas suas políticas, fazendo-se valer da sua maioria absoluta, recusando ouvir seja quem for. Não há esquerdas nem direitas neste país, há sim um grande jogo de interesses, há sacos azuis nas autarquias, há betão por todo o lado, feito a martelo, envelopes de dinheiro debaixo da mesa entre autarcas e construtores civis, há processos deixados para trás, Casas Pias e afins, Apitos Dourados, não há Justiça, não há Saúde digna e igual para todos, a Segurança Social é um buraco, não há emprego, há milhares de licenciados desempregados, há pobreza, há fome, há um povo demasiado ignorante para se preocupar, demasiados jovens sustentados pelos pais a beberem e a drogarem-se demais, há, acima de tudo, como sempre houve neste país, muita desinformação, e muito pouco amor à educação e à cultura. E muita vergonha de se ser português.
Das duas uma: ou o senhor Presidente da República dissolve a Assembleia ou tiramos os cravos das espingardas, porque se isto não é uma República de direito democrata e livre, utilizem-se as medidas extremas. Os estudantes de Coimbra tiraram Salazar do poder e o golpe militar de '74 deu-nos o fim do Estado Novo. Penso que alguns milhares de professores já fariam mossa. E já é altura de mudar o rumo das coisas.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Pronúncias, pensamentos e anedotas do dia






- Filhe, vá dizer à tua mõe, que o pai quer a cona!
O miúdo vai ter com a mãe e diz:
- Mõe, o pai mandu dezer que quer a cona.
- Ah filhe, mas a mõe hoje na pode dar a cona, tou co període...
A criança volta para o pé do pai:
- Olhe pai, a mõe hoje na lhe pode dar a cona, porque tá co període.
- Na é essa cona, estúpedo, é a CONA DE PESCA!...

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Ele há gajas e gajas...

...que era dar-lhes com um gato morto nas trombas até o gato miar!




Soraia Chaves - só posso deduzir que o A.P.V. ande com uma crise de idade para ter escolhido esta tipa para o papel principal de Call Girl. Boas mamas, bom rabo e coiso e tal, mas não será preciso mais para se ser uma actriz digna desse papel? A gaja é boa todos os dias, até eu própria admito que iria mais depressa com ela do que com o Nicolau Breyner, mas bolas pá! Com tanta actriz neste país e logo havia de calhar esta aspirante a qualquer coisa que "por amor de deus digam à rapariga que nunca há-de fazer papéis em que não tenha de tirar a camisola"?... "Sentes como estou molhada?" é a frase chave. Está tão molhada como eu enquanto escrevo estas linhas... give me a break...




Elsa Raposo (mas também pode ser a Merche Romero) - ou as colunáveis loiras e maravilhosas do mundo faz-de-conta que anda nas páginas da Caras (mas também pode ser a Lux) - a sério. Estava aqui a pensar que vai aqui uma má língua neste Blog e não fica nada bem falar tão mal destas senhoras, por isso não vou mesmo mesmo dizer o que penso da Elsa Raposo MAS se calhar sem estas mulheres não poderíamos valorizar todas as outras, as que têm bastante ou apenas algum valor. A grande questão é: afinal o que é que a Elsa Raposo faz para ganhar a vida?




Maria de Lurdes Rodrigues - será que José Sócrates anda bom da cabeça? Demite-se o gajo da Cultura e o da Saúde e mantém-se esta (piiiiiiiiiiiii) no executivo a troco de quê??? De quê??? É que a Soraia ainda é toda jeitosa e na tela fica gira (caladinha), mas esta... não fica bem nem num alvo de dardos. (Já sei, estavam a pensar que este post era só pra gajas boas)...





Margarida Rebelo Pinto - o nosso caso sério de best-seller em Portugal, tudo aquilo que eu deveria ser neste Blog cheia de bons propósitos a falar ao coração das pessoas (mas não sou). A grande questão não é quem compra, mas sim quem continua a comprar(?) Muita gente, sim, eu sei, já li o Sei Lá e o Não há Coincidências (ficou a meio), mas como é possível gostar-se daquilo? Antes ler MRP do que não ler nada, dizem, mas... eu cá preferia não ler nada... ou ler a necrologia no jornal diário de província... penso que MRP gostaria de ser a nova namoradinha de Portugal, mas raios, a miúda tem azar! Primeiro foi a Catarina Furtado, depois a Bárbara Guimarães, depois a Isabel Figueira, e agora a Floribela... daqui a pouco já tem 50 em cima e lá se vão todas as oportunidades!... "que maçada, sei lá!"




