Qual é o melhor quarteto de cordas de Beethoven e por que é o Op. 132?
IM-PER-DÍ-VEL !!!
Ah, os últimos Quartetos de Beethoven… Se o Quarteto Op. 132 não é a maior das músicas, está bem perto disso. É sempre difícil escrever sobre uma música que amamos muito e que nos faz lembrar fatos pessoais. A primeira coisa que me vem à mente quando penso no Opus 132 foi aquele momento mágico e levemente fantasmagórico em que eu, sentado na tranquilamente na sala, ouvi iniciar o Allegro Appassionato (último movimento do quarteto) e vi que, logo aos primeiros compassos, minha filha, aos cinco anos de idade, entrava girando na sala, dançando a valsa sozinha, de olhos fechados, por puro prazer de ouvir a música… Foi tão marcante que hoje soa-me hipócrita dizer que o movimento principal deste quarteto é o imenso e perfeito Heiliger Dankgesang eines Genesenen an die Gottheit, in der lydischen Tonart, um agradecimento à divindade pela recuperação que Beethoven obteve após grave enfermidade. Mas é, claro que é. O terceiro movimento, com suas duas explosões de alívio é o centro e razão de ser desta grande e fundamental obra.
Quando os últimos quartetos foram apresentados pela primeira vez, não foram bem recebidos pelo público. Ao receber a notícia, Beethoven deu a célebre resposta:
— Gostarão mais tarde.
Como ele sabia que estava escrevendo para o futuro é algo que consigo mais ou menos entender observando a evolução de sua música. Outro fato que chama a atenção é que, estética e conceitualmente, estes quartetos parecem projetar-se na evolução da história da música para colocarem-se quase 100 anos depois de sua época, talvez logo antes dos grandes quartetos de Schoenberg e Bartók. É um mundo à parte. Ouço meu filho dizer que, na opinião dele, ISTO é Beethoven, e não seus concertos ou sonatinhas iniciais. Ele se refere aos últimos quartetos, às últimas sonatas para piano, às Diabeli e certamente à Nona Sinfonia. O restante seria grandioso, mas menos pessoal e significativo. Lembro que quando era adolescente, nós tínhamos que nos aproximar destes quartetos respeitosamente e o Dr. Herbert Caro dizia que talvez fosse necessária maior maturidade para que um jovem pudesse entendê-los. Discordo postumamente do grande Dr. Caro, meu amigo e tradutor de Doutor Fausto, da Montanha Mágica, de Auto-de-Fé e outras tantas obras-primas. Desde jovem ouvia o Op. 132 e o 130 (acompanhado de sua Grande Fuga) da mesma forma e o respeito que sempre tive por estes quartetos emanou deles, independente de mim.
O fato é que o Op. 132 é uma música que passou a fazer parte de mim muito cedo. Eu, um adolescente na casa de meus pais, costumava ficar deitado, antes de dormir, tentando reproduzir nota a nota o terceiro movimento. Cronometrava para ver se chegava perto de seus 15 minutos… Às vezes, pensava conseguir reproduzi-lo por inteiro. Mas nunca ninguém pode comprovar, nem eu.
Este CD traz também a transcrição realizada pelo próprio Beethoven de sua Sonata para Piano Nº 9, Op. 14. É um excelente extra.
O quarteto Kodály demonstra toda a sua experiência e qualidade nestas gravações. Amor e profundo conhecimento da partitura estão certamente presentes neste grande trabalho dos quatro magníficos instrumentistas do Kodály. CD barato e altamente recomendável.
Ludwig van Beethoven (1770-1827): Integral dos Quartetos de Cordas (Kodály) (CD 7 de 9)
String Quartet No. 15 in A minor, Op. 132
I. Assai sostenuto – Allegro 09:23
II. Allegro ma non tanto 08:02
III. Heiliger Dankgesang eines Genesenen an die Gottheit, in der lydischen Tonart: Molto adagio – Andante 15:40
IV. Alla marcia, assai vivace 02:17
V. Allegro appassionato 06:48
String Quartet in F major, H. 34 (tr. of Piano Sonata in E major, Op. 14, No. 1)
I. Allegro moderato 06:07
II. Allegretto 02:54
III. Allegro 03:16
Júlio César merece uma gravação tão completa e de primeira qualidade como esta. Elenco perfeito, encabeçado por Jennifer Larmore, de esplêndida performance. O som, como é habitual na Harmonia Mundi, não poderia ser melhor. O Concerto Köln, liderado por René Jacobs (ex-contratenor, especialista neste gênero de repertório) toca com a paixão e precisão necessárias ao trabalho. Recomendo aos malucos pelo barroco. (São mais de quatro horas de música. Fui claro?) Acho que vale pra caralho ouvir este quarteto de CDs que disponibilizamos em um só arquivão.
Estreada em 1724, em Londres, é uma ópera em três atos, com libreto de Nicola Francesco Haym, inspirado em episódios da história de César e Cleópatra. Mas, como em quase toda a arte barroca, o interesse real não está na fidelidade histórica, e sim na paixão, na astúcia política e na teatralidade dos afetos humanos. É uma obra monumental, em que Handel leva o gênero da ópera séria ao seu auge: recitativos expressivos, árias deslumbrantes e uma orquestração cheia de cor e energia. Cada personagem é musicalmente individualizado — César é nobre e heroico; Cleópatra, espirituosa e sedutora; Tolomeo (Ptolomeu), tirânico e caprichoso; Cornélia e Sesto, tomados pela dor e pela vingança. Handel conjuga majestade e intimidade — alterna o esplendor das trompas e cordas com momentos de pura melancolia. Mais do que uma narrativa sobre Roma e o Egito, Giulio Cesare é um estudo sobre o poder e o desejo: o domínio militar e o encantamento erótico, a política e o teatro da sedução. É também um retrato da habilidade barroca — aquele momento em que a emoção é tão cuidadosamente construída que parece natural. Hoje, é considerada a obra-prima operística de Handel, uma das óperas barrocas mais encenadas no mundo, admirada tanto por sua beleza musical quanto pela profundidade psicológica das personagens.
G. F. Handel (1685-1759): Giulio Cesare (Jacobs)
Disc: 1
1. Ov – Con Koln/Rene Jacobs
2. Act 1, Scene 1. Cesare E Curio: Viva Il Nostro Alcide – Con Koln/Rene Jacobs
3. Act 1, Scene 1. Cesare E Curio: Aria: Presti Omai/Scene 2. Cornelia, Sesto E Detti – Jennifer Larmore
4. Act 1, Scene 3. Achilla, E Detti: Aria: Empio, Diro – Jennifer Larmore
5. Act 1, Scene 4. Curio, Sesto E Cornelia: Aria: Priva Son D’Ogni Conforto – Bernarda Fink
6. Act 1, Scene 4. Curio, Sesto E Cornelia: Aria: Svegliatevi Nel Core – Marianne Rorholm
7. Act 1, Scene 5. Cleopatra, Poi Nireno, E Dopo Tolomeo: Aria: Non Disperar – Barbara Schlick
8. Act 1, Scene 6. Tolomeo, Ed Achilla: Aria: L’Empio, Sleale – Derek Lee Ragin
9. Act 1, Scene 7. Cesare, E Poi Curio Che Introduce Cleopatra E Nireno: Aria: Alma Del Gran Pompeo – Jennifer Larmore
10. Act 1, Scene 7. Cesare, E Poi Curio Che Introduce Cleopatra E Nireno: Aria: Non E Sivago – Jennifer Larmore
11. Act 1, Scene 7. Cesare, E Poi Curio Che Introduce Cleopatra E Nireno: Aria: Tutto Puo – Barbara Schlick
12. Act 1, Scene 8. Cornelia, E Poi Sesto; Cleopatra E Nireno In Disparte: Aria: Nel Tuo Seno – Bernarda Fink
13. Act 1, Scene 8. Cornelia, E Poi Sesto; Cleopatra E Nireno In Disparte: Aria: Cara Speme – Marianne Rorholm
14. Act 1, Scene 8. Cornelia, E Poi Sesto; Cleopatra E Nireno In Disparte: Aria: Tu La Mia Stella – Barbara Schlick
Disc: 2
1. Act 1, Scene 9. Cesare, Tolomeo Ed Achilla: Cesare, Alla Tua Destra/Aria: Va Tacito/Scene 10… – Derek Lee Ragin/Jennifer Larmore
2. Act 1, Scene 11. Cornelia, Sesto, Ed Achilla: Aria: Tu Sei Il Cor – Furio Zanasi
3. Act 1, Scene 11. Cornelia, Sesto, Ed Achilla: Son Nata A Lagrimar – Bernarda Fink/Marianne Rorholm
4. Act 2, Scene 1. Cleopatra, E Nireno: Eseguisti, O Niren – Barbara Schlick
5. Act 2, Scene 2. Nireno, E Poi Cesare: Sinf – Con Koln/Rene Jacobs
6. Act 2, Scene 2. Nireno, E Poi Cesare: Aria: V’Adoro, Pupille – Barbara Schlick
7. Act 2, Scene 2. Nireno, E Poi Cesare: Aria: Se In Fiorito – Jennifer Larmore
