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sexta-feira, 3 de maio de 2024

NÃO ESPERES DEMASIADO DO FIM DO MUNDO (Nu Astepta Prea Mult de la Sfârsitul Lumii) de Radu Jude

A História: Angela, uma assistente de produção que trabalha mais do que deve, passa o dia a percorrer Bucareste para filmar os candidatos a um vídeo sobre segurança no trabalho para uma multinacional.

O Elenco: Ilinca Manolache carrega, e muito bem, o filme praticamente nos seus ombros, secundada por elenco tão real quanto nós. 

O Filme: Uma comédia mordaz que se segue sempre com interesse, apesar da sua longa duração (dura mais de duas horas e meia), que nos dá um retrato negro e, acredito, realista de uma Roménia actual, comparando-a com a realidade a cores de uma Roménia do passado. As gargalhadas não são forçadas e o final, apesar de cómico, revela como é tão fácil deturpar a verdade.

Vale a Pena Ver? Não é para todos e não precisava de ser tão longo, mas prende a atenção e vê-se sempre com um sorriso, por vezes amargo, nos lábios.

Classificação: 6 (de 1 a 10)




segunda-feira, 4 de março de 2024

NO WAY UP – SEM SAÍDA (No Way Up) de Claudio Fäh

A História: Um avião cai no pacífico e um grupo de sobreviventes tenta manter-se vivo, tendo que lutar contra tubarões enquanto o oxigénio vai desaparecendo e a água vai subindo dentro da cabine que se submerge..

O Elenco: Veteranos (Colm Meaney e Phyllis Logan) e novatos (Sophie McIntosh, Will Attenborough, Manuel Pacific, Jeremias Amoore e Grace Nettle) fazem o que podem com os seus personagens, tentando captar a nossa empatia.

O Pior do Filme: A situação pedia mais tensão e suspense.

O Melhor do Filme: A queda do avião, apesar de pouco verosímil, está bem conseguida e não aconselho a sua visão a quem tenha medo de andar de avião.

Veredicto Final: O cinema-catástrofe foi um subgénero prolifero nos anos 70/80 e, entre os seus títulos, o AEROPORTO e suas sequelas marcaram forte presença. Por coincidência, tal como no presente filme, no AEROPORTO 77 o avião também caía no mar, mas não havia tubarões. Sempre gostei deste tipo de filmes, sendo o melhor o A TORRE DO INFERNO, por isso foi com alguma expectativa que assisti a este NO WAY UP e não é nada mau. A história segue-se com interesse, não há pontos mortos e, a partir do momento que deixamos a credibilidade de parte, é cerca de hora e meia bem passada. Quem gosta do género vai achar piada e dá para matar saudades.

Classificação: 5 (de 1 a 10)




quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

ÁGUAS NEGRAS (Night Swim) de Bryce McGuire

A História: Uma família muda-se para uma nova casa, sem saberem que a piscina da mesma é habitada por uma força malévola que se vai apoderando do pai.

O Elenco: Wyatt Russell é fraquito como o pai possuído, mas Kerry Condon vai muito bem como a mãe de família que tem que lutar pela sobrevivência dos seus filhos.

O Pior do Filme: A sequência da festa da piscina é uma decepção, podia ter sido muito boa.

O Melhor do Filme: A cena em que a mãe tenta salvar o filho dos demónios da piscina.

Veredicto Final: Se a ideia de mergulharem numa piscina escura vos assusta, este filme não é para vocês. O realizador Bryce McGuire consegue tornar a piscina em algo ameaçador e a ideia de uma fonte de águas curativas que exige um sacrifício de vez em quando, tem a vantagem de ser original.

Classificação: 6 (de 1 a 10)




domingo, 26 de novembro de 2023

NAPOLEÃO (Napoleon) de Ridley Scott

De simples militar a imperador de França, esta é a história da ascensão e queda de Napoleão Bonaparte (Joaquin Phoenix), bem como da sua relação amorosa com Josephine (Vanessa Kirby).

