Mostrar mensagens com a etiqueta português. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta português. Mostrar todas as mensagens

29 dezembro 2009

GNR substituem Xutos & Pontapés na passagem de ano em Lisboa

Os GNR substituem os Xutos & Pontapés no concerto de fim de ano que o município lisboeta promove em Belém, devido a problemas de saúde do guitarrista Zé Pedro, anunciou o director da EGEAC à Lusa.

Miguel Honrado, responsável da empresa municipal, revelou que os GNR já confirmaram a presença no concerto de quinta-feira.

O guitarrista Zé Pedro está internado num estabelecimento hospitalar do centro do país, em situação estável, depois de "uma hemorragia digestiva alta", informou a assessoria de imprensa dos Xutos & Pontapés.

O guitarrista viajava do Porto para Lisboa quando sofreu a hemorragia e foi conduzido à urgência hospitalar, onde foi assistido e se encontra a recuperar.

A festa começa pelas 22h00 e terá um espectáculo de fogo-de-artifício à meia-noite.

Os primeiros a subir ao palco são os Get Back The Beatles Tribute, um grupo constituído por Filipe Fontenelle, Luís Bento, Miguel Andrade e Tomás de Deus, que recria músicas dos Fab Four.n

23 outubro 2009

O Museu Boom do Rock Português de António Cardoso



António Cardoso
é "Historiador de Arte nas horas mais preenchidas, designer nas demais e, nas que mais importam, homem de família." Mas o que merece grande destaque neste espaço é o projecto online a que chamou de "O Meu Museu do Boom do Rock Português".
Um espaço de interesse enorme onde se podem encontrar uma secção permanente onde se expõem LPs com as respectivas fichas, mas também singles.
Outras secções temporárias (destaque, extra-boom, recortes, lá fora), um glossário, bibliografia, links, bem como uma história breve do acontecimento, completam o edifício museológico.

Para descobrir e marcar nos favoritos: http://museuboom.no.sapo.pt/intro.html

10 agosto 2009

José Mário, Fausto e Sérgio "enfim juntos" em palco

A ideia é antiga mas não tinha sido concretizada. José Mário Branco, Fausto Bordalo Dias e Sérgio Godinho estão a preparar um espectáculo conjunto, para estrear em finais de Outubro, a que foi dado o título Três Cantos e o subtítulo Enfim Juntos. Um e outro resumem o que pode dizer-se desta reunião inédita. O primeiro fixa a diferença e a singularidade dos três cantores e compositores, há mais de três décadas com carreiras e estilos bem definidos no contexto da chamada música popular portuguesa; o segundo dá conta da novidade que é juntarem-se para construir um espectáculo a três vozes.

Não é a primeira vez que os três se cruzam em palcos. Em 1974, logo a seguir ao 25 de Abril, com José Mário Branco e Sérgio Godinho recém-chegados do exílio e Fausto prestes a lançar o seu segundo álbum, que começara a gravar em Madrid, fizeram os três parte do Colectivo de Acção Popular, criado na madrugada de 1 de Maio, que pretendia "pôr a actividade musical" ao serviço das enormes transformações sociais e políticas que começavam nesse mês em Portugal. Nesse período, houve vários concertos em que, com José Afonso e Adriano Correia de Oliveira, entre muitos outros (como José Jorge Letria ou Manuel Freire), subiram ao palco para cantar canções mobilizadoras.

Nos anos que se seguiram, cada um foi cimentando uma via muito própria para a sua música, a partir de uma mesma matriz popular e moderna: José Mário Branco explorando as potencialidades das contribuições corais e até sinfónicas, Fausto Bordalo Dias inovando na utilização do riquíssimo património da música de raiz tradicional e Sérgio Godinho aprofundando a ligação entre a música portuguesa e o universo do rock e da pop.

CD e DVD ao vivo

Mais recentemente, no disco O Irmão do Meio, de Sérgio Godinho, José Mário Branco fez com ele um dueto em Que força é essa. Isso foi em 2003. Em 2004, foi a vez de José Mário Branco convidar Fausto e Sérgio para duetos em canções do seu disco Resistir é Vencer, Fausto no Canto dos torna-viagem e Sérgio em Pão-pão. A participação estendeu-se também aos concertos de apresentação ao vivo do disco, Fausto em Lisboa e Sérgio no Porto.

Agora, concretizando uma ideia que vem já desses anos, os três estão a trabalhar em conjunto, com maior intensidade desde Abril passado, para um espectáculo que não pretende ser uma mera soma de partes. Em palco, deverão apresentar-se os três juntos, com um grupo de músicos ainda não revelado ou só com as suas guitarras, mas também em duo e a solo, cantando músicas próprias ou dos restantes parceiros. Ou talvez algum tema inédito, fruto deste trabalho conjunto que será gravado para editar em CD e DVD.

