Etiquetas

Mostrar mensagens com a etiqueta O. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta O. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 1 de abril de 2024

UMA VIDA SINGULAR (One Life) de James Hawes

A História: Antes do início da 2ª Guerra Mundial, Nicky Wintom, um jovem corretor inglês, consegue resgatar mais de 600 crianças de uma Checoslováquia invadida pelos Nazis.

O Elenco: Como sempre, Anthony Hopkins dá-nos uma interpretação brilhante e, neste caso, comovente. A seu lado, Helena Bonham Carter está óptima como a sua mãe.

O Filme: Depois de uma carreira na televisão, o realizador James Hawes estreia-se aqui no cinema e sim, o filme tem uma estrutura televisiva, mas isso em nada tira o impacto da história que conta. É bom saber que existiram (quero acreditar que ainda existem) pessoas como NIcky Winton e a sua história comoveu-me até às lágrimas, na realidade estive com um nó na garganta praticamente o filme todo.

Vale a Pena Ver? Não conhecia esta história, mas acho que é de visão obrigatória nos tempos que correm, em que parece que a História se repete e que as nossas liberdades/vidas estão em perigo.

Classificação: 7 (de 1 a 10)




quarta-feira, 26 de julho de 2023

OPPENHEIMER de Christopher Nolan

Segunda Guerra Mundial. De um lado os nazis invadem a Europa, do outro o Japão controla o Pacífico, ambos são uma ameaça à paz mundial. Quando correm rumores de que os nazis estão a desenvolver uma nova bomba, os americanos chamam J. Robert Oppenheimer, um físico quântico teórico, para este dirigir um grupo de cientistas encarregues de criarem uma bomba atómica antes que os nazis o façam. A sua criação mudou para sempre o mundo e, mais tarde, Oppenheimer viu-se acusado de Comunista e revelar segredos aos Russos.

Numa altura em que o mundo está, directa ou indirectamente, a viver uma nova guerra, e em que a ameaça nuclear paira sobre todos nós, este filme não podia ser mais actual. Dirigido com mão de mestre (sim, por vezes um pouco pesada) por Christopher Nolan, é daquelas obras que nos faz pensar no que estamos dispostos a fazer para salvaguardamos o nosso bem-estar e o de todos aqueles que gostamos. Sim, os nazis e os japoneses eram os maus da fita e o uso da bomba atómica pôs um ponto final na guerra, salvando milhares de vidas, mas também destruindo outras tantas. É um conflito moral que, só mais tarde, aflige Oppenheimer, que percebe que o que criou pôs/põe em risco a vida de todos os seres vivos da Terra. Apesar de muito factual, Nolan consegue agarrar-nos durante três intensas horas e é impossível resistir à emoção da criação da bomba ou ficarmos enraivecidos com as manobras politicas de alguns personagens.

À frente do elenco, o grande Cillian Murphy tem aqui o papel da sua carreira e é um prazer vê-lo em cena. Como as mulheres da sua vida, Emily Blunt e Florence Pugh, estão óptimas, mas é um filme de homens e são estes que mais brilham. Para além de Murphy, Robert Downey Jr., longe de Iron Man, relembra-nos o talentoso actor que é e Josh Hartnett revela ser mais que um menino bonito. Um elenco de luxo dirigido na perfeição por Nolan. Um grande filme a não perder e de visão obrigatória!

Classificação: 8 (de 1 a 10)




terça-feira, 28 de fevereiro de 2023

JORGE FOI AOS FILMES: FEVEREIRO 2023















Este Fevereiro, entre cinema e streaming vi onze novos filmes, entre eles o melhor foi o TÁR. Aqui ficam os meus apontamentos/opinião sobre os mesmos.

BATEM À PORTA (Knock at the Cabin) de M. Night Shyamalan

 Um casal e sua filha vão passar um fim de semana numa cabana no meio dos bosques. Aí são “visitados” por quatro estranhos cuja missão é salvar a Humanidade. Para que assim seja o casal tem que sacrificar um dos seus membros.

Os filmes de M. Night Shyamalan têm sempre uma grande premissa e, dependendo dos casos, um desenlace inesperado. Este seu novo filme começa muito bem, colocando-nos uma questão que nos faz pensar, seríamos capazes de sacrificarmos a nossa vida em nome da Humanidade... pior ainda, faríamos o mesmo se um grupo de possíveis fanáticos religiosos nos invadissem a casa? A grande questão com que a família sobre “ataque” se debate é se aqueles quatro estranhos estão ou não a dizer a verdade. Assim, com ambiente tenso e boas interpretações, seguimos a trama até ao final e... Bem, para mim falta-lhe qualquer coisa e não fiquei convencido.

 Classificação: 5 (de 1 a 10)

DESAPARECIDOS (Vanishing) de Denis Dercourt

Alice, uma perita forense, em Seoul para dar umas palestras, vê-se envolvida na investigação de crimes relacionados com o tráfico de órgãos.

O trailer prometia um thriller intenso, mas não é isso que o realizador Denis Dercourt nos dá e é uma pena. A história do tráfico de órgãos é interessante e há um verdadeiro senso de perigo nas ruas e corredores de Seoul, mas os personagens são um pouco frouxos, o suspense quase nulo e, sem dúvida, falta thriller a este filme.