Um épico histórico que divide o seu tempo entre as batalhas e os problemas de alcova de Napoleão e Josephine. Apesar das irrepreensíveis interpretações de Joaquin Phoenix e Vanessa Kirby, não consegui sentir nenhuma ligação com os personagens, achando mesmo que, por vezes, Napoleão parece ter sido um personagem patético. Mas o melhor são as cenas de batalha, que são espectaculares e violentas, bem como a presença de Rupert Everett como Duque de Wellington. Tem a vantagem de não ser chato, algo que eu receava, e ser excelente em termos de valores de produção. Acredito que os Óscars vão gostar.

Classificação: 6 (de 1 a 10)








A NOITE DO DIA 12 (La Nuit du 12) de Dominik Moll

Na noite do título uma jovem é queimada viva e cabe a uma equipa de inspectores da polícia, liderada pelo Capitão Yohan (Bastien Bouillon), descobrir o culpado, enquanto lidam com os seus dramas pessoais.

Baseado num caso real que nunca foi desvendado, é o retrato quase documental de uma investigação policial. O realizador Dominik Moll não imprime ao filme grandes momentos dramáticos e, tal como na realidade, as coisas não acontecem como gostaríamos. O melhor é o elenco onde se destaca Bastien Bouillon (Yohan) e Bouli Lanners (o detective em processo de divórcio), ambos premiados com dois dos seis Césares (os Óscars franceses) que este filme ganhou.

Classificação: 4 (de 1 a 10)




quarta-feira, 15 de novembro de 2023

NYAD de Jimmy Chin e Elizabeth Chai Vasarhelyi

Nestes dramas sobre a vida real já sabemos como acaba a história, mesmo assim não deixei de me emocionar com a história de Diana Nyad e o seu sonho em nadar interruptamente entre Cuba e a Florida, mesmo apesar de já ter passado a bonita idade dos 60. Claro que no final não resisti e fui-me às lágrimas.

A realização de Jimmy Chin e Elisabeth Chai Vasarhelyi é serviçal, muito ao estilo dos dramas televisivos, mas as interpretações de Annette Bening e Jodie Foster (será que conseguem uma nomeação aos Óscares?) elevam o filme e prendem-nos a atenção desde o início, bem secundadas por Rhys Ifans. É uma história sobre a realização de sonhos e como nunca devemos de desistir dos mesmos, que é uma forte mensagem num mundo que parece estar a desintegrar-se por todos os lados.

Classificação: 7 (de 1 a 10)

terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

JORGE FOI AOS FILMES: FEVEREIRO 2023















Este Fevereiro, entre cinema e streaming vi onze novos filmes, entre eles o melhor foi o TÁR. Aqui ficam os meus apontamentos/opinião sobre os mesmos.

BATEM À PORTA (Knock at the Cabin) de M. Night Shyamalan

 Um casal e sua filha vão passar um fim de semana numa cabana no meio dos bosques. Aí são “visitados” por quatro estranhos cuja missão é salvar a Humanidade. Para que assim seja o casal tem que sacrificar um dos seus membros.

Os filmes de M. Night Shyamalan têm sempre uma grande premissa e, dependendo dos casos, um desenlace inesperado. Este seu novo filme começa muito bem, colocando-nos uma questão que nos faz pensar, seríamos capazes de sacrificarmos a nossa vida em nome da Humanidade... pior ainda, faríamos o mesmo se um grupo de possíveis fanáticos religiosos nos invadissem a casa? A grande questão com que a família sobre “ataque” se debate é se aqueles quatro estranhos estão ou não a dizer a verdade. Assim, com ambiente tenso e boas interpretações, seguimos a trama até ao final e... Bem, para mim falta-lhe qualquer coisa e não fiquei convencido.

 Classificação: 5 (de 1 a 10)

DESAPARECIDOS (Vanishing) de Denis Dercourt

Alice, uma perita forense, em Seoul para dar umas palestras, vê-se envolvida na investigação de crimes relacionados com o tráfico de órgãos.

O trailer prometia um thriller intenso, mas não é isso que o realizador Denis Dercourt nos dá e é uma pena. A história do tráfico de órgãos é interessante e há um verdadeiro senso de perigo nas ruas e corredores de Seoul, mas os personagens são um pouco frouxos, o suspense quase nulo e, sem dúvida, falta thriller a este filme.