Os concertos Três Cantos, só hoje anunciados pela Vachier & Associados, que os promove, como "um encontro histórico" entre três "referências não só musicais mas também poéticas do que é cantar em português", estão marcados para o Campo Pequeno, em Lisboa, a 22 de Outubro, e para o Coliseu do Porto, a 31 desse mesmo mês. Os bilhetes, segundo a mesma fonte, serão postos à venda já no dia 13 de Agosto, "nos locais habituais".

Notícia do Público

14 julho 2009

Mapa Etno-Musical de Portugal


Ver o Mapa ao pormenor

Com o apoio do Instituto Camões, é apresentado hoje, às 20h30 - inserido na programação do World Music Festival LX’09, na Ler Devagar, no espaço da LX Factory, o Mapa Etno-Musical de Portugal. Conhecida há muito uma primeira versão, desde sempre exposta no sítio on-line de Júlio Pereira, o mapa ganhou agora uma interessante versão multimédia e interactiva - para além de uma versão física.

Da autoria de Júlio Pereira, com a colaboração do historiador e produtor João Luís Oliva, responsável pelos textos, e com o grafismo de Sara Nobre, o Mapa Etno-Musical de Portugal é uma interessante viagem pelo Portugal musical, pelas suas tradições e pelos seus elementos etno-musicais - com texto, som e imagem. Excelente.

O mapa está disponível no Centro Virtual Camões.

fonte: a trompa

04 junho 2009

João Paulo toca Carlos Bica, Culturgest

Elogiar um amigo poderá parecer algo demasiado óbvio e de pouco interesse.
No entanto é impossível falar sobre o João Paulo sem lhe tecer elogios.
João Paulo é, na minha opinião, o músico referência no panorama da música
improvisada feita em Portugal. Apesar do mercado exigir que um músico traga
sempre consigo, e de preferência em letras bem legíveis, um rótulo musical,
ele recusa-se a fazê-lo, ou melhor, são os rótulos que se afastam dele por
ser demasiado honesto. Músico dono de uma mestria de instrumento e de uma
musicalidade genial raras, João Paulo é muito mais do que apenas um
excelente pianista, ele é um músico capaz de criar do momento, do agora.
Carlos Bica

João Paulo interpretou, recriou e inventou as composições de Carlos Bica. Um
espectáculo único de uma profunda cumplicidade artística.

João Paulo toca Carlos Bica
Hoje, Lisboa, Cultugest, 21h30

http://www.carlosbica.com
http://www.culturgest.pt

13 maio 2009

Foge Foge Bandido em Lisboa e no Porto

Manel Cruz está a prepara dois espectáculos de apresentação do projecto Foge Foge Bandido em Lisboa e no Porto, diz a Antena 3.
Os concertos estão marcados para os dias 9 de Junho no Cinema São Jorge (Lisboa) e dia 12 no Teatro Sá da Bandeira (Porto). Os bilhetes são postos à venda amanhã e custam 15 euros.

13 abril 2009

Blasted Mechanism - Mind At Large

Mind At Large é o sexto álbum de originais da excelente banda portuguesa Blasted Mechanism. Este é o primeiro álbum que os Blasted Mechanism editam sem a presença de Karkov, o vocalista que, em 2008, foi substituído no grupo por Guitshu.
'Start to Move' é o tema que serve de single de apresentação ao disco e que conta com a participação do Professor Agostinho da Silva, um dos maiores pensadores portugueses.
É posto à venda hoje e marca a mudança de imagem da banda. Já está disponível nos generosos sítios do costume.

alinhamento:

1. Under The Sun
2. Grab a Song (feat. Los Reyes)
3. Magic Dance
5. Hello, Here Is The System
6. Panacea
7. Voo de Icaro (feat. Marcelo D2)
8. Hard To Breathe
9. Blast Your Mind
10. Door Of Happiness
11. Source of Light
12. Mind at LArge
13. Liberdade Destino (feat. Agostinho da Silva)

12 abril 2009

Blasted Mechanism nos Açores: Lua Cheia

Aqui fica o eco do relato do Davide Pinheiro sobre a mediática estreia do novo disco dos Blasted Mechanism:

Os Blasted Mechanism apresentaram «Mind At Large» na Lagoa das Sete Cidades perante fãs evangelizados e nativos sedentos de acção.

Não há como negar a evidência: é em palco que os Blasted Mechanism se revelam de corpo inteiro, ou seja, materializam os valores e conceitos que a sua música reflecte. Cada álbum é sinónimo de uma significativa mudança de visual: o novo será o mais futurista.

