Transcrição de texto recebido por e-mail:
REFLEXÃO
Estamos, nós portugueses, na situação de se ter acabado o denominado Programa de Assistência Financeira, patrocinado pelo FMI, UE e BCE, ao nível externo, e pelo CDS-PP, PSD e pelo PS, ao nível interno.
Muito bem.
O enquadramento internacional, dominado pela demissão das classes políticas e sua submissão aos poderes dos ditos mercados financeiros, é o que é, e será, a menos que surja uma nova classe política que tenha sentido de Missão e sentido de Estado.
Tendo sido o Programa condicionado pelas circunstâncias que de todos são conhecidas e sendo condicionado pela excessiva desregulação do Sistema Bancário e dos Mercados Financeiros Internacionais, verificada a partir dos anos de 1980 é, evidentemente, uma boa notícia.
Mas a minha questão é esta:
- O que quer ser Portugal no Sistema Internacional?
- Que objectivos queremos atingir?
- Para onde vamos?
- Com que meios?
- De que forma?
- Em quanto tempo pretendemos atingir o/s objectivo/s?
Infelizmente Nenhum Partido com assento no Parlamento, me deu até hoje Nenhuma pista ou sinal de que tem respostas para estas questões e continuam à voltas com saídas limpas ou sujas, com programas que deviam ter sido implementados ou não, etc...
E isto é dramático pois significa que estaremos "à guarda" destas instituições de que somos membros de pleno direito, mas nas quais devíamos ter voz activa se os Partidos tivessem Ideias Claras sobre Portugal do Futuro, o que não acontece.
Assim Portugal irá definhando, a menos que os Portugueses queiram obrigar a classe política a mudar de vida.
À vossa Reflexão.
Melhores cumprimentos
Miguel Mattos Chaves
sábado, 10 de maio de 2014
QUE FUTURO PARA PORTUGAL ???
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A. João Soares
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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012
2013. Marques Mendes deseja
Extracto de frase do artigo Votos para 2013
Espero e desejo que em 2013 o Governo não se limite a fazer cortes. Claro que cortar na despesa do Estado ainda é necessário. Mas necessário também é começar a construir. A construir sobretudo um novo modelo de fortes incentivos à atracção de investimento, nacional e estrangeiro. Para criar riqueza e gerar emprego, as reformas em curso e as exportações são decisivas. Mas não chegam. É preciso uma política agressiva de atracção de investimento. Ou seja, a par de uma política financeira, precisamos também de uma política económica. Não é um slogan. É mesmo uma necessidade.
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sábado, 13 de outubro de 2012
Preparar o Portugal de amanhã
Governar é preparar o País de amanhã, partindo da situação actual, definir objectivos, ligeiramente acima do possível e escolher estratégias para os conseguir ou deles se aproximar o máximo, no que deve ser aplicada uma metodologia do género da descrita em Pensar antes de decidir.
A preparação do orçamento anual e o controlo sistemático e rigoroso da sua execução constituem tarefas fundamentais da acção governativa, pela atenção que exigem a tudo o que se passa e à inovação na aplicação de medidas para melhorar a execução de tudo o que se destine a melhorar a vida dos cidadãos, principalmente dos mais carentes.
Perante a actual crise, é absolutamente necessário que o Governo defina uma estratégia eficaz, governe com a máxima eficiência, sem erros, e explique com a máxima transparência e verdade o que se pretende, isto é os objectivos concretos e quais vão sendo os resultados dos sacrifícios exigidos. Na realidade, ninguém explica o que está a passar-se com o nosso País, para onde o estão a levar e, por isso, vamos procurando formar as nossas conjecturas a partir das notícias que vão chegando. E, perante a carência de dados positivos credíveis a opinião geral parece ser de que os resultados têm sido negativos.
Indo este governo nos 16 meses de actividade, mesmo que nos esforcemos por esquecer as promessas eleitorais, as notícias recentes são alarmantes, apesar de sugestões e conselhos de pessoas sabedoras e bem intencionadas.
D. José Policarpo, nas suas funções apaziguadoras da sociedade diz que Povo a governar da rua “é uma corrosão da harmonia democrática”, mas com isso não impede as manifestações que devem ser interpretadas como indícios dos sentimentos de descontentamento do povo perante a ineficácia que lhe vem provocando sofrimento e as ameaças de que tal sofrimento, já difícil de suportar, vai agravar-se.
O professor João Salgueiro, desaconselha a austeridade, que agrava a recessão e indica como uma boa alternativa para a combater e restaurar a economia relançar o desenvolvimento, o encorajamento do investimento produtivo, indicando a forma de o levar a efeito.
Também, os Parceiros sociais alertaram Passos para perigos do excesso de austeridade. Tais perigos e o equivalente aumento das dificuldades a todos os níveis têm sido materializados pela subida do desemprego, de que o Número inscritos nos centros de emprego aumentou 23,4% em Setembro, pelo facto de que Aumento do IVA fez cair vendas de bens alimentares afectados em 8%. Além destes aspectos práticos, surgem outras dificuldades não alheias à ineficácia da governação, como na Educação em que escolas públicas continuam a cair e metade fica aquém do esperado e nos aspectos ligados à notícia de que Portugal tem 600 milhões de euros de financiamentos comunitários em risco.
