Seguidores

Mostrar mensagens com a etiqueta Fontes. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Fontes. Mostrar todas as mensagens

domingo, 6 de março de 2022

Fonte do Miguel

Aparentemente era uma bica com uma telha canudo, no morro baldio que era o lugar da Eira, igual a outras que havia espalhadas pelas terras. Algumas terão desaparecido pelas alterações que fizeram nos terrenos onde se encontravam, por terem secado as nascentes ou terem deixado de ser utilizadas após o abastecimento domiciliário de água. 
Esta terá ganho o nome "do Miguel" porque foi um homem chamado Miguel que deu esta fonte aos moradores da Lage e Ribeiro, que passaram a lá buscar água para uso doméstico em casa, para o vivo, etc...
Há ainda quem se lembre lá ir todos os dias buscar a água para os gastos de casa e diga: - "Antigamente as famílias tinham muita gente e era preciso ir lá duas e três vezes para dar para as necessidades da casa: para fazer o comer e lavar a loiça, para a gente se lavar e para o vivo; só a roupa é que a íamos lavar à poça ou ribeiro".
- "O empedramento já foi feito pelo tio Daniel Novo (pai da Luzia), pelo tio Carlos Guerra (filho do tio Miguel) e outros vizinhos do Ribeiro e da Lage, mas ficou sempre como obra do ti Miguel Guerra".
- "No tempo dos míscaros íamos limpá-los para a fonte do Miguel porque lá havia água com fartura, nessa altura não havia tanta exploração de água dos lençois subterrâneos".
- "O caminho até à fonte não era fácil, tal como não é hoje! No inverno, quando nevava ou geava, era muito perigoso, porque a gente escorregava, mas quando havia cheias ficava muitas vezes submersa"."Outro contra era a abundância de sanguessugas, eram tantas que as crianças tinham receio de lá ir buscar água".
- Para atravessar o ribeiro com pés enxutos havia um passadiço de pedra". 
- "Agora já está quase seca, mas a Junta ainda a limpa todos os anos".


Família

Miguel nasceu em Forninhos a 21 de Março de 1865, era filho de António Dias Guerra e Rosa de Andrade, ambos de Forninhos. 
Casou com Maria dos Santos Moreira (eram terceiros primos) a 21 de Fevereiro de 1889. 
Foi barbeiro e  autarca da 1.ª República (Presidente em 1918) (Vice-Presidente entre 1921-1922).
Faleceu a 16 de Maio de 1939.

Batismo do Miguel Guerra

Casamento do Miguel Guerra

Filhos do Miguel Guerra:

- Gloria, nasc: 06-11-1889; faleceu a 31-03-1890, tinha 5 meses
- Rosa, nasc: 05-02-1891; faleceu a 29-05-1894, tinha 3 anos
- Bernardino, nasc: 03-04-1894, faleceu a 07-11-1898, tinha 4 anos
- Martina, nasc: 02-02-1897; faleceu a 08-01-1897, tinha 10 anos
- Carlos, nasc: 10-09-1905, que eu ainda o conheci. Teve uma vida anormalmente longa para aqueles tempos...os seus irmãos morreram entre os cinco meses e os dez anos de idade.

Carlos Guerra (filho de Miguel Guerra)

Miguel Guerra teve 4 irmãos de acordo com a informação obtida no registo de óbito da sua mãe, Rosa de Andrade. Faleceu com 45 anos e deixou 5 filhos:

-  Maria de Andrade, casou com José António. O casal teve uma filha, chamada Beatriz, mas que faleceu com 12 anos. 
-  José Guerra, casou com Madalena Fernandes, foram os pais de Antonio Guerra, (marido da tia Maria Lameira) e de Adelina  Guerra. 
António Guerra, casou com Ana Guerra. Tiveram os seguintes filhos: Adelina, faleceu com 10 meses; Maria, batizada em perigo de vida; faleceu com 4 meses; José; Ana; António, faleceu com 10 meses; Adelina (segunda do nome); Casemiro e Luis.
-Maria dos Prazeres, casou com Antonio Esteves da Fonseca. O casal teve 9 filhos: António; Maria Augusta (faleceu em 8 de Abril de 196 e 6?); Alipio (faleceu com ano e meio); Celestino; Olivia (faleceu com ano e meio); Jose Augusto (faleceu a 21-04-1963); Madalena (faleceu a 20-01-1946); Olivia (segunda do nome, faleceu com 3 anos); Olinda.