Primeira prova de fogo: o novo vocalista Guitshu é um sucessor mais do que à altura de Karkov, ou não fosse um antigo fã dos Blasted Mechanism. As novas canções não transformam a matéria cósmica da banda e jogam perfeitamente com alguns clássicos («The Atom Bride Theme» continua a ser catártico).

A música produzida por estes seres vive sobretudo de um poder rítmico que embora repetitivo é eficaz numa lógica de rock`n`roll híbrido. Por muito que ao fim de uma hora de concerto a matéria criativa se cite a si própria de forma constante, os Blasted Mechanism são únicos e inimitáveis.

Dificilmente, poderia haver melhor cenário que a Lagoa das Sete Cidades para que um grupo tão intimamente ligado à génese do planeta apresentasse as suas últimas criações. Os Blasted Mechanism são, acima de tudo, um conceito que joga com a plenitude do universo.

08 abril 2009

a Jigsaw - Like The Wolf



Não se trata de uma crítica pormenorizada ao disco "Like The Wolf" porque ainda não o ouvi todo.
Considerem-se avisados para a beleza das canções que os a Jigsaw escondem neste novo disco.
Em boa hora a Rewind Music me fez chegar simpaticamente um cd de promoção com 4 temas desta nova aventura dos a Jigsaw. Em boa hora porque já tinha ouvido o single "Red Pony" e tinha gostado, além de andar com vontade de os ver ao vivo depois de ler tantos elogios espalhados pela internet.

A música dos a Jigsaw é muito simples e só funcionaria se fosse muito bem tocada e interpretada. E a banda de Coimbra não desilude nada. Atiram-se à sonoridade folk, country e blues com à vontade e arrancam grandes momentos como o dueto "Return to Me" que nos faz lembrar dos tempos áureos dos Tindersticks.
O disco "Like The Wolf" tem tudo para colocar os a Jigsaw no mapa de boas surpresas na música nacional em 2009. Já está à venda desde segunda feira.

http://www.myspace.com/ajigsaw

Festival Novos Fados LX09


Para além dos muitos concertos, o Festival Novos Fados LX09 vai contar ainda com algumas actividades paralelas.
Durante todo o festival estarão presentes algumas editoras independentes que, numa mini-feira colocarão à disposição de todos os seus discos e merchandising. Já estão confirmadas editoras como a Amor Fúria, Raging Planet ou a Tugaland.

Todos os dias, pelas 21 horas, o festival iniciar-se-á com um documentário sobre a música portuguesa. Nesta primeira edição os três documentários pertencem a Tiago Pereira, um realizador já premiado em festivais com o Doclisboa ou o Ovar Vídeo. No dia 9 passará “B (Fachada) – Tradição Oral Contemporânea”, uma viagem pela tradição oral do nosso país. Ao segundo dia do festival, uma banda sonora dos Musgo numa viagem meta etnográfica pelo país com “Meta”. E por fim, uma abordagem ao ritmo e à dança tradicional, a partir do festival Andanças com “Arritmia”.

A terminar todos os dias, o festival terá djs com sets temáticos que resumirão os estilos musicais de cada dia. No dia 9 será o radialista Pedro Moreira Dias da Radar a apresentar o melhor da música cantada em português. No segundo dia, Miss Nicotine traz o blues, o electro e o rock mais alternativo e no último dia Jakovny termina o festival em festa com uma viagem pela world music.

O Festival Novos Fados LX09 pretende ser uma mostra da nova música portuguesa, resumindo em três dias e duas salas, vários estilos e várias formas de expressão da música feita em Portugal.

No dia 9, a Sala 1 recebe o rock exclusivamente cantado em português com as actuações dos Feromona, Oioai e doismileoito. Entre as actuações no “palco principal”, intercalam-se na Sala 2 concertos mais intimistas que neste dia estarão a cargo de João e a Sombra e mais tarde, Samuel Úria. A noite prolonga-se até às 4 da manhã com um dj set dedicado à música cantada em português.

Dia 10, é a vez de na Sala 1 actuarem os Murdering Triping Blues, Gnu e If Lucy Fell dignos representantes do blues-rock, pós-punk e na Sala 2 o electro-rock das Press Play e dos Tsunamiz. O dj set será dedicado aos sons mais electro, rock e industriais.

Finalmente, no dia 11, invade o palco a world music representada pelos The Ratazanas, Anonima Nuovolari e Farra Fanfarra, na Sala 1, e ainda Atma e Anaidcram, na Sala 3. O dj continuará a viagem pelo mundo até ao fecho desta primeira edição de um festival que o Projecto Marginal quer que se estenda no espaço e no tempo com outras musicas, noutras alturas, em mais cidades, sempre com a mesma atitude e cada vez mais qualidade.