Em situação de crise, devem ser evitados os mínimos erros que além de causarem perda de credibilidade e confiança nos governantes, originam desgaste de recursos, alguns irreparáveis como a perda de tempo. Por isso deve ser tido em consideração e merecer meditação o alerta do líder da oposição que considera Orçamento “uma trapalhada” com constantes avanços e recuos. Em vez de ser considerado como crítica, deve ser recebido como um alerta de que deve haver cuidado na preparação das decisões para que não seja necessário recuar, com frequência.
No combate ao défice, em vez da obsessiva mania de sacar mais dinheiro aos contribuintes, é preferível analisar as despesas, cortar com tudo o que não for prioritário, útil, indispensável, necessário para o bem dos Portugueses em geral. Se para os contribuintes se tem estado a cortar com «direitos adquiridos», hábitos de apoio social, de consumo, etc. não é bem visto pelos cidadãos que a elite do poder mantenha os carros e muitas outras benesses e comodidades como se continuássemos em tempo de vacas gordas.
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quarta-feira, 11 de abril de 2012
Jovens que querem crescer e mudar o mundo
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segunda-feira, 9 de abril de 2012
E depois de 2012?
Sem medidas com impacto positivo de curto prazo na economia, até o cenário de estagnação no próximo ano é “incerto”.
Da notícia FMI alerta que Portugal não tem estratégia para crescer depois de 2012 respigamos alguns tópicos:
Existem sérias dúvidas sobre a capacidade do país recuperar a partir do próximo ano sem medidas de estímulo de curto prazo.
O governo tem de identificar e adoptar um conjunto de reformas que desenvolvam uma resposta de curto prazo do lado da oferta na economia”.
É necessário haver sinais claros de recuperação económica, o que será um ponto central para o regresso de Portugal aos mercados de dívida.
O FMI tem revelado algum cepticismo sobre a capacidade imediata de Portugal crescer sem medidas extraordinárias de estímulo.
Gaspar admitiu que o governo “não tem uma boa percepção dos impactos” a curto prazo. “É justo dizer que simplesmente não sabemos”.
Fica-nos a incredulidade e a incompreensão de, apesar de muitos «sábios» repetirem que, para sair da crise é preciso o esforço de todos, não vemos da parte de tais «sábios» a iniciativa de «lealdade institucional» e de «lealdade nacional» que os leve a ajudar o Governo com sugestões e explicações técnicas que contribuam para a análise correcta dos dados disponíveis e para o equacionamento do problema com vista a medidas adequadas à evolução positiva da economia do País, para melhor vida dos portugueses. Onde estão os conselhos práticos dos grandes «sábios» ?
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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
A crise não tem melhorado
Depara-se hoje com a notícia de que a Dívida pública passa 110% do PIB e é a terceira maior da UE, São dados referentes ao fim de Setembro, mas não há notícia de melhoras, antes pelo contrário, como dizem as agências de ‘rating’ e o crescimento dos juros da dívida.
Por isso surge outra notícia, Zorrinho diz que “receita” do Governo “não está a dar resultado”, e que estamos num «processo de espiral recessiva em que as políticas, como temos vindo a dizer, sem crescimento, sem criação de riqueza, sem emprego, sem aposta na mobilização das pessoas” são apenas “de flagelação permanente”.
Será desejável que a esta observação não surja uma reacção como a que é referida na notícia Governo não aceita lições de moral da esquerda onde sobressaía arrogância e vaidade injustificada, porque não fica mal a ninguém aprender com a experiência própria e alheia, bem como com qualquer reparo ou sugestão.
E, para recuperar da crise, não basta proibir a tolerância de ponto do Carnaval no dia de Entrudo, sendo preferível acabar com o «carnaval» permanente na gestão pública, nos serviços e empresas públicas, incluindo autarquias, a fim de desenvolver o País, em vez de o atrofiar com a crescente austeridade aritmética, asfixiante.
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terça-feira, 6 de setembro de 2011
Rui Rio alerta !!!
Transcrição:
Rui Rio lança avisos contra política de Passos Coelho
Jornal de Notícias 06 de Setembro de 2011. 00h48m
Rui Rio lançou esta segunda-feira à noite vários avisos ao Governo. Em entrevista na RTP-N, o presidente da Câmara Municipal do Porto disse que, no capítulo do aumento dos impostos, o Executivo de Passos Coelho "não estará bem". "Mas como digo: lá pelo facto de não estar bem ao cabo de dois meses e tal não quer dizer que não esteja bem daqui a quatro ou cinco meses", disse.
O autarca evidencia, porém, compreensão sobre as dificuldades. "Reduzir a despesa não é tão simples como se diz quando se está na oposição. Porque eu acabo com um instituto público, mas as pessoas existem..."