 Classificação: 4 (de 1 a 10)

OS ESPÍRITOS DE INISHERIIN (The Banshees of Inisherin) de Martin McDonagh

Numa ilha irlandesa, onde não se faz praticamente nada a não ser beber uns copos num bar, um amigo diz ao outro que já não gosta dele e que lhe agradece que o deixe em paz, caso contrário cortará cada um dos seus próprios dedos sempre que este o incomodar.

Como é que nos sentiríamos numa situação semelhante”? É uma questão incómoda que esta comédia negra nos coloca, captando a nossa atenção entre paisagens bucólicas, bons diálogos, cenas dramaticamente humorísticas e um grupo rico de personagens que parecem não ter saída daquela vida.

Quanto aos amigos, estou certo de que cada um de nós se irá identificar com um deles. Pádraic (Colin Farrell) vive a sua vida sem qualquer tipo de ambição, desejando apenas ser feliz e simpático para os outros. E Colm (Brendan Gleeson) que quer algo mais da vida, sonhando deixar um legado para a posteridade sem ser interrompido por conversas banais até o conseguir. Farrel dá-nos aqui talvez a melhor interpretação da sua carreira, provando de uma vez por todas que não é apenas uma cara bonita. A seu lado Kerry Condon e Barry Keoghan, como a irmã de Pádraic e o “tonto da vila”, são excelentes e estão todos nomeados para os Óscares, incluindo também Brendan Gleeson.

É um filme desprovido de “glamour”, que nos faz rir de coisas sérias, nos faz questionar sobre as nossas amizades e ao mesmo tempo é comovente e humano. Uma comédia amarga que é sem dúvida um dos grandes filmes deste ano!

Classificação: 8 (de 1 a 10)

HOLY SPIDER de Ali Abbasi 

Uma jornalista vai até a Mashhad, uma cidade sagrada no Irão, a fim de investigar uma série de crimes em que as vítimas são prostitutas. A polícia local parece não estar muito interessada em descobrir o assassino. Este é um vulgar homem de família, que acredita estar a limpar a rua das pecadoras, tudo em nome de Deus. 

Obviamente proibido e condenado no Irão, este drama policial dá-nos um retrato negro de uma sociedade machista e religiosamente fanática. Baseado numa história real, é um filme forte que merece a atenção de todos nós. O que mais me impressionou no filme é o fanatismo religioso que leva muita gente a apoiar os actos deste psicopata, a sua família incluída; bem como a forma como as mulheres são tratadas na sociedade iraniana. Um amigo meu iraniano confirmou-me que o filme é muito realista, o que me assusta ainda mais. Eu sei que é provavelmente uma questão cultural/religiosa, mas como é possível ainda haver nos dias de hoje sociedades deste género? 

O filme é um verdadeiro murro no estômago, que não foge do grafismo dos estrangulamentos e que mexe com o nosso sistema nervoso. Zar Emir-Ebrahimi e Meddi Bajestani são excelentes como a jornalista e o assassino, respectivamente. Também é um filme que nos ajuda a colocar as nossas vidas em perspectiva, pois passamos o tempo a queixarmo-nos de tudo, mas temos muita sorte em não ter nascido e/ou viver numa sociedade como aquel. Um filme importante a não perder! 

Classificação: 7 (de 1 a 10) 

A INSPEÇÃO (The Inspection) de Elegance Bratton

Um jovem, cuja mãe não aceita a sua homossexualidade, inscreve-se nos Marines, onde vai ter que provar que é tão bom e capaz quanto os outros, enfrentando homofobia e racismo.

Baseado numa história verídica, temos aqui um drama que aborda o tema do ‘homossexualismo’, homofobia e racismo tentando evitar os clichés do género, acabando por preferir uma abordagem realista que o aproxima mais de filmes como o FULL METAL JACKET (sem a guerra) do que do cinema Queer. Jeremy Pope vai muito bem como o jovem recruta e Gabrille Union é fantástica como a sua homofóbica mãe, a melhor cena do filme é entre eles os dois. Recomendo!