 Classificação: 4 (de 1 a 10)

OS ESPÍRITOS DE INISHERIIN (The Banshees of Inisherin) de Martin McDonagh

Numa ilha irlandesa, onde não se faz praticamente nada a não ser beber uns copos num bar, um amigo diz ao outro que já não gosta dele e que lhe agradece que o deixe em paz, caso contrário cortará cada um dos seus próprios dedos sempre que este o incomodar.

Como é que nos sentiríamos numa situação semelhante”? É uma questão incómoda que esta comédia negra nos coloca, captando a nossa atenção entre paisagens bucólicas, bons diálogos, cenas dramaticamente humorísticas e um grupo rico de personagens que parecem não ter saída daquela vida.

Quanto aos amigos, estou certo de que cada um de nós se irá identificar com um deles. Pádraic (Colin Farrell) vive a sua vida sem qualquer tipo de ambição, desejando apenas ser feliz e simpático para os outros. E Colm (Brendan Gleeson) que quer algo mais da vida, sonhando deixar um legado para a posteridade sem ser interrompido por conversas banais até o conseguir. Farrel dá-nos aqui talvez a melhor interpretação da sua carreira, provando de uma vez por todas que não é apenas uma cara bonita. A seu lado Kerry Condon e Barry Keoghan, como a irmã de Pádraic e o “tonto da vila”, são excelentes e estão todos nomeados para os Óscares, incluindo também Brendan Gleeson.

É um filme desprovido de “glamour”, que nos faz rir de coisas sérias, nos faz questionar sobre as nossas amizades e ao mesmo tempo é comovente e humano. Uma comédia amarga que é sem dúvida um dos grandes filmes deste ano!

Classificação: 8 (de 1 a 10)

HOLY SPIDER de Ali Abbasi 

Uma jornalista vai até a Mashhad, uma cidade sagrada no Irão, a fim de investigar uma série de crimes em que as vítimas são prostitutas. A polícia local parece não estar muito interessada em descobrir o assassino. Este é um vulgar homem de família, que acredita estar a limpar a rua das pecadoras, tudo em nome de Deus. 

Obviamente proibido e condenado no Irão, este drama policial dá-nos um retrato negro de uma sociedade machista e religiosamente fanática. Baseado numa história real, é um filme forte que merece a atenção de todos nós. O que mais me impressionou no filme é o fanatismo religioso que leva muita gente a apoiar os actos deste psicopata, a sua família incluída; bem como a forma como as mulheres são tratadas na sociedade iraniana. Um amigo meu iraniano confirmou-me que o filme é muito realista, o que me assusta ainda mais. Eu sei que é provavelmente uma questão cultural/religiosa, mas como é possível ainda haver nos dias de hoje sociedades deste género? 

O filme é um verdadeiro murro no estômago, que não foge do grafismo dos estrangulamentos e que mexe com o nosso sistema nervoso. Zar Emir-Ebrahimi e Meddi Bajestani são excelentes como a jornalista e o assassino, respectivamente. Também é um filme que nos ajuda a colocar as nossas vidas em perspectiva, pois passamos o tempo a queixarmo-nos de tudo, mas temos muita sorte em não ter nascido e/ou viver numa sociedade como aquel. Um filme importante a não perder! 

Classificação: 7 (de 1 a 10) 

A INSPEÇÃO (The Inspection) de Elegance Bratton

Um jovem, cuja mãe não aceita a sua homossexualidade, inscreve-se nos Marines, onde vai ter que provar que é tão bom e capaz quanto os outros, enfrentando homofobia e racismo.

Baseado numa história verídica, temos aqui um drama que aborda o tema do ‘homossexualismo’, homofobia e racismo tentando evitar os clichés do género, acabando por preferir uma abordagem realista que o aproxima mais de filmes como o FULL METAL JACKET (sem a guerra) do que do cinema Queer. Jeremy Pope vai muito bem como o jovem recruta e Gabrille Union é fantástica como a sua homofóbica mãe, a melhor cena do filme é entre eles os dois. Recomendo!

Classificação: 7 (de 1 a 10)

NA TUA CASA OU NA MINHA (Your Place or Mine) de Aline Brosh McKenna

Debbie e Peter tiveram uma noite de amor faz muito tempo e apesar de viverem em locais opostos nos Estados Unidos ficaram amigos desde então. Quando Debbie tem que ir a Nova Iorque, Peter decide ir até Los Angeles tomar conta do filho dela. Assim, ela fica na sua casa e ele na dela, com consequências que nenhum esperava... mas que nós, o publico, já prevíamos.

A nova comédia romântica da Netflix, que chegou a tempo para o Dia dos Namorados, deve ter parecido muito divertida no papel e a ideia de juntarem Reese Witherspoon com Ashton Kutcher deve ter parecido brilhante. Infelizmente, o resultado arrasta-se sem graça por cerca de duas horas desinteressantes, onde Witherspoon e Kutcher demonstram ausência de química e a galeria de personagens secundários é quase embaraçosa (pobre Steve Zahn como o “jardineiro”). Dêem-me o WHEN HARRY MET SALLY mil vezes!!!

Classificação: 1 (de 1 a 10)

ONDE O DESEJO SE ESCONDE (Brazen) de Monika Mitchell

Grace é uma famosa escritora de policiais que vai visitar a sua irmã, mas quando esta é a primeira vítima de um serial killer, ela une forças com o detective borracho que vive na casa ao lado... nisto descobre-se que a mana, uma doce professora, era conhecida noutros meios por Desiree.

