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domingo, 12 de maio de 2024

O REINO DO PLANETA DOS MACACOS (Kingdom of the Planet of the Apes) de Wes Ball

Lembram-se do Caesar, o macaco que começou tudo nesta saga? Pois bem, décadas após a sua morte, um clã de macacos maus escraviza macacos bons e pelo meio há uma humana que tem a capacidade de falar; cabe ao jovem Noa salvar o seu clã e ajudar a humana.

O capítulo anterior desta saga era um excelente filme de guerra; este é um bom filme de acção e aventuras que abre a porta a uma nova trilogia. A história não é o seu ponto forte e também não havia necessidade de ser tão longo, mas os efeitos especiais são fabulosos e nem por um momento duvidamos que os macacos não são reais. O realizador Wes Ball sabe levar-nos nesta aventura e, apesar do filme ter princípio, meio e fim, deixar-nos na expectativa para os próximos capítulos. 

Classificação: 7 (de 1 a 10)

 

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

O RAPAZ E A GARÇA (The Boy and the Heron) de Hayao Miyazaki

O pequeno Mahito perde a mãe num incêndio e, uns anitos mais tarde, o pai casa com a irmã da mãe indo todos viver para o campo. Aí, Mahito conhece uma garça falante e juntos entram num mundo fantástico à procura da madrasta e da mãe.

Fazia já um tempo que não via um filme de animação do mestre Hayao Miyazaki e do estúdio Ghibli, pois não sou grande fã dos mesmos. Visualmente o filme é belíssimo, mas a história não me prendeu e o seu ritmo é demasiado lento para o meu gosto. Aprecio a imaginação sem limites e seus mundos fantásticos, povoados por estranhas criaturas, mas as personagens principais fazem-me sempre lembrar a Heidi e o Marco e não consegui prender-me aos mesmos. Para fãs deste género acredito que seja uma nova obra-prima, mas continuo a preferir A PRINCESA MONONOKE, mas quem diria que os periquitos podiam ser os maus da fita?

Classificação: 5 (de 1 a 10)





quarta-feira, 3 de maio de 2023

RENFIELD de Chris McKay

O quase famoso, e imortal (desde que tenha insectos para comer por perto), Renfield está cansado de ser o criado do Conde Drácula e decide tentar ter uma vida normal. Infelizmente, Drácula e um grupo mafioso estão decididos a tramar-lhe os planos.

Já era tempo de Renfield ter o seu tempo de antena e consegue essa proeza nesta divertida e “górica” comédia de terror, cujo realizador Chris McKay não leva nada a sério e cujo elenco entra no espírito certo da coisa. O filme tem graça, uma história interessante e um grupo de personagens que dá vontade de acompanhar.

Faz muito tempo que Nicolas Cage não estava tão bem e o seu Drácula é refrescante. Mas como Renfield, Nicholas Hoult (que foi um apaixonado zombie em WARM BODIES) não se deixa ofuscar por ele, criando empatia com o público e continuando a revelar-se um actor muito talentoso.

O início do filme, com as cenas “retocadas” do DRÁCULA com Bela Lugosi, é uma deliciosa piscadela cinéfila que fará as delícias dos verdadeiros fans do género!

Classificação: 7 (de 1 a 10)



















O REI PERDIDO (The Lost King) de Stephen Frears

Philippa, uma historiadora amadora com uma vida simples, decide dedicar-se a descobrir o corpo perdido do Rei Ricardo III, perdido há mais de 500 anos, bem como em “limpar” a sua má reputação.

Baseado numa história verídica, esta comédia dramática do realizador Stephen Frears (em grande forma), é um filme em estado de graça, que se segue emotivamente e onde Sally Hawkins é simplesmente excelente como Philippa. Ela é das mais expressivas e simples actrizes da sua geração e aqui dá-nos um dos seus melhores papéis e o filme é dela por direito.

É daqueles casos que se não me dissessem ser verdade, eu diria que se trata da história menos verossímil. Se forem como eu, vão ficar com vontade de bater em alguns dos personagens que representam a universidade que supostamente ajudou na descoberta do corpo do rei. Recomendo!

Classificação: 7 (de 1 a 10)




sexta-feira, 6 de janeiro de 2023

JORGE VAI AOS FILMES: OS ÚLTIMOS FILMES DE 2022
















Antes de me debruçar sobre as minhas usuais listas dos melhores do ano, aqui vai uma rápida viagem pelos últimos filmes que vi em 2022.

