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terça-feira, agosto 28, 2018

O TURISMO E AS RECEITAS


Saiu a notícia de que Portugal ultrapassou a Grécia em receitas com turismo, e vai daí toca a lançar foguetes, como se tudo fosse assim tão simples, mas não é.

O número de turista, em 2018, está a baixar, ainda que as receitas estejam a aumentar em cerca de 14%, e isso devia dar que pensar aos diversos actores deste sector, que tem sido o abono de família da nossa economia após os tempos recentes de vacas magras.

Os aumentos dos preços praticados são a razão principal, e outra razão, ainda que menos falada e percebida, tem sido a contracção dos salários praticados em todos os sectores ligados ao turismo, desde a hotelaria até às actividades turísticas puras e duras.

Durante os últimos anos não se investiu na qualidade da oferta turística, ao contrário do que se tem falado, e os baixos salários e o aumento do emprego precário, nem sequer permitem veleidades nessa área. Conhecemos algumas honrosas excepções, em nichos do negócio turístico, mas não passam disso mesmo, excepções.

A preocupação com a sustentabilidade não tem existido, mas lá chegaremos, tarde como é costume!



terça-feira, abril 17, 2018

DESLUMBRAMENTO E GANÂNCIA


Com a verdadeira explosão que se verificou nos números relacionados com o turismo e com o “Portugal está na moda”, logo despontaram por todo o lado os oportunistas e gananciosos, para os quais o limite é a Lua.

A banca abriu os cordões à bolsa, as rendas dispararam, com elas os despejos, e parecia que tudo estava de acordo com a oferta e a procura, as tais regras do mercado, mas parece que se esqueceram dum pormenor, a concorrência.

Só este ano vão abrir uma centena de hotéis em Portugal, o número de apartamentos para aluguer de curta duração duplica todos os anos, os Hostels proliferam por todo o lado, e as casas para venda a estrangeiros são cada vez mais, como se todos tivessem descoberto o filão inesgotável.

Infelizmente, tudo tem limites e o filão está a esgotar-se a passos largos, e como ninguém se atreveu a regular tudo isto, defendendo os autóctones, já começámos a ultrapassar os limites, e os fluxos que pareciam não ter fim, começam a abrandar, senão mesmo a regredir, porque não é o turismo que ultrapassou os limites, mas sim a ganância que está a matar a galinha dos ovos de ouro.


quinta-feira, abril 05, 2018

TURISMO INSUSTENTÁVEL


O turismo tem sido uma bênção para a economia e para o emprego nos últimos anos, mas nem tudo têm sido rosas, porque as autoridades não têm dado atenção aos avisos e às experiências de outros países que também enfrentaram vagas de turismo idênticas, antes de nós.

A vida nos locais mais procurados pelos turistas, como Lisboa, Porto, Sintra, e outros locais do Algarve, ou das Regiões Autónomas, tem vindo a tornar-se cada vez mais difícil para os residentes, nomeadamente para as camadas mais desprotegidas.

O custo de vida aumenta a passos largos, a habitação começa a ter custos incomportáveis, o descanso nas zonas onde a pressão turística é maior é frequentemente perturbado, e a descaracterização do comércio e de outras actividades económicas é óbvia.

Claro que temos quem esteja contente com a situação e que prefira ignorar os problemas, pensando apenas no lucro imediato, e são os mesmos que dizem que ainda há muito por onde crescer, escondendo que já estamos pior que Londres ou do que Barcelona, cidades que já começaram a combater os excessos e ainda enfrentam graves problemas causados pelo excesso de turistas e pela massificação descontrolada do fenómeno.

Turismo sustentável é aquele que é benéfico em 1º lugar para os residentes, e além disso cuida em não descaracterizar as cidades, procurando antes acrescentar qualidade para oferecer melhores serviços e atrair desse modo turismo de mais qualidade.



quarta-feira, fevereiro 28, 2018

EMPREGO E SALÁRIO



Tudo o que está de algum modo ligado ao turismo está a ganhar dinheiro nesta altura, sejam os hotéis, o alojamento local, o rent-a-car, os restaurantes, as agências de viagens, o comércio tradicional e outros, porque o turismo está claramente em alta.