Nomes do passado de Forninhos, que ainda permanecem nas conversas de geração para geração...

sábado, 16 de julho de 2016

Dias de canícula



Forninhos, 34 graus neste momento. Por lá a canícula de verão queima o rosto e a bica da fonte da Lameira generosamente jorra água, com uma corrente suficiente para refrescar os forninhenses e matar a sede a quem lá fôr com água da mina do Picão.

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Os bailaricos

Na primeira metade do século passado, o bailarico era a principal atracção nas tardes de domingo (excepto na quaresma), onde todos dançavam ao toque duma concertina ou uma gaita de beiços (realejo), com modas da tradição musical e popular: fandangos, contradanças, viras e corridinhos, em que o próprio tocador não perdia uma. A mocidade chamava o tocador  de fora para a função: as raparigas confeccionavam o comer e os rapazes faziam uma colecta para arranjar uns cobres para o compensar.

Largo da Fonte

Imaginem o Largo da Fonte repleto com a sua gente que, de roupa domingueira, se apresentava para a única distracção a que tinham direito depois duma intensa semana de labuta. 
A tia Cecília com um pau na mão, junto ao baile, a correr com os miúdos para irem para a igreja rezar o terço.
Imaginem também o povo que não dançava, as mães sentadas em volta da fonte e no muro do pátio da tia 'Pincha' a ver como as filhas se comportavam.
Encontrões, piscadelas, uma saia rodada que mostrava mais do que devia...as filhas não podiam dar 'cabaço' a um rapaz, caso o fizessem para dançar com outro, armava-se logo ali uma algazarra.
Na segunda metade do século começaram a surgir os rádios e os gira-discos e os bailes domingueiros já se faziam junto ao Café do Sr. Virgílio, que tinha um altifalante por cima da porta d'entrada; só nos dias de festa da aldeia era hábito 'falar' a um tocador de fora.
Depois vieram os conjuntos musicais, mas isso já exigia maior preparação para o baile e cartazes a anunciar o baile pelas aldeias vizinhas, algumas vezes, estabelecendo entradas pagas.
Com o correr dos tempos os bailes foram perdendo terreno para outras manifestações mais cosmopolitas e, com isso, começou a ser mais rara a iniciativa popular, hoje, quase só por iniciativa das comissões de festas e autarquia ainda se consegue trazer à memória e à saudade do povo, o antigo baile popular.

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

As árvores da saudade

Nesta Quadra de Natal é devido que dirija uma prenda especial a todos os nativos de Forninhos. As árvores da saudade...imagens de um Forninhos desaparecido.


Podemos ver as árvores: da fonte e da Lameira (que havia)


e uma fonte sem "coreto" (que não havia) 

Bem-Haja, Dr. Ilídio Marques por partilhar estas relíquias.

sábado, 20 de setembro de 2014

Três Chafarizes

São três chafarizes que existem desde 1979, ano que deve ter sido muito importante em Obras Públicas, de notar, que nessa data construiu-se também o tanque colectivo do Outeiro, com tanques individuais, onde as mulheres, principalmente as do Outeiro, lavavam a roupa, hoje quase sem utilidade, como já aqui algures foi referido.
Nessa data, 1979, o autarca da altura soube trazer para a terra essas obras, que nesse tempo, só podiam ser bem aceites, pois a aldeia passava a ter água canalizada em condições sanitárias avançadas. A água vinha para os chafarizes canalizada desde a nascente e depósito da "Dovinha". Já lá vão 35 anos e os chafarizes estavam sempre apresentáveis. Agora estão esquecidos e sujos. Nas fotos não dá para ver bem toda a sujidade, mas que o estão, estão!