Não li o best-seller de Nora Roberts, mas acredito que seja melhor que esta sua adaptação cinematográfica. Faz muito tempo que não via um filme tão mau, daqueles que acabam por nos fazer rir pelas piores razões. A história tipo “whodunit” não tem surpresas, o erotismo é nulo e o suspense não existe. Quanto ao elenco, encabeçado por Alyssa Milano, é vazio de emoções e o talento está ausente. Tem cenas e diálogos de qualidade dúbia, apenas bons para provocar gargalhadas. Vejam por vossa conta e risco!

Classificação: 2 (de 1 a 10)

SHARPER de Benjamin Caron

O jovem dono de uma livraria apaixona-se por uma estranha e acaba vítima das vigarices desta e do seu parceiro. Entretanto ficamos a saber mais sobre a vida da estranha, do seu parceiro e da mãe deste. 

Mas que grande cambada de vigaristas e pobres daqueles que lhes caiem nas mãos! O filme começa de forma morna e parece nunca mais arrancar, mas quando damos por isso estamos embrenhados num argumento muito interessante, em que tudo é possível e nada é o que parece. Um bom elenco, com Julianne Moore em grande forma, dá vida a uma galeria de personagens que nos fazem desconfiar de todos, mesmo dos mais bonzinhos. Vale a pena deixarmo-nos enrolar por esta trama de vigaristas. 

Classificação: 6 (de 1 a 10)

TÁR de Todd Field

Lydia Tár é uma talentosa, obsessiva e controladora maestrina/compositora, que tem a honra de ser a primeira directora de uma grande orquestra berlinense. Devido às suas acções, paixões e à deturpação das suas palavras, vê a sua vida profissional e pessoal entrar numa espiral destrutiva.

Confesso que estava com muito receio de ir levar com um filme chato e pretensioso, algo que as primeiras imagens (o genérico final a passar no início do filme) pareciam confirmar. Mas Cate Blanchett aparece e de repente vi-me completamente absorvido pela sua personagem “maior que a vida”. É praticamente impossível desviar o olhar desta extraordinária actriz, aqui a dar-nos talvez a melhor interpretação da sua carreira (se não ganhar o Óscar é porque o politicamente correcto invadiu Hollywood e isso assusta-me).

Quanto ao filme, tanto a realização como o argumento de Todd Field são de excelente qualidade, levando-nos numa viagem emocional e empolgante pontuada com algum humor. Sim, existem uma ou duas pontas soltas (porque será que a nova protegida de Tár vive naquele estranho prédio?), mas fazem parte do universo meio esquizofrénico da mente de Tár e o final é de génio!

O filme toca também num tema muito corrente, a “cancel culture”, e fá-lo de forma incisiva, sem receios. Toda a sequência da aula dada por Tár onde um aluno diz que não toca ou ouve Bach por causa da vida íntima deste, é brilhante! Um dos grandes filmes do ano!

Classificação: 9 (de 1 a 10)

O URSO DO PÓ BRANCO (Cocaine Bear) de Elizabeth Banks

Ele há coincidências muito estranhas. No dia 23 de Fevereiro de 1977 estreava em Lisboa o filme GRIZZLY – O MONSTRO DA FLORESTA, onde um urso muito grande semeava a morte numa floresta. Exatamente 46 anos depois, no dia 23 de Fevereiro deste ano, estreia entre nós novo filme com um urso “assassino”. Desta vez ele descobre acidentalmente os efeitos de um carregamento de cocaína que cai “acidentalmente” na sua floresta.

Vi o GRIZZLY aquando da sua estreia e adorei; foi para mim um dos melhores filmes de terror que tinha visto até então. Este novo urso é tão violento quanto o outro, mas o suspense e o terror são substituídos por um sentido de humor por vezes hilariante. Elizabeth Banks deve ter-se divertido imenso a realizar o filme, que é muito livremente inspirado em acontecimentos reais, e deixa a sua imaginação à solta com as exageradas cenas gore; a sequência da cabana da guarda-florestal e da ambulância tem que ser vista para acreditarem. O bem escolhido elenco dá vida a um estranho grupo de personagens cujo destino está à mercê do urso.

Não é um grande filme de terror, mas é uma boa comédia, por vezes exagerada, mas com muita piada. Pode não ser aconselhável a estômagos fracos, mas provoca muitas gargalhadas e é bom para “desopilar o fígado”. Vejam por vossa conta e risco!

Classificação: 6 (de 1 a 10)

VIVER (Living) de Oliver Hermanus

Um aborrecido funcionário público, daqueles burocratas sem sentido de humor, fica a saber que tem poucos meses de vida e percebe que não viveu a sua. Decidido a recuperar o tempo perdido, falta ao trabalho e tenta encontrar alguns prazeres no tempo que lhe resta.

Não vi o original de Akira Kurosawa de que este filme é um remake, por isso não posso fazer comparações. Tal como a maioria dos seus personagens, é um filme contido, onde as emoções não vêm ao de cima e tudo acontece de forma sossegada. Num papel que lhe assenta que nem uma luva, Bill Nighy está no seu melhor, se bem que não foge do seu registo habitual, sendo bem secundado por um circunspecto elenco, onde sobressai a cor e luz de Aimee Lou Wood como Margaret. É um filme comovente, que consegue evitar a lamechice do tema, mas que nos deixa com um sabor amargo na boca. A minha vontade era começar à estalada a todos aqueles funcionários públicos... esperem lá, eu sou funcionário público. Medo!