Os hotéis aumentam os seus preços, os restaurantes na berra aumentam os menus, o alojamento local também deita uns pozinhos nas diárias, os preços das viagens para os destinos mais badalados também aumentam e o comércio com alguma qualidade também sobe os seus preços, mas a justificação está mesmo à vista, é o aumento da procura.

O que é curioso nos sectores ligados ao turismo é que a relação emprego/salário está descompensada, porque apesar da escassez de profissionais, relativamente à procura, não é compensada pelo aumento dos salários oferecidos pelos empresários.

É fácil declarar que não há quem esteja disposto a trabalhar, e até afirmar que os salários podem aumentar com o decorrer do tempo e com a demonstração das competências, mas na realidade o que salta à vista é o desejo de mais lucros, sacrificando-se os salários, e isto vai resultando na sangria de profissionais jovens, que encontram melhor reconhecimento além-fronteiras. Dentro de poucos anos a escassez de pessoal qualificado será uma realidade inultrapassável e isso será resultado da ganância de muitos empresários de vistas curtas.  


Henry Matisse Blue Nude

quinta-feira, junho 15, 2017

FACES NEGATIVAS DO TURISMO

Aproveitando uns dias de férias, lá cirandei hoje por Belém como turista, e posso dizer que fiquei mal impressionado com o rumo que a zona está a levar.

O número de Tuk Tuk, o meio de transporte típico nacional, que por lá circulam e se encontram parados em locais inapropriados é assustador. As lojas de recordações (made in China), curiosamente com funcionários de aspecto asiático, e os restaurantes regionais anunciando comida japonesa e já se encontram pela zona, tudo a promover a nossa cultura.

Passando pelo jardim fronteiro aos pastéis de Belém, e como estava um dia de calor e era feriado, apresentava um elevado número de pessoas aproveitando as sombras (e a relva), sendo visível que os contentores de lixo estavam cheios e as embalagens vazias do muito português hambúrguer, estavam espalhadas pelo chão, como convém.

Felizmente encontrei um restaurante verdadeiramente tuga, que conhecia bem, onde ainda se come boa comida nacional, mas os clientes eram também eles nacionais, porque os estrangeiros enchiam as esplanadas comendo as suas saladas, e algumas vezes as comidas que eles acham exóticas e ainda não normalizadas pelas multinacionais ou pelos patos bravos que esmifram os turistas até ao tutano.


O que nos distingue dos outros povos e dos outros países está a desaparecer a olhos vistos, e com isso lá se vai o negócio, e o trabalho, meus caros… 

Very Typical ... in Thailand

sábado, maio 16, 2015

FALTA DE VISÃO

Muito se tem falado de precariedade, mas pouco se reflete sobre isso, como se o assunto fosse algum tabu.

Na minha muito longa carreira profissional, de mais de 40 anos, já vi de quase tudo, mas ainda me espanta ver gestores e responsáveis por recursos humanos, a defender as “virtudes” da precariedade laboral.

Há pouco tempo conheci uma empresa que tinha num determinado sector, cerca de 1/3 dos trabalhadores com contratos sem termo, e os restantes a termo certo. As coisas corriam bem, mas os responsáveis tinham um grande problema, que era o de não serem necessários ao bom funcionamento do serviço. Quando questionados superiormente, podiam falar de diversos serviços, mas daquele nada, porque tudo corria bem.

Claro que rolaram cabeças, as dos trabalhadores que tinham vínculo à empresa e muitos anos de serviço, com todos os inconvenientes daí resultantes. Os problemas sucederam-se, e os responsáveis passaram a ter o que colocar nos relatórios, justificando assim os seus salários.

O pessoal passou a ser quase todo precário, e os poucos que passaram aos quadros da dita empresa, ou eram incompetentes ou imitavam muito bem, porque a competência não compensava, como se percebeu.


Falem-me então de produtividade e de serviços de excelência, ou mesmo de redução de custos, que por mim estamos falados. Só por caridade dei este título, porque estupidez era um pouco forte, para um fim de semana ensolarado...  


segunda-feira, fevereiro 16, 2015

IMPOSTOS VERDES

A chamada fiscalidade verde e a taxa sobre os sacos de plástico, não têm nenhumas virtualidades, mesmo ponderando o pendor ecologista, que evidentemente não colhe, porque a medida visa apenas sacar mais dinheiro do bolso dos portugueses.