O autarca deu exemplos sobre matérias em que diverge. "Eu tinha de chegar ao IRS e estabelecer algumas prioridades, uma, duas, três nas quais não tocava em prejuízo de outras. Há duas vertentes no IRS que tínhamos de defender: a Educação e a poupança. Os descontos da Educação tínhamos de proteger ao máximo", sugeriu, dizendo não acreditar que 2013 possa ser "fantástico".
Estas declarações juntam-se às críticas de alguns dos barões do PSD, designadamente Manuela Ferreira Leite, Vasco Graça Moura e Marques Mendes, e ainda o independente Eduardo Catroga.
NOTA: Estas críticas a que se juntam outras como a de Marcelo Rebelo de Sousa, serão mais uma manifestação da «autofagia» que caracteriza o PSD e tem levado a uma vertiginosa sucessão de presidentes sem lhes dar tento a aquecer a cadeira? Ou será vontade de que o Governo actue de forma maus benéfica para Portugal e os portugueses? Será desejável que a intenção que conduz às críticas seja a segunda e que sejam apresentadas sugestões sensatas e construtivas e que elas sejam tidas em consideração nos estudos que o Governo fará antes de tomar decisões e fazer promessas. Não se pode perder tempo, mas não pode haver precipitações irreflectidas. Os portugueses precisam ser bem governados. Portugal precisa reentrar na via dom desenvolvimento.
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segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
Crise suas causas e lições
Há dias, foi aqui publicada uma lista de instituições e fundações sem valor essencial para o País e que ficam caras ao Estado. Tem-se insistido no tema e, como «água mole em pedra dura tanto bate até que fura», vão surgindo passos positivos, embora pouco exemplares porque o quadro legislativo, sendo demasia do pormenorizado e não referindo especificamente que a lei também se aplica aos «boys», estes vão navegando sem sustos.
É positiva a notícia de que a Câmara Municipal de Lisboa extingue a Agência para a Promoção da Baixa Chiado que custou 2,5 milhões. Gastou tal importância durante os nove anos de existência, findos os quais acabou por ser extinta por se ter reconhecido que o seu modelo de funcionamento era "pouco operacional", apesar de a meio da sua existência ter havido uma tentativa para lhe imprimir maior dinamismo.
Dos poucos feitos visíveis citam-se os concursos de montras de Natal, a tenda gigante instalada na Praça da Figueira e as projecções animadas na fachada do Teatro D. Maria II.
Dos cerca de 2,5 milhões gastos pela autarquia para garantir o funcionamento daquela estrutura, quase metade foram absorvidos pelas obras no edifício municipal na Rua dos Douradores onde ela própria funcionou. Os «boys» e as «girls» do regime dificilmente conseguem olhar para além do nariz e começaram por modernizar as suas instalações, sem terem ido mais além.
A criação desta instituição foi uma das muitas loucuras que levaram a esta crise. A sua extinção é um caso meritório que se impunha, mas mais será se forem exigidas responsabilidades aos implicados nestes gastos e que evidenciaram tanta incapacidade para o cargo que aceitaram.
Além deste tipo de instituições que pouco mais fizeram do que albergar cúmplices incompetentes, há a legislação prolixa, pouco clara, orientada para a repressão e o cerceamento das actividades privadas, desprezando o lema da maior liberdade e da máxima responsabilidade, que produz casos como o da fábrica de leite que parou durante ano e meio devido à burocracia. Mas, agora, por fim, está em funcionamento (sabe-se lá se a troco de alguns «robalos»!). Uma fábrica parada, com o investimento bloqueado e os postos de trabalho por ocupar constitui um mau sintoma das condições em que temos vivido e faz compreender a crise devida a um Estado que cerceia a iniciativa individual, sufocando-a com repressão, legislação e regulamentação excessiva. Seria muito mais profícuo que um «simplex» eficaz e real permitisse o desabrochar de valores e iniciativas sob um espírito de responsabilidade em que os valores éticos do respeito pelos direitos dos outros e do Estado fossem os inspectores mais operantes, sempre com um sistema de Justiça eficiente pronto a penalizar com rapidez os desmandos graves.
Mas o povo, que tem estado adormecido e esperando demasiado de governantes que tudo querem controlar e que não conseguem encontrar soluções, começa a despertar e a procurar agir com dinamismo na gestão do seu futuro e, por esse caminho, desempregados criaram mais de 7500 empresas nos últimos três anos, buscando as soluções para a sua sobrevivência e dos familiares e criando postos de trabalho para os jovens que já estão conscientes de que, no mundo actual, só produzindo se consegue sobreviver. «O valor de um país mede-se pelo que produz e não pelo que consome». Estes cerca de 7500 empresários comprovam o velho aforismo «A necessidade aguça o engenho». Realmente, as crises, os obstáculos, os acidentes, as catástrofes, se bem encaradas, podem ser lições para um futuro melhor.
Também outra notícia mostra que a vitalidade é maior fora dos grandes centros urbanos. A Agência para a Vida Local valonguense ganhou o prémio que distingue as "Melhores Práticas Autárquicas em Integração de Imigrantes 2010». A gora Valongo possui um leve troféu em metal dourado ao qual concorreram também as Câmaras de Lisboa e Sintra.