Classificação: 6 (de 1 a 10)


quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

JORGE FOI AOS FILMES: JANEIRO 2023




No primeiro mês deste ano, vi estes novos oito filmes e aqui fica os meus apontamentos/opinião sobre os mesmos.

AMADEO de Vicente Alves do Ó

Amadeo de Souza Cardoso é um famoso pintor português e neste filme assistimos a cerca de meia dúzia de momentos da sua vida: uma refeição em família, a primeira exposição no Porto, uma festa em Paris e as consequências da gripe espanhola na sua vida.

Quando um filme é realizado e interpretado por pessoas que conhecemos e por quem nutrimos amizade, é sempre um dilema opinar sobre o mesmo, principalmente quando não se gostou. Alves do Ó é um realizador apaixonado por cinema e isso vê-se em todos os seus filmes, mas isso não chega para mim. Visualmente com coisas muitos boas, o ritmo lento (algo que raramente aprecio) com planos fixos, bonitos mas monótonos e repetitivos, desligou-me emocionalmente do filme. Fiquei decepcionado pelo facto de pouco ou nada ficarmos a saber da paixão pela pintura que acredito Amadeo tinha ou mesmo da sua obra. É uma colagem de cenas sem grande emoção e que pouco nos dizem sobre Amadeo. Para mim o melhor filme de Alves do Ó continua a ser o AL BERTO

Classificação: 3 (de 1 a 10)

BABYLON de Damien Chazelle

Hollywood, os loucos anos 20! Festas onde vale tudo e uma galeria de personagens apaixonadas pelo cinema que caminham para a sua própria perdição quando, de repente, o cinema começa a falar...

Imaginem o lado negro do SERENATA À CHUVA, que este filme muito bem homenageia, e ficam com uma boa ideia do que vos espera neste BABYLON. Droga, álcool, sexo, nudez e violência fazem tanta parte da fábrica de sonhos como todo o talento e a magia que fazem da arte do Cinema algo de inesquecível e universal! Por detrás de cada “happy ending” pode existir um pesadelo e uma ou mais vidas destruídas, mas no final tudo fica para sempre gravado num ecrã gigante que se ilumina para nos ajudar a escapar das nossas vidas reais. E viva o Cinema!

Classificação: 7 (de 1 a 10)

CÃO PERDIDO (Dog Gone) de Stephen Herek

Um adolescente que não sabe o que fazer com a sua vida, arranja um cão. Mas este sofre de uma doença e tem que ser medicado periodicamente. Quando o cão se perde na floresta, ele e os seus pais fazem tudo para encontrar o cão.

Baseado numa história verídica, é uma lamechice demasiado doce, daquelas feitas para se ver numa entediante tarde de Domingo, em que não haja mais nada para fazer ou ver. Muito sinceramente, mesmo para quem gosta de animais (eu), o filme é completamente desinteressante, mas tem umas paisagens bonitas e o cão é um doce. Impróprio para diabéticos.

Classificação: 2 (de 1 a 10)

UM HOMEM CHAMADO OTTO (A Man Called Otto) de Marc Forster

Otto é um velho viúvo e rabugento, farto de viver e que faz da vida dos vizinhos um inferno. Um dia Marisol, uma emigrante mexicana, muda-se para a vizinhança com a sua família e fica debaixo do olhar desconfiado de Otto.

A versão original de origem sueca estreou por cá em 2017 e era muito boa. Confesso que temi o pior desta versão americana, mas na verdade está ao mesmo nível, se não for mesmo um pouco melhor. Cómica, comovente e muito humana, tem em Tom Hanks o actor perfeito para o papel e em Mariana Treviño a atriz certa para lhe dar troco. A sua relação é uma festa e é um daqueles “feel-good movies” que fala de coisas sérias a brincar e nos deixa com um sorriso nos lábios.

Classificação: 7 (de 1 a 10)

M3GAN de Gerard Johnstone

A pequena e irritante Cady fica órfã e vai viver com a sua tia, que é praticamente casada com o seu trabalho. Acontece que ela é uma engenheira robótica que cria bonecos e decidi criar um especial para fazer companhia à sobrinha. Assim nasce M3gan, que se vai revelar uma cabra psicótica.

Quem me conhece sabe que sou um pouco fóbico com bonecos (deve haver um termo técnico para esta fobia, mas desconheço) e alguns causam-me arrepios (o palhaço do POLTERGEIST, o Chucky original e a Annabelle), mas esta M3gan causou-me risos, muitos. Se a ideia era criar uma nova e assustadora boneca para ser explorada até à exaustão em várias sequelas, não o conseguiram. Visto na perspectiva de comédia, não é mau e tem alguns crimes interessantes, mas zero de suspense e emoção. Mas vem aí uma sequela.

Classificação: 3 (de 1 a 10)

OS OLHOS DE ALLAN POE (The Pale Blue Eye) de Scott Cooper

Um jovem cadete aparece morto nas imediações do seu quartel e um detective é contratado para investigar o crime. A fim de ter um melhor conhecimento do que se passa no quartel, o detective trava amizade com o jovem cadete Edgar Allan Poe, que o irá ajudar no desvendar do mistério.