Os bilhetes para a 1ª edição do Novos Fados LX custam 5 euros por dia ou 10 euros para os 3 dias e já estão à venda nos locais habituais (Bliss; Fnac; Liv.Bulhosa(OeirasPark e C.C.Cidade do Porto); Ag. ABREU; Worten; C.C.Dolce Vita; Megarede; El Corte Inglés em Lisboa e Gaia; www.ticketline.sapo.pt).

As portas a abrem às 21h00 e o primeiro concerto a arranca nunca depois das 22h00.

Mais informações em:
www.novosfados.com
www.projectomarginal.com

07 abril 2009

o[L][U][D][O] - Nascituro



Representam uma área geográfica que nem costuma ser pródiga em revelar grandes nomes da música actual portuguesa. É o projecto o[L][U][D][O] com sede de operações em Olhão e que chega agora ao conhecimento do público mais atento às novas bandas nacionais com a edição do interessante disco de estreia "Nascituro" (edição de autor).
É uma aposta em seis temas fortes que conseguem prender a atenção do ouvinte.
Os próprios descrevem bem a sua música no Myspace da banda:
"universo de canções que nos conduzem por uma viagem ao imaginário, revestido de cores fortes e de amor.
Uma linguagem de entrega e de rasgos contidos, acompanhada pelas guitarras que impregnam a sua música de calor e brilho e que se fundem numa secção rítmica segura e cativante. Com a garantia de uma expressão portuguesa própria e genuína
."

O disco está à venda desde ontem e o primeiro single é "Ao Virar da Página" que até conta com um videoclip a rodar na televisão.
Nascituro é uma boa surpresa e que está à altura de ascender à divisão principal da música portuguesa, acompanhando os passos do Olhanense no futebol.

04 abril 2009

Born a Lion Hoje no Musicbox



O novo disco dos Born A Lion já anda por aí chama-se "Bluezebu" e é o segundo álbum de originais da banda da Marinha Grande. Rock poderoso que pode ser hoje conhecido no palco do Muscibox.
É de ir.

25 março 2009

LISBOA, CAPITAL, REPÚBLICA, POPULAR no Musicbox

LISBOA, CAPITAL, REPÚBLICA, POPULAR!!

Era, antes da revolução de Abril, um pregão que os ardinas utilizavam para vender jornais e que simultaneamente marcava uma posição contra o regime salazarista. Eram os títulos dos 4 jornais diários de maior circulação, todos eles hoje desaparecidos, mas que durante décadas acompanharam o dia a dia da vida política do séc XX. Hoje, em pleno séc XXI, fazem parte do passado permanecendo contudo na memória de todos aqueles que, antes do início da era digital, diariamente esperavam pela informação que se debatia a fintar a censura na tentativa de dar uma visão mais correcta de Portugal e do mundo.

O Musicbox, para assinalar o dia da Liberdade e o mês da revolução, cria este festival que pretende modestamente contribuir para preservar a memória daqueles que, através da escrita, dedicaram a sua vida à luta pela liberdade e trouxeram à sociedade portuguesa contemporânea a liberdade de expressão, e a democracia a um país que viveu quase 50 anos de censura e uma ditadura institucionalizada onde o medo e a perseguição eram uma constante no dia a dia dos cidadãos.

PROGRAMA COMPLETO

Quinta-feira, 16 / 04
Sérgio Godinho + J.P. Simões + Couple Coffee

Sexta-feira, 17 / 04
Janita Salomé + Sam the Kid + Cool Hipnoise

Sábado, 18 / 04
José Mário Branco + Camané + Dead Combo

24 março 2009

Festival leva nova música portuguesa ao Alquimista

Doismileoito, Murdering Tripping Blues e Farra Fanfarra vão actuar no festival Novos Fados, que se realiza no Santiago Alquimista entre 9 e 11 de Abril.

No primeiro dia, actuam Doismileoito, Feromona, Oioai (Sala 1), Samuel Fúria e João e a Sombra (Sala 2). A 10 de Abril é a vez de Murdering Tripping Blues, Gnu, If Lucy Fell (Sala 1), Press Play e Tsunamiz (Sala 2).

No último dia, é a vez de Anonima Nuvolari, Farra Fanfarra, The Ratazanas (Sala 1), Atma e Anaidcram. Todas as noites haverá também um DJ.

18 março 2009

Fãs "old school" em Portugal

Curiosa reportagem da TVI: Música no Coração com fãs dos Da Weasel - Slimmy - David Fonseca - Xutos & Pontapés.
Conheço um dos fãs do David Fonseca.

17 março 2009

Potugueses no South by Southwest

Seis músicos e grupos portugueses actuam esta semana no festival South by Southwest (SBSW), em Austin, Estados Unidos, um evento em torno da música e do cinema que se faz actualmente em todo o mundo.