A referência a estes casos mostra que os governos precisam de competência e capacidade para «pensar antes de decidir», para elaborar boas decisões antecedidas de uma análise correcta de todos os factores intervenientes. A fim de elas serem práticas, obedecidas, sem precisarem de emendas sucessivas nem de excepções que hoje são demasiado frequentes.
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segunda-feira, 27 de dezembro de 2010
É preciso esforço, seriedade e criatividade
Transcrição de artigo oportuno e que bem pode servir de lema para as decisões - micro e macro – que levantarão o nome de Portugal para cotas prestigiantes. Cada um deve esmerar-se no seu comportamento e na exigência de reciprocidade da parte dos outros.
Oportunidade histórica
Diário de Notícias. 27-12-2010. Por João César das Neves
Os homens crescem mais nas tormentas que na bonança. Por isso vivemos hoje uma ímpar oportunidade histórica: podemos finalmente dar o salto que falta para nos confirmar no ritmo do futuro.
Depois de ser líder cultural no Renascimento, lançando e conduzindo a gesta da globalização marítima, o pequeno Portugal deu-se mal na época civilizacional seguinte. Não foi por os ideais iluministas terem chegado tarde ou demorado a estabelecer-se. A penetração começou em meados de setecentos com o marquês de Pombal e, após dura guerra civil, estavam definitiva e triunfantemente implantados a partir de 1834. A maioria dos países europeus sofreu um reaccionarismo mais longo, demorando a adquirir estavelmente um regime aberto.
Ao contrário do que se diz, o problema nunca esteve no atraso da modernização. Aliás, o País antecipou várias ideias que a Europa viria a aplicar, como a abolição da pena de morte ou a criação do banco central. O mal sempre foi a qualidade dos nossos modernistas. A podridão do Liberalismo e a canalhice da República mostram bem o fiasco da variante lusitana de progresso. O mais irónico é que os nossos intelectuais costumam desprezar o povo e a cultura nacional, quando o único grande defeito do País está na mediocridade das elites.
A inversão desse fiasco deu-se porque comparativamente os fascistas portugueses foram melhores que as alternativas. Ao contrário dos outros regimes autoritários europeus (e das tentativas democráticas nacionais), o resultado do salazarismo foi um país seguro, estável e progressivo. Assim, a revolução de 1974 pode trazer a grande oportunidade para Portugal, finalmente, conseguir um regime aberto, pacífico, dinâmico.
E correu muito bem! O nosso país ocupou enfim uma posição digna e respeitável junto das nações avançadas. Mas, após vinte anos de sucesso, surgiu há quinze a terrível tentação da facilidade. A Europa afinal não era um desafio, uma concorrência, mas um hipermercado que fornecia fartura em doze suaves prestações mensais. A sociedade pensou que a prosperidade estava em promoção. Promessas, direitos adquiridos, justas reivindicações, garantias, exigências e obras públicas faziam o País acreditar que o bem-estar era rápido e barato. A dívida crescente foi o truque que suportou a ilusão.
Hoje somos um país europeu, livre e desenvolvido, que enfrenta o último desafio, dominar a tentação oportunista. Se aprendermos que o sucesso nunca está adquirido e exige sempre esforço, seriedade e criatividade, ultrapassaremos o obstáculo e chegaremos ao grupo de países na frente do progresso. Nas últimas décadas aprendemos tanto e conquistámos posições. Falta apenas dominar a última falácia para chegar ao destino. Vencendo a ilusão, atingiremos enfim a condição de país próspero. Os próximos anos determinarão se conseguimos ou não.
O obstáculo não são só os suspeitos do costume, corrupção dos políticos, defeitos da administração, educação, justiça e cultura. O obstáculo está também nos que bramam contra os suspeitos do costume. O inimigo que temos de vencer são as raivas, os insultos, as lamúrias, os resmungos e as imprecações ociosas. É preciso deixar-nos de tretas, apertar o cinto, trabalhar mais e melhor. Cada um no seu sítio tem de procurar a solução para a migalha da crise que lhe compete, sem desculpas, zangas ou teorias. Simplesmente subir ao nível europeu a pulso, carregando às costas a mochila dos disparates recentes. No cimo do penhasco está a modernidade. A distância já não é longa.
Temos a democracia e a economia. Precisamos apenas de realismo, serenidade, imaginação. Há que vencer as fraudes e boçalidade dos dirigentes, mas também os extremismos e insultos dos que desconfiam dos dirigentes. Tal como a mentira da facilidade que levou à crise foi a mesma que apodreceu o império em meados do século XVI, também o inimigo actual é a mesma tolice intelectual que paralisou o liberalismo de oitocentos. A nossa geração tem à vista a realidade de um novo Portugal, moderado, inteligente, capaz. Esse pode vencer a crise.
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quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Investimento e exportação a chave da recuperação???
Segundo noticia o Público, Sócrates disse que as duas palavras-chave para a recuperação da economia nacional são “investimento e exportação”. O entusiasmo com que estes discursos são pronunciados é, por vezes, perigoso por criar expectativas irrealistas. Tem havido no País entusiasmos semelhantes que bateram com a testa no muro, empresas que ou não chegaram a iniciar a produção ou encerraram pouco depois. Algumas mudaram-se para outras áreas geográficas, deixando centenas de pessoas no desemprego com o que isso representa de problemático para as famílias.