Classificação: 7 (de 1 a 10)

NA TUA CASA OU NA MINHA (Your Place or Mine) de Aline Brosh McKenna

Debbie e Peter tiveram uma noite de amor faz muito tempo e apesar de viverem em locais opostos nos Estados Unidos ficaram amigos desde então. Quando Debbie tem que ir a Nova Iorque, Peter decide ir até Los Angeles tomar conta do filho dela. Assim, ela fica na sua casa e ele na dela, com consequências que nenhum esperava... mas que nós, o publico, já prevíamos.

A nova comédia romântica da Netflix, que chegou a tempo para o Dia dos Namorados, deve ter parecido muito divertida no papel e a ideia de juntarem Reese Witherspoon com Ashton Kutcher deve ter parecido brilhante. Infelizmente, o resultado arrasta-se sem graça por cerca de duas horas desinteressantes, onde Witherspoon e Kutcher demonstram ausência de química e a galeria de personagens secundários é quase embaraçosa (pobre Steve Zahn como o “jardineiro”). Dêem-me o WHEN HARRY MET SALLY mil vezes!!!

Classificação: 1 (de 1 a 10)

ONDE O DESEJO SE ESCONDE (Brazen) de Monika Mitchell

Grace é uma famosa escritora de policiais que vai visitar a sua irmã, mas quando esta é a primeira vítima de um serial killer, ela une forças com o detective borracho que vive na casa ao lado... nisto descobre-se que a mana, uma doce professora, era conhecida noutros meios por Desiree.

Não li o best-seller de Nora Roberts, mas acredito que seja melhor que esta sua adaptação cinematográfica. Faz muito tempo que não via um filme tão mau, daqueles que acabam por nos fazer rir pelas piores razões. A história tipo “whodunit” não tem surpresas, o erotismo é nulo e o suspense não existe. Quanto ao elenco, encabeçado por Alyssa Milano, é vazio de emoções e o talento está ausente. Tem cenas e diálogos de qualidade dúbia, apenas bons para provocar gargalhadas. Vejam por vossa conta e risco!

Classificação: 2 (de 1 a 10)

SHARPER de Benjamin Caron

O jovem dono de uma livraria apaixona-se por uma estranha e acaba vítima das vigarices desta e do seu parceiro. Entretanto ficamos a saber mais sobre a vida da estranha, do seu parceiro e da mãe deste. 

Mas que grande cambada de vigaristas e pobres daqueles que lhes caiem nas mãos! O filme começa de forma morna e parece nunca mais arrancar, mas quando damos por isso estamos embrenhados num argumento muito interessante, em que tudo é possível e nada é o que parece. Um bom elenco, com Julianne Moore em grande forma, dá vida a uma galeria de personagens que nos fazem desconfiar de todos, mesmo dos mais bonzinhos. Vale a pena deixarmo-nos enrolar por esta trama de vigaristas. 

Classificação: 6 (de 1 a 10)

TÁR de Todd Field

Lydia Tár é uma talentosa, obsessiva e controladora maestrina/compositora, que tem a honra de ser a primeira directora de uma grande orquestra berlinense. Devido às suas acções, paixões e à deturpação das suas palavras, vê a sua vida profissional e pessoal entrar numa espiral destrutiva.

Confesso que estava com muito receio de ir levar com um filme chato e pretensioso, algo que as primeiras imagens (o genérico final a passar no início do filme) pareciam confirmar. Mas Cate Blanchett aparece e de repente vi-me completamente absorvido pela sua personagem “maior que a vida”. É praticamente impossível desviar o olhar desta extraordinária actriz, aqui a dar-nos talvez a melhor interpretação da sua carreira (se não ganhar o Óscar é porque o politicamente correcto invadiu Hollywood e isso assusta-me).

Quanto ao filme, tanto a realização como o argumento de Todd Field são de excelente qualidade, levando-nos numa viagem emocional e empolgante pontuada com algum humor. Sim, existem uma ou duas pontas soltas (porque será que a nova protegida de Tár vive naquele estranho prédio?), mas fazem parte do universo meio esquizofrénico da mente de Tár e o final é de génio!

