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31 de maio de 2013

Sem medo de envelhecer



Muitas pessoas têm medo de envelhecer talvez pela proximidade da morte que isto representa. A maioria delas é apegada à ideia da finitude da matéria e se esquece ou não acredita na eternidade do espírito. A morte para elas é um mistério insolúvel, o fim da vida, dor e até mesmo castigo. Considerada um Tabu, muitos evitam até falar o seu nome, tamanho é o medo que têm dela. 

Outra coisa que contribui para a rejeição da velhice é que a humanidade está vivendo uma época em que os valores espirituais foram sendo substituídos pelos valores materiais e as pessoas iludidas passaram a cultuar somente a juventude e a beleza exterior. Infelizmente, a maior parte das pessoas veem os idosos apenas como seres decadentes, feios e senis.

Aqueles que são ligados exclusivamente às exterioridades veem os indivíduos em processo de envelhecimento como uma derrota da natureza. Preferem isolar ou excluir os idosos da sua convivência para não precisarem se defrontar com a realidade, pois é muito difícil para essas pessoas assumirem a sua própria fragilidade e efemeridade.

Já os povos do oriente, que pertencem a uma cultura mais ligada à espiritualidade e que aceitam a morte com naturalidade, veem os mais velhos com reverência e respeito. É costume pedir conselhos e opiniões aos anciões pois a sua experiência e sabedoria são reconhecidas e acatadas. As pessoas acreditam ser um privilégio viver em sua companhia e uma honra poder ajudá-los a atravessar os seus últimos anos de vida.

Na verdade, não se deve ter medo de envelhecer, pois essa é mais uma etapa natural e gratificante da vida. É importante saber que a natureza segue os seus padrões cíclicos objetivando sempre a elevação do espírito; portanto, a velhice deve ser vista como mais uma oportunidade de aprendizado. Como tudo na vida, é preciso ver a velhice como uma bênção, pois nessa fase tem-se a oportunidade de compartilhar a sabedoria adquirida, servindo aos mais jovens para que eles às vezes nem precisem passar pelas experiências mais duras, abreviando e suavizando o seu caminho.

De fato, só o corpo envelhece, pois a nossa essência é imutável e eterna e, portanto, não deve ser identificada com o corpo. Este é apenas o veículo utilizado por nós na estrada da vida. Mas é imprescindível saber que ele é o templo da nossa alma aqui e, portanto, sagrado como tudo no Universo, por isso devemos respeitá-lo e cuidar para que ele cumpra com dignidade a sua missão de receptáculo e instrumento da nossa Consciência neste plano. A espiritualidade frisa sempre que a evolução e a libertação humana só acontecem por aqui.

A velhice não deve