OS FABELMANS (The Fabelmans) de Steven Spielberg – o regresso à boa forma de Steven Spielberg, num filme auto-biográfico sobre a sua infância e adolescência, que é uma fabulosa carta de amor ao cinema. Um elenco notável (Óscar para Michelle Williams?) num filme com momentos mágicos que só são possíveis de se viverem no escuro de uma sala de cinema. A não perder!  Classificação: 8 (de 1 a 10)

GLASS ONION: UM MISTÉRIO KNIVES OUT (Glass Onion: A Knives Out Mystery) de Rian Johnson – o detective privado Benoit Blanc (Daniel Craig) está de volta em mais um divertido “whodunit”, desta vez passado numa luxuosa mansão numa ilha mediterrânea e com um colorido grupo de personagens. Fiquei com a ideia de que os actores se divertiram mais a fazer o filme que eu a vê-lo, mas gostei do que vi e só tenho pena de ter logo desconfiado de quem seria “culpado” – Classificação: 6 (de 1 a 10)

GUILLERMO DEL TORO’S PINOCCHIO de Guillermo del Toro e Mark Gustafson – com uma notável banda sonora e visualmente brilhante, este é a versão mais negra deste clássico da literatura. Del Toro e Mark Gustafson estão, felizmente, a milhas de distância da insonsa nova versão da Disney e dão-nos uma nova interpretação da história, com um humor e uma magia muito próprias. Não ficarei surpreendido se ganhar o Óscar para Melhor Filme de Animação e tem uma canção, “Better Tomorrows”, que simplesmente adorei!  – Classificação: 7 (de 1 a 10)

I WANNA DANCE WITH SOMEBODY de Kasi Lemmons – Whitney Houston leva o tratamento biográfico de Hollywood, numa versão mais doce do que foi a sua vida real. O filme é essencialmente uma homenagem emocional a essa grande voz e nesse campo não falha. Preparem-se para se sentirem emocionados com alguns dos números musicais e Naomi Ackie vai bem como a famosa diva – Classificação: 7 (de 1 a 10)

AS LINHAS TORTAS DE DEUS (Los Renglones Torcidos de Dios) de Oriol Paulo – uma jornalista (Bárbara Lennie) dá entrada num hospital psiquiátrico fingindo-se de “louca”, na realidade está a investigar um crime... Bem, nem tudo é o que parece neste thriller espanhol, onde a cada “linha” somos surpreendidos e baralhados. Com suspense suficiente para nos manter presos ao ecrã e um excelente elenco, aconselho a quem gosta de bons mistérios – Classificação: 7 (de 1 a 10)

MATILDA (Roald Dahl’s Matilda the Musical) de Matthew Warchus – o grande sucesso dos palcos de Londres recebe uma imaginativa adaptação cinematográfica, curiosamente dirigida pelo responsável pelo musical teatral, Matthew Warchus. Ele dá nova vida ao musical e o filme segue-se com um sorriso nos lábios e Emma Thompson, como a terrível Mrs. Trunchbull, rouba o filme ao restante elenco. Um bom musical! – Classificação: 7 (de 1 a 10)

WHITE NOISE de Noah Baumbach – o dia a dia de uma banal família americana, onde os pais se preocupam com a morte, um vírus ameaçador paira no ar, novos medicamentos têm efeitos secundários indesejáveis e onde os finais felizes acontecem no supermercado. Uma comédia que faz rir e pensar ao mesmo tempo, com um ritmo um pouco lento para o meu gosto, mas bem escrita e com um elenco em perfeita sintonia com o espírito do filme – Classificação: 6 (de 1 a 10)


quarta-feira, 7 de setembro de 2022

JORGE FOI AO CINEMA: PASSEIOS NA NATUREZA

No passado fim-de-semana decidi aventurar-me pela savana africana ao encontro de um leão raivoso e por um sapal norte-americano desvendando um crime. Ambos os passeios valeram a pena.

No primeiro, A BESTA, um leão que viu a sua alcateia ser assassinada por humanos, decidi vingar-se. Sem culpa nenhuma, um pai e suas duas filhas vêem-se vítimas da atenção da “besta”. Escusado será dizer que a “besta” em questão é um leão CGI tão perfeito que facilmente se confunde com um real. É verdade que não há muita história (a conversa inicial até é para o chata), mas suspense não falta e já tinha saudades de estar “preso” à cadeira. Parabéns ao realizador Baltasar Kormákur por transformar uma história banal num bom exercício de suspense.