Chafariz do Lugar

Chafariz da Lage dos Cordeiros

Chafariz da Lameira

Presentemente a água já não vem da Dovinha. É canalizada do furo - ali ao pé do cruzamento do "Alambique" - para o depósito que se situa na S. dos Verdes e daí para a aldeia. Será que no depósito da S. dos Verdes não há água suficiente para lavar a cara dos chafarizes da freguesia?
Deixamos aqui este 'Post' e pedimos à jf Forninhos que se apresse a resolver esta questão, um desejo para um Forninhos de Amanhã mais Limpo!

terça-feira, 27 de maio de 2014

A Poça da Eira/Fonte do Miguel

A "Poça da Eira/Fonte do Miguel" foi, no passado, dos lugares mais procurados pelos forninhenses. Mas isso foi noutros tempos... 
As fotografias já com quase 5 anos, falam por si, como dizem os manuais de comunicação; as tiradas recentemente optei por não publicá-las porque o que ali encontramos é um cenário ainda mais lamentável, consequência dos rigores do último Inverno.


Desde há vários anos a esta parte que a situação se vem arrastando e a única intervenção que se registou foi a limpeza do muito lixo e "mato" que já nem a fonte deixava ver, mas o "mato" volta todos os anos a crescer e plantaram duas ou três árvores também.
No entanto, não deixa de ser curioso que a recuperação da Poça da Eira seja uma presença habitual entre as promessas eleitorais das forças partidárias que se têm apresentado a votos para a Junta de Freguesia de Forninhos, porém, até hoje, tudo permanece na mesma e nem o esboço de um qualquer projecto de intervenção se conhece: no seu plano de actividades o partido que venceu as últimas eleições autárquicas (Psd) disse que comprometia-se a concretizar a "Requalificação da zona ribeirinha da Eira" sem adiantar qualquer pormenor. Os Independentes, embora vencidos, também disseram que pretendiam efectuar a "Limpeza do Ribeiro dos Moncões desde o Porto até à Pontinha." (integrando este local).
Mas mais do que entrar em questiúnculas políticas/partidárias, acho que importa fazer alguma coisa por este lugar antes que seja tarde de mais.

Fonte do Miguel
Vão se calhar dizer, agora, que a concretização dos "compromissos" dependem da Câmara. E, não vão dizer, que o novo regime jurídico das autarquias locais, previsto na Lei 75/2013, de 12 de Setembro, confere novas responsabilidades e competências para as Juntas de Freguesia, para o que importa, o que puder ser tratado pela Junta de Freguesia não o deve ser pela Câmara, e ainda bem, pois fica assegurada uma maior transparência e uma maior aproximação entre o decisor e o cidadão destinatário.
Das competências materiais conferidas às Juntas de Freguesia, cabe destacar:
- Discutir e preparar com a Câmara contratos de delegação de competências e acordos de execução;
- Promover a conservação de abrigos de passageiros existentes na freguesia;
- Gerir e manter parques infantis públicos e equipamentos desportivos no âmbito local;
- Gerir, conservar e promover a limpeza de balneários, lavadouros e sanitários públicos;
- Conservar e promover a reparação de chafarizes e fontanários públicos;
- Colocar e manter as placas toponímicas;
- Emitir parecer sobre a denominação das ruas e praças das localidades e das povoações;
- Conservar e reparar a sinalização vertical não iluminada instalada nas vias municipais;
- Proceder à manutenção e conservação de caminhos, arruamentos e pavimentos pedonais;
- Administrar e conservar o património da freguesia;
- Elaborar e manter actualizado o cadastro dos bens móveis e imóveis propriedade da freguesia;
-Participar, em colaboração com instituições particulares de solidariedade social, em programas e iniciativas de acção social;
- Apoiar actividades de natureza social, cultural, educativa, desportiva, recreativa ou outra de interesse para a freguesia.
Compete ainda à Junta de Freguesia o licenciamento das actividades ruidosas de carácter temporário que respeitem a festas populares, romarias, feiras, arraiais e bailes.
Etc.
A lei em apreço deu, portanto, mais responsabilidades e competências às Juntas de Freguesia e isso é bom!