Sem dúvida que a exportação constitui um indicador, uma mola de recuperação, pelo dinheiro que entra no País e pelos efeitos que estão a montante, negócio dos fornecedores, trabalho e respectivos salários ao pessoal, remuneração ao capital e lucro, etc. Quanto a isso não há dúvidas. Mas quanto ao investimento, é preciso ter em conta as lições de experiências anteriores, as decisões que conduzam a medidas concretas devem ser muito ponderadas e utilizadas com critérios bem adequados, para não se repetirem erros, em que, com a falácia do investimento, foi esbanjado muito dinheiro com empresas estrangeiras que não se mostraram merecedoras do apoio.
A Alemanha, segundo notícia recente, terá este ano o desemprego mais baixo desde 1992 pois está a obter grande sucesso no combate ao desemprego através das «pequenas e médias empresas e, em especial, do sector de serviços».
Portanto nada se resolve com palavras milagrosas, com uma varinha mágica, mas com análises criteriosas, desapaixonadas quanto a hipóteses mais favoráveis a amigos ou compadres e preparando as decisões tendo sempre em mente o interesse de Portugal e as condições existentes nas realidades dos portugueses, de quem se espera o melhor esforço para a recuperação que os deverá beneficiar. É preciso que todos estejam conscientes de que tudo será organizado para que os benefícios não fiquem concentrados nos que já estão favorecidos, mas sejam distribuídos com justiça social para reduzir o fosso entre os que tudo têm e os de que de tudo carecem.
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sexta-feira, 11 de junho de 2010
É urgente uma ruptura seguida de reestruturação
O PR mostrou estar consciente de que o país vive uma situação insustentável e apelou à coesão e à repartição dos sacrifícios “de forma equitativa e justa”, o que vem ao encontro de sugestões já aqui trazidas a lume. A solução não se obterá com «paninhos quentes» mas exige a eliminação das causas reais que estiveram na origem e na continuação da crise, e já aqui enumeradas quer em posts quer em comentários.
No post Cortar o défice, reformar o regime, além do repetidamente referido código para bem governar era referido Código ou compromisso alargado e duradouro sugerido numa reunião de empresários que, agora, tem condições para ser preparado dada a unidade suscitada entre os parceiros sociais em resposta ao apelo do PR.
Existe, assim, um momento a não desperdiçar para Portugal procurar uma estratégia para um novo ciclo e para se efectuar um «contrato de coesão», com o qual se imponham valores éticos, se combata a corrupção e os gastos exagerados e sem justificação racional, a fim de conseguir a «valorização do potencial do País». É altura de nos consciencializarmos, a começar pelos políticos, de que «acabou a ilusão» e de que a crise não desaparecerá por acção de varinha mágica, mas irá continuar «neste ano e no próximo», pelo menos.
Vamos estar atentos às acções inteligentes, patrióticas, supra-partidárias, colocando os interesses nacionais como alvo a atingir, acima de tudo, e eliminando com coragem e frontalidade todos os vírus e bactérias que sugam imoralmente os recursos financeiros de Portugal, acabando com todas as benesses especiais que criam cidadãos de primeira acima de todos os cidadãos nacionais.
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quarta-feira, 2 de julho de 2008
África. Modernização difícil
Este post é um aproveitamento do comentário colocado pela Amiga Manuela no post
«África. Conivência e sentimento de posse dos líderes»
A autora sugere que, ao falar do Zimbabwé e, de uma forma geral, deste grande continente, se pense bem o que é a África, a sua cultura e os seus nativos.
- Uma África de princípios tribais, onde tudo era resolvido de uma forma democrática “a seu modo” mas que resultava.
- Uma África que aprendeu os princípios democráticos ocidentais da pior forma, onde se dividiram etnias consagradas e se uniram ódios também sagrados porque ancestrais. “Dividir para reinar”, faz lembrar alguma coisa? Alguma semelhança com o presente?
Condenámos, com fundamentos humanistas o apartheid sul-africano? Provavelmente teria sido correcto condená-lo também na antiga Rodésia de Ian Smith e que terminou apenas pela força das armas da resistência negra, Mugabe entre esta, porque as “negociações democráticas” com o governo britânico não resultaram! (?)
Mugabe não quer deixar o país na mão de brancos e o outro não o queria na mão dos negros. Boa!
Uma África que foi explorada nas suas riquezas naturais e na mão de obra “dada”. Ainda hoje, se quisermos realmente saber, nos podemos aperceber do que a democracia ocidental faz por este continente e por estas gentes… Como poderemos condenar esta união fraterna entre chefes de estado? O passado e o futuro das suas gentes foi escrito há muitos, muitos anos atrás!
Obviamente que nunca poderei defender as atrocidades que se praticam em nome de um “Soba”, mas também as condeno no mundo ocidental, supostamente instruído e democrático e, também ele gerido por “Sobas” que apenas diferem dos originais na cor da pele e nas origens. (Por falar nisso, parece que a Humanidade começou em África, o que poderá explicar muita coisa!)