Por qualquer razão vi o nome de Poe e convenci-me que se tratava de um filme de terror de época, algo que eu adoro (saudades da Hammer), mas afinal é um policial cuja acção corre lentamente (confesso que dei umas cabeçadas), mas que tem um argumento interessante, muita atmosfera e um elenco de alto nível, com destaque para Christian Bale e Gillian Anderson.

Classificação: 5 (de 1 a 10)

PORQUINHA (Cerdita) de Carlota Pereda

Uma jovem obesa é vítima de bullying por parte das suas colegas de escola, mas quando estas são raptadas por um psicopata, decide nada dizer, criando assim uma estranha relação de cumplicidade com o raptor.

A cena mais incomodativa deste drama de terror, não são os crimes, mas sim a sequência em que a jovem é obrigada a correr pela estrada em bikini, conseguindo transmitir-nos o seu desespero e a sua vergonha. A realizadora consegue colocar-nos numa posição moralmente confusa, tal como a sua personagem, e essa é a mais-valia deste filme. Não é sobre suspense, nem crimes, mas sobre dilemas morais e a sua qualidade tem sido reconhecido em vários festivais e prémios cinematográficos, entre várias nomeações para os Goya (os Óscares espanhóis). Se gostam de filmes fortes e incomodativos, com excelentes desempenhos, não percam!

Classificação: 7 (de 1 a 10)

VENECIAFRENIA de Aléx de La Iglesia

Um grupo de cinco turistas espanhóis vão até Veneza, mas os venezianos estão fartos de turistas e vêem-nos como um cancro. Pouco depois de chegarem, estes turistas são obrigados a lutar pelas suas vidas, numa Veneza em estado de festa.

Um novo filme de Álex de La Iglesia é sempre motivo de alegria para os fãs do terror. Ele não é o melhor realizador do género, mas os seus filmes são sempre visualmente fortes, com personagens interessantes, violência louca e algum suspense. Este não foge à regra e vi-o com agrado, se bem que esperava mais de La Iglesia, mas aconselho aos fãs do género e, na realidade, Veneza é uma cidade onde é fácil desaparecermos. O melhor do filme é o genérico de abertura, a fazer lembrar as BD de terror dos anos 70 que eu lia quando era adolescente.

Classificação: 5 (de 1 a 10)


sábado, 10 de dezembro de 2022

JORGE VAI AOS FILMES: CHUVA DE FILMES









Nestas últimas semanas tenho visto muitos filmes, 10 no total, tanto no cinema como em casa. Para não vos deixar aqui um longo, longo, longo, testamento, vou-me debruçar de forma simples sobre alguns deles. Começo pelo meu preferido dos dez - O MENU!











O MENU (The Menu) de Mark Mylod – um grupo de ilustres clientes vão ter a refeição das suas vidas numa ilha isolada, mas não estão preparados para o que os espera. Temos aqui um requintado filme de terror servido com um delicioso humor negro, onde depressa percebemos que tudo pode acontecer, por vezes com resultados que podem chocar. Ralph Fiennes e Anya Taylor-Joy são super apetitosos e recomendo o filme a todos os que apreciam um bom “prato” cinéfilo! – Classificação: 8 (de 1 a 10)











BLACK PANTHER: WAKANDA PARA SEMPRE (Black Panther: Wakanda Forever) de Ryan Coogler – é oficial, estou cansado de filmes de super-heróis! Felizmente, esta sequela consegue ser, pelo menos para mim, melhor que o original e acho que resolveram bem o problema do actor  Chadwick Boseman ter falecido na vida real. O seu maior defeito é as cenas de acção serem demasiado computorizadas o que lhes retira impacto: exemplo as sequências dos ataques aos barcos. – Classificação: 6 (de 1 a 10)

ELA DISSE (She Said) de Maria Schrader – Quem haveria de dizer que o todo-poderoso Harvey Weinstein era um grande sacana, sempre pronto a aproveitar-se das jovens que trabalhavam para ele. Este filme relata a pesquisa e luta das duas jornalistas que conseguiram derrubar Weinstein e fá-lo de uma forma eficazmente documental, mas nunca perdendo o lado emocional da história. É uma pena que o que elas conseguiriam e que levou à criação do movimento #metoo tenha sido levado ao extremo. – Classificação: 7 (de 1 a 10)

CRIMES DO FUTURO (Crimes of the Future) de David Cronenberg – ao fim de muitos anos, Cronenberg volta à “carne” para gaudio dos seus fãs. Este não é o seu melhor filme, mas dá-nos uma visão diferente do futuro, onde as pessoas deixam de sentir dor e o nosso organismo vai tentando se adaptar às novas realidades. – Classificação: 6 (de 1 a 10)











UMA HISTÓRIA DE ENCANTAR 2 (Disenchanted) de Adam Shankman – adoro musicais e adoro contos de fadas, que melhor para mim que um filme que une ambas as coisas? Só que o resultado desta vez é fraco. A ideia de trazer o mundo da fantasia para o nosso é interessante, com muita coisa gira que podia acontecer, mas acaba por não ter grande graça e alguns números musicais são demasiado forçados (“Love Power” parece roubado do FROZEN). Amy Adams está bem num papel onde pode revelar duas personalidades diferentes, mas ela e o restante elenco parecem ter-se divertido mais a fazer o filme que nós a vê-lo. – Classificação: 3 (de 1 a 10)