Fátima Lopes - Ninguém é obrigado a gostar ou deixar de gostar da roupa, mas a atitude da mulher é enervante. Tipo MRP, mas com um ego do tamanho do Universo. E aqueles trapos são sempre a mesma coisa. Já alguém lhe disse? Imagem de marca... ya right... Consigo gostar mais da Elsa Raposo do que desta. Ao menos a Elsa tem coração...





Luciana Abreu aka Floribela - nem sei de qual delas goste mais: se da nova imagem de Luciana Abreu se da Floribela... estou em dúvida... (não encontrei nenhuma imagem daquelas da L.A. peço desculpa) Esta miúda faz-me lembrar a Britney Spears: tão virgem e tão pura no início e agora... Luciana, vê lá rapariga, tu não te estragues carago!




José Castelo Branco - definitivamente... sem comentários.



O que é que Soraia Chaves, Elsa Raposo, Maria de Lurdes Rodrigues, Margarida Rebelo Pinto, Fátima Lopes, Luciana Abreu aka Floribela e José Castelo Branco têm em comum? Na minha parca opinião são personalidades, figuras públicas que nunca deveriam ter sido mais do que bordadeiras ou mulheres a dias. Muito mau gosto disfarçado de muita soberba e pose de verniz. Só faltava que viesse a público que a Britney Spears é portuguesa...

Fica o vídeo.






sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

"Vamos tomar um café?"


Aqui há uns dias tive uma conversa algo sui generis com um amigo meu sobre amizade entre homens e mulheres, sobre tudo aquilo que une e/ou afasta enquanto seres vindos de Marte ou de Vénus e de como as coisas às vezes se confundem na aplicabilidade do conceito de amizade.

Lembro uma outra frase de uma grande amiga minha "não há almoços grátis". Não há não senhor.

Antes de passar a explicar o meu ponto de vista e a teoria que tenho sobre este assunto, importa saber em que circunstâncias a amizade se encontra condicionada, e importa ainda saber até que ponto qualquer ser humano que se preste a uma amizade GOSTA realmente de pessoas. Eu creio que este meu amigo, tal como eu, gosta muito de pessoas. Creio também que já gostou mais, dada a recente unilateralidade do sentimento em causa (eu sei que já gostei mais). É e será sempre de desconfiar de alguém que não goste de pessoas e queira ser nosso amigo e queira ir tomar o tal café. Imediatamente pensamos: a troco de quê?

É fundamental gostar-se de pessoas quando se quer começar uma amizade e já se está na casa dos trintas. A esta altura da vida, as amizades estão já mais que cimentadas e ninguém se sente na predisposição de se submeter à vontade alheia (fazer fretes, querer agradar). Ou seja, já todos temos os nossos grandes amigos da altura do tempo da carochinha e dos verdes anos, em que acreditávamos que realmente podíamos mudar o mundo, em que somos "iguais", mulheres e homens, éramos todos virgens, trocávamos ideias a toda a hora com as borbulhas na cara, e se calhar até era o melhor amigo do namorado, ou o namorado da melhor amiga... got the point?


Vejamos as condicionantes/circunstâncias em que apoio a minha teoria:


- pessoas adultas (com mais de 25 anos de idade - que eu ainda sou do tempo que um gajo com trinta anos já não é jovem);

- estas pessoas são heterossexuais (amigos gays não vale, toda a gente sabe que o melhor amigo duma mulher é gay, sem hipótese);

- não possuem nenhum atraso mental ou doença do foro psiquiátrico.


A minha teoria, baseada na tal frasezinha "não existem almoços grátis", desprovida de qualquer sentimento ligado à ingenuidade (já acreditei que a amizade fosse de outra forma ou pudesse ser de outra forma), ou credulidade impiedosa, nada tem a ver com alguma forma de cinismo tão em voga. Baseio-me no que vejo, no que observo, nas relações que passam pelos outros e por mim própria, ou não fosse eu uma mulher.

Esta teoria assenta num pressuposto que já a minha avó defendia, de que as mulheres "não dão ponto sem nó" e a minha avó bordava e costurava bem que se fartava. Ou seja: há SEMPRE um interesse implícito nessa suposta "amizade" e interesse da parte duma mulher para com um homem. Não vamos em conversas. A não ser que se seja uma freira, todas as mulheres tem todos os seus pecados bem à flor da pele e sabem bem o que fazem quando se aproximam dum homem, fora profissionalmente (já que são "obrigadas" a ter de se relacionar no meio profissional).