O filme toca também num tema muito corrente, a “cancel culture”, e fá-lo de forma incisiva, sem receios. Toda a sequência da aula dada por Tár onde um aluno diz que não toca ou ouve Bach por causa da vida íntima deste, é brilhante! Um dos grandes filmes do ano!

Classificação: 9 (de 1 a 10)

O URSO DO PÓ BRANCO (Cocaine Bear) de Elizabeth Banks

Ele há coincidências muito estranhas. No dia 23 de Fevereiro de 1977 estreava em Lisboa o filme GRIZZLY – O MONSTRO DA FLORESTA, onde um urso muito grande semeava a morte numa floresta. Exatamente 46 anos depois, no dia 23 de Fevereiro deste ano, estreia entre nós novo filme com um urso “assassino”. Desta vez ele descobre acidentalmente os efeitos de um carregamento de cocaína que cai “acidentalmente” na sua floresta.

Vi o GRIZZLY aquando da sua estreia e adorei; foi para mim um dos melhores filmes de terror que tinha visto até então. Este novo urso é tão violento quanto o outro, mas o suspense e o terror são substituídos por um sentido de humor por vezes hilariante. Elizabeth Banks deve ter-se divertido imenso a realizar o filme, que é muito livremente inspirado em acontecimentos reais, e deixa a sua imaginação à solta com as exageradas cenas gore; a sequência da cabana da guarda-florestal e da ambulância tem que ser vista para acreditarem. O bem escolhido elenco dá vida a um estranho grupo de personagens cujo destino está à mercê do urso.

Não é um grande filme de terror, mas é uma boa comédia, por vezes exagerada, mas com muita piada. Pode não ser aconselhável a estômagos fracos, mas provoca muitas gargalhadas e é bom para “desopilar o fígado”. Vejam por vossa conta e risco!

Classificação: 6 (de 1 a 10)

VIVER (Living) de Oliver Hermanus

Um aborrecido funcionário público, daqueles burocratas sem sentido de humor, fica a saber que tem poucos meses de vida e percebe que não viveu a sua. Decidido a recuperar o tempo perdido, falta ao trabalho e tenta encontrar alguns prazeres no tempo que lhe resta.

Não vi o original de Akira Kurosawa de que este filme é um remake, por isso não posso fazer comparações. Tal como a maioria dos seus personagens, é um filme contido, onde as emoções não vêm ao de cima e tudo acontece de forma sossegada. Num papel que lhe assenta que nem uma luva, Bill Nighy está no seu melhor, se bem que não foge do seu registo habitual, sendo bem secundado por um circunspecto elenco, onde sobressai a cor e luz de Aimee Lou Wood como Margaret. É um filme comovente, que consegue evitar a lamechice do tema, mas que nos deixa com um sabor amargo na boca. A minha vontade era começar à estalada a todos aqueles funcionários públicos... esperem lá, eu sou funcionário público. Medo!

Classificação: 6 (de 1 a 10)


sábado, 10 de dezembro de 2022

JORGE VAI AOS FILMES: CHUVA DE FILMES









Nestas últimas semanas tenho visto muitos filmes, 10 no total, tanto no cinema como em casa. Para não vos deixar aqui um longo, longo, longo, testamento, vou-me debruçar de forma simples sobre alguns deles. Começo pelo meu preferido dos dez - O MENU!











O MENU (The Menu) de Mark Mylod – um grupo de ilustres clientes vão ter a refeição das suas vidas numa ilha isolada, mas não estão preparados para o que os espera. Temos aqui um requintado filme de terror servido com um delicioso humor negro, onde depressa percebemos que tudo pode acontecer, por vezes com resultados que podem chocar. Ralph Fiennes e Anya Taylor-Joy são super apetitosos e recomendo o filme a todos os que apreciam um bom “prato” cinéfilo! – Classificação: 8 (de 1 a 10)