Entre repetentes e estreantes no SBSW, a participação portuguesa conta este ano com os Clã, Buraka Som Sistema, David Fonseca, Rita Redshoes, Paulo Furtado e a cantora Nicole Eitner, alemã radicada em Portugal.

O South by Southwest, que começou no dia 13 e termina a no dia 22, é um evento de música, cinema e novas tecnologias que acolhe desde há 22 anos dezenas de bandas, artistas e profissionais da indústria discográfica.

Só na área da música estão previstos cerca de 1.800 concertos que decorrerão em praticamente todos os locais possíveis em Austin.

Os Clã rumam pela primeira vez ao SBSW, para um concerto na quarta-feira numa igreja, a St David´s Church.

Manuela Azevedo, vocalista, explicou à agência Lusa que esta presença no SBSW surge no âmbito de uma estratégia de internacionalização dos Clã.

"Nem sempre tivemos oportunidade de internacionalizar o nosso trabalho, porque as digressões tomaram-nos sempre muito tempo", explicou Manuela Azevedo.

A ida a Austin servirá para fazer contactos e experimentar as canções dos Clã, sobretudo do último álbum, "Cintura", perante um público diferente do habitual.

Além do concerto na quarta-feira, onde estarão apenas Manuela Azevedo, o guitarrista Hélder Gonçalves e o teclista Miguel Ferreira, os Clã querem ver os concertos dos outros portugueses e aproveitar para ver o maior número de actuações internacionais.

"Vamos fazer claque, claro, nos concerto dos portugueses e já temos aqui uma longa lista de concertos que queremos ver, como PJ Harvey e John Parish, Ed Harcourt, Andrew Bird, Micah P. Hinson", elencou Manuela Azevedo.

Paulo Furtado estará em Austin com o projecto "one-man-band" Legendary Tigerman, antecipando o novo álbum que editará em Maio, e David Fonseca regressará ao festival pelo terceiro ano consecutivo.

O músico de "Dreams in colour" contará, desta vez, com a colaboração em palco de Rita Redshoes, a teclista do seu grupo e que lançou em 2008 o primeiro álbum a solo.

Rita Redshoes acompanhará David Fonseca ao piano e o músico retribuirá no concerto da cantora.

A estes juntam-se ainda a cantora Nicole Eitner, que actuará no mesmo dia dos Clã na St David`s Church, e os Buraka Som Sistema, que continuam no périplo internacional de divulgação do álbum "Black Diamond".

Em 2008, o SXSW juntou mais de 12.500 profissionais da indústria musical e nos cinco dias destinados à música foram contabilizados quase duas mil actuações de artistas de 42 países.

Au Revoir Simone, Beach House, Andrew Bird, Gabriela Cilmi, Lila Downs, Fanfarlo, Gang Gang Dance, Ben Harper e Ra Ra Riot são alguns dos projectos que também integram este ano o festival.

18 fevereiro 2009

05 fevereiro 2009

Raridades vol. I - punk/rock português em Vinil

"Raridades vol. I" é o título de uma colectânea que reúne temas inéditos e raros de bandas punk/rock portuguesas dos anos 1980 que a editora independente Zerowork acaba de lançar em 7" vinil branco limitada a 500 cópias numeradas à mão, incluindo Banda Desenhada de Marcos Farrajota.

A edição reúne inéditos dos Censurados e dos Peste & Sida e raridades dos Crise Total e Vómito.

"Raridades vol. I" é apresentado como um documento histórico de uma época em que proliferaram bandas portuguesas influenciadas pelo punk, muitas delas efémeras, mas que marcaram o circuito "underground", explicou Luís Piedade, editor da Zerowork, à agência Lusa.

O disco, que teve uma tiragem de 500 exemplares numerados, é acompanhado de uma banda desenhada de Afonso Cortez (argumento) e Marcos Farrajota (desenho), que recorrem às letras de alguns dos temas para contar histórias passadas em Lisboa nos anos 1980.

A opção pelo vinil prende-se com o facto de ser "uma peça de colecção, com um som melhor do que o CD. Dentro do punk e hardcore é comum coleccionar-se estas raridades e quem acompanha e conhece quer ter isto mesmo só para si, enquanto que com o CD fazem cópias e não dão valor", disse.

No início do Verão deverá sair o segundo volume de "Raridades" e, embora o alinhamento não esteja ainda fechado, incluirá temas dos Grito Final, Ku de Judas e Condenação Pacífica, esta última considerada uma das primeiras bandas anarco-punk portuguesas.

"A ideia é fazer uma colecção com vários volumes dentro deste espírito de inéditos e raridades no punk/rock e subgéneros, mas também com alguma coisa da new wave", indicou Luís Piedade.