8. Act 2, Scene 3. Cornelia, E Poi Achilla – Bernarda Fink/Furio Zanasi/Derek Lee Ragin
9. Act 2, Scene 4. Cornelia, Tolomeo: Aria: Se A Me Non Sei Crudele – Furio Zanasi
10. Act 2, Scene 4. Cornelia, Tolomeo: Aria: Si Spietata/Scene 5. Cornelia, E Poi Sesto – Derek Lee Ragin
11. Act 2, Scene 6. Nireno, E Detti: Aria: Cessa Omai – Bernarda Fink
12. Act 2, Scene 6. Nireno, E Detti: Aria: L’Angue Offeso – Marianne Rorholm
13. Act 2, Scene 7. Cleopatra, E Poi Cesare: Aria: Venere Bella – Barbara Schlick/Olivier Lallouette
14. Act 2, Scene 8. Curio, E Detti: Aria: Al Lampo Dell’ Armi – Jennifer Larmore
Disc: 3
1. Act 2, Scene 8. Curio, E Detti: Che Sento?/Aria: Se Pieta – Barbara Schlick
2. Act 2, Scene 9. Tolomeo, Cornelia, E Poi Sesto: Aria: Belle Dee/Scene 10. Achilla, E Detti – Derek Lee Ragin
3. Act 2, Scene 11. Sesto, E Cornelia. Aria: L’Aura Che Spira – Marianne Rorholm
4. Act 3, Scene 1. Achilla: Aria: Dal Fulgor – Furio Zanasi
5. Act 3, Scene 2. Tolomeo, Cleopatra: Sinf – Con Koln/Rene Jacobs
6. Act 3, Scene 2. Tolomeo, Cleopatra: Aria: Domero – Derek Lee Ragin
7. Act 3, Scene 3. Cleopatra, Solo Con Guardie: E Pur Cosi/Aria: Piangero – Barbara Schlick
8. Act 3, Scene 4. Cesare, Poi Sesto, Nireno, Ed Achilla: Aria: Dall’ Ondoso/Aure, Deh, Per Pieta – Jennifer Larmore
9. Act 3, Scene 4. Cesare, Poi Sesto, Nireno, Ed Achilla: Aria: Quel Torrente – Jennifer Larmore
10. Act 3, Scene 5. Sesto, E Nireno: Aria: La Giustizia – Marianne Rorholm
11. Act 3, Scene 6. Cleopatra, E Poi Cesare: Voi, Che Mie Fide Ancelle – Barbara Schlick
12. Act 3, Scene 6. Cleopatra, E Poi Cesare: Aria: Da Tempeste/Scene 7. Cornelia, E Tolomeo – Barbara Schlick
13. Act 3, Scene 8. Sesto, E Detti: Aria: Non Ha Piu – Bernarda Fink
Disc: 4
1. Act 3, Scene Ultima. Cesare, Cleopatra, Curio, Nireno, Sesto E Cornelia: Sinf – Con Koln/Rene Jacobs
2. Act 3, Scene Ultima. Cesare, Cleopatra, Curio, Nireno, Sesto E Cornelia: Caro/Bella – Barbara Schlick/Jennifer Larmore
3. Act 3, Scene Ultima. Cesare, Cleopatra, Curio, Nireno, Sesto E Cornelia: Ritorni Omai – Con Koln/Rene Jacobs
4. Appendix: Aria: Qui Perde Un Momento – Dominique Visse
A música de Chopin sempre me fascinou. Lembro de ouvir um disco com algumas obras dele na casa da minha irmã, eu deveria ter uns 13 ou 14 anos de idade e a intensidade daquela música me envolveu totalmente. A partir de então fui atrás de discos, claro que dentro das condições financeiras de um adolescente, até que me caiu em mãos um daqueles fascículos da Editora Abril, o pianista era Peter Franckl, se não me engano. Ouvi tanto aquele LP que ele acabou riscando.
Enfim, essa pequena introdução serviu para me lembrar que ouço Chopin há uns quarenta e poucos anos, e talvez, com exceção de Brahms e Beethoven, talvez seja o compositor que mais ouvi na minha vida. Seus Concertos, Baladas, Scherzos, sonatas, enfim, frequento esse universo encantado desde minha adolescência.
Esse é o disco que virou a cabeça do jovem FDPBach.
Idel Biret é uma pianista turca, nascida em 1941, e que com meros 7 anos de idade foi estudar em Paris, onde teve professores como Nadia Boulanger e Alfred Cortot. Tem uma extensa discografia, em sua maior parte pelo selo Naxos, e por este selo gravou a obra integral de Chopin. De vez em quando, trazemos algum volume desta série.
Este CD que or vos trago foi gravado em 1995 e ganhou diversos prêmios da crítica especializada. Sugiro a leitura do booklet interno, onde a pianista analisa a obra e a vida de Chopin. Vale a pena.
Fryderyk Chopin (1810 – 1849) – Sonatas para Piano – Idil Biret
Piano Sonata No. 1 In C Minor, Op. 4
1 Allegro Maestoso
2 Menuetto
3 Larghetto
4 Finale
Piano Sonata No. 2 In B Flat Minor, Op. 35
1 Grave – Doppio Movimento
2 Scherzo
7. Marche funèbre: Lento
8 Finale: Presto
Piano Sonata No. 3 In B Minor, Op. 58
1 Allegro Maestoso
2 Scherzo: Molto Vivace
3 Largo
4 Finale: Presto, Non Tanto
What I hear on the streaming isn’t what I hear in the hall!
Garrick Ohlsson ganhou o Concurso Chopin de Piano em 1970 e é conhecido como um excepcional intérprete da obra do compositor polonês, mas tem um repertório enorme, que inclui obras de Beethoven, Rachmaninov, Brahms, Granados, Scriabin, Bartók, Prokofiev, Liszt, entre outros.
Garrick foi o presidente do júri da edição deste ano do Concurso Chopin, cujo vencedor foi Eric Lu. A decisão certamente levantou mais comentários do que tem em geral acontecido. Talvez tenha sido o excesso de talentos ou mesmo outras as razões. O próprio Ohlsson explicou em entrevistas disponíveis na net as dificuldades de se chegar a um resultado em uma competição deste nível. Veja a frase que escolhi para iniciar a postagem.
Mas, hoje o dia é de Mozart, uma linda gravação feita ao vivo do Concerto para Piano No. 27, o último composto por Mozart. Pelo que entendi, Garrick Ohlsson foi chamado para substituir Igor Levitt como solista no concerto, devido a problemas de saúde deste último. Certamente seria uma noite mágica, mas, talvez, devido a isso, Garrick Ohlsson fez uma ótima apresentação – uma interpretação cristalina, muito bonita, mesmo aristocrática do último concerto de Mozart.
A orquestra e o regente Franz Welser-Möst, o atual diretor musical, certamente estavam em perfeita colaboração com o solista. A Orquestra de Cleveland e sua longa linhagem de famosos diretores musicais com ótimas gravações de obras de Mozart, mostra todas as suas qualidades.
Isso fica evidente na obra que completa o programa, a Sinfonia No. 29, obra que Mozart compôs entre seus 18 ou 19 anos, quando ainda morava em Salzburgo. Não há evidências que esta obra tenha sido apresentada em Salzburgo (eles não sabem o que perderam), mas em 1783, quando já morava em Viena, Mozart pediu a seu pai que lhe enviasse a partitura da obra e é bem possível que então a obra tenha sido apresentada. A interpretação aqui é do tipo ‘big band’, orquestra moderna, mas não se preocupe com isso, aproveite essa quase uma hora de ótima música.
“Ohlsson’s virtuosity here isn’t speed or extremes of technique but rather exceptional clarity. Even where the composer turns playful, as in the third movement, the pianist retains his stunning equanimity, allowing not so much as a single measure to sound muddy or hurried.”
Um bom e estranho CD. Talvez haja algum fato técnico que una essas obras de Mozart e Prokofiev, algo certamente acima de minha pouca compreensão. Ou será que a bonita e excelente Gesa Lücker apenas gosta das obras e fim? Ou adoro aquela Giga de Mozart e a Sonata Nº 8 de Prokofiev. O resto me pareceu limpinho e sem drama. A Sonata Nº 8 faz parte da trilogia de Sonatas compostas durante a Segunda Guerra. Não é uma obra fácil. Ela mescla violência rítmica, lirismo e uma serenidade triunfal ao final. É jornada musical intensa que vai da angústia à transcendência. Será que a pianista queria justamente o contraste?
W. A. Mozart (1756-1791) / S. Prokofiev (1891-1953): Sonatas e outras obras (Lücker)
Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791)
Sonata No. 5 in G major, KV 283
1) Allegro
2) Andante
3) Presto
4) Adagio in B minor, KV 540
5) Rondo in D major, KV 485
6) Gigue in G major, KV 574
Sergei Prokofiev (1891-1953)
Sonata No. 8 in flat major, op. 84
7) Andante dolce
8. Andante sognando
9) Vivace
A nominata galática dos executantes e dos compositores não garante um grande CD. Talvez eu esteja equivocado, mas nem o Op. 16 de Beethoven e menos ainda o Quinteto K. 452 são grandes obras. Falo em equívoco, pois considero inconcebível que venha a tratar como algo de importância menor um CD que some Mozart, Beethoven, Brendel, Holliger, etc.
