Ah! Se vendessem paciência nas farmácias e supermercados... Muita gente iria gastar boa parte do salário nessa mercadoria tão rara hoje em dia. Por muito pouco a madame que parece uma "lady" solta palavrões e berros que lembram as antigas "trabalhadoras do cais" ... E o bem comportado executivo? O "cavalheiro" se transforma numa "besta selvagem" no trânsito que ele mesmo ajuda a tumultuar... Os filhos atrapalham, os idosos incomodam, a voz da vizinha é um tormento, o jeito do chefe é demais para sua cabeça, a esposa virou uma chata, o marido uma "mala sem alça". Aquela velha amiga uma "alça sem mala", o emprego uma tortura, a escola uma chatice. O cinema se arrasta, o teatro nem pensar, até o passeio virou novela. Outro dia, vi um jovem reclamando que o banco dele pela internet estava demorando a dar o saldo, eu me lembrei da fila dos bancos e balancei a cabeça, inconformado... Vi uma moça abrindo um e-mail com um texto maravilhoso e ela deletou sem sequer ler o título, dizendo que era longo de mais. Pobres de nós, meninos e meninas sem paciência, sem tempo para a vida, sem tempo para Deus. A paciência está em falta no mercado, e pelo jeito, a paciência sintética dos calmantes está cada vez mais em alta. Pergunte para alguém, que você saiba que é "ansioso demais" onde ele quer chegar? Qual é a finalidade de sua vida? Surpreenda-se com a falta de metas, com o vago de sua resposta. E você? Onde você quer chegar? Está correndo tanto para quê? Por quem? Seu coração vai agüentar? Se você morrer hoje de infarto agudo do miocárdio o mundo vai parar? A empresa que você trabalha vai acabar? As pessoas que você ama vão parar? Será que você conseguiu ler até aqui? Respire... Acalme-se... O mundo está apenas na sua primeira volta e, com certeza, no final do dia vai completar o seu giro ao redor do sol, com ou sem a sua paciência...
Conta uma fábula que o pai de um jovem de temperamento difícil lhe deu um saco de pregos, um martelo e uma ordem: Cada vez que perdesse a paciência deveria pregar um prego na cerca dos fundos da casa. No primeiro dia, foram 37, mas, com o tempo, o número foi diminuindo, porque o rapaz foi percebendo que era melhor controlar os impulsos do que pregar pregos. Até que chegou o dia em que, orgulhoso, disse ao pai que não precisava mais pregar, porque tinha aprendido a se controlar. O pai então lhe disse para retirar um prego a cada dia que se mantivesse calmo e controlado. Após um tempo, o jovem contou ao pai sua grande vitória: Não havia mais pregos na cerca. O pai sorriu e levou o filho aos fundos da casa. Observaram juntos a cerca e o pai perguntou:
-E agora, o que você vai fazer para apagar as marcas deixadas pelos pregos? "Palavras sempre deixam marcas, e muitas vezes, não nos orgulhamos delas." Procure sempre contar até 10!