Algumas destas bandas já não existem, outras tiveram uma existência intermitente, tocaram no Rock Rendez Vous, gravaram apenas em cassete, tinham músicos em diferentes projectos, e há outras que se mantiveram em actividade até hoje.

Por exemplo, João Ribas, vocalista dos Tara Perdida, esteve na fundação dos Censurados e dos Ku de Judas.

Nuno Rafael, que está hoje na banda de Sérgio Godinho, integrou os Vómito e passou pelos Peste & Sida, banda que este mês assinala vinte anos desde a edição de "Veneno" (1989), com um concerto no Musicbox, em Lisboa.

14 janeiro 2009

Preços

Uma lista de músicos portugueses e dos valores que cobram por cada actuação pode ser encontrada no Marginalizante.

21 novembro 2008

O Universo FlorCaveira

Não resisto a reproduzir o artigo que vem hoje no Ípsilon, suplemento do Público, e que conta a história à volta do novo "hype" português centralizado na editora FlorCaveira e da música pop cantada em português.
Um belo trabalho de João Bonifácio e Mário Lopes para ler aqui:

Está qualquer coisa a acontecer aqui e ainda não sabemos bem o que é.
Podíamos dizer: de repente, graças aos discos de Tiago Guillul, "IV", e dos Pontos Negros, "Magnífico Material Inútil", a pop em português voltou a valer a pena. Tiago, além de fazer o seu álbum, ainda produziu os Pontos - que curiosidade engraçada, este é um bom momento, que golpe de sorte, amanhã isto acabou, foi bom, foi bom...

Mas não é isso.
Tentemos de novo: de repente, graças a Tiago Guillul e aos Pontos Negros voltámos a gostar de ouvir a nossa língua. De repente cantar em português deixou de ser um assunto. E de repente o português parece ser a língua natural de uma canção pop. Isto graças a Tiago Guillul e aos Pontos Negros.
Mas, esperem, também não é nada disto.

Os factos dizem: depois de Guillul e dos Pontos vieram discos de b fachada ("Viola Braguesa"), agora o EP de Samuel Úria, "Em Bruto", e a grande estreia de João Coração ("Número 1. Sessão de Cezimbra"). Todos na FlorCaveira, a editora de Guillul, todos em português. A estes podemos acrescentar "Uma Vida a Direito", discos de estreia dos Feromona que, apesar de editado na Catadupa, pode ser incluído no movimento.

E ainda falta a estreia de Os Golpes e de Os Quais, bandas da AmorFúria, editora/agenciadora que tem organizado os concertos desta gente toda - concertos, ainda que em salas pequenas, sempre cheios, com miúdos e semi-graúdos (entre os 18 e os trinta e poucos) a cantarem de cor as letras e em estado de euforia.
E em cada um destes discos - ou nas canções que lhes conhecemos dos concertos ou do Myspace - torna-se óbvio um dado fundamental. Estes tipos não escrevem canções em português como é normal. São cultos e têm com a língua uma relação lúdica - escrevem de forma "esperta" mas não explicitamente literária, apesar de isso apenas ser possível em gente lida.

A hipótese é esta: estamos a viver um daqueles momentos a que se retorna vinte ou trinta anos depois. Arranjando as palavras de outra forma: já não havia pop tão descaradamente à vontade com ser portuguesa desde os idos de G.N.R., já não havia pop tão descaradamente centrada na nossa bandeira desde os Heróis do Mar, desde Variações que não havia pop tão orgulhosa de dividir os pés entre Nova Iorque e o subúrbio.
Quem é esta gente que entra de rompante pela nossa música adentro (mesmo que alguns já componham há muito), e o que os une? E o que é que há no português deles que os autonomiza das anteriores bandas nacionais e os torna especiais?

Qualquer resposta passa pela FlorCaveira e pela AmorFúria, as duas estruturas fundamentais, geridas por Tiago Guillul e Manuel Fúria (membro d'Os Golpes). E passa pelos trovadores de serviço, que esta semana lançam os seus discos, Samuel Fúria e João Coração.

O encontro
2007 foi um ano bom e um ano mau para Manuel Fúria. Por um lado teve uma depressão, que o levou a deixar o curso de Cinema em que se tinha inscrito após abandonar Filosofia ao fim de dois anos. Por outro "foi aí que a cena musical começou a bombar". Há um ano, Manuel ainda não era Fúria (nome artístico), mas sim Barbosa de Matos. E um dia encontrou na net Os Lacraus.
"Estava a andar pelo Myspace e ouvi Os Lacraus. Pensei: 'Como é que isto não é considerado a melhor banda de agora?' Fiquei fascinado". Manuel era doido pelos Lacraus.