Existem três grandes interesses, três grandes grupos em que dividimos objectivos aquando da aproximação de um gajo e até lhe damos "troco".


1 - "amizade de longa data, tipo irmão": sim sim, não há interesse e tal... vejamos: desabafar a toda a hora com o pobre desgraçado, pedir-lhe guarida quando corre mal com o namorado, quando há discussões seja lá com quem for, pedir-lhe cd's, filmes, livros, etc... isto não é interesse macabro? Quem lucra? Pois, pode até ser recíproco, e esse amigo já ter chorado no nosso ombro inúmeras vezes, mas nada comparável com a brutal seca que o pobre apanha cada vez que a vida nos corre mal. Àparte isso, é a única amizade que pode correr bem se as pessoas tiverem bastantes interesses em comum, gostos culturais parecidos, ser do mesmo partido político, gostar muito de algo especificamente. AH!, e zero atracção, para sempre se poder dizer que aquele é um bom amigo. Resulta e existem alguns casos assim, mas muito poucos aqueles que não evoluíram para algo mais (pelo menos em que ambas as partes não tivessem nenhum compromisso com terceiros).


2 - "amizade colorida": não se iludam meninos; nenhuma mulher quer ser apenas vossa amiga. O que elas querem é saltar-vos pra cima. Na melhor das hipóteses, poder ter a oportunidade de constatar se serão ou não o "homem da vida dela". Sim, é sexo mesmo. ou a ver se dá algo mais. Quando elas descobrem que vocês têm namorada, podem até ser muito interessantes, inteligentes, cultos, educados, divertidos, etc, mas a coisa já não tem o mesmo sabor e há que fugir a sete pés. Redutor? Talvez seja, mas o facto é que mais curioso que o gato, só mesmo a mulher.


3 - "amizade que já pode ser amizade porque já foi algo mais": sim, é verdade que pode ficar uma amizade. A curiosidade satisfeita, muito pouco a acrescentar. Para que haja veracidade/genuicidade nesa relação, as coisas têm imperativamente de ter acabado bem. Senão... meninos, não se iludam, pois uma mulher nunca esquece, e o que ela quer não é amizade: ou é vingança e atacar-vos pelo flanco ou é ter alguém ali à mão que satisfaça o ego (e outras coisas) e aí podem bem saltar até à "casa dois" ou seja, para a cueca da já referida amizade colorida.



Caso para cada um pensar bem nas amizades que tem com o sexo oposto. Cada vez que alguém lhe perguntar "vamos tomar um café um dia destes?" a propósito da bela amizade descomprometida que têm... é capaz de ser impulse...


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Romance (ou uma conspiração comercial)

nota: este post foi recuperado do baú do Psicologias. A razão para a sua publicação é de que se encontra ainda "dentro do prazo".



::romance::cara barer::of words paper and shapes::the book project::




Hoje é dia dos namorados. ponto. dia catorze de fevereiro. para uns, será mais um dia no calendário (com ou sem namorados). para outros... um inferno (com ou sem namorados). pode ser mais um pretexto para se dizer à pessoa que se ama que a amamos, pode ser uma boa desculpa para não cozinhar ou para enviar mais uns sms aos amigos mais especiais, mesmo para quem não tem namorado/a, ou ainda o pretexto para oferecer aquele cd, oferecer aquele livro ou fazer uma loucura, uma surpresa a fim de plantar um sorriso no rosto do dono/a do nosso coração. mais nada. uma saborosa extensão de todos os outros dias do ano. mais um dia no calendário.

o inferno? sim, o inferno para todos aqueles que se sentem obrigados a perfilar com a carneirada em filas para o cinema (para ver aquela estúpida comédia romântica), o inferno para saber o que é que se há-de oferecer à cara-metade (só porque sim) e acaba-se sempre por comprar a coisa mais estúpida e vermelha da loja, cheia de corações e laços, o inferno para se encontrar um restaurante e, na melhor das hipóteses, um lugar perto de outras inúmeras duplas, em que durante o repasto trocam-se olhares de soslaio para esses outros casais que, a mais das vezes, não trocam nem palavras nem olhares entre si. o inferno de se rezar para que acabe bem depressa o dia da comemoração dum gajo que se chamava valentim.

e claro, ainda há o inferno dos que não têm ninguém com quem partilhar este outro inferno, agarrados a sentimentos de auto-comiseração, pois o mais curioso é que pessoas assim, sofredoras por não ter ninguém, trocam sempre um inferno por outro. como se o mais importante fosse mostrar o sorriso patente (e pateta) do orgulho de ter um apêndice preso pela mão, neste dia.