Já A RAPARIGA SELVAGEM tem uma excelente história (lamento, mas nunca li o livro em que se baseia) e a realizadora Olivia Newman mistura habilmente os géneros drama, romance e crime. Com paisagens convidativas ao relaxe, começa com a descoberta de um corpo que leva a que uma jovem “selvagem”, que vive sozinha no sapal, seja vista como a provável assassina. Um excelente elenco, com destaque para Daisy Edgar-Jones e David Strathairn, dá-nos uma interessante galeria de personagens que captam a nossa atenção sem esforço e, mesmo com um ritmo lento, nos levam até a um emocionante final.

É verdade que A BESTA vive de leões CGI, mas isso não faz do filme um festival de efeitos especiais, mantendo sempre as coisas dentro dos parâmetros da realidade. Já A RAPARIGA SELVAGEM fez-me recordar os velhos clássicos, onde o que contava era um boa história e personagens interessantes, algo que tem faltado numa Hollywood atrofiada de super-heróis.

Pessoalmente, recomendo o primeiro a todos os fãs de emoções fortes e o segundo aos amantes do bom cinema clássico.

 A BESTA (Beast) de Baltasar Kormákur - Classificação: 6 (de 1 a 10)

A RAPARIGA SELVAGEM (Where the Crawdads Sing) de Olivia Newman - Classificação: 8 (de 1 a 10) 




sexta-feira, 15 de julho de 2022

A IMAGEM DO MEDO (A Reflection of Fear) de William A. Fraker


No dia 17 de Janeiro de 1976, com a tenra idade de 11 anos, os meus pais levaram-me pela primeira vez a uma sessão de cinema de terror à meia-noite. Não pensem que eles eram irresponsáveis, pois fui que lhes pedi para me levarem. Nesse sábado vi no jornal um pequeno anúncio que dizia que na sessão da meia-noite do Cinema Lumiar (desaparecido hoje em dia) ia ser exibido um filme de terror psicológico (na altura não fazia a ideia do que isso queria dizer), e lá consegui convencer os meus pais, o problema é que não tínhamos carro. Assim, foram eles que convenceram uma prima minha e o seu marido (eles tinham carro) a ir connosco.

Recordo-me que estava muito excitado, não só porque era uma sessão da meia-noite (o primeiro filme que tinha visto numa dessas sessões tinha sido o 7 NOIVAS PARA SETE IRMÃOS), mas principalmente porque ia ser o primeiro filme de terror para adultos que ia ver ao cinema.

A história gira à volta de uma rapariga (Sondra Locke) que vive com a mãe (Mary Ure) e a avó (Signe Hasso) numa grande e isolada casa. Ela sente-me muito só e o seu melhor amigo é um boneco de trapos, que parece ter vida própria. Quando o seu distante pai (Robert Shaw) visita a casa com a sua amante (Sally Kellerman), com quem planeia casar, começam a acontecer coisas estranhas na casa.

Não sei se comecei a ter medo de bonecos por causa deste filme ou se já tinha e este filme só o veio intensificar. Independentemente disso, há uma cena muito arrepiante que ainda hoje, sempre que penso nela, me dá calafrios. A rapariga está sozinha no seu quarto falando com o tal boneco, chateia-se com este e atira-o para o chão junto aos pés da cama. De repente, o boneco levanta-se... verdadeiramente assustador! Desde esse dia nunca mais voltei a olhar para bonecos da mesma forma.

Visto hoje, provavelmente, o filme poderá ser datado ou mesmo aborrecido, pois lembro-me que o ritmo era lento, mas tinha um excelente twist, que não vou contar. Produzido em 1972, era bastante intenso e para um puto de 11 anos, um verdadeiro pesadelo! Mas adorei cada minuto!

