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segunda-feira, 24 de junho de 2013

"apalpar a noite é um começo de escrita"




Um terror de cães com a rua dobrada (o vento a arder uma representação violenta da passagem), recado posto em meio à brancura da geladeira, lembro dum grito colorido de
sirene: apalpar a noite é um começo de escrita, falávamos disso, os nossos labirintos,

e dissolvendo o açúcar
de cada angústia no nosso demônio bêbado: transávamos o desejo se inventando, as infâncias comedoras de éter. Periferias,

tiro, bala, bilhetes como corpos transpirantes para drogar os olhos, e após as linhas, no fundo sanguíneo de paredes úmidas.

Redigidos à mão nervosa, solucionaram encontros sob uma janela de fundos falsos. Olha lá fora, na esquina dos versos envelhecidos,
onde marcham são já os que não deveriam passar, temperados pela escuridão (sobre eles, idealistas conjecturarão a maldade), repara que

tremeluz em cada a feição própria do
abismo.

(Deve recordar que chorei, derradeiro, o hino socialista que cantou seu sorriso.)

*


Poema de Viktor Schuldtt. Leia mais do autor em: http://desterritoriosilencios.blogspot.com.br