BLACK PANTHER: WAKANDA PARA SEMPRE (Black Panther: Wakanda Forever) de Ryan Coogler – é oficial, estou cansado de filmes de super-heróis! Felizmente, esta sequela consegue ser, pelo menos para mim, melhor que o original e acho que resolveram bem o problema do actor  Chadwick Boseman ter falecido na vida real. O seu maior defeito é as cenas de acção serem demasiado computorizadas o que lhes retira impacto: exemplo as sequências dos ataques aos barcos. – Classificação: 6 (de 1 a 10)

ELA DISSE (She Said) de Maria Schrader – Quem haveria de dizer que o todo-poderoso Harvey Weinstein era um grande sacana, sempre pronto a aproveitar-se das jovens que trabalhavam para ele. Este filme relata a pesquisa e luta das duas jornalistas que conseguiram derrubar Weinstein e fá-lo de uma forma eficazmente documental, mas nunca perdendo o lado emocional da história. É uma pena que o que elas conseguiriam e que levou à criação do movimento #metoo tenha sido levado ao extremo. – Classificação: 7 (de 1 a 10)

CRIMES DO FUTURO (Crimes of the Future) de David Cronenberg – ao fim de muitos anos, Cronenberg volta à “carne” para gaudio dos seus fãs. Este não é o seu melhor filme, mas dá-nos uma visão diferente do futuro, onde as pessoas deixam de sentir dor e o nosso organismo vai tentando se adaptar às novas realidades. – Classificação: 6 (de 1 a 10)











UMA HISTÓRIA DE ENCANTAR 2 (Disenchanted) de Adam Shankman – adoro musicais e adoro contos de fadas, que melhor para mim que um filme que une ambas as coisas? Só que o resultado desta vez é fraco. A ideia de trazer o mundo da fantasia para o nosso é interessante, com muita coisa gira que podia acontecer, mas acaba por não ter grande graça e alguns números musicais são demasiado forçados (“Love Power” parece roubado do FROZEN). Amy Adams está bem num papel onde pode revelar duas personalidades diferentes, mas ela e o restante elenco parecem ter-se divertido mais a fazer o filme que nós a vê-lo. – Classificação: 3 (de 1 a 10)

NOITE VIOLENTA (Violent Night) de Tommy Wirkola – se gostam de comédias negras e violentas, este filme é para vocês. O Pai Natal, sim, o verdadeiro (ele existe), vai distribuir presentes a uma mansão e acaba a defender os seus habitantes de um grupo de maus da fita. Divertido e piegas, com um David Harbour em grande forma! – Classificação: 7 (de 1 a 10)

OVO (Hatching / Pahanhautoja) de Hanna Bergholm – uma miúda choca um ovo e deste saí uma estranha e agressiva criatura que começa a realizar os desejos mais escondidos dela. Para quem aprecia coisas estranhas, este colorido e bem iluminado filme de terror é uma boa aposta! – Classificação: 6 (de 1 a 10)











PEOPLE WE HATE AT THE WEDDING de Claire Scanion – tensão e humor são os principais ingredientes desta comédia, onde um grupo de personagens se vai reencontrar num casamento com resultados imprevisíveis para todos. É verdade, não é uma grande comédia, mas segue-se com agrado e Allison Janney, Kristen Bell e Ben Platt fazem-nos boa companhia. – Classificação: 6 (de 1 a 10)

SPIRITED de Sean Anders – o clássico de Charles Dickens, “A Christmas Carol”, leva uma volta de 180º nesta comédia musical, onde uma equipa de “espíritos” vai tentar mudar a atitude de mais uma alma insuportável e egoísta. Will Ferrell e Ryan Reynolds têm química para dar e vender, divertindo-nos com as suas aventuras e portando-se muito bem nos seus números musicais. Boas canções e uma realização fluída de Sean Anders fazem o resto. – Classificação: 6 (de 1 a 10)