Finalmente, a parte económica, ou o auxílio económico. Lá diz o velho provérbio chinês: "Quando um homem te pedir de comer porque tem fome, não lhe dês um peixe, ensina-o a pescar!" Pois… a verdade é que foram poucos os que ensinaram a pescar, mas demasiados os que foram lançando peixes, por vezes podres, para alimentar estas gentes. Algo de novo, no presente?
Ainda há poucos anos este país esteve na mira do Ocidente dado o seu desenvolvimento e o elevado nível de educação do seu povo. Terá sido esse interesse que provocou o descalabro? ...E eu sei?
Com mais tempo e alguma pesquisa, encontraria certamente muitos mais argumentos, mas penso que nem é necessário fazê-lo. Basta que tomemos atenção às notícias que todos os dias nos entram em casa.
Uma nota mais: o banto, etnia maioritária no Zimbabué, usa um dialecto da língua banta que significa "colectivo de seres humanos". Interessante, não?
Haveria pano para mangas, como se costuma dizer, para falar sobre este assunto mas penso que para comentário polémico já chega! :)
Manuela
NOTA: É sem dúvida um texto profundo e polémico que trago para aqui, para ter maior visibilidade, a fim de atrair mais comentários para melhor compreensão da África. Nos tempos actuais, principalmente devido à globalização e ao espírito da rentabilidade e da produtividade, os africanos precisam de modernizar o seu sistema de vida a fim de não serem aniquilados, sem apelo nem agravo, pelas forças económicas hodiernas. Mas as mudanças de tradições, rituais, usos e costumes não se conseguem de um dia para o outro, por decreto, sendo necessário tempo, acção didáctica e vontade dos actores, sujeitos ou agentes.
Como diz, as atrocidades feitas em nome do «soba» não são defensáveis e, infelizmente, elas existem como diz a notícia de hoje «Angola: FNLA denuncia detenção de dirigentes do partido» Talvez haja uma «união fraterna entre chefes de Estado», a fim de se protegerem na manutenção do Poder, por forma nem sempre isenta de pecado.
Por outro lado, as tradições étnicas conduzem a um poder central forte (mas devia ser mais humano e honesto) a fim de fazer convergir esforços colectivos do Estado, sobrepondo-se a pequenos interesses locais que não beneficiam a competitividade.
É realmente um tema que merece ser analisado com serenidade e vontade de melhorar as condições de vida das populações, principalmente as menos favorecidas e essa análise deve ser feita internamente e, também, a nível global, pelos Estados mais poderosos, sem ambições materiais, mas com o sentimento de contribuir para um futuro melhor.
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sábado, 7 de junho de 2008
Exportar para desenvolver
Transcrevo para este espaço o comentário que Luís Alves de Fraga colocou no post «Na crise é preciso optimismo» por conter dados informativos muito interessantes que são um óptimo contributo para o aprofundamento do tema, em benefício dos leitores. NOTA: Este texto, mostrando que, nos tempos em que Portugal avançava à velocidade do mundo desenvolvido, havia Homens com visão correcta dos problemas e que adoptavam as melhores soluções, para obter efeitos a longo prazo, reduz o optimismo que agora se queira ter com a actual geração de políticos presos ao imediatismo e pouco ousando além do curto prazo. Aquilo que o autor refere do nosso País de antanho, é frequente nos Países que experimentaram êxito no desenvolvimento e recordo a Índia. A sua independência e os primeiros passos ficaram a dever muito ao Mahatma Gandhi e a Jawaharlal Nehru. Na sua acção coordenada, não faltou uma pequena divergência, mas ambos estavam de acordo em que era necessário começar pelo equilíbrio da balança comercial, reduzindo as importações, para o que havia de começar pela produção para as necessidades internas. Se Gandhi se inclinava para priorizar a existência de um tear em cada aldeia a fim de explorar directamente o algodão e evitar a importação dos tecidos vindos da Inglaterra (produzidos com algodão levado da Índia), Nehru inclinou-se para ultrapassar a produção artesanal e avançar para a indústria do aço e da maquinaria pesada, o que valeu à Índia, em poucos anos, tornar-se um importante exportador de equipamentos industriais. A fórmula de desenvolvimento era «engenharia e máquinas industriais pesadas, instituições de investigação científica, e energia eléctrica» e, a partir daí, veio aquilo que hoje é uma das grandes potências económicas mundiais (Ver «The Commanding Heights» de Daniel Yergin e Joseph Stanislaw, Edit Touchstone, 1998). Essa mentalidade de navegar na crista da onda ficou e desenvolveu-se, sendo hoje um dos grandes exportadores de «know-how» informático. A Portugal resta, como diz o texto no último parágrafo, saber analisar as realidades olhar para a panóplia dos remédios já comprovados em países desenvolvidos e escolher aqueles que mais nos convêm. Mas cuidado, porque os nossos dirigentes têm caído na asneira de adoptar soluções que lá fora já foram postas de lado por ineficazes. Os políticos precisam de competência, bom senso e dedicação ao bem nacional.