01. Mozart – Quintet in E flat K.452 Largo – Allegro molto
02. Mozart – Quintet in E flat K.452 Larghetto
03. Mozart – Quintet in E flat K.452 Allegretto
04. Beethoven – Quintet in E flat Op.16 Grave – Allegro ma non troppo
05. Beethoven – Quintet in E flat Op.16 Andante cantabile
06. Beethoven – Quintet in E flat Op.16 Rondo
Alfred Brendel
Heinz Holliger
Eduard Brunner
Hermann Baumann
Klaus Thunemann
Mais um disquinho bem produzido da incrivelmente imprevisível e ladra MoviePlay. Bem, ao menos a eslovena Dubravka Tomsic existe e está viva aos 85 anos. O maestro Nanut também existiu e morreu em 2017, também aos 85 anos. Ou seja, este é um CD que não foi produzido por fantasmas. E é de bom nível, sim. O Concerto para Piano Nº 5, Op. 73, de Ludwig van Beethoven, não recebeu o apelido de “Imperador” do próprio compositor. Beethoven, que era um grande defensor dos ideais da Revolução Francesa (liberdade, igualdade, fraternidade), detestava títulos de nobreza e não teria usado um termo como “Imperador” para sua própria obra, especialmente considerando que Napoleão, que se coroou imperador, era uma figura que Beethoven desprezava. Para mim, pessoa de gosto estranho e estragado, este Concerto começa a ir bem só no Adagio Un Poco Mosso. Ou seja, não posso dizer que amo o primeiro movimento. Acho chato pra caraglio. Já a Waldstein é a coisa mais amada e fofa. Por que Waldstein? A Sonata recebeu o apelido de “Waldstein” porque foi dedicada a um sujeito específico: o Conde Ferdinand Ernst Gabriel von Waldstein. Waldzinho foi um amigo crucial e mecenas que conheceu Beethoven quando o compositor ainda era jovem em Bonn. Ele foi um dos primeiros e mais importantes patronos de Beethoven, oferecendo-lhe uma montanha de pix. Waldstein ficou igualmente famoso por ter escrito sobre Beethoven em 1792: “Caro Beethoven! Você está indo para Viena em atendimento a um desejo há muito frustrado. A cidade ainda está de luto e chora a morte de seu pupilo Mozart… Vai que é tua, Ludovico!” Depois ele segue laudatoriamente, mas… PREVÊ a grandeza de Beethoven. A dedicatória da Sonata foi um gesto de gratidão e amizade pelos pix alcançados. Quando Beethoven compôs esta sonata (por volta de 1803-1804), ele já estava estabelecido em Viena, e a homenagem a Waldstein era uma forma de agradecer pelo apoio fundamental.
Beethoven (1770-1827): Concerto Nº 5 para Piano e Orquestra “Imperador” / Sonata “Waldstein” (Tomsic, Nanut)
Piano Concerto No. 5 In E Flat, Op. 73
Conductor – Anton Nanut
Orchestra – Radio Symphony Orchestra Ljubljana*
1 Allegro 20:52
2 Adagio Un Poco Mosso 8:17
3 Rondo: Allegro 10:43
Piano Sonata In C, Op. 53 “Waldstein” Sonata
4 Allegro Con Brio 9:23
5 Adagio – Ma Non Troppo (Attaca) 4:02
6 Rondo: Allegretto – Moderato – Prestissimo 9:32
“Começou de forma muito simples: apenas uma pulsação no registro mais baixo. Então, de repente, bem acima, soou uma única nota no oboé, que ficou ali, inabalável, me perfurando, até que a respiração não conseguiu mais segurá-la, e um clarinete a tirou de mim e a adoçou em uma frase de tal deleite que me fez tremer. A luz tremeluziu na sala. Meus olhos ficaram nublados… pareceu-me que eu tinha ouvido uma voz de Deus…”
Peter Shaffer: Amadeus (trad. de René Denon).
Salieri disse estas palavras em Amadeus, referindo-se ao dilacerante e lindíssimo Adágio desta Serenata. A tradução acima foi realizada e depois roubada por mim deste blog. A Serenata K. 361 é uma obra-prima de Mozart para alegrar os corações de nossos ouvintes-leitores neste dia 7 de julho, o qual não significa nada em especial para este que vos escreve… Uma bela e surpreendente gravação do pessoal da Chamber Orchestra. Não seja louco de não baixar.
W. A. Mozart (1756-1791): Serenata No. 10 para 13 Instrumentos de Sopro, K. 361, ‘Gran Partita’ (Wind Soloists of The Chamber Orchestra of the Europe)
Serenade No. 10 In B Flat For 13 Wind Instruments, K361 “Gran Partita” (1781/4)
1 First Movement : Largo. Allegro Moderato 9:55
2 Second Movement : Menuetto 9:22
3 Third Movement : Adagio 5:15
4 Fourth Movement : Menuetto. Allegretto 5:09
5 Fifth Movement : Romanze. Adagio 9:12
6 Sixth Movement : Tema Con Variazioni 9:39
7 Seventh Movement : Rondo 3:20
Wind Soloists of The Chamber Orchestra of the Europe
Alexander Schneider
Céus, que coisa linda este registro da Missa em Si Menor! A maior obra já escrita por um ser humano ganha aqui uma versão arrasadora de cabo a rabo, de cima a baixo. Nesta gravação destacada pela Gramophone inglesa, o que me deixou abobado foi a profunda compreensão da utilização dos corais. Nunca tinha-os ouvido tão claros. A Missa é uma obra para solistas e coral das mais espetaculares e o desempenho do Dunedin Consort permite um nível de clareza e de expressão que não são normais. Os cinco solistas, os sopranos Susan Hamilton e Cecilia Osmond, o contralto Margot Oitzinger, o tenor Thomas Hobbs e o baixo Matthew Brook, respondem com performances prenhes de musicalidade. Também as texturas orquestrais são perfeitas, transparentes. Uma coisa de louco. É CD para se ouvir muito e demais.
J. S. Bach (1685-1750): Missa em Si Menor, BWV 232 (Butt / Dunedin)
Disc 1
1 Kyrie eleison (Chorus) 9:39
2 Christe eleison (Soprano 1 and 2) 4:33
3 Kyrie eleison (Chorus) 2:45
4 Gloria in excelsis Deo (Chorus) 1:42
5 Et in terra pax (Chorus) 4:23
6 Laudamus te (Soprano 2) 4:08
7 Gratias agimus tibi (Chorus) 3:04
8 Domine Deus (Soprano 1, Tenor) 5:10
9 Qui tollis peccata mundi (Chorus) 2:45
10 Qui sedes ad dextram Patris (Alto) 3:57
11 Quoniam tu solus Sanctus (Bass) 4:09
12 Cum Sancto Spiritu (Chorus) 3:47
Disc 2
1 Credo in unum Deum (Chorus) 1:46
2 Patrem omnipotentem (Chorus) 1:54
3 Et in unum Dominum (Soprano 1, Alto) 4:11
4 Et incarnatus est (Chorus) 2:55
5 Crucifixus (Chorus) 3:02
6 Et resurrexit (Chorus) 4:02
7 Et in Spiritum Sanctum Dominum (Bass) 5:27
8 Confiteor unum baptisma (Chorus) 3:40
9 Et expecto resurrectionem mortuorum (Chorus) 2:07
10 Sanctus (Chorus) 4:58
11 Osanna (Double Chorus) 2:38
12 Benedictus (Tenor) 4:55
13 Osanna – Da capo (Double Chorus) 2:39
14 Agnus Dei (Alto) 4:26
15 Dona nobis pacem (Double Chorus) 3:15
Matthew Brook
Susan Hamilton
Thomas Hobbs
Cecilia Osmond
Margot Oitzinger
Dunedin Consort
Dunedin Players
John Butt
Espetaculares gravações realizadas por Karl Böhm em Berlim nos anos de 1964 e 1966, republicadas pela DG em sua coleção The Originals. Realmente, registros a serem lembrados, apesar do som de qualidade apenas razoável e da concepção algo estranha a nossos ouvidos pós-revolucionários (falo da revolução dos instrumentos autênticos que virou tudo de ponta cabeça). Mas Böhm conhecia este repertório como ninguém, tinha na mão solistas e orquestra de primeira linha, tinha Mozart e sua espetacular Sinfonia Concertante K. 364 — uma das músicas mais admiradas por mim por sua enorme profundidade, principalmente de seu Andante — e o resultado foi digno de tudo isso, o que fez a DG repor o disco em seu catálogo.
Baita CD.
Mozart – Sinfonie Concertanti
1. Sinfonia Concertante in Eb Major KV 364 – Allegro Maestoso
2. Sinfonia Concertante in Eb Major KV 364 – Andante
3. Sinfonia Concertante in Eb Major KV 364 – Presto
4. Sinfonia Concertante in Eb Major KV 297b – Allegro
5. Sinfonia Concertante in Eb Major KV 297b – Adagio
6. Sinfonia Concertante in Eb Major KV 297b – Andantino convariazioni
Viola – Giusto Cappone
Violin – Thomas Brandis
Bassoon – Günther Piesk
Clarinet – Karl Leister
Horn – Gerd Seifert
Oboe – Karl Steins
Berliner Philharmoniker
Karl Böhm
Clara Haskil morreu em 1960, mas continua por aí. Esse CD saiu em 1991 na coleção Dokumente da DG e voltou a ser editada de forma ampliada em 2003 na grande coleção The Originals. A versão que aqui apresentamos é a de 1991. Haskil é mozartiana até o último fio de seus cabelos brancos e aqui dá um belo recital acompanhada pelo genial Ferenc Fricsay. Não dá nada, mas nada mesmo errado. O som é de lata, mas as interpretações são de se ouvir de joelhos. Eu fico com vontade de falar mal de Haskil só para provocar reações de quem gosta de dizer “Tremei, infiel!”, mas não dá, ela não concede espaço à crítica, a veínha era boa demais.