NOITE VIOLENTA (Violent Night) de Tommy Wirkola – se gostam de comédias negras e violentas, este filme é para vocês. O Pai Natal, sim, o verdadeiro (ele existe), vai distribuir presentes a uma mansão e acaba a defender os seus habitantes de um grupo de maus da fita. Divertido e piegas, com um David Harbour em grande forma! – Classificação: 7 (de 1 a 10)

OVO (Hatching / Pahanhautoja) de Hanna Bergholm – uma miúda choca um ovo e deste saí uma estranha e agressiva criatura que começa a realizar os desejos mais escondidos dela. Para quem aprecia coisas estranhas, este colorido e bem iluminado filme de terror é uma boa aposta! – Classificação: 6 (de 1 a 10)











PEOPLE WE HATE AT THE WEDDING de Claire Scanion – tensão e humor são os principais ingredientes desta comédia, onde um grupo de personagens se vai reencontrar num casamento com resultados imprevisíveis para todos. É verdade, não é uma grande comédia, mas segue-se com agrado e Allison Janney, Kristen Bell e Ben Platt fazem-nos boa companhia. – Classificação: 6 (de 1 a 10)

SPIRITED de Sean Anders – o clássico de Charles Dickens, “A Christmas Carol”, leva uma volta de 180º nesta comédia musical, onde uma equipa de “espíritos” vai tentar mudar a atitude de mais uma alma insuportável e egoísta. Will Ferrell e Ryan Reynolds têm química para dar e vender, divertindo-nos com as suas aventuras e portando-se muito bem nos seus números musicais. Boas canções e uma realização fluída de Sean Anders fazem o resto. – Classificação: 6 (de 1 a 10)

VEJAM COMO ELES CORREM (See How They Run) de Tom George – nos bastidores da peça “The Mousetrap” é cometido um crime e cabe a um inspector alcoólico e à sua jovem assistente descobrirem o assassino; Agatha Christie e o elenco da peça vão tentar ajudar. A ideia parece genial, mas apesar da abordagem em estilo Wes Anderson do realizador Tom George, achei o filme arrastado e por vezes mesmo chato. – Classificação: 3 (de 1 a 10)


domingo, 16 de outubro de 2022

JORGE VAI AOS FILMES: MUITOS TERRORES, POUCOS MEDOS

Talvez porque nos estamos a aproximar do Dia das Bruxas, os filmes de terror têm aparecido regularmente tanto nos cinemas como nos canais de streaming. Para os apaixonados do género como eu, é sempre uma boa altura para nos deliciarmos ou não com novos filmes, alguns são originais, outros sequelas ou prequelas e a inevitável remake. Dos oito que vi nas últimas semanas, só um é que me provocou calafrios e foi também o melhor deles, chama-se SORRI e dele falarei mais à frente. Como se costuma dizer, vou deixar o melhor para o fim.

Os que de que menos gostei, foram duas comédias sobrenaturais, TRÊS BRUXAS LOUCAS 2 e O EXORCISMO DA MINHA MELHOR AMIGA, e a prequela ORFÃ: A ORIGEM. Ambas as comédias pouca ou nenhuma graça têm. Na primeira pelo menos temos a Bette MIddler e um número musical de homenagem ao “Thriller” do Michael Jackson, mas a história é fraca e estas bruxas mereciam melhor. Já O EXORCISMO DA MINHA MELHOR AMIGA, é um falhanço completo, irritante e chato; a ideia até que tinha potencial, mas não a souberam explorar; bem, na verdade é um filme para adolescentes, podem ser que eles gostem. Por fim a ORFÃ está de volta sem o segredo que dava graça ao primeiro filme, mas com um twist interessante que podia ter sido mais bem aproveitado. A sequência de abertura é descartável e arruína a premissa do filme, de que a nova família seria a primeira vítima da “querida” sinistra Esther.











Aquela que promete ser a última sequela do HALLOWEEN, tem em Jamie Lee Curtis a sua mais-valia e, sem querer revelar nada, não me chateou as “liberdades” tomadas pelos seus criadores. Infelizmente o suspense é nulo e o que podia ser um mistério, não o é. O futuro dirá se haverá mais sequelas, mas gostava de ver alguém pegar na ideia do HALLOWEEN III e criar novos filmes nessa linha. 

Da Marvel chegou-nos uma nostálgica homenagem aos filmes de terror da Universal, WEREWOLF BY NIGHT, neste caso particular ao lobisomem. Filmado em glorioso preto-e-branco e com um bom elenco, peca por não explorar os seus personagens e pela completa ausência de suspense. Esperava mais da transformação deste novo lobisomem e dispensava os seus saltos tipo super-herói... esperem, isto é Marvel, está tudo dito!  

Confesso que não vi o original GOODNIGHT MOMMY e talvez por isso tenha ficado agradavelmente surpreendido com a remake americana; mesmo sem ter visto o original, a história de gémeos que acreditam que a sua mãe foi substituída por uma dupla é previsível, mas segue-se com interesse e o elenco agarra bem os personagens. Recomendo!

Outro filme que me agradou, é mais drama do que terror, mas tem o seu quê de sobrenatural e é baseado num conto de Stephen King. Estou a falar de O TELEFONE DE MR. HARRIGAN, onde um jovem consegue contactar com o falecido Sr. Harrigan pelo seu telefone. Donald Sutherland está em boa forma e Jaeden Martell facilmente capta a nossa simpatia.