no fundo, o romance de outras eras, em que não se enfeitava de vermelho-inferno (igual ao que se vê agora também no Natal) as montras das lojas, deu lugar a esta era comerciável em que até o amor é algo de vendável, passível de ser produto ready to wear, ready to feel, ready to use.

no fundo, o amor é algo de muito mais simples e frágil do que nos querem fazer comprar. todos os dias. digo eu... que tenho a mania que sou poeta.

nota: o Divã hoje está à disposição de todas as confissões e lágrimas dos corações solitários ou destroçados. podem sempre ficar no anonimato ou passar à frente... mas também à disposição dos que quiserem deixar a sua declaração de amor e prestar homenagem à tal cara metade. sejam felizes. today seems christmas day!




quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Carnaval em Portugal

"É bom que tenhamos agora quatro dias em que não se fala de política para os portugueses não pensarem nisso e os próprios políticos poderem gozar com tranquilidade"


Cavaco Silva (Presidente da República).




....








José Sócrates está tramado. Não há forma de sair airosamente deste novo Civilgate, agora descoberto na Guarda. Se a notícia do Público for verdadeira e ele realmente tiver andado a assinar projectos alheios, é uma tragédia ética. Se a notícia for falsa e aquelas moradias tiverem mesmo saído da sua cabecinha, é uma tragédia estética. Entre o bem e o belo, é natural que Sócrates se agarre ao bem, que é qualidade mais apreciada num político, mas quando olhamos para aquelas fotografias de casas de emigrantes horrendas made by José damos todos graças a Deus de o homem ter optado pela política em detrimento da engenharia.

Entalado entre dois desastres, Sócrates reagiu de forma desastrada. Eu começo a desconfiar que quem assina o boletim de militante socialista deve ser inoculado com algum vírus que o leva a gritar "cabala" sempre que confrontado com factos desagradáveis. Eu tinha o nosso primeiro-ministro em melhor conta. Transformar uma notícia perfeitamente legítima, bem fundamentada e assinada por um dos poucos jornalistas que em Portugal ainda fazem investigação a sério, num "ataque pessoal e político" é uma pouca-vergonha. Se Sócrates entende que se trata de uma calúnia, então apresente factos - e não gritinhos histéricos.

Eu, pelo meu lado, o que gostava de saber não é porque é que o Público persegue José Sócrates - é porque é que o Público, tendo uma notícia deste calibre nas mãos, optou na primeira página por a colocar em rodapé. É que convém estar atento aos detalhes. Para quem não reparou, a manchete do Público na sexta- -feira foi "Democracias fecham os olhos aos abusos das ditaduras, denuncia ONG", o que para além da elegância da formulação é algo de tão original quanto dizer que as galinhas têm penas e que os cães fazem ão-ão. Ou seja, aquela primeira página não mostra que Sócrates é perseguido - mostra, pelo contrário, que Sócrates mete demasiado medo a demasiada gente, como depois se comprovou pelo manto de silêncio que caiu sobre as pessoas envolvidas na notícia. E este silêncio, francamente, começa a cheirar muito mal.

É que por muita tolerância que o povo português tenha para com a pequena trapaça - e tem, e muita -, há sempre um momento em que se esgota o espaço debaixo do
tapete: empurra-se o lixo, mas ele já não cabe. Para Sócrates, este pode muito bem vir a ser esse momento. Ao garantir, preto no branco, que todos aqueles projectos são da sua autoria e responsabilidade, ele cometeu um erro estratégico: enterrou-se neste caso até ao pescoço. Agora, se for apanhado, não tem como sair de mansinho. Uma mentira destas nem o padre Melícias consegue absolver.

João Miguel Tavares
Jornalista
jmtavares@dn.pt

::volto a frisar que este post encontra-se em construção::até que me apeteça ou tal como dizia o outro "até que a voz me doa". Caso para perguntar "ó sr. Presidente, afinal quando é que devolve a dignidade ao país?... sr. engenheiro, quando é que se demite?"



Mais imagens das boas aqui.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

A senhora que se segue.

Não, não é a Soraia Chaves, que para essa já não há .. que aguente.
Esta mulher é lindíssima, canta bem que se farta e consta que é a nova primeira dama francesa. O resto? É só má-língua e dor de cotovelo.







What can I possibly say?...

Conteúdos temáticos de extraordinário interesse para o comum dos mortais

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Tretas que morreram de velhas...

A Treta Mora ao Lado...