Outro baita CD.
Mozart: Concertos para Piano N° 19 & 27
1. Piano Concerto No.19 in F, K.459 – 1. Allegro – Cadenza: Wolfgang Amadeus Mozart 12:46
2. Piano Concerto No.19 in F, K.459 – 2. Allegretto 8:08
3. Piano Concerto No.19 in F, K.459 – 3. Allegro assai – Cadenza: Wolfgang Amadeus Mozart 7:06
Clara Haskil, piano
Berlin Philharmonic Orchestra
Ferenc Fricsay
4. Piano Concerto No.27 in B flat, K.595 – 1. Allegro 13:15
5. Piano Concerto No.27 in B flat, K.595 – 2. Larghetto 7:39
6. Piano Concerto No.27 in B flat, K.595 – 3. Allegro 8:41
Clara Haskil, piano
Munich Bavarian State Orchestra
Ferenc Fricsay
Já estava na hora de postarmos outra versão deste concerto, com certeza uma das maiores obras já compostas pelo ser humano. E postar uma versão recente, já que as anteriores foram gravações históricas, como a do David Oystrakh, postada ainda nos primórdios do blog.
A amazon deu 4 estrelas e meia para este cd, e o editorialista escreveu o seguinte:
The inside covers of this CD’s booklet show violinist and conductor engaged in a whimsical pose of arm wrestling. It’s a curious visual misnomer for the actual character of the Brahms Violin Concerto, which is notably not cast as a bravura showdown between soloist and orchestra. Rather, as this live performance recorded in Chicago Symphony Hall in 1997 so amply demonstrates, the score’s beauty and fascination emanate in large part from its spaciously symphonic conception. Maxim Vengerov imbues his account with all the variety of expressive color, intellectual weight, and deeply personal statement necessary to make Brahms’s poetry vivid–he even supplies his own cadenza in lieu of the usual one by Joachim–yet never detours from the larger vision at stake. The first movement’s coda in fact creates the sensation of a beguiling reverie from which both violinist and ensemble are reluctant to awaken. Gently tapered phrasing from Vengerov, together with Daniel Barenboim’s attention to the gorgeously crafted woodwind scoring, creates a statement of lofty serenity in the Adagio. And in the finale, where performances too often tend to sound watered-down after the weight of what has preceded, bold, snappy accents ensure an exhilarating momentum. A more intimate example of the synergy between Vengerov and Barenboim can be heard in Brahms’s D Minor Violin Sonata. In contrast to Anne-Sophie Mutter’s huge, luxurious sound, Vengerov brings a more introspective but no less passionate demeanor to bear. Despair and peace alternate with moving contrast in this superb work, which has been interpreted as a character portrait of its dedicatee, conductor Hans von Bülow. –Thomas May
O texto abaixo tiro do meu livro de cabeceira sobre Brahms, de Malcolm McDonald:
“A célebre declaração de Josef Hellmesberger de que o Concerto para violino de Brahms, op. 77 não era um concerto ‘para, mas contra o violino’ (e a réplica de Bronislaw Hubermande que é ‘para violino contra orquestra’ – e o violino sempre vence!)” provavelmente devem ser encaradas como respostas às características decididamente ‘sinfônicas’ da obra. E ela assim se afiguraria ainda mais se Brahms tivesse cumprido sua intenção original: uma estrutura em quatro movimentos cujos esboçados movimento lento e scherzo (…) foram totalmente substituídos, fora do tempo, pelo adágio que conhecemos. De fato o Concerto é, em muitos aspectos o sucessor natural da Sinfonia nº 2- na mesma tonalidade em ré menor – e as similaridades são especialmente fortes no primeiro movimento, cuja semelhança com o da SInfonia foi comentada por Clara Schuman na primeira vez que Joachim e Brahms o tocaram todo para ela. Esta aí, de novo, um espaçoso e aparentemente descansado esquema em 3/4, calorosamente romântico em sua coloração orquestral, em seus temas construídos sobre uma formação em tríade e, embora em si mesmos não especialmente prolongados, evoluindo de um para o outro em imensos parágrafos e raramente muito afastados do caráter de uma valsa calma, porém apaixonada. (…)
(…) O tratamento virtuosístico do violino é inaudito em Brahms e sagazmente matizado de muitos elementos. Estão entre estes seus estudos dos grandes concertos clássicos, muito obviamente os de Beethoven mas também aqueles de um mestre menor, Viotti, cujo Concerto nº22 era um dos preferidos de Joachim e Brahms. Também se invoca a escrita para violino de Bach, cuja chacona em ré menor ele transcrevera para piano no ano anterior. E além disso é infuenciado por suas observações, ao longos dos anos, da ardente execução e da honesta personalidade musical de Joachim, o solista para quem o concerto desde o começo foi projetado.”
Como salientou o editorialista da amazon, a cadenza interpretada por Vengerov não é a de Joachim, e sim dele mesmo, Maxim Vengerov. O cabra é macho mesmo. Mexeu num dos cânones da interpretação violinística dos séculos XIX e XX.
Ah, o cd traz também a Sonata nº 3, para piano e violino, numa inspirada interprtação da mesma dupla Vengerov / Baremboim, sendo este último o responsável pelo piano.
Johannes Brahms (1833-1896): Violin Concerto in D major, Op. 77, Sonata for Violin & Piano No. 3 in D minor, Op. 108 (Vengerov, Barenboim)
1. I. Violin Concerto in D major, Op. 77 – Allegro non troppo
2. II. Adagio
3. III. Allegro giocoso, ma non troppo vivace
4. Sonata for Violin & Piano No. 3 in D minor, Op. 108 – I. Allegro
5. II. Adagio
6. III. Un poco presto e con sentimento
7. IV. Presto agitato
Maxim Vengerov – Violin
Chicago Symphony Orchestra
Daniel Barenboim – Piano e Conductor
Xiayin admirando o resultado do óleo de peroba usado pela turma do PQP Bach em seus pianos…
Este disco com música de Brahms é um dos melhores entre os que ouvi esta semana – vale a pena! Cheguei até ele depois de ler um artigo tratando de boas gravações do Concerto para Piano No. 2, de Tchaikovsky. Pois é, há mais concertos para piano de Tchaikovsky além do Concerto No. 1, mas isto é outra história .
Como estava dizendo, no tal artigo sobre o Concerto para Piano No. 2 de Tchaikovsky, a ‘brilhante’ pianista chinesa-estadunidense Xiayin Wang é mencionada. Ela gravou um disco para a CHANDOS com o este concerto e o Concerto de Khatchaturian. Eu decidi investigar o que havia disponível em meus fornecedores com a moça. Um bocado de música romântica virtuosística, Rachmaninov e Scriabin, além dos Concertos de Tchaikovsky e Khachaturian. Há também um surpreendente disco com obras de Enrique Granados, incluindo as maravilhosas Valsas Poéticas. Este disco ainda aguarda considerações, Granados é viciante, mas intoxicante também. Aí chegamos a dois discos com obras de câmara do romantismo alemão, quartetos e quintetos com piano de Schumann e de Brahms. O Schumann ainda está na fila e o Brahms está aqui.
O disco com as obras de Brahms é de 2008, do selo canadense MARQUIS, e traz dois dos três quartetos com piano de Brahms, os de Números 1 e 3. São 74 minutos de ótima música, apesar de que tive que mandar ver no botão de volume, mais do que usualmente é necessário. Neste disco, Xiayin Wang é acompanhada pelos rapazes do Amity Players.
Os quartetos com piano de Brahms estão bastante representados aqui no blog, em especial o de Número 1, que tem o inesquecível último movimento ‘cigano’, com certeza resultado de lembranças dos dias que Johannes passou em companhia do ‘outro’ amigo violinista húngaro, Eduard Reményi. Eu não deixaria de ouvir as gravações que podem ser encontradas aqui, aqui e aqui, gravações novas e jurássicas. Mas, hoje é dia de Xiayin Wang e seus parceiros do Amity Players. Eles estão soberbos, tanto no movimento cigano quanto no lindíssimo movimento lento do Terceiro Quarteto. Confira!
Trecho de uma crítica deixada na Amazon: The demand on interpretative skill [made by these works] is huge, and a mere possession of technique could never do justice to the pieces choosed in this album. Xia Yin Wang and the Amity Players did a more than splendid job
Trecho de uma crítica de outro álbum da pianista: ‘Introducing Xiayin Wang’ is recorded very quietly; one will need to crank it up to get the full effect. Nevertheless, Wang is quite an exciting player and has precisely those qualities that make the prospect of seeing this artist in concert appealing — breadth of repertoire, sensitivity of touch, and a beautiful overall sound.
Logo após o falecimento do grande Jack DeJohnette, ouvi pela primeira vez um álbum gravado por ele com o saxofonista lá em 1977, com uma sonoridade bem típica do chamado ECM-jazz, nomeado por causa da gravadora que lançou dezenas de álbuns de um estilo que, em termos mais amplos, é jazz europeu, com menos ritmos dançantes do que o jazz americano, e às vezes se aproximando do new age, estilo que na época ainda estava começando a se configurar. A presença da bateria de DeJohnette faz toda a diferença aqui: quando as sonoridades baseadas no sax, no órgão elétrico e na discreta guitarra vão se encaminhando perigosamente próximas do “easy listening”, chega o baterista e adiciona pitadas de swing.