Este foi o primeiro de uma série de 6 filmes de terror que vi nas sessões da meia-noite do Lumiar, sempre na companhia dos meus pais e primos. Houve por lá outras sessões, mas não podíamos ir a todas. Em breve falarei sobre os outros filmes que vi por lá.













































quinta-feira, 1 de outubro de 2020

CINEMA EM TEMPO DE COVID – ALGUMAS ESTREIAS DE JUNHO A SETEMBRO 2020

Se como eu são loucos por cinema, estes estranhos tempos do COVID afastaram-vos dos nossos templos sagrados, as salas de cinema. Pessoalmente, custou-me muito ver as salas fechadas e ver-me obrigado a ver filmes em casa, não que me importe, mas não é a mesma coisa. Uma ida ao cinema é algo mágico, mesmo quando cretinos falam ao telemóvel e mastigam ruidosamente pipocas, não há nada que se pareça... bem, o teatro também é mágico.

No final de Junho, algumas salas começaram a abrir as suas portas e os filmes voltaram a estrear nos seus locais de exceção, os cinemas! Não podia ter ficado mais feliz e depressa retomei o meu hábito, deparando-me com salas vazias, muitas vezes com a sessão só para mim. Para mim o cinema é também uma experiência colectiva e sempre gostei de ver salas cheias, pelo que é deprimente ver quase todos os lugares vazios. Muito sinceramente, nem sei como as salas se mantêm abertas.

O medo do COVID (acreditem que é mais perigosas andaram nos transportes públicos e nas esplanadas) aliado à preguiça que já se vêm sentido há alguns anos, agravado com a situação económica que se vive, tudo isto afasta o público dos cinemas. Claro que serviços como Netflix e HBO vão tomando o lugar do cinema, para já não falar do mundo de streaming e de downloads ilegais (infelizmente, muitos são os filmes que só conseguimos ter acesso desta forma) que é a internet.

Também é verdade que, para começar, as estreias não eram as mais aliciantes, mas mesmo assim houve e há bons filmes para ver. Assim, muito resumidamente, vou passar em revista alguns dos títulos que vi nestas últimas semanas:


BECKY de Jonathan Milott & Cary Murnion - 3  
Filme de terror em que a insuportável Becky (Lulu Wilson) dá cabo dos assaltantes da sua casa de campo. Uma espécie de HOME ALONE com muito sangue, mas sem humor e sem suspense. Com tanto filme do género que se faz por este mundo fora, podiam ter estreado algo mais interessante.
         
BEM-VINDOS A ÁFRICA (Rendez-Vous Chez les Malawas) de James Uth – 1
Os franceses costumam ser bons no género comédia, mas no dia em que fizeram este filme não estavam nada inspirados. Um quarteto de pessoas famosas caídas em desgraça, participam numa espécie de “reality” show no seio de uma tribo algures em África. Isto podia ter sido hilariante, mas na verdade não me ri uma única vez.
 
BURDEN – A REDENÇÃO (Burden) de Andrew Hackler – 6
Mike é um jovem branco e racista a viver na Carolina do Sul, protegido de um chefe do Ku Klux Klan local; quando se apaixona por uma jovem mãe, que é amiga de negros, a sua vida transforma-se num inferno. Numa altura que tanto se fala de racismo, este drama bem interpretado por um elenco de gente talentosa, vem mesmo a calhar. A história baseia-se na vida real, mas por vezes custa a acreditar que este tipo de comportamento ainda é aceite por muita gente. O filme peca por ser demasiado longo, mas não deixa de nos dar um murro no estômago.



EM FÚRIA (Unhinged) de Derrick Borte – 7
Um descendente directo do DUEL ou do THE HITCHER, é um thriller tenso e com muito suspense, com uma história muito simples. Uma jovem mãe buzina ao condutor errado e este decide fazer-lhe a vida negra, muito negra. Não é cinema para intelectuais, mas sim para quem gosta de estar agarrado à cadeira sem ter que pensar em nada. Um super-gordo Russel Crowe, que era um moço tão jeitoso, “mastiga o cenário” como o mau da fita. Um verdadeiro “guilty pleasure”!
 
A FLOR DA FELICIDADE (Little Joe) de Jessica Hausner – 5
Uma cientista cria uma flor que, a fim de se reproduzir, controla as pessoas com as suas qualidades de as fazer sentirem-se felizes. Uma espécie de versão “soft” do INVASION OF THE BODY SNATCHERS, é um filme frio, de grande beleza plástica, mas onde tudo acontece ao retardador. Interessante, mas frio, esperava mais.
 
FREAKS de Zach Liposvky & Adam B. Stein – 5
Uma miúda com super-poderes vive escondida do mundo pelo seu pai, mas quando ela consegue escapulir-se para a rua, as coisas complicam-se. Um interessante filme de super-heróis mais calmo e pessoal, que termina numa explosão de efeitos especiais que podia ter sido evitado. 