Meu Caro Amigo,
Algumas das conclusões citadas no seu interessante texto são velhas de quase 400 anos. Realmente, já D. Luís de Menezes, conde da Ericeira e ministro de D. Pedro II, aconselhava e defendia entre nós a criação de manufacturas para acabar com as importações e, se possível, dar início a um ciclo de exportações. Vivia-se a época do colbertismo e não do livre câmbio. Mas, se na História recuarmos mais outros cem anos - ao final do século XVI - encontramos relatos da forma pobre e rude como se vestiam os Portugueses (ver de A. H. de Oliveira Marques, "Portugal Quinhentista") por determinação real para evitar as importações de tecidos caros e exóticos, defendendo assim o erário público.
Em Portugal, como em certas regiões onde imperam o latifúndio, ao invés de «fome de terra», impõe-se a «fome de consumo». Consumir tudo o que vem de fora numa demonstração bacoca de riqueza é uma característica secular dos Portugueses! Não era Salazar quem mandou dizer que «beber vinho (produto de produção interna) era dar de comer a um milhão de Portugueses»?
Ora, o que é que se fez para remediar esta nossa característica estruturante? Integrou-se o país no maior mercado de consumo organizado politicamente que existe no Mundo! Integrou-se e subsidiou-se o consumo através da entrada de dinheiro às catadupas. Quer dizer, disse-se aos Portugueses: - Gastai, porque gastais o que não é vosso e, tal como no reinado de D. João V, esbanjou-se o ouro europeu de forma semelhante ao que se fez ao ouro brasileiro: enriquecimento privado - normalmente faustoso e economicamente inútil - esbanjamento em umas quantas obras públicas, quase sempre, também, não geradoras de riqueza permanente.
Na falta de qualquer mina de ouro que pudesse alimentar a fome de consumo, qual foi, afinal, a solução adoptada? Procurar o arrimo à mesa do Orçamento, seja ele erário real ou fruto da cobrança de impostos. Já no reinado de D. Manuel I o monarca, para saciar a fome da nobreza que lhe cobiçava os falidos cabedais, dava-lhe autorização para que fosse à Índia comerciar e trazer especiarias que lhe servisse de esteio ao gosto do gasto.
A presença berbére entre nós, com marcada influência arábica e egípcia, foi excessivamente longa - mais de 500 anos - e deixou-nos a matriz de origem que a miscigenação cultural obrigava: o gosto pelo consumo, pela "pequena" independência individual proveniente do minúsculo negócio familiar, a capacidade de sobrevivência em qualquer meio ambiente social e, acima de tudo, uma desmedida vaidade apoiada numa enorme inveja do vizinho.
Governar este Povo só é possível através de medidas muito seleccionadas no estrangeiro - daí o êxito (?) do marquês de Pombal - ou com o látego iluminista na mão para refrear-lhe as características centenárias e, aí, limitar as ambições de todos, a todos educando para a moderação iluminada da civilidade. E foi nesta segunda parte que Salazar falhou, pois não passava de um provinciano, apegado à tradição e incapaz de ver nas "Luzes" estrangeiras o "farol" orientador de um Povo que anda à míngua de rumo há muitos séculos!
Necessitamos de governantes que saibam muita História de Portugal e tenham bons rudimentos de Antropologia Cultural capazes de estabelecer sínteses históricas que orientem as decisões legislativas.
Desculpe-me a prolixidade da exposição, mas julgo que é necessário deixar claros os defeitos dos Portugueses - os nossos defeitos - para, depois, sabermos escolher da panóplia de remédios aqueles que mais nos convêm.
Luís Alves de Fraga
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quinta-feira, 24 de janeiro de 2008
Portugal vai ressurgir!!!
A forma como o Hino Nacional é sentido pelas pessoas merece reparos parecidos com os do Pai Nosso. Nem todos o cantam ou rezam, mas muitos dos que papagueiam as suas palavras não meditam nas ideias por elas expressas.
A frase «levantai hoje de novo o esplendor de Portugal» não está devidamente interiorizada pela grande maioria dos portugueses nem, o que é mais preocupante, pela generalidade dos representantes políticos.
Mas já surgem novos sóis a despontar no horizonte
No artigo do Público, «Dura lex sed lex?», Maria José Nogueira Pinto, faz um diagnóstico , que embora não sendo original, diz que «na nossa tradição portuguesa é conhecida a febre legislativa que tem conduzido a leis mal pensadas e pior redigidas. Ora uma má lei é pior que lei nenhuma e uma lei repleta de contradições, omissões e lacunas vai perdendo os fundamentos e os objectivos que a justificaram, de excepção em excepção, transformando-se num mero articulado que todos querem furar»
Já há quase um ano, Cavaco Silva
É curioso que entidades diferentes em locais distintos e de forma bem significativa, reconheçam a doença dos políticos legislarem para vaidade própria sem terem em atenção a viabilidade do cumprimento das leis que dão à luz. Esse vício insensato cria a descredibilização da política. As leis devem ser cumpríveis.