E essa descoberta me fez voltar para um álbum que já admiro há mais tempo, também com Garbarek, também com uma formação de instrumentistas que deixa espaços vazios: se no álbum Places não há baixista, no Mágico (gravado em 1979) não há bateria ou outras percussões, de modo que às vezes é Egberto Gismonti, com seu violão e piano, que está “batendo” os ritmos, porque o baixista Charlie Haden tem preocupações principalmente melódicas.
Em algumas páginas na internet o disco aparece com a autoria de Haden, com a participação de Gismonti e Garbarek. É um equívoco: se o nome do baixista aparece em 1° lugar na capa é muito mais por respeito à sua idade maior (ele já tinha passado dos 40) e seu currículo que incluía álbuns gravados com Ornette Coleman, Keith Jarrett, Alice Coltrane etc. O baixo não tem nenhum solo longo, no máximo trechos de um ou dois compassos em que os dois colegas param e Haden apresenta com beleza suas réplicas, para usar a metáfora comumente usada para o quarteto de cordas como um diálogo civilizado entre quatro indivíduos de igual importância, sem diferença de níveis hierárquicos. Enfim, fica mais do que evidente a ausência de um líder nesse trio.
Recomendo ouvir os dois discos no mesmo dia: eles se complementam de alguma maneira misteriosa. Ou não tão misteriosa assim, afinal os melódicos e lentos solos de sax têm um mesmo caráter mas a cama sonora e a paisagem é diferente. Em um disco o violão cheio de personalidade de Gismonti e o baixo também muito pessoal mas discreto de Haden, no outro os teclados e a bateria formando um tipo de teia sonora completamente diferente mas com conexões com aquele outro mundo do brasileiro nascido no interior do Rio de Janeiro e do norte-americano nascido no Midwest.
Fiz uma confusão tremenda ontem, e acabei agendando uma postagem sem ter subido o arquivo para o rapidshare. Desculpem a confusão, ando meio atrapalhado nos últimos dias, ansioso, na verdade, devido às burocracias referentes à contratação em um novo emprego. Por este motivo, só ao chegar em casa hoje, perto das 3 da tarde, e que vi que a postagem sem o link.E como bobagem pouca é bobagem, no final das contas acabei deletando a postagem. Bem, vou resumir o que falei: Perlman está afiadíssimo neste cd, mostrando todo o seu virtuosismo, ao lado de seu amigo de longa data, Daniel Barenboim, nos bons tempos em que este era diretor da Orchestre des Paris, no começo dos anos 80. Então, eis duas obras famosas do repertório violinistico. Espero que apreciem. Ah, antes que me esqueça, o cd também traz uma obra de Berlioz, mas meu cd está com defeito nesta faixa, e simplesmente se recusa a ser convertido para mp3.
6 – Saint-Saens- Concerto pour violon et orchestre op. 61- 1. Allegro non troppo
7 – Saint-Saens- Concerto pour violon et orchestre op. 61- 2. Andantino quasi allegretto
8 – Saint-Saens- Concerto pour violon et orchestre op. 61- 3. Molto moderato e maestoso – Allegro non troppo
Itzhak Perlman – Violino
Orchestre des Paris
Daniel Barenboim – Conductor
Este CD da Harmonia Mundi France foi o vencedor do Diapason d`Or de 2004. Se este fato coloca uma grife na gravação, sua audição coloca outras nestas obras que já receberam polêmicas abordagens, como as de Glenn Gould (no mínimo estranha e temperamental), as da “neo-brasileira” Maria João Pires (talvez a melhor) e de Mitsuko Uchida (a que mais ouvia, don`t ask me why). Pode ser que Uchida e Pires acabem substituídas por Staier como meu preferido, mas ainda é cedo para tais considerações que certamente não terão a menor repercussão fora dos poucos metros quadrados de minha sala…
Um anônimo deixou a nota a seguir num site norte-americano. Eu a assinaria, sem dúvida. Gostaria de imaginar que vocês também, após audição deste excelente trabalho de Andreas Staier.
A new standard for Mozart piano performance, June 8, 2005
By A Music Lover
First the essential information: This performance is on a period fortepiano, not a modern instrument. This performance is not always “pretty”, but often percussive and dynamic. Also, Mr. Staier chooses to add ornamentation that is not in the manuscript but is in accordance with the style and practice of the 18th century. Still interested? I hope so, because if you miss this, you will miss a very exciting performance of 3 of Mozart’s finest works. Not for the faint of heart or those who insist that Mozart always sound beautiful. There certainly are moments of beauty, and poignancy, but there is also fire. Mozart played as the logical precursor to Beethoven. Frankly, I’ve never completely been won over by Mozart’s piano sonatas. There always seemed to be something lacking, a feeling of them being almost, but not quite, perfect. This performance has convinced me that they are indeed masterworks. Staier’s choice of ornamentation is both tasteful and exciting, with an improvisatory feeling that adds to the almost operatic, vocal quality of the melodic line. Of course, these choices are “frozen” on disc and lose that improvisatory feel somewhat on repeated listenings, but overall I prefer this approach to a more “straight” reading. Staier doesn’t shy away from dynamic contrasts, either, at some points sounding as though he is pushing the instrument to its breaking point. But it works very well. This is a clear contender for recording of the year, along with Ronald Brautigam’s exciting fortepiano performances of Beethoven Sonatas on the Bis label.
W. A. Mozart (1756-1791) – Sonatas para Piano K. 330, 331 e 332 (Staier)
Piano Sonata No. 10 in C major, K. 330 (K. 300h)
Composed by Wolfgang Amadeus Mozart
with Andreas Staier, pianoforte
1. Allegro Moderato
2. Andante Cantabile
3. Allegretto
Piano Sonata No. 11 in A major (“Alla Turca”) K. 331 (K. 300i)
Composed by Wolfgang Amadeus Mozart
with Andreas Staier, pianoforte
4. Andante Grazioso (Theme Et Variations)
5. Menuetto-Trio
6. Alla Turca. Allegretto
Piano Sonata No. 12 in F major, K. 332 (K. 300k)
Composed by Wolfgang Amadeus Mozart
with Andreas Staier, pianoforte
7. Allegro
8. Adagio
9. Allegro Assai
Este não é apenas um oratório ou ópera que tem o mais belo título que conheço, é MUITO BOA música. Handel era jovem, tinha 22 anos, estava com todo o leite e não perdeu a viagem, fez grande música! No texto do oratório as personagens Beleza, Prazer, Desengano e Tempo levam um papo. Imaginem um menino de 22 anos musicando algo sobre a vitória do Tempo e do Desengano sobre a Beleza e o Prazer. Mas vamos ao curioso tema da obra. Aliás, antes disso, digo que quem ouviu as Cantatas Italianas de Handel (publicadas neste blog — 7 CDs) deve ter ficado com a certeza de que o jovem Handel foi muitíssimo inspirado, talentoso e foda, para usar um termo mais técnico. Até melhor do que o Handel inglês. Falo sério.
Em vez de personagens históricos ou mitológicos, encontramos figuras abstratas que disputam a alma humana: a Beleza — a juventude sedutora, a promessa de prazer –, o Prazer — o hedonismo elegante e persuasivo –, o Tempo e o Desengano/Desilusão — forças severas, inevitáveis, que apontam para a finitude e a verdade. A trama é simples: Beleza, seduzida pelo Prazer, tenta viver sem limites, mas acaba reconhecendo que o tempo destrói tudo o que é superficial, e que apenas as verdades permanecem. É, portanto, uma meditação barroca sobre vaidade, efemeridade e tentação. Musicalmente, é uma obra radiante: melodias exuberantes, linhas vocais virtuosísticas e momentos de introspecção que já anunciam o Handel maduro dos oratórios ingleses. Dela vem uma das árias mais sublimes do barroco, Lascia la spina, cogli la rosa — tema que mais tarde o compositor reutilizaria em Rinaldo. Aqui, porém, sua melancolia tem algo de mais íntimo. No fim, O Triunfo do Tempo e do Desengano é menos um sermão moral, menos do que um Memento mori dito num mosteiro, do que uma poesia sonora sobre o destino humano: no choque entre brilho e decadência, juventude e consciência, Handel captura a eterna tensão entre o mundo que seduz e o tempo que revela.
Agora, deem uma olhada abaixo no nome de quem regeu a estreia da obra… Olhem, olhem!
IL TRIONFO DEL TEMPO E DEL DISINGANNO Oratorio in 2 parti
Libretto di Benedetto Pamphili Musica di Georg Friedrich Händel Roma, Collegio Clementino , giugno 1707 PERSONAGGI VOCI BELLEZZA Soprano (Beauty)
PIACERE Soprano (Pleasure)
DISINGANNO Alto (Disillusion)
TEMPO Tenor (Time)
Direttore: Arcangelo Corelli
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Estava falando com um amigo agora pelo Whats:
[11:03, 01/11/2025] Bernardo: Eu não consigo parar de escutar isso
[11:04, 01/11/2025] Bernardo: E, sabe o que é mais emocionante?