VEJAM COMO ELES CORREM (See How They Run) de Tom George – nos bastidores da peça “The Mousetrap” é cometido um crime e cabe a um inspector alcoólico e à sua jovem assistente descobrirem o assassino; Agatha Christie e o elenco da peça vão tentar ajudar. A ideia parece genial, mas apesar da abordagem em estilo Wes Anderson do realizador Tom George, achei o filme arrastado e por vezes mesmo chato. – Classificação: 3 (de 1 a 10)


sábado, 1 de outubro de 2022

JORGE VAI AOS FILMES: MEIA-DÚZIA DE TÍTULOS

Entre estreias no circuito comercial das salas de cinema e estreias nos canais de streaming, há cada vez mais filmes para ver, se bem quantidade não significa qualidade. Por exemplo, tem havido muitas estreias nos cinemas, mas poucas são as que me têm despertado interesse e, como o tempo (e dinheiro) cada vez chega para menos, a escolha cai cada vez mais sobre o género de filmes que gosto em detrimento de outros que até podem ser interessantes.

Nas minhas últimas incursões pelos filmes, assisti a meia-dúzia de novos títulos, de géneros diferentes, mas onde a componente distração/escape é comum a todos. Destes talvez o que se aproxima mais da vida real é o CHA CHA REAL SMOOTH, uma comédia dramática onde um moço se apaixona pela mãe de uma jovem autista, que pode ser visto na Apple TV. Por vezes a puxar à lágrima fácil, é divertido quanto baste e tem no papel principal um actor por quem é fácil sentir-se empatia, chama-se Cooper Raif é é também o realizador e argumentista do filme; é um daqueles projectos que pode chamar a atenção dos Óscars.

No canal da Disney vi o novo PINÓQUIO, com Tom Hanks no papel de Geppeto, mas não gostei. As novas canções são fraquitas e a ideia de porém o Tom Hanks a cantar não foi feliz. Isto misto de animação e figura real tem bons efeitos especiais, mas parece que se esqueceram do apelo da história original e até o facto de lhe crescer o nariz não tem praticamente qualquer significado.

Já no cinema, não resisti aos encantos de Julia Roberts e George Clooney no BILHETE PARA O PARAÍSO. Não é um grande filme, mas já tinha saudades de ver uma comédia romântica onde reina a boa disposição, sem pretensões a não ser fazer-nos passar cerca de duas horas em cenários de sonho (quero ir a Bali) na companhia de uma dupla imbatível. Nos tempos negros que se vivem, sabe bem ver um filme que não se leva a sério e onde a crise se esquece. Uma lufada de ar fresco!

O mesmo não posso dizer do TRÊS MIL ANOS DE DESEJO, onde Tilda Swinton solta um génio, Idris Elba, que lhe tem que conceder três desejos. Visualmente rico e com uma excelente Swinton, achei o filme arrastado, falta-lhe magia e a sensação de maravilhoso. Esperava melhor de George Miller e fiquei com saudades das fantasias das Mil e Uma Noites. Já pensaram qual seriam os vossos três desejos? Sinceramente, não sei muito bem quais seriam os meus...

Se como eu gostam de filmes de terror, O CONVITE é uma boa incursão no género, onde finalmente os vampiros voltam a ser maus! A história é simples, um vampiro (que é provavelmente o próprio Drácula em versão bonitão e limpinho) precisa de encontrar a sua terceira noiva e esta é uma jovem herdeira que nem sabe o que a espera. O elenco não é muito bom, mas a jovem Nathalie Emmanuel aguenta bem o filme, ganhando facilmente a nossa simpatia, perante o pretensiosismo pedante das restantes personagens. Bem, sempre tive um fraquinho por vampiros!

Não muito longe do género terror está o NÃO TE PREOCUPES, QUERIDA. Este thriller de suspense rouba ideias ao THE STEPFORD WIVES, THE VILLAGE e outros mais, mas fá-lo muito bem, prendendo-nos à cadeira e tem em Florence Pugh uma actriz à altura. Ela e o seu marido vivem numa comunidade perfeita e fechada, onde as coisas não são bem o que parecem e, para sobreviver, ela terá que descobrir o segredo por detrás de tudo aquilo. Uma crítica ao mundo machista, onde as mulheres são relevadas para pouco mais do que donas-de-casa (que como todos sabemos, não é uma profissão nada fácil) e onde as orgias coreográficas do Busby Berkeley ganham contornos incómodos. Uma boa surpresa que aconselho a todos!