Os Lacraus, entretanto, tinham encerrado actividade. Eram a banda de Tiago Cavaco, conhecido por Tiago Guillul. A história de Cavaco é hoje conhecida pelo lado "exótico" de ser padre baptista e punk-rocker. Cavaco faz música há meia vida. Mas só a 17 de Junho é que um disco seu, "IV", chegou às lojas. Foi o culminar de um processo de legitimação da "persona" de Cavaco que passou - em parte - pela blogosfera: o seu blogue (vozdodeserto.blogspot.com) faz parte da primeira leva de diários online, e cedo se destacou pelo seu exímio talento em escrever textos de quatro linhas que facilmente oscilavam entre o humor corrosivo, a inquirição metafísica (para não limitar o seu universo à religião "strictu sensu") e a pura mundanidade.

"IV" é, como o nome indica, o quarto disco a solo de Guillul, senhor de uma produção habitualmente profícua. Os anteriores tinham passado despercebidos aos melómanos (quanto mais à população em geral), mas desta vez houve uma diferença: Tiago foi aconselhado.
É aí que entra João Coração: "Quando o Tiago fez o 'IV', queria fazer logo a seguir o 'V', mas convenci-o a não gravar mais nada e mandar o disco para as lojas". Com o disco nas lojas a imprensa foi atrás dele e seguiu deliciada a história do pregador punk. Como Guillul produzia na altura os Pontos Negros (banda que descobrira), estes beneficiaram do hype e o momento instalou-se.

Mas como chegou João Coração a Guillul e porque raio só então é que a imprensa apanhou Guillul?
Há que voltar atrás. Fúria descobrira os Lacraus. E Cavaco foi parar à página do Myspace dos 400 Golpes, a banda que Fúria tinha entretanto montado.
Fúria: "O grande passo deu-se quando o Tiago, assinando pelos Lacraus, escreveu na nossa página 'Me gusta los 400 Golpes'". Fúria sentiu-se legitimado, apoiado. Andava a fazer bandas desde os 14 anos, sempre a debater-se com um problema: "Nessa altura já queria cantar só em português", o que não era bem recebido pelos restantes músicos. Agora tinha companhia.
"Marquei um almoço com o Tiago e com o Bernardo Barata [dos Feromona]". Manuel Fúria ia convidá-los para um projecto seu, o Portugal Mix, "uma festa no Musicbox, que nunca chegou a realizar-se, centrada na questão da língua portuguesa na pop - queria juntar por um lado o Vítor Rua, o Miguel Esteves Cardoso, o João Peste, por outro queria pegar na FlorCaveira, na Catadupa [editora dos Feromona] e na AmorFúria". A AmorFúria, note-se, ainda não existia. Não foi a única vez que Manuel pôs o carro à frente dos bois: quando convidou os Smix Smox Smux, trio de Braga, para as fileiras da editora, esta ainda não tinha oficialmente nascido.
Manuel é um tipo de projectos. Chegou ao almoço com a proposta de fazer "um disco e um livro" a partir do Portugal Mix. O projecto nunca chegou a ir para a frente, mas ficou a amizade. "Quando começámos a falar sobre Deus e fé, foi aí que se deu o clique. Percebemos que havia algo mais forte que a música a unir-nos".

É que Fúria estudou no Colégio de Jesuítas de Santo Tirso. É daí que a malta d'Os Golpes, a sua banda (segunda encarnação dos 400 Golpes), se conhece.
João Coração tinha dado com Manuel Fúria no curso de cinema. Um dia respondeu ao apelo do amigo: "O Manuel teve a ideia de fazer a AmorFúria. Convocou uma reunião e disse: 'Vamos fazer uma companhia de discos e filmes'. Mais tarde é que se tornou agência - e entretanto temos estado a fazer os nossos próprios vídeos".

O cinema uniu Coração e Fúria, o Myspace juntou o Amor à Caveira. E Coração trouxe João Santos, que durante anos trabalhara na indie Ananana e agora tem a sua distribuidora, a Mbari. Santos terá percebido o potencial que havia por trás não só da música como das ideias: e mais que pôr os discos nas lojas, pô-los na imprensa. E a imprensa gosta de uma boa história.