[11:04, 01/11/2025] Bernardo: Eu imaginei um fedelho de 22 anos chegando em Roma
[11:04, 01/11/2025] Bernardo: Vertendo testosterona pelas orelhas
[11:05, 01/11/2025] Bernardo: E escrevendo uma música de uma maturidade que denota uma compreensão sobre o tema que pouquíssimos atingem
[11:05, 01/11/2025] Eu: É uma perspectiva curiosa…
[11:06, 01/11/2025] Bernardo: A imagem de Händel, muito jovem, em Roma fazendo uma música de tanta vitalidade é muito poderosa
[11:06, 01/11/2025] Bernardo: A música é cinematográfica
[11:06, 01/11/2025] Bernardo: Acompanha e enriquece profundamente o texto
[11:07, 01/11/2025] Bernardo: Ele leu, compreendeu e deu dimensão musical ao texto
[11:07, 01/11/2025] Bernardo: Um trófeu dos afetos, tão caro ao barroco…
[11:07, 01/11/2025] Bernardo: Estava vendo um vídeo agora e lembrei de ti também
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G. F. Handel (1685-1759): O Triunfo do Tempo e do Desengano (Il Trionfo del Tempo a del Disinganno) (Haim / Le Concert d’Astree)
Disc 1:
1. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707): Overture 4:54
2. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Aria : “Fido specchio” (Bellezza) 4:59
3. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Recit.: “Io che sono il Piacere” (Bellezza/Piacere) 0:25
4. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Aria: “Fosco genio, e nero duolo” (Piacere) 3:08
5. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Recit.: “Ed io, che’l Tempo sono” (Disinganno/Tempo) 0:21
6. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Aria: “Se la Bellezza perde vaghezza” (Disinganno) 4:03
7. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Recit.:”Dunque si predan l’armi” (Bellezza/Piacere) 0:15
8. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Aria: “Una schiera de piaceri” (Bellezza) 3:28
9. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Recit.: “I colossi del sol” (Tempo) 0:15
10. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Aria: “Urne voi, che racchiudete” (Tempo) 7:04
11. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Recit.: “Sono troppo crudeli” (Piacere) 0:10
12. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Duo: “Il voler nel fior degl’anni” (Bellezza/Piacere) 5:01
13. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Recit.: “Della vita mortale” (Bellezza/Disinganno) 0:29
14. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Aria: “Un pensiero nemico di pace” (Bellezza) 3:54
15. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Recti.: “Folle, tu niegh’l tempo” (Bellezza/Piacere/Disinganno) 0:56
16. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Aria: “Nasce l’uomo” (Tempo) 2:14
17. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Aria: “L’uomo sempre se spesso” (Disinganno) 2:35
18. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Recit.: “Questa è la reggia mia” (Piacere) 1:30
19. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Sonata: “Taci, qual suono ascolto!” (Bellezza) 2:35
20. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Aria: “Un leggiadro giovinetto” (Piacere) 3:43
21. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Recit.: “Fra nella destra l’ali” (Bellezza) 0:13
22. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Aria “Venga il Tempo” (Bellezza) 3:18
23. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Aria: “Crede l’uom ch’egli riposi” (Disinganno 7:53
24. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Recit.: “Tu credi che sia lungi” (Bellezza/Disinganno/Tempo) 0:50
25. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Aria: “Folle, dunque tu sola presumi” (Tempo) 3:28
26. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Recit.: “La reggia del Piacer vedesti” (Disinganno/Tempo) 0:18
27. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part One: Quartetto: “Se non sei più ministro” (Bellezza/Piacere/Disinganno/Tempo) 4:09
Disc 2:
1. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Recit.: “Se del faso Piacere” (Tempo) 0:59
2. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Aria: “Chiudi, chiudi vaghi rai” (Piacere) 3:21
3. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Recit.: “In tre parti divise” (Tempo) 0:46
4. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Aria: “Io sperai trovar nel vero” (Bellezza) 6:57
5. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Recit.: “Tu vivi invan dolente” (Piacere) 0:13
6. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Aria: “Tu giurasti di mai non lasciarmi” (Piacere) 3:58
7. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Recit.: “Sguardo, che inferno ai rai” (Tempo) 0:21
8. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Aria: “Io vorrei due cori in seno” (Bellezza) 3:45
9. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Recit.: “Io giurerei, che tu chiudesti” (Bellezza) 0:39
10. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Aria: “Più non cura” (Disinganno) 4:51
11. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Recit.: “E un’ ostinato errore” (Tempo) 0:12
12. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Aria: “E ben folle quel nocchier”(Tempo) 2:15
13. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Recit.: “Dicesti il vero” (Bellezza) 0:18
14. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Quartetto: “Voglio Tempo” (Bellezza/Piacere/Disinganno/Tempo) /Ann Hallenberg/Sonia Prina/Pavol Breslik 3:53
15. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Recit.: “Presso la reggia ove’l Piacer” (Bellezza/Disinganno) 1:14
16. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Aria: “Lasci la spina” (Piacere) 6:25
17. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Recit.: “Con troppo chiare note” (Bellezza/Disunganno) 0:28
18. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Aria: “Voglio cangiar desio” (Bellezza) 5:17
19. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Recit.: “Or che tiene la destra” (Bellezza) 0:16
20. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Aria: “Chi già fu del bondo crine” (Disinganno) 2:12
21. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Recit.: “Mà che beggio? Che miro?” (Bellezza) 0:39
22. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Aria: “Rico pino, nel cammino” (Bellezza) 4:03
23. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Recit.: “Si bella penutenza” (Bellezza) 0:45
24. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Duetto: “Il bel pianto dell’Aurora” (Disinganno/Tempo) 6:24
25. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Recit.: “Piacer, che meco già vivesti” (Bellezza) 0:28
26. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Aria: “Come membo que fugge” (Piacere) 5:29
27. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Recit.: “Pure del cielo intelligenze” (Bellezza) 0:47
28. Il Trionfo del Tempo a del Disinganno, Oratorio in two parts HWV 46 a (1707), Part Two: Aria: “Tu del ciel ministro eletto” (Bellezza) 6:05
Natalie Dessay
Sonia Prina
Ann Hallenberg
Pavol Breslik
Patrick Beaugiraud
Astushi Sakai
Sim, Mozart teria ficado feliz. Ouvi o Exsultate, jubilate na Rádio da UFRGS e meu prazer foi quase sexual. Ela canta como a gente sonha ouvir alguém cantar. E então passamos ao CD: é uma jóia após outra. Dizer o quê? Eu adoro a voz de Cecilia Bartoli, amo mesmo. Como deve ser maravilhoso ter a capacidade de abrir a boca e, diferentemente de mim, não dizer bobagens com uma voz feia. Ela efetivamente tem toda uma riqueza musical muito pessoal e própria. E chega de babação.
Mozart Portraits — Cecilia Bartoli
1. Così fan tutte / Act 1 – “Temerari! Sortite!” – “Come scoglio!” 5:50
2. Così fan tutte / Act 2 – “Ei parte…Per pietà” 9:04
3. Così fan tutte / Act 1 – “In uomini, in soldati” 2:42
4. Le nozze di Figaro / Act 3 – “E Susanna non vien!” – “Dove sono i bei momenti” 6:43
5. Le nozze di Figaro / Act 4 – Giunse alfin il momento…Al desio di chi t’adora 7:19
6. Don Giovanni / Act 1 – “Batti, batti, o bel Masetto” 3:48
7. In quali eccessi… Mi tradi, K.540c – (Da Ponte)/Recitative and Aria (No.21bis) for Don Giovanni (version Vienna 1788) 5:48
8. Davidde Penitente, K.469 – 3. Aria: “Lungi le cure ingrate” 4:56
9. Exsultate, jubilate, K.165 14:37
Cecilia Bartoli
György Fischer
Vienna Chamber Orchestra
Petr Eben faz sua estreia hoje no PQPBach. Nascido na então Tchecoslováquia, viveu a maior parte da vida em Praga. Avesso à politização de sua música, teve pouca projeção em seu país até o fim do regime socialista em 1990, quando repentinamente raiou a liberdade (ou ao menos é o que diz a propaganda) e ele tornou-se um dos mais festejados compositores tchecos do século XX.
Suas obras incluem música coral, um belo concerto para piano e muita música para órgão, totalizando 5 CDs de “organ works” lançados pela Hyperion. E começamos hoje pelo final: o 5º disco, no qual o organista Halgeir Schiager se soma a um percussionista na 1ª obra – Paisagens de Patmos, baseada no livro do Apocalipse – e um trompetista na última obra – Okna, que em checo significa janelas .
Petr Eben (1929 – 2007): Landscapes of Patmos
1 Landscape with Eagle [3’44]
2 Landscape with Elders [3’30]
3 Landscape with Temple [6’30]
4 Landscape with Rainbow [2’43]
5 Landscape with Horses [6’57]
Okna “Windows”
12 Blue Window ‘Ruben’: Con moto [4’02]
13 Green Window ‘Issachar’: Andantino pastorale [5’05]
14 Red Window ‘Zebulon’, Risoluto e drammatico [5’19]
15 Golden Window ‘Levi’: Festivo [5’45]
Halgeir Schiager – organ
Jan Fredrik Christiansen – trumpet (tracks 12-15)
Eirik Raude – percussion (tracks 1-5)
organ of Hedvig Eleonora Kyrkan, Stockholm (Grölunds Orgelbyggeri, Gammelstad, 1975-76)
Pessoal, o negócio é seguinte — vou postando o que ouço, tá? E estou embasbacado com essa versão do Bernard Haitink — sim, meu filho se chama Bernardo, mas não creio que tenha sido uma homenagem consciente ao grande holandês, apenas um compreensível ato falho — para a integral de Mahler. Na verdade, estou tão apaixonado que ontem ouvi sem interrupções as mais de quatro horas e meia da música maravilhosa que ora posto. Toda esta série é com o incrível conjunto do Concertgebouw de Amsterdam. Não vou me derramar com mais elogios para a música, a orquestra e seu regente. Encarem a linha em branco abaixo como se fossem linhas e linhas repletas da mais histérica admiração e dos mais inteligentes argumentos para que você conheça tais obras do modo com Haitink as mostra.