Para terminar volto ao SORRI, onde uma jovem médica se vê assombrada por uma entidade com um sorriso capaz de causar calafrios e entra numa espiral de loucura. Finalmente um bom filme de terror, que assusta, mete medo, tem suspense e personagens que desejamos que sobrevivam. É o filme de estreia do realizador Parker Finn e mal posso esperar pelos seus próximos trabalhos. Tendo em conta o dinheiro que está a fazer nos Estados Unidos, acredito que não faltará uma sequela; por mim deixava a coisa ficar por aqui. Recomendado a todos os fãs do género!











BOA NOITE, MAMÃ! (Goodnight Mommy) de Matt Sobel - Classificação: 6 (de 1 a 10)

O EXORCISMO DA MINHA MELHOR AMIGA (My Best friend’s Exorcism) de Damon Thomas - Classificação: 1 (de 1 a 10)

HALLOWEEN: O FINAL (Halloween Ends) de David Gordon Green - Classificação: 5 (de 1 a 10)

ORFÃ: A ORIGEM (Orphan: First Kill) de William Brent Bell - Classificação: 3 (de 1 a 10)

SORRI (Smile) de Parker Finn - Classificação: 8 (de 1 a 10)

O TELEFONE DE MR. HARRIGAN (Mr. Harrigan’s Phone) de John Lee Hancock - Classificação: 6 (de 1 a 10)

TRÊS BRUXAS LOUCAS 2 (Hocus Pocus 2) de Anne Fletcher - Classificação: 3 (de 1 a 10)

WEREWOLF BY NIGHT de Michael Giacchino - Classificação: 4 (de 1 a 10)


quarta-feira, 14 de setembro de 2022

MOTELX 2022 - ONDE O TERROR SOUBE A POUCO

Tal como aconteceu no ano anterior, a minha estadia no Motel foi curta, apenas três noites e nenhuma delas valeu o meu tempo. 

A programação deste ano pouco ou nada me atraiu, com muito pouco Terror nos filmes programados. Confesso que sou muito “narrow minded“ quando toca ao cinema deste género, mas gosto de monstros, criaturas, demónios, aliens, espíritos, bruxas, fantasmas, coisas estranhas que não são deste mundo e mesmo psicopatas. Não tenho paciência para filmes de pseudo-terror, "intelectualices", mensagens e para o politicamente correcto. Estava à espera que filmes como HATCHING de Hanna Bergholm, CRIMES OF THE FUTURE de David Cronenberg, THEY/THEM de John Logan ou JAULA de Ignacio Tatay, passassem por lá.

É verdade, acho que a minha idade começa a pesar ou então estou a ficar mais esquisito. Mas sempre amei filmes de terror e estes começam a rarear neste Motel. Também já me cansam as confusões das sessões de abertura e encerramento (a esta não fui), bem como a “batalha” para entrar na sala, com os “espertos” a furarem as filas e os empregados a dizerem-nos “hoje, por razões de protocolo, não se pode entrar por esta sala”... que voltem os lugares marcados, a única coisa boa dos anos Covid. 

Em relação às confusões no lobby do São Jorge, acho que a organização do festival e do cinema, podiam ter mais cuidado, principalmente não atrasando as sessões e a hora de entrada nas mesmas. Sei que não deve ser fácil, mas o público merece a consideração e o respeito do MOTELX, pois sem ele não haveria festival. 

Mais uma vez, senti a falta do ambiente cinéfilo. Gostava quando o São Jorge se transformava com os cartazes dos filmes, com o “sangue” a jorrar nos WC, com pessoal mascarado a tentar aterrorizar a malta… enfim, a verdade é que não faço a mínima ideia de como se organiza um festival e, apesar da minha resmunguice, espero que o Motelx continue a existir e que volte ao que anuncia – Festival de Cinema de Terror de Lisboa. 

Quanto aos três filmes que vi, aqui ficam breves apontamentos: 

BODIES, BODIES, BODIES de Halina Reijn – pensava que era um novo slasher, mas enganei-me. Ideia interessante transformada em pseudo-terror com humor estúpido, feito para a geração TikTok. Mau, muito mau!

OCCHIALI NERI de Dario Argento – o regresso do mestre Dario Argento não foi tão mau como pensei, mas não gostei. Zero suspense e a revelação do assassino não podia ser mais desinteressante.

CRIANÇA LOBO de Frederico Serra – depois de COISA RUIM, novo filme de terror de Frederico Serra. Tem atmosfera, mas a acção arrasta-se sem emoção ou suspense. Mas foi o melhor dos três que vi. 

Para o ano há mais ou menos. Dependerá da minha disposição e da programação, mas uma coisa sei, vou evitar a sessão de abertura e de encerramento, percebo a razão de ser, mas não há paciência para tanto discurso! Isso e o mau funcionamento do ar-condicionado é que foram o verdadeiro terror desta edição do MOTELX.





domingo, 10 de julho de 2022

UMA DÚZIA DE ESTREIAS

Nestas últimas semanas, fui ver ao cinema uma dúzia de filmes, de diversos géneros e de qualidade variada. A verdade é que este ano as estreias têm-se sucedido em ritmo vertiginoso e, até hoje, já estrearam em Lisboa 175 filmes (este número não inclui os vários documentários que têm chegado aos nossos cinemas).

Por diversas razões, não é possível ver tudo e nem tudo me desperta interesse. A minha inclinação vai sempre para o chamado cinema comercial, pois cada vez tenho menos paciência para os chamados filmes de qualidade. Sempre fui e continuo a ir ao cinema para me divertir, para escapar ao mundo real. Posto isto vamos lá a uma “rapidinha” pelos últimos filmes que vi.