GOLPE DE SOL de Vicente Alves do Ó – 4
Quatro amigos esperam numa casa de campo a visita de um velho amigo, com o qual já todos tiveram casos amorosos. O filme é bonitinho e os corpos são bem filmados, mas na verdade não acontece nada de muito emocionante ou interessante durante todo o filme... esperem, sempre temos a cena do rapaz da pizza. 
 
MINHA QUERIDA NORA (Belle Fille) de Méliane Marcaggi – 7
Deste filme, já fiz uma pequena “critica” aqui no blog, é este o link: http://vamos-ao-nimas.blogspot.com/2020/09/minha-querida-nora-belle-fille-de.html
 
OS NOVOS MUTANTES (The New Mutants) de John Boone – 8
Uma jovem acorda numa mansão onde uma médica a tenta proteger a ela e a mais quatro jovens dos seus próprios poderes, mas a verdade é mais sinistra. Aqui temos uma abordagem mais negra e intima do mundo dos mutantes, por vezes eficazmente muito perto do universo do cinema de terror. Para variar a ameaça não é o fim do mundo ou a luta pelo poder. O elenco vai muito bem e gostei bastante!
 
THE   OPERATIVE - AGENTE INFILTRADA  (The Operative) de Yuvai Adler – 4
Enquanto via este thriller dramático sobre uma agente da Mossad a trabalhar sobre disfarçe, arriscando a sua vida, só me lembrava da série HOMELAND, muito melhor e mais interessante que este filme. No papel principal, Diane Kruger mantém a sua habitual postura fria e, tal como ele, o filme não tem emoção e pouco ou nenhum suspense.
 

ORDEM MORAL de Mário Barroso – 7
Nos inícios do século XX, Maria Adelaide, uma mulher rica e casada, decidi fugir com o seu chofer (um rapaz muito jeitoso de nome João Pedro Mamede, que até mostra a pila) para raiva do seu marido e escândalo da sociedade, como resultado é internada como sendo louca. Um bom drama de época, muito bem realizado por Mário Barroso, e onde a grande Maria de Medeiros, num excelente desempenho, lidera um bom elenco. Aconselho! 
 
RADIOACTIVO (Radioactuve) de Marjane Satrapi – 4
Rosamund Pike é excelente como Maria Curie, neste drama biográfico baseado na vida dessa grande cientista. A realizadora optou por uma abordagem quase documental que não me agradou e achei as mensagens politicas e morais um pouco pretenciosas, não havia necessidade.
 
RAMEN SHOP – NEGÓCIO DE FAMÍLIA (Ramen Teh) de Eric Khoo – 7
Deste filme, já fiz uma pequena “critica” aqui no blog, é este o link: http://vamos-ao-nimas.blogspot.com/2020/06/ramen-shop-negocio-de-familia-ramen-teh.html

O RECEPCIONISTA (The Night Clerk) de Michael Cristofer – 4
Tye Sheridan vai bem como o estranho recepcionista do título, que se vê como suspeito de um crime que não cometeu, mas a que assistiu. Quanto ao filme é um thriller fraquito, previsível e com pouco suspense. A talentosa Helen Hunt é completamente desperdiçada como a mãe do rapaz.
 


O SEGREDO: ATREVE-TE A SONHAR (The Secret: Dare to Dream) de Andy Tennant – 6
Oh! Uma viúva a viver com dificuldades, é ajudada por um charmoso estranho que tem um segredo e claro que o amor anda no ar. Um bonito drama romântico que se segue com um sorriso nos lábios e onde Katie Holmes e Josh Lucas fazem um lindo par. Não aconselhável a cínicos, nem a diabéticos... mas eu gostei!
 