Nota:
Todas as fontes e os chafarizes (que vieram mais tarde) necessitam ser limpos, inclusive limpeza de pedra, mais não seja, por terem sido obras, no passado, tão necessárias para o povo; um memorial de tempos carregados de estórias vividas e contadas, enquanto na fila se aguardava a vez de cada um encher o seu cântaro ou a sua bilha de barro com água fresca.
Sobre este assunto, podia fazer um artigo e não uma simples nota, mas para já fica esta anotação só para lembrar que "conservar e promover a reparação de chafarizes e fontanários públicos" é uma das competências da Junta de Freguesia.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Memórias da Fonte do Lugar (ou Fonte Nova)


Como já em tempos escrevi sobre a fonte da Lameira, vou-me referir hoje à fonte do Lugar e algumas recordações da minha infância e adolescência. Havia ali oliveiras e pedras.
Na infância a fonte era uma espécie de viveiro: íamos para lá apanhar uns seres inocentes de nome 'moiras' para trazê-las algumas vezes para casa. Quando crescemos e já tínhamos mais 'autonomia', nas pedras nos sentávamos nas tardes de Domingo até ao anoitecer. Já durante a semana, na hora da sesta, numa altura que se ía para o rio da Quinta da Ponte, no regresso a casa parávamos sempre na fonte do Lugar para matar a sede, porque nessa altura ainda se podia beber água da fonte sem nos preocuparmos se a água era controlada ou não!
Para alguns leitores terá sido nesta fonte onde durante o dia deixavam os cântaros em fila, enquanto iam trabalhar. Pediam, neste caso, aos vizinhos para lhos encher quando chegasse a sua vez. De madrugada, das pias apanhavam água para dar de beber às vacas, as grandes 'companheiras' no trabalho e transporte e também fonte de rendimento.
Hoje tudo isto são vivências impossíveis de voltar a acontecer...pois se até a fonte mudou de sítio (encontra-se no meio de uma rotunda, portanto numa zona não pedonal).

Foto: fonte do Lugar, cortesia de João Albuquerque.

terça-feira, 5 de abril de 2011

Memórias: Fonte da Lameira

Para começar Abril, optei por uma imagem de um lavadouro/fontanário, artisticamente um dos mais bonitos, de Forninhos, muito vivo nas nossas memórias, pois ficava num local de passagem habitual de quem se dirigia para a escola e para a Igreja. Para a criançada da escola velha (e escola nova também) foi palco de muitas aventuras, traquinices e diversão. Todos nós já aqui bebemos água. Seja Verão ou Inverno todo o ano sai fresquinha, aliás, muitos forninhenses que vivem fora da freguesia, sempre que voltam, não regressam sem beber um pouco de água desta fonte a que dão o nome de fonte da Lameira, tanque da Lameira, fonte Velha. 
Nos anos 80 a Junta de Freguesia procedeu à sua cobertura, com estrutura em chapa ou em betão, o que em nada dignificou este nosso património rural. Pela importância que os fontanários tiveram noutros tempos e pelo significado que ainda têm, importa, pois, que haja nas pessoas e sobretudo nos representantes desta terra a sensibilidade necessária à valorização deste fontanário que faz parte do património desta terra e da sua população, que tão pouca atenção tem merecido.
Este monumento público foi erigido de acordo com o estilo que o Governo de Salazar definiu na época.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Fonte da Lameira

Pode dizer-se que é um dos sítios mais emblemáticos da aldeia de Forninhos e quase todos os forninhenses devem ter uma recordação que lhe esteja associada - as minhas são muitas! Novos e graúdos por ali já partilharam muitas horas de alegria e de confraternização, tenho a certeza.
A fonte já lá está há muitos anos, mas a cobertura e os melhoramentos do espaço de lazer envolvente foi construído, salvo erro, na década de 80. E, o que ali temos hoje é uma fonte/tanque público descaracterizada e este mau exemplo não serviu para projectos futuros, porque anos depois mudaram a Fonte do Lugar para o meio de uma Rotunda! Só que este caso foi um pouco diferente do da Fonte da Lameira, pois a obra não foi pacífica e foram muitos os que se manifestaram contra a alteração e foi pena a Junta de Freguesia ter permitido a alteração da fonte, mas mais do que apontar culpados, é imperioso que no futuro não se assista impavidamente à destruição de mais um lugar da nossa História.
É urgente (re)pensar prioridades!