Gustav Mahler (1860-1911): Sinfonias de 1 a 4 com Bernard Haitink
CD1 Symphony No. 1 in D “Titan”
1. I. Langsam. Schleppend 13:23
2. II. Kraftig bewegt 7:45
3. III. Feierlich und gemessen 10:51
4. IV. Sturmisch bewegt 20:04
Symphony No. 2 in C minor “Resurrection”
5. I. Allegro maestoso 20:27
Royal Concertgebouw Orchestra
Bernard Haitink
CD2 Symphony No. 2 in C minor “Resurrection”
1. II. Andante moderato 10:56
2. III. In ruhig flie ender Bewegung 11:22
3. IV. Urlicht 5:19
4. V. Im Tempo des Scherzos 9:28
5. VI. Maestoso. Sehr zur ckhaltend 7:39
6. VII. Sehr langsam 2:17
7. VIII. Langsam. Miesterioso 6:22
8. IX. Etwas bewegter 8:22
Elly Ameling, soprano; Aafje Heynis, contralto; Netherlands Radio Chorus, Chorus master: Carel Laout
Royal Concertgebouw Orchestra
Bernard Haitink
CD3 Symphony No. 3 in D minor
Part I
1. I. Kräftig. Entschieden 32:09
Part II
2. II. Tempo di minuetto 10:19
3. III. Comodo. Scherzando 16:50
4. IV. Sehr langsam. Misterioso (“O Mensch! Gib acht!”) 8:45
5. V. Lustig im Tempo 4:05
Maureen Forester, contralto; Women’s Chorus of the Netherlands Radio;
Boy’s Chorus of the St Wilibrord Church, Amsterdam
Royal Concertgebouw Orchestra
Bernard Haitink
CD4 Symphony No. 3 in D minor
1. VI. Langsam. Rhuevoll. Empfunden 22:05
Symphony No. 4 in G
2. I. Bedachtig. Nicht eilen 16:27
3. II. In gemachlicher Bewegung 8:37
4. III. Ruhevoll. Poco adagio 19:34
5. IV. Sehr behaglich 8:48
Elly Ameling, soprano (Symphony No. 4)
Maureen Forester, contralto (Symphony No. 3); Women’s Chorus of the Netherlands Radio (Symphony No. 3);
Boy’s Chorus of the St Wilibrord Church, Amsterdam (Symphony No. 3)
Royal Concertgebouw Orchestra
Bernard Haitink
Eu respeito os que defendem outros regentes, mas não vejo ninguém à frente desta gravação de Gardiner para o Réquiem de Verdi. Quem me repassou esta foi algum de vocês, mas, apesar de estar muito agradecido, não lembro quem foi. Coisas do esporte bretão. Relendo os comentários já postados, digo que mais pessoas também consideraram esta gravação imbatível!
Falemos sério: isto aqui está muito mais para ópera do que para um Réquiem. Réquiem é o de Brahms, o de Mozart, o de Fauré e de outros, mas é mesmo assim é muito bom. Drama, drama, drama — o Réquiem de Verdi é um drama humano com Deus como plateia. Ele transpõe toda a intensidade dramática, as paixões e o terror do palco operístico para o texto da missa dos defunteados. A obra não é uma prece serena pela paz eterna, mas um confronto emocional com o medo, o julgamento e a perda. O “Dies Irae” é um furacão orquestral e coral que pinta o Dia da Ira com uma força inigualável. Ai, que meda! Os solistas (soprano, mezzo, tenor e baixo) vivem personagens em conflito, enquanto o coro representa a humanidade aterrorizada perante o divino. Composta em memória do poeta Alessandro Manzoni, a quem Verdi admirava, seu Réquiem é um monumento musical de dor coletiva. Apesar de todo este terror, após a fúria do “Dies Irae”, momentos como o “Lacrimosa” ou a suplicante ária do soprano no “Libera Me” demonstram certa vulnerabilidade dos mortos. Por exemplo, a repetição do “Libera Me” (Livrai-me) no final não é resoluta, mas suplicante e cheia de angústia, terminando a obra num suspiro de incerteza todo cagado de medo.
Giuseppe Verdi (1813-1901): Réquiem e Quatro Peças Sacras (Gardiner)
CD 1
1. Messa da Requiem – 1. Requiem Anne Sofie von Otter 8:50
2. Messa da Requiem – 2. Dies irae The Monteverdi Choir 2:09
3. Messa da Requiem – 2. Tuba mirum Alastair Miles 2:59
4. Messa da Requiem – 2. Liber scriptus Anne Sofie von Otter 4:41
5. Messa da Requiem – 2. Quid sum miser Anne Sofie von Otter 3:42
6. Messa da Requiem – 2. Rex tremendae Anne Sofie von Otter 3:24
7. Messa da Requiem – 2. Recordare Anne Sofie von Otter 4:02
8. Messa da Requiem – 2. Ingemisco Luca Canonici 3:22
9. Messa da Requiem – 2. Confutatis Alastair Miles 4:49
10. Messa da Requiem – 2. Lacrymosa Anne Sofie von Otter 5:45
11. Messa da Requiem – 3. Offertorium Anne Sofie von Otter 10:06
12. Messa da Requiem – 4. Sanctus The Monteverdi Choir 2:41
CD 2
1. Messa da Requiem – 5. Agnus Dei Anne Sofie von Otter 5:01
2. Messa da Requiem – 6. Lux aeterna Anne Sofie von Otter 6:18
3. Messa da Requiem – 7. Libera me Luba Orgonasova 13:29
4. 4 Sacred Pieces (Quattro pezzi sacri) – Ave Maria The Monteverdi Choir 6:05
5. 4 Sacred Pieces (Quattro pezzi sacri) – Stabat Mater The Monteverdi Choir 11:47
6. 4 Sacred Pieces (Quattro pezzi sacri) – Laudi alla vergine Maria The Monteverdi Choir 5:47
7. 4 Sacred Pieces (Quattro pezzi sacri) – Te Deum Donna Brown 14:53
Anne Sofie von Otter
Luba Orgonasova
Alastair Miles
Luca Canonici
Orchestre Révolutionnaire et Romantique
Monteverdi Choir
John Eliot Gardiner
Grandes composições de Brahms interpretadas fantasticamente por esta nova estrela do violino — o russo Vadim Repin — e um regente veterano — Riccardo Chailly. Repin começa bem sua relação com Brahms: a frase A música de Brahms me move para as profundezas do meu ser pode ser grandiloquente, mas só para quem não conhece a densidade do homem que — quem sabe? — comia Clara Schumann. O Concerto de Brahms já fazia parte de seu repertório há bastante tempo, apesar de Repin ter apenas 38 anos, assim como os concertos de Beethoven, Mendelssohn e Tchaikovsky. Riccardo Chailly e a Orquestra Gewandhaus de Leipzig são seus velhos conhecidos porém A última vez que executei o Concerto para Violino de Brahms com Chailly foi há quase dez anos atrás, em uma turnê norte-americana com a Orquestra do Concertgebouw. Pois nesta gravação eles reaparecem tocando demais.
O Concerto está absolutamente sem reparos. Já o Concerto Duplo parece bem mais rápido do que o habitual (talvez eu esteja errando ao considerar aquela gravação de Mutter-Meneses-Karajan como o gold standard, não?). Tal concepção não me incomodou, todavia sinto uma certa intenção de fazê-lo mais brusco e afirmativo, em contraste com a absoluta perfeição do Concerto para violino.
Johannes Brahms (1833 – 1897): Concerto para Violino e Concerto Duplo (Repin / Chailly)
Violin Concerto in D, Op.77
1) 1. Allegro non troppo [22:51]
2) 2. Adagio [9:11]
3) 3. Allegro giocoso, ma non troppo vivace – Poco più presto [7:56]
Concerto for Violin and Cello in A minor, Op.102 4) 1. Allegro [16:43]
5) 2. Andante [7:40]
6) 3. Vivace non troppo – Poco meno allegro – Tempo I [8:29]
Este CD mereceu atenção especialíssima da Gramophone há alguns anos. Puxa, e ele é mesmo bom pra caraglio. Valeu o pequeno investimento. A música de Veracini é inteiramente italiana e de qualidade extraordinária e seu trabalho sobre a Sonata de Corelli é o melhor do CD. É para se ouvir de joelhos. Francesco Maria Veracini (1690-1768) viajou frequentemente pela Europa, tendo sido um dos primeiros violinistas freelancers, numa altura em que o grande objetivo de qualquer músico era obter um posto permanente (veja-se o caso de Bach, por exemplo, de quem Veracini foi contemporâneo). Nascido no seio de uma família de violinistas, fez os estudos musicais com o tio, Antonio Veracini (1659-1733), e não tardou que iniciasse a ronda europeia: Veneza (1711-1712), Londres (1714), Dusseldorf (1715), Londres de novo, Dresden (1717-1722), Florença (1723-33) e regresso a Londres (1741-1745). O virtuosismo de Veracini está bem expresso nos escritos do historiador inglês Charles Burney (1726-1814), um antigo aluno de Thomas Arne (1710-1778): “The year 1714 was rendered an important period for the progress of the violin in this country by the arrival of Geminiani and Veracini, as the abilities of these masters confirmed the sovereignity of the instrument over all others, in our theatres and concerts”. À carreira de violinista, que lhe trouxe fama e fortuna, Veracini juntou a de compositor, tendo escrito música vocal (óperas, cantatas, oratórios, canções), concertos e sonatas para violino (à volta de 60). Veracini faleceu no dia 31 de Outubro de 1768.