TENET de Christopher Nolan – 4
Talvez a maior estreia após COVID, o último filme de Christopher Nolan é bom para nos pôr a cabeça às voltas com os seus saltos no tempo. Tecnicamente perfeito, mas sem grande emoção, neste drama de ficção-científca o mau da fita descobre/inventa uma máquina que proporciona viagens no tempo e cabe ao protagonista conseguir ir ao tempo certo para pôr fim à ameaça que paira sobre a humanidade. O elenco vai bem, mas o filme é confuso e eu acho que não tenho inteligência para tanto, mas há quem adore.

terça-feira, 30 de junho de 2020

RAMEN SHOP – NEGÓCIO DE FAMÍLIA (Ramen Teh) de Eric Khoo

Se, como eu, são apaixonados por cinema, devem estar a sofrer imenso com toda esta crise provocada pelo Covid 19 (esperemos que não seja como os filmes de Hollywood, com muitas sequelas) e quando a hipótese aparece de se puder regressar à magia do escuro do cinema, não há que hesitar. 
Pessoalmente, o meu regresso começou com o ciclo do Luis Buñuel em exibição no Nimas, mas não é sobre isso que vos vou falar, mas sim sobre um pequeno filme que estreou esta semana no Cinema City Alvalade e que recomendo.

Quando o pai de Masato morre subitamente, ele decide ir até Singapura para conhecer a família da sua falecida mãe e descobre que o casamento dos seus pais foi mal-aceite pela sua avó, que deixou de falar à filha.

Tal como o título indica, é um filme sobre comida, família e a ligação de ambos. Eric Khoo dirige o filme em ritmo lento, mas com mão segura e num crescendo emocional que comove sem cair na lamechice forçada. Um ténue humor dá um pouco de cor a este drama, que acaba por se revelar delicioso como a comida que é cozinhada no écran, da qual quase se sente o aroma e o sabor.
O elenco de interpretações suaves, é liderado por Takumi Saitoh como Masato, com destaque para Beatrice Chien como a avó; as cenas entre os dois são o coração do filme.
Se no final não estiverem cheios de vontade de ir comer um ramen e com uma lágrima ao canto do olho, então o Covid deu cabo de vós!

Classificação: 7 (de 1 a 10) 


terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

WILD ROSE – ROSA SELVAGEM (Wild Rose) de Tom Harper

Rose-Lynn é uma jovem mãe, cujo sonho é ser uma estrela country; quando sai da prisão, onde passou um ano, vê-se obrigada a ter que escolher entre a sua carreira e os seus filhos.

Drama musicado, a que o realizador Tom Harper imprime humor e tenta fugir às “lamechices” a que a história se presta. Rose não é uma personagem simpática, mas graças ao talento indiscutível de Jessie Buckley (esta rapariga vai longe), acabamos a torcer para que ela consiga realizar o seu sonho. Se Buckley é excelente como Rose, Julie Walters não lhe fica atrás como a sua mãe. Elas as duas são a razão mais que suficiente para verem este filme.

Classificação: 6 (de 1 a 10)


segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

TRÊS FILMES, TRÊS CASOS DA VIDA REAL

Depois de uma ausência de alguns meses (até tenho vergonha de dizer quantos) decidi voltar ao meu blog e recomeçar a escrever as minhas opiniões (não gosto de lhes chamar críticas) dos filmes que vou vendo pelos nossos cinemas.

Comecei o ano com um filme de terror (sobre este escreverei em breve no meu blog JORGE’S DARK PLACE) e continuei com três filmes baseados em histórias reais. Dois deles são dramas revoltantes e o outro uma comédia dramática supostamente emocional.

DARK WATERS – VERDADE ENVENENADA (Dark Waters) de Todd Haynes Classificação: 8 (de 1 a 10) 

Um advogado habituado a defender as grandes empresas, vê-se a braços com um caso em que uma dessas empresas é acusada de andar a poluir uma localidade americana. Contra tudo e todos, ele decide expor o caso, pondo em risco a sua carreira e a sua vida pessoal.
Porra! Depois de ver este filme nunca mais vou olhar para o teflon da mesma maneira; nunca me passou pela cabeça que os produtos usados no seu fabrico podiam ser tão perigosos para a saúde de todos nós. Mas é isso que Todd Haynes nos revela neste drama intenso, que nos dá a volta ao estômago. A ganância pelo dinheiro é uma coisa incrível e, quase sempre, perigosa ou mesmo criminosa.
No papel do advogado um cheinho Mark Ruffalo dá-nos uma das suas melhores interpretações ao lado de um elenco de luxo, onde todos defendem bem os seus papéis com destaque para Anne Hathaway, Tim Robbins, Bill Camp, Mare Winningham, Bill Pullman e Victor Garber. A não perder!