Um dos meus géneros preferidos de sempre é o fantástico no geral, com especial carinho pelo cinema de terror (ou horror, se assim preferirem). Como sabem, não é um género muito divulgado pelo nosso circuito comercial e nem mesmo nas “scary rooms” dos Cinema City ele aparece muito.

Meio escondidos, estrearam A CASA DO MAL e O TELEFONE NEGRO. O primeiro arrasta-se por uma casa assombrada, misturando crianças irritantes, cultos satânicos e religião. O elenco não é mau, mas a acção custa a arrancar e depois termina de forma anticlimática. Melhor é o segundo, onde Ethan Hawke é um psicopata que rapta e mata putos, mas não conta com o poder do telefone negro. O filme tem ambiente, mas falta-lhe terror e suspense; o final é fraquito e este novo psicopata merecia melhor.

Apesar de não propriamente de terror, o novo DOUTOR ESTRANHO tem os seus melhores momentos quando o realizador Sam Raimi nos relembra que foi um mestre do género. Quanto ao filme, é um longo desfile de efeitos especiais, com muita confusão, sem qualquer suspense ou emoção, e a desperdiçarem a Wanda Maximoff. Confesso que começo a ficar farto de filmes de super-heróis. Quando será que esta moda acaba?

A CASA DO MAL (The Banishing) de Christopher Smith – 4 (de 1 a 10)

O TELEFONE NEGRO (The Black Phone) de Scott Derrickson – 6 (de 1 a 10)

DOUTOR ESTRANHO NO MULTIVERSO DA LOUCURA (Doctor Strange in the Multiverse of Madness) de Sam Raimi – 3 (de 1 a 10)











Episódios ou histórias da vida real nunca foram muito a “minha praia”, mas há muitos bons filmes do género e o OPERAÇÃO SECRETA é um bom exemplo disso. Prendeu-me a atenção desde o início e conta-nos um episódio da Segunda-Guerra com suspense, humor e um elenco em grande forma.

Já o quase documental NOTRE-DAME EM CHAMAS, é isso mesmo. Mostra-nos o princípio, o meio e o final do terrível incêndio que consumiu a famosa catedral, de forma muito factual e sem emoção. Por razões que desconheço (pode ser baseado na realidade), temos uma criança religiosa e uma velhota preocupada com o seu gato que parecem ter sido metidas a “martelo” na história.

Continuando por Paris, temos a biografia cinematográfica de Gustave Eiffel e da sua mais famosa obra, tudo em tons românticos e dramáticos. Eu gostei!

OPERAÇÃO SECRETA (Operation Mincemeat) de John Madden – 7 (de 1 a 10)

NOTRE-DAME EM CHAMAS (Notre-Dame Brûle) de Jean-Jacques Annaud – 5 (de 1 a 10)

EIFFEL de Martin Bourboulon – 6 (de 1 a 10)









Os próximos três filmes não podiam ser mais diferentes, mas gostei de todos, principalmente da colorida e electrizante biografia do rei do rock, Elvis Presley. ELVIS é um bom regresso do realizador Baz Luhrmann à ribalta, com duas excelentes interpretações de Austin Butler e de Tom Hanks (que provavelmente irá ser nomeado para os Óscars e merece).A segunda longa-metragem do DOWNTON ABBEY não foge à sua herança, com dramas e humor à mistura, com uma mudança de cenário para França e um cheirinho ao SERENATA À CHUVA com a equipa cinematográfica que invade a mansão. Tudo muito doce, mas gostei.

Por fim uma divertida animação de ficção científica vinda da Pixar/Disney, que nos revela as aventuras do BUZ LIGHTYEAR que viriam a dar origem ao famoso boneco da série TOY STORY.

ELVIS de Baz Luhrmann – 7 (de 1 a 10)

DOWNTON ABBEY: A NEW ERA (Downton Abbey: Uma Nova Era) de Simon Curtis – 6 (de 1 a 10)

BUZZ LIGHTYEAR de Angus MacLane – 6 (de 1 a 10)











Para terminar os meus preferidos desta dúzia de filmes. Começo pelo violento e emocionante, quase épico, O HOMEM DO NORTE, onde as lendas vikings ganham vida numa história de vingança cheia de sangue que nos arrebata a atenção. O elenco é cinco estrelas!

Não tinha planeado ver o TOP GUN: MAVERICK, mas fiquei curioso depois de ouvir diversas boas críticas. E não é que gostei muito do filme! Tom Cruise está em plena forma, dando-nos uma das suas melhores interpretações e, para variar, soube muito bem ver fantásticas cenas áreas que não assentam em CGI para surtirem o seu efeito vertiginoso.

Se, como eu, adoram dinossauros, o MUNDO JURÁSSICO: DOMÍNIO é para vocês! São mais duas horas de divertida acção, com muitos dinossauros à mistura e um elenco que está a divertir-se “à brava” com estas aventuras fantásticas. Venham mais!

O HOMEM DO NORTE (The Northman) de Robert Eggers – 8 (de 1 a 10)

TOP GUN: MAVERICK de Joseph Kosinski – 8 (de 1 a 10)

MUNDO JURÁSSICO: DOMÍNIO (Jurassic World Dominion) de Colin Trevorrow – 8 (de 1 a 10)