domingo, 8 de novembro de 2009

Eco-parvoíces

Muitas foram as ocasiões em que nestas páginas manifestei a minha antipatia, desprezo até, pelos ambientalistas. Não contra nenhum em particular, nem para com a causa ambiental, mas relativamente ao fundamentalismo que os grupos organizados colocam naquilo que consideram ser defesa do meio ambiente e que, quase sempre, mais não é que manifestação de parvoíce e desconhecimento da parte de quem cresceu e vive no meio do betão, sem nunca ter vivido no campo ou ter tido contacto com a natureza e com a bicharada que por lá habita.
É por estas e por outras que gosto de, de vez em quando, dar uma vista de olhos por sites e fóruns onde estes temas são tratados e discutidos. Vale a pena, garanto. As questões suscitadas pelos intervenientes estão quase ao nível do consultório sentimental da “Maria” e as perguntas colocadas podem ser consideradas como a versão ecológica das que se lêem naquela publicação. Em lugar da jovenzinha ingénua que pretende ser esclarecida quanto à probabilidade de engravidar por ter passado à porta de um WC para homens ou se pelo facto de outro jovem a ter olhado de soslaio estará apaixonado por ela, podemos encontrar coisas deste tipo:
“Como posso repelir um rato que apareceu na minha cozinha sem o magoar?”. A solução sugerida, com imagem e tudo, surge ao melhor estilo de um qualquer aprendiz de McGyver e é a que se segue:
“A melhor forma de apanhar ratos sem crueldade nem morte consiste no seguinte:
Arranja um tubo de papel higiénico e faz dois vincos no sentido do comprimento de maneira a obter um túnel com os lados planos;
- Põe uma guloseima ao fundo do tubo;
- Arranja um balde alto;
- Coloca o tubo mal equilibrado na ponta de uma mesa ou balcão com a guloseima directamente sobre o balde;
- O rato correrá através do túnel e cairá no balde;
- Liberta o animal bastante longe da tua casa”.
Arranjar um gato era capaz de ser uma alternativa igualmente ecológica…a menos que esta gente seja fundamentalista ao ponto de tornar o bichano vegetariano.
E casos há ainda mais dramáticos. Veja-se este: “Gostaria de saber como posso repelir centopeias de casa, evitando o seu sofrimento. Para mim, isto é uma informação muito importante, pois aparecem bastantes em minha casa e eu tenho quase fobia a elas”:
A resposta não ajuda muito e é a que se segue:
“Fobia de centopeias? lol, entendo, mas não se deve ter fobia de animal nenhum, ainda mais quando eles são inofensivos. Eu já tive uma grande fobia às aranhas e venci-a. Devemos pensar sempre que o animal de que temos medo é que tem medo de nós, e não deixar que o nosso medo injustificado nos leve a sacrificar uma vida. Quanto ao que fazer para as afastar, peço desculpa mas não posso ajudar muito…”
Bolas…e eu è espera de uma solução mais engenhosa do que aquela que preconizo e que envolve uma vassoura e o esmagamento sumário do rastejante…

3 comentários:

  1. Anónimo1:36 p.m.

    Já leio este blogue há algum tempo sem comentar, mas a verdade é que hoje tenho que rir.
    Cada um vê a "ecologia" dos bichos como quer, eu vejo da parte mais facil, se uma osga é ecensial para o eco sistema porque como os bechanos e as moscas, eu continuo a matar as ditas porque não quero que um dia por descuido uma delas me vá entrar para dentro da panela da sopa.
    ou ela ou eu. hehehhe

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  2. Anónimo11:15 a.m.

    Vivemos todos em simbiose, harmonia, e a biodiversidade é necessaria.
    Mas, a estes "textos"´ecológicos chamo-os de FUNDAMENTALISTAS.
    Ora sempre houve uma coisa que se chama 'eliminar as pragas com predadores naturais', é o exemplo do gato-rato.
    Eu mato 1 rato, 1 centopeia, 1 lagartixa, 1 barata, etc e não tenho problemas de consciência, assumo os meus 'assassinatos' por vezes em série...
    E sou 1 acérrima defensora do meio Ambiente!
    MFCC

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  3. Já o meu avô, se fosse vivo teria 111 anos, dizia que os fundamentalistas faziam-lhe lembrar os chatos agarrados aos colh... (ou seja, os ditos-cujos)...
    Rato, para mim, é como o bandido: é para ser enterrado de pé, para ocupar menos espaço público...
    Compadre Alentejano

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