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sexta-feira, 12 de novembro de 2010

* da liberdade

tela: Freedom
by: Duy Huynh


não estou limitada
ao tempo e ao espaço
embora não tenha asas
há muito aprendi a voar

Úrsula Avner

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

* do interior *

súbito estrala
o som dos teus sonhos
perscrutam os meus
um brilho de pérola
perpassa a menina
dos teus olhos
que observa calada
o rio aflito das horas


Úrsula Avner

domingo, 17 de outubro de 2010

* Silêncio *

desenho: pássaros na pele
autora: Luiza Maciel Nogueira
http://versosdeluz.blogspot.com

palavra veio
pousou de mansinho
não quis repousar
seguiu caminho
virou borboleta
em outro lugar

Úrsula Avner

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

* O Falo na natureza *

quando o mar
vociferar na areia
seu choro convulsivo
haverá um sol
aberto ou contido
com desejo tácito
de deitar-se
sobre as nuvens
e copular

Úrsula Avner

* imagem do google- sem informação de autoria

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

* Tela (crepuscular) *

Fonte da foto : google- sem informação de autoria

óbvia
a linha do horizonte
onde quase nada
é (im)previsível
a não ser as tintas
que o sol pincela
laranja da terra
banana-ouro
manga-rosa
franjas frutíferas

Úrsula Avner

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

* Pontuação subjetiva *

arte : Irene Sheri

não me defino
pois quando
não estou entre parênteses
estou entre aspas
exclamação perene
interrogação absoluta
atolada em reticências...
adjetivada entre vírgulas
levito nas entrelinhas
até me reduzir ao ponto final
ou não...

Úrsula Avner


domingo, 29 de agosto de 2010

* Dançante*


arte : Beija-flores
por : Luiza Maciel Nogueira
http://versosdeluz.blogspot.com


poesia
vestida de flor
brinca de aveludar
meus sentidos
aguça os ouvidos
quando ouço
canto de beija-flor

Úrsula Avner

sábado, 21 de agosto de 2010

* Mulher pássaro *

hoje eu não quero a sensatez
as rugas da lucidez
o equilíbrio na ponta dos pés

quero os pés descalços
pisando a terra molhada
a relva orvalhada

busco o cristal escondido na areia
o desembaraço das minhas teias

quero o hálito da simplicidade
em palavras sussurradas
pensamentos arejados
distantes de toda a vaidade

quero o descompromisso
o desapego
nenhuma ansiedade

sou mulher pássaro
sou sonho
sou grito de liberdade


Úrsula Avner

* Fonte da imagem Google- sem informação de autoria

sábado, 14 de agosto de 2010

* Severa Miopia *

tela : Renné Magritte

quando olhei
não vi
porque não me importei

poque não me importei
quando olhei
não vi

não vi
porque não me importei
quando olhei

olhei
não vi
não me importei

não vi
não me importei

vi
não me importei


não me importei


Úrsula Avner

domingo, 8 de agosto de 2010

* Sede *

tela : Frida Kahlo

um rio seco
atravessa a garganta
o não dito
o mal dito
escoam
no suor da testa vincada
na espinha que abre a face
no pisca-pisca dos olhos
mar.ejados
arejados de mar
de uma água
salgada e fria

de uma dor
que não se sabia

Úrsula Avner

terça-feira, 3 de agosto de 2010

* Rejunte *




poesia é isso

dizer muito

em poucas palavras

rasguei o verbo

reuni os pedaços

mosaico no papel


Úrsula Avner


* imagem do google sem informação de autoria

sexta-feira, 9 de julho de 2010

* Renovação *


o dia definhou
perdeu-se na solidez do breu
lume apagou

outra luz despontou
trouxe brilho que era seu
sorriso alargou


Úrsula Avner



sexta-feira, 2 de julho de 2010

* Parto *

o que em solo lunar derramou-se
cravejou em meus olhos deslumbramento
como pode a lua iluminar a própria face ?
Como pode bastar a si mesma ?
Presunçosa lua
acocora-se ao cume dos montes ilesa

um resto de luz desmembrada
deixa a vida respingada
de um laranja indiscreto
agoniza o dia
a noite sai do ventre
rompe-se o que é secreto

Úrsula Avner

* imagem do google -sem informação de autoria,

sexta-feira, 25 de junho de 2010

* Pulsante veia poética *

arte : Curiosity
by : Mel Gama

não posso calar minha voz
minha veia poética
meus pássaros livres e meus nós
tudo em mim é poesia
ou quase
rima pulsante
óleo fresco sobre a cabeça pensante

preciso da poesia para bradar
o que eu aprendi a calar
o que o inconsciente insiste em não arejar
reivindico a poesia para vociferar
o que não me foi permitido falar

para silenciar ou reformular
o que foi dito sem pensar
e dar outro contorno
ao que feriu por dentro
tornou o cálido amor
um sentimento morno
calejou a alma e os ossos
mutilou sonhos meus
planos nossos

preciso da poesia
para não adoecer
faço dela meu canto
até morrer

Úrsula Avner

sábado, 19 de junho de 2010

* Behind the door *






behind the door

so many secrets

so many feelings

so many wishes

my heart is sleeping

dreams are real

so many ashes

some fishes


atrás da porta

tantos segredos

tantos sentimentos

tantos desejos

meu coração dorme

sonhos são reais

muitas cinzas

alguns peixes


Úrsula Avner


* escrevi esse poema em inglês há algum tempo atrás e hoje resolvi postá-lo. Um abraço de agradecimento a todos que me visitam !

domingo, 13 de junho de 2010

* O que tu observas ?

Se pensas que o choro da rosa é argumento frágil,
então cuidas de decifrar seu lamento.

Úrsula Avner

sexta-feira, 11 de junho de 2010

* Poetrix *




como esponja

a poesia me absorve

fórceps ás avessas


Úrsula Avner



* imagem do google sem informação de autoria

quarta-feira, 9 de junho de 2010

* Te quero *




poesia por que te quero tanto ?

És para mim algo quase santo

deleite e encanto


te quero desencapada

ou sob o veludo do manto

te espero num encontro marcado

ou te recebo espanto


te quero riso

te quero pranto

te quero imensamente

portanto


Úrsula Avner
* imagem do google

domingo, 6 de junho de 2010

* Lucidez*

arte : Patricia Van Lubeck


Há em cada jardim
um sonho aberto
que flores ainda
não desvendaram

Há nos corações
teias de mistérios
que talvez nunca
sejam propalados

Nos cantos vazios
medos contidos
becos sombrios

Há em cada vida
um vidro partido

Úrsula Avner

sábado, 29 de maio de 2010

* O verbo e o verso *




Ás vezes ao ler um poema penso

por que determinado verbo

encaixou-se naquele verso ?

E nos meus devaneios invento

outras palavras que acolham

o poema ao inverso


substituo mentalmente

uma palavra aqui

uma expressão ali

imagino como seria o poema

seu eu o tivesse escrito

chocalho a gramática

reflito sobre as ideias

sobre o que foi transcrito


penso no que moveu

coração e mãos de

quem o escreveu

trago o poema

para junto do peito

abrigo cada palavra

que o teceu


tento decifrar

sua mensagem

destino para o qual

foi eleito

percebo enfim

sou eu quem o define
quem o faz aceito


guardo o poema

não o coloco em um recipiente

poemas não cabem em lugar algum

busco o poema na nascente

de todos os lugares ou de lugar nenhum


Úrsula Avner