A ideologia
Rapidamente a AmorFúria tornou-se a plataforma de organização de concertos da malta da FlorCaveira. A rir-se, Fúria diz que Guillul e amigos eram "gajos escondidos na toca e ressabiados por não serem reconhecidos".
Há uma diferença fundamental entre os membros originais das duas editoras: o pessoal da FlorCaveira é gente dos subúrbios, os rapazes da AmorFúria são meninos burgueses.
Enquanto Manuel Fúria passou os últimos anos a escrever manifestos sobre "o sonho" de "devolver ao Mundo a grandeza de Portugal", Tiago, Samuel Úria e restantes moços passaram uma vida a dar concertos - e Tiago vem do hardcore. Repesquemos a entrevista acima citada, em que Tiago mencionava um momento fundamental do seu crescimento: "O dia em que o Rodrigo [vocalista dos X-Acto, banda hardcore dos anos 90] leva uma crista espetada para o liceu, tinha o liceu todo a olhar para ele num misto de escárnio e adoração. Ele era um tipo cool do polivalente. Tornámo-nos amigos, até lhe dei umas lições de baixo antes de ele estar nos X-Acto, ensinei-lhe músicas dos Resistência".

A ideia de "tipo cool do polivalente" com crista, o fascínio de Cavaco por esta simples mistura em que os Resistência encontram o hardcore demonstra que esta é uma geração que já cresce dentro da cultura popular - capaz de flirtar com as mais variadas referências e a ter de conviver com a diferença à força.

Úria, tal como Cavaco, é Baptista. E tal como Fúria, vem de fora da cidade (Tondela). Não se cresce Baptista sem que isso tenha um preço, em particular num país que ainda não sabe integrar a diferença, como diz Cavaco.

E isso é mais um elemento que as gentes destas duas editoras conhece bem: nenhum cresceu sossegadinho num único sítio e num único estrato social. Fúria e Coração podem vir da classe média alta, mas sabem o que é não estar integrado: Coração andou a saltar de terra em terra e de curso em curso, Fúria falou ao Ípsilon de ser filho de lisboetas que foi cedo para Santo Tirso e de lá sentir-se lisboeta e cá sentir-se nortenho.

Não é preciso tirar um curso de psicanálise por correspondência para perceber que isso está na raiz da vontade de transformação que todos têm - e que se vê na facilidade com que criam ícones, se tornam imagens. Digam isto a Cavaco e a resposta é simples: "Mas a pop não é isso? Se um tipo não pode fazer isso na pop, onde é que pode?"
(Pormenor: seja porque razão for, a malta da FlorCaveira sempre teve a mania de fazer concertos em conjunto, o que agora aumenta com a presença dos moços da AmorFúria. No entanto, toda essa festa em palco, por vezes, soa a anos 60. Não por acaso Manuel Fúria adiz que o ícone comum a todos é Bob Dylan.)

Há outra coisa que os une: todos são literatos - a ideia do português como sendo natural é muito bonita, mas aquelas letras são trabalhadas até ao limite da simplicidade. Em casa de Fúria há livros por todo o lado, cada vez que encontrámos João Coração ele trazia um livro na mão, acerca de Cavaco nem é preciso dizer mais nada e quanto a Úria basta citar "Desliga a TV", do EP "Samuel Úria & As Velhas Glórias": "Saramago é bom mas não traz a salvação/ quem tem medo do Lobo Antunes devia ter temor a Deus".

Durante anos os Baptistas tinham cantado para si e para os amigos de liceu, enquanto casavam, tinham filhos e trabalhavam. Durante anos os burgueses tinham desistido de cursos e imaginado uma vida criativa que não se materializava. Até que a net os uniu. O que é engraçado é que no momento em que a net globaliza o mundo, eles, em vez de tentarem à força falar de assuntos universais, olham para o seu pequeno mundo, olham-no em português e são legitimados por isso.
Úria: "A internet traz alguma legitimação. Em vez de círculos conspiratórios de duas ou três pessoas que se reúnem no café, há pessoas a puxar umas pelas outras em vários sítios do país". E acaba: "andamos ali a apoiar-nos uns aos outros e a exortar-nos uns aos outros".
A AmorFúria começa inspirada na FlorCaveira e ajuda os homens da editora de Cavaco a arranjar concertos com regularidade, mas o mais importante é essa questão de exortação mútua: de repente esta gente sente-se legitimada.

E essa legitimação já extravasou: Úria ainda não tem um CD nas lojas (mesmo já tendo gravado EPs) mas já um pequeno furor à volta dele. Desde o concerto dos Pontos Negros no MusicBox, que Os Golpes (abriram essa noite) ficaram como referência de uma data de miúdos (e graúdos). O fenómeno fez chamar a atenção para bandas amigas mas que não pertencem ao catálogo das duas editoras, como os Feromona. E ontem, quinta-feira, b fachada foi ao Portugal no Coração - o que significa que este pequeno fenómeno não é pensado para ser uma brincadeira de culto.
Se eles não tiverem essa ambição, têm pelo menos o sonho. Graças a eles voltou a valer a pena ouvir pop em português. Resta saber se entretanto o típico moço português de vinte anos perdeu a vergonha à sua língua.