* do interior *

súbito estrala
o som dos teus sonhos
perscrutam os meus
um brilho de pérola
perpassa a menina
dos teus olhos
que observa calada
o rio aflito das horas

Úrsula Avner

* Sede *

tela : Frida Kahlo

um rio seco
atravessa a garganta
o não dito
o mal dito
escoam
no suor da testa vincada
na espinha que abre a face
no pisca-pisca dos olhos
mar.ejados
arejados de mar
de uma água
salgada e fria
de uma dor
que não se sabia

Úrsula Avner

* Contrastes *

pedaço do barro seco em mim

é silêncio solidão

outro montante é

júbilo em notas agudas

de uma inédita canção

Em alarido pulsa o coração

até mergulhar de novo

no rio crespo da desilusão

Úrsula Avner

* Correnteza *

corre rio apressado

não para não descansa

leva pranto em leito raso

em mar aberto se lança

Corre rio enviesado

serpenteia entre colinas

leva sonhos em leito acidentado

ou no dorso de aves de rapina

Úrsula Avner

* imagem do Google- sem informação de autoria

* Profusão *

pensamento de poeta

é andarilho

não cala não dorme

não descansa

eterna vigília

madrugadas, seu ancoradouro

quando lá fora é silêncio

dentro do poeta

é rio que corre para o mar

em busca de tesouros

que águas profundas

não permitem despertar

Úrsula Avner

* imagem do Google- sem informação de autoria

* Pouso certo *

arte em cartões- http://iziscartoes.blogspot.com/

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Obrigada por sua visita !

* Sutil metamorfose * POETRIX

Gotas de orvalho
se atiram ao rio e transmutam
Agora são braços de mar

Úrsula Avner

* poema com registro de autoria
* imagem retirada do Google

* Aqui dentro *

Vaguei horas a fio

tentei encontrar lugares

na brisa que sopra dentro de mim

Aqui dentro corre profundo rio

torrentes de águas sem fim

tempestade em dias de frio

Úrsula Avner

* poema com registro de autoria