O CASO RICHARD JEWELL (Richard Jewell) de Clint Eastwood Classificação: 7 (de 1 a 10)

Durante os Jogos Olímpicos de 1996 em Atlanta, um segurança alerta para a possibilidade de uma bomba, salvando assim várias vidas. Na sua urgência de encontrarem um culpado, o FBI e a imprensa voltam-se para o pobre segurança, transformando-o de herói em acusado.
O realizador Clint Eastwood sabe como contar uma história e é um excelente diretor de actores; o resultado é um drama factual, por vezes quase documental, e sufocante. Eastwood consegue transformar o irritante e doentio Richard Jewell (Paul Walter Hauser é uma revelação como Jewell) num personagem que vai ganhando a nossa simpatia, criando assim um laço emocional entre ele e nós, meros espectadores. A forma como o FBI e a imprensa trata o caso é revoltante e demonstra bem como uma notícia pode dar cabo da vida de uma pessoa inocente.
Para além de Hauser, o filme tem excelentes interpretações de Sam Rockwell, Olivia Wilde, Jon Hamm, Nina Arianda e de uma comovente Kathy Bates como a mãe de Jewell. Recomendo!

A DESPEDIDA (The Farewell) de Lulu Wang Classificação: 4 (de 1 a 10)

Quando uma família chinesa descobre que a sua avó vai morrer dentro de pouco tempo, decidem não lhe dizer que ela tem um cancro maligno e arranjam um casamento à pressa para poderem reunir a família toda sem ela desconfiar de nada.
A premissa é deliciosa e prestava-se a ser uma boa comédia com um grande coração, que facilmente me poderia pôr a chorar, e se eu gosto de chorar no cinema! Infelizmente, apesar de ser interessante e de me ter feito dar algumas boas gargalhadas, a realizadora Lulu Wang arrasta a acção por longos planos estáticos e com sequências que parecem intermináveis e sem graça, como todo o casamento. 
Shuzhen Zhao é uma avó querida e cheia de genica, quanto a Awkwafiuna, que ganhou aqui o Globo de Ouro de Melhor Actriz de Comédia, não me conquistou como a sua neta preferida. Não posso gostar de todos os filmes que vejo, certo? Mas o filme tem muitos fãs, portanto o defeito deve ser meu.

quarta-feira, 22 de maio de 2019

JOHN WICK, TRAIÇÕES E PERVERSIDADES

Onze novos filmes chegaram aos cinemas de Lisboa na passada quinta-feira. A escolha não era fácil e ficaram alguns por ver, mas aqui fica uma curta opinião dos três que vi.

Comecei com a Judi Dench a ser acusada de traição em UMA TRAIÇÃO NECESSÁRIA, continuei com o Keanu Reeves a levar e dar porrada como JOHN WICK e terminei com o Zac Efron no papel de um psicopata EXTREMAMENTE PERVERSO, ESCANDALOSAMENTE CRUEL E VIL,

O primeiro é um drama arrastado, que torna uma história verídica e interessante em algo de aborrecido e pouco empolgante. O elenco é bom, mas não têm grandes chances de brilhar e a mão pesada do realizador Trevor Nunn não ajuda.

O filme com o Zac Efron (menino bonito a mostrar que é mais que uma cara bonita) também é baseada em factos reais, neste caso na vida do terrível Ted Bundy. Com este fiquei muito decepcionado, pois achei que era um thriller de suspense e levei com um drama de tribunal. Não é que seja mau, mas achei-o demasiado longo e desinteressante; acho que o Ted Bundy merecia um filme melhorzinho.

O melhor foi o festival de violência, porrada, perseguições, humor e suspense do JOHN WICK. É um filme de acção quase sem história, que funciona como uma hilariante montanha russa, onde nem temos tempo para respirar. Visualmente forte e com algumas das melhores cenas de tareia que tenho visto ultimamente no cinema. Esqueçam a realidade e entrem na realidade paralela de John Wick, com um elenco em perfeita sintonia com a história.

UMA TRAIÇÃO NECESSÁRIA (Red Joan) de Trevor Nunn Classificação: 4 (de 1 a 10)
JOHN WICK 3 – IMPLACÁVEL (John Wick: Chapter 3 – Parabellum) de Chad StahelskiClassificação: 7 (de 1 a 10)
EXTREMAMENTE PERVERSO, ESCANDALOSAMENTE CRUEL E VIL (Extremely Wicked, Shockingly and Vile) de Joe Berlinger Classificação: 4 (de 1 a 10)