John Holloway apresenta uma sonata de cada uma das quatro principais coleções de Francesco Maria Veracini – desde o conjunto inédito, composto em Veneza em 1716, aos dois conjuntos publicados com números de opus de 1721 e 1744, respectivamente, até as inusitadas Dissertazioni de cerca de 1760 –, proporcionando-nos assim facetas sutilmente diferentes desta figura pouco conhecida, mas importante, no cenário violinístico do século XVIII. E embora seja verdade que a força corelliana seja forte nesta obra, ela certamente não obscurece a personalidade musical robusta e confiante de Veracini. As Sonatas Op 2 accademiche, em particular, demonstram como o modelo corelliano pode ser expandido ao se prestar um pouco mais de atenção a algumas de suas possibilidades contrapontísticas e violinísticas não realizadas – um ponto que Veracini deixa ainda mais claro na homenagem explícita que são as Dissertazioni, nas quais ele “preenche” as sonatas Op. 5 de Corelli.
Francesco Maria Veracini (1690 – 1768): Sonatas (Holloway, ter Linden, Mortensen)
1. Sonata No. 1 in G minor (from Sonata a violino solo e basso op. 1) – Overtura. Larga – Allegro 5:40
2. Sonata No. 1 in G minor (from Sonata a violino solo e basso op. 1) – Aria. Affetuoso 4:40
3. Sonata No. 1 in G minor (from Sonata a violino solo e basso op. 1) – Paesana. Allegro 1:51
4. Sonata No. 1 in G minor (from Sonata a violino solo e basso op. 1) – Minuet. Allegro 1:19
5. Sonata No. 1 in G minor (from Sonata a violino solo e basso op. 1) – Giga “Postiglione”. Allegro 4:28
6. Sonata No. 5 in C Major (from Sonata a violino, o flauto solo, e basso) – Largo 2:18
7. Sonata No. 5 in C Major (from Sonata a violino, o flauto solo, e basso) – Allegro 2:17
8. Sonata No. 5 in C Major (from Sonata a violino, o flauto solo, e basso) – Largo 2:53
9. Sonata No. 5 in C Major (from Sonata a violino, o flauto solo, e basso) – Allegro 3:16
10. Sonata No. 1 in D Major (from Dissertazioni… sopra l’opera quinta del Corelli) – Grave – Allegro 3:11
11. Sonata No. 1 in D Major (from Dissertazioni… sopra l’opera quinta del Corelli) – Allegro 2:41
12. Sonata No. 1 in D Major (from Dissertazioni… sopra l’opera quinta del Corelli) – Allegro 1:01
13. Sonata No. 1 in D Major (from Dissertazioni… sopra l’opera quinta del Corelli) – Adagio 2:51
14. Sonata No. 1 in D Major (from Dissertazioni… sopra l’opera quinta del Corelli) – Allegro 2:06
15. Sonata No. 6 in A Major (from Sonate accademiche op. 2) – Siciliana. Larghetto 3:06
16. Sonata No. 6 in A Major (from Sonate accademiche op. 2) – Capriccio. Allegro, e con affetto 5:02
17. Sonata No. 6 in A Major (from Sonate accademiche op. 2) – Andante moderato 3:28
18. Sonata No. 6 in A Major (from Sonate accademiche op. 2) – Largo 5:37
19. Sonata No. 6 in A Major (from Sonate accademiche op. 2) – Allegro assai
John Holloway: violin
Jaap ter Linden: violoncello
Lars Ulrich Mortensen: harpsichord
Eu não sou apaixonado por Chopin, mas amo Pollini. Como esta gravação é muito famosa, deve ser boa. Então, posto e me voy.
Frédéric Chopin (1810-1849): Etudes (Pollini)
1. 12 Etudes, Op.10 – No. 1. in C 1:57
2. 12 Etudes, Op.10 – No. 2. in A minor “chromatique” 1:26
3. 12 Etudes, Op.10 – No. 3. in E “Tristesse” 3:42
4. 12 Etudes, Op.10 – No. 4. in C sharp minor 2:01
5. 12 Etudes, Op.10 – No. 5. in G flat “Black Keys” 1:38
6. 12 Etudes, Op.10 – No. 6. in E flat minor 3:10
7. 12 Etudes, Op.10 – No. 7. in C 1:30
8. 12 Etudes, Op.10 – No. 8. in F 2:20
9. 12 Etudes, Op.10 – No. 9. in F minor 2:06
10. 12 Etudes, Op.10 – No. 10. in A flat 2:03
11. 12 Etudes, Op.10 – No. 11. in E flat 2:16
12. 12 Etudes, Op.10 – No. 12. in C minor “Revolutionary” 2:40
13. 12 Etudes, Op.25 – No. 1 in A flat “Harp Study” 2:21
14. 12 Etudes, Op.25 – No. 2 in F minor 1:26
15. 12 Etudes, Op.25 – No. 3 in F 1:51
16. 12 Etudes, Op.25 – No. 4 in A minor 1:42
17. 12 Etudes, Op.25 – No. 5 in E minor 2:54
18. 12 Etudes, Op.25 – No. 6 in G sharp minor 2:03
19. 12 Etudes, Op.25 – No. 7 in C sharp minor 4:51
20. 12 Etudes, Op.25 – No. 8 in D flat 1:06
21. 12 Etudes, Op.25 – No. 9 in G flat, “Butterfly Wings” 0:56
22. 12 Etudes, Op.25 – No. 10 in B minor 3:56
23. 12 Etudes, Op.25 – No. 11 in A minor “Winter Wind” 3:33
24. 12 Etudes, Op.25 – No. 12 in C minor 2:31
Uma gravação clássica do Beaux Arts Trio e agregados, que deve ser apresentada aos pequepianos. Trata-se de um repertório sem pontos baixos interpretados notavelmente por especialistas no formato de trio e no gênero romântico. Das várias formações do grupo de Menahem Pressler, a deste CD, com Isidore Cohen e Bernard Greenhouse, foi a mais habitual.
Esses trios são uma excelente introdução a Brahms, uma vez que eles são de todas as fases da carreira do compositor. O Beaux Arts oferece a prova definitiva de que é melhor ouvir um conjunto estabelecido do que as colaborações entre superstars das quais algumas gravadoras tanto gostam. Há um diálogo contínuo e instintivo longamente estabelecido entre os três veteranos. A sua abordagem é descontraída, sem os excessos dramáticos que caracterizam muitas interpretações camarísticas de Brahms. Uma joia!
Johannes Brahms (1833-1897): Complete Trios (Beaux Arts)
Disc 1
1 Brahms: Piano Trio No.1 in B, Op.8 – 1. Allegro con brio 10:15
2 Brahms: Piano Trio No.1 in B, Op.8 – 2. Scherzo (Allegro molto) 4:58
3 Brahms: Piano Trio No.1 in B, Op.8 – 3. Adagio 8:10
4 Brahms: Piano Trio No.1 in B, Op.8 – 4. Allegro 6:17
Beaux Arts Trio
5 Brahms: Horn Trio in E flat, Op.40 – 1. Andante – Poco più animato 7:25
6 Brahms: Horn Trio in E flat, Op.40 – 2. Scherzo (Allegro) 7:32
7 Brahms: Horn Trio in E flat, Op.40 – 3. Adagio mesto 7:03
8 Brahms: Horn Trio in E flat, Op.40 – 4. Finale (Allegro con brio) 6:24
Arthur Grumiaux and Francis Orval and György Sebök
Disc 2
1 Brahms: Piano Trio No.2 in C, Op.87 – 1. Allegro 8:50
2 Brahms: Piano Trio No.2 in C, Op.87 – 2. Andante con moto 7:23
3 Brahms: Piano Trio No.2 in C, Op.87 – 3. Scherzo (Presto) 4:13
4 Brahms: Piano Trio No.2 in C, Op.87 – 4. Finale (Allegro giocoso) 5:27
Beaux Arts Trio
5 Brahms: Piano Trio No.3 in C minor, Op.101 – 1. Allegro energico 6:43
6 Brahms: Piano Trio No.3 in C minor, Op.101 – 2. Presto non assai 3:12
7 Brahms: Piano Trio No.3 in C minor, Op.101 – 3. Andante grazioso 4:32
8 Brahms: Piano Trio No.3 in C minor, Op.101 – 4. Allegro molto 4:54
Beaux Arts Trio
9 Brahms: Clarinet Trio in A minor, Op.114 – 1. Allegro 7:44
10 Brahms: Clarinet Trio in A minor, Op.114 – 2. Adagio 8:17
11 Brahms: Clarinet Trio in A minor, Op.114 – 3. Andante grazioso 5:12
12 Brahms: Clarinet Trio in A minor, Op.114 – 4. Allegro 4:16
Bernard Greenhouse and George Pieterson and Menahem Pressler