Não faltam diagnósticos de que existe doença e é preciso aplicar a devida terapia. Vejamos alguns sinais de que ela poderá estar a caminho.
Começo pela notícia de que « MP arquivou queixa de José Sócrates contra o autor do blogue Do Portugal Profundo», por as procuradoras considerarem «que escritos de António Balbino "se inscrevem no exercício do direito de crítica" e Sócrates queixara-se de ofensa pessoal e política. Isto demonstra que a Justiça está independente de eventuais pressões ocultas da parte do Poder, o que é um bom sintoma.
Segundo o artigo «O negócio das ideias», Rui Rio não faz ideia do que há-de fazer com o património municipal, e decide abrir um concurso de ideias (para o Bolhão, para o Ferreira Borges, para isto e aquilo). Há que reconhecer a sua lucidez, sabendo de quem está rodeado, arranjou uma solução engenhosa. Sairia muito mais caro à cidade se a vereação desatasse a pensar pela sua cabeça e a ter ideias de que resultassem mamarrachos disformes para cedo terem de ser demolidos, do que Rui Rio mandar comprá-las fora.
Um outro sintoma de mudança aparece na bancada parlamentar do PSD que recorre à assessoria que a agência de comunicação Cunha Vaz e Associados (CV&A) vai passar a dar ao grupo parlamentar do partido. Realmente, com o recurso a consultores da «classe civil» para suprir a incapacidade dos responsáveis políticos, apesar de profusamente assessorados, começa a sentir-se a aproximação do momento em que se fará a redução dos órgãos do Estado e das Autarquias à expressão mais simples e contratar um mínimo de consultores devidamente seleccionados em concursos, em função da sua competência já comprovada, da sua isenção imparcialidade, honestidade e rigor. Certamente, com um contrato por tarefas bem especificadas em que o objectivo seja servir Portugal e os portugueses, ficaremos melhor servidos e não teremos as leis «mal pensadas e pior redigidas» nem as Autarquias terão pessoal inútil que tenha de ser suprido por «concursos de ideias» ou por contratos de assessoria.
Além desta réstia de esperança num futuro melhor, há uma outra que muito me agradou. Alimentava uma ligeira fé que na geração das actuais crianças de 10 anos apareça meia dúzia de superdotados que se insurjam contra a herança podre que recebem dos pais e avós, dêem um ponta-pé no sistema e avancem segundo um rumo que conduza a objectivos mais consentâneos com o desenvolvimento do bem-estar e do poder de compra da população.
Essa fé parece ter sido ultrapassada e parece não ser preciso esperar tanto tempo para que se levante de novo o esplendor de Portugal. Segundo a notícia «100 jovens querem desenvolver o país»
O País precisa de inteligências, com boa vontade e honestidade que definam objectivos e programem a acções que a eles conduzam, com metas bem fixadas e resultados quantificados sem fantasias e combatam as iniquidades, corrupções e desperdícios de recursos. Só uma organização eficiente servida por pessoas motivadas para a criatividade, a produtividade e o rigor, se consegue a competitividade que traz o prestígio de que necessitamos. Esse prestígio que desejamos e não temos não se consegue com corridinhas na Praça Tianmen ou nos jardins da Casa Branca. Essas manifestações não passam de vaidade infantil com ambição de visibilidade. O verdadeiro valor dum País e a sua melhor imagem assentam em valores muito mais elevados.
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sábado, 7 de julho de 2007
Premiar para estimular
Uma pequena notícia do JN que poderá passar despercebida a muitos leitores mostra um exemplo a seguir, nomeadamente na distribuição de «rebuçados» em festas como as do 25 de Abril ou do 10 de Junho. É indispensável estimular a imitação dos melhores, apontar exemplos a seguir, distinguir as virtudes.
O município de Lambeth, em Londres entregou prémios por cidadania ou mérito escolar a sessenta alunos de expressão portuguesa para estimular as crianças e também os pais.
Os alunos receberam cem libras (149 euros) para premiar o aproveitamento escolar, o progresso durante o ano lectivo, a assiduidade e, no caso do prémio de cidadania, a responsabilidade e a ajuda aos outros.
Luísa Ribeiro, professora consultiva para o sucesso dos alunos portugueses em Lambeth disse que "existe uma auto-estima muito baixa e uma grande falta de auto-confiança dos pais, que se reflecte nos filhos" e, com os prémios aos que se distinguem, pretende-se estimular o desenvolvimento das melhores qualidades.
O sinal mais evidente é o fraco desempenho dos dois mil alunos lusófonos, o maior e também o pior entre os grupos linguísticos deste município, onde se falam 160 línguas e cuja população escolar é composta em 75% por minorias étnicas.
Por cá, usa-se o comportamento oposto, procurando enxovalhar quem se distingue, reduzindo-o a pó. Isto faz lembrar a perspicácia de Luís de Camões, ao terminar os Lusíadas com a palavra inveja. Se não valorizarmos os melhores, o País não avançará. A desejada igualdade de oportunidades não deve ser interpretada como igualdade de remunerações e compensações. A cada um segundo o seu mérito, como a bíblia ensina na «parábola dos talentos».
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A. João Soares
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