Os ecologistas mais conscientes já começaram a perceber que os consumidores portugueses, para gastar menos sacos de plástico que são pagos a peso de ouro, vão começar a não separar devidamente o lixo produzido, o que é ainda mais prejudicial para o ambiente.

Num país onde nunca se incentivou devidamente a reciclagem é um erro monstruoso taxar as embalagens de plástico que eram usadas para a separação do lixo. 

Políticas infelizes têm consequências negativas...


sexta-feira, dezembro 05, 2014

OS COMBUSTÍVEIS EM PORTUGAL

O preço dos combustíveis, um dos factores que mais oneram os produtos nacionais e que mais contribuem para a falta de competitividade dos mesmos, é dos mais altos da Europa, apesar de Portugal ser um dos países onde os rendimentos do trabalho são mais baixos.

A incoerência disto tudo resulta não apenas dos impostos, mas também do exagerado gosto pelo máximo lucro das empresas petrolíferas que operam no nosso mercado.

Podem dizer a nova lei agora aprovada, a da venda de combustíveis low-cost vem contrariar o que disse, mas na verdade o apoio dos revendedores resulta apenas de terem percebido que as grandes superfícies abocanham cada vez mais clientes, enquanto os postos tradicionais diminuem as suas vendas, que se concentram sobretudo nos dias das promoções.


Os anseios dos cidadãos e as suas necessidades nunca estiveram nas mentes das petrolíferas, nem tão pouco dos revendedores, apenas a sobrevivência pesou para que esta lei tenha tido a adesão que se anuncia, e só por parte dos revendedores...  

quinta-feira, outubro 28, 2010

PREOCUPAÇÕES SOCIAIS

Este é sem dúvida nenhuma um dos temas que mais devia preocupar a sociedade em geral, especialmente porque estamos a atravessar tempos muito difíceis, em que a miséria e o desemprego crescem, e a economia fraqueja.

Se uns se preocupam com os problemas sociais e com a justa repartição da riqueza, outros dão mais importância ao lucro pessoal, fechando os olhos à triste realidade que nos rodeia.

Porque já me colaram diversas designações, que por acaso não partilho, mas porque acredito num mundo mais justo mesmo que longe da (inalcançável) perfeição, fico irritado com a insensibilidade de quem devia ter especiais responsabilidades.

Governantes, economistas e empresários são os grandes responsáveis pelo poder decisório, e é com muita revolta que os ouço concluir que os “empresários só querem descontar 3% para a Segurança Social”, em vez dos 23,75% actuais.

Quem pretende diminuir os custos do factor trabalho destruindo a Segurança Social, só pode estar a preparar o país para ter uma legião de desempregados a mendigar um emprego a troco de um prato de sopa. Daqui à escravatura vai um passo, que a nossa sociedade já deu em sentido contrário há séculos. Tenham vergonha!



FOTOGRAFIA


CARTOON

terça-feira, maio 25, 2010

RAPIDINHAS

Aumentos – Já tivemos os aumentos dos impostos, agora vamos ter os aumentos dos transportes públicos. O ministro Vieira da Silva afirmou que “se estão congelados há dois anos é possível que haja um aumento”. É fantástico que um ministro diga isso quando o governo corta nas reformas, nos subsídios de desemprego e outra prestações sociais, ao mesmo tempo que aumenta as compensações aos transportes de passageiros, todos os anos sem excepção. Coerência a rodos dum socialismo engavetado.

Estímulo à poupança – Os economistas e os banqueiros deste país dizem que temos que poupar mais e contrair o consumo por causa das dificuldades que a banca tem em financiar-se, mas ao mesmo tempo temos a notícia de que a “banca corta remuneração de contas poupança”. É fantástica a lógica destes seres iluminados, que preferem pedir lá fora a juros cada vez mais elevados e cá dentro querem que paguemos para ter o dinheiro nos seus cofres. Não admira que este país da tanga esteja mesmo de tanga com uma banca deste calibre.

FOTOGRAFIA
Dança do pavão by Deepak Sreedharan


CARTOON
Mike Keefe

Stephane Peray

Tayo Fatunla