E foi assim, a minha última meia-dúzia de filmes. Em breve espero que haja mais e até lá divirtam-se e bons filmes!

BILHETE PARA O PARAÍSO (Ticket to Paradise) de Ol Parker - Classificação: 6 (de 1 a 10)

CHA CHA REAL SMOOTH de Cooper Raif - Classificação: 6 (de 1 a 10)

O CONVITE (The Invitation) de Jessica M. Thompson - Classificação: 6 (de 1 a 10)

NÃO TE PREOCUPES, QUERIDA (Don’t Worry Darling) de Olivia Wilde - Classificação: 7 (de 1 a 10)

PINÓQUIO (Pinocchio) de Robert Zemeckis - Classificação: 4 (de 1 a 10)

TRÊS MIL ANOS DE DESEJO (Three Thousand Years of Longing) de George Miller - Classificação: 4 (de 1 a 10)



segunda-feira, 19 de setembro de 2022

A CAVERNA DE TERROR (Necrophagus / The Butcher of Binbrook) de Miguel Madrid aka Michael Skaife

E com este filme, encerro o meu ciclo de filmes de terror à meia-noite, vistos nos anos 70 (quando tinha 11 anos) no extinto cinema Lumiar. Após este filme, foram exibidos por lá outros do género, mas este foi tão mau que não consegui convencer os meus pais e primos a lá voltarmos.

Se não fosse o IMDB, não vos saberia dizer qual a história deste filme. Pelos vistos desenrola-se numa pequena vila, onde um cientista faz experiências nele próprio, com resultados monstruosos, e com um homem que regressa aquela vila para descobrir que a sua esposa morreu misteriosamente. Pessoalmente, não me lembro de nada disto; na realidade a única coisa de que me recordo, para além de ser chato e incompreensível, é de o monstro ser esverdeado e de ter ervas na cabeça.

Foram meia-dúzia de filmes que marcaram a minha adolescência cinéfila e, sem sombra de dúvida, fomentaram uma das minhas grandes paixões, o Cinema de Terror. Assim, caso estejam curiosos, aqui fica o link para cada um dos outros títulos: A IMAGEM DO MEDO, A ILHA DO TERROR, O VAMPIRO NEGRO, A FÚRIA DO ASSASSINO, DRÁCULA - O PRÍNCIPE DAS TREVAS. Se tiverem a hipótese e paciência, procurem estes filmes e deem-lhes uma oportunidade. Deixo-vos aqui também os bilhetes dessas sessões de cinema.







domingo, 11 de setembro de 2022

DRÁCULA – O PRÍNCIPE DAS TREVAS (Count Dracula / Nachts, Wenn Dracula Erwacht) de Jesús Franco aka Jess Franco

Depois de A IMAGEM DO MEDOA ILHA DO TERRORO VAMPIRO NEGRO e  A FÚRIA DO ASSASSINO, chegou a vez do meu primeiro Drácula com Christopher Lee, a primeira vez que vi o veterano Lee no cinema.

Dirigido por Jesús Franco, que mais tarde vim a saber tratar-se de um “especialista” do género, foi também a primeira adaptação cinematográfica do clássico de Bram Stoker que eu vi. Antes do filme já tinha lido a novela e ficado apaixonado pela mesma. O filme seguia de perto a trama de Stoker e, na minha memória, apesar de não ter a opulência visual da versão de Francis Ford Coppola, continua a ser a melhor versão que vi desse clássico da literatura.

Chistopher Lee era excelente como Drácula, Klaus Kinski um perfeito Rendfield e Herbert Lom convencia como Van Helsing. Também me lembro de ter achado que o jovem que fazia de Jonahthan Harker, Fred Williams, era giraço. Das cenas que melhor recordo, é a dos protagonistas a serem ameaçados numa sala cheia de animais embalsamados.

Anos mais tarde, percebi que esta versão gótica e “suja” não estava muito bem cotada, mas para mim (até um dia que a reveja…) continua a ser, a par da versão com o Frank Langella, a melhor adaptação cinematográfica do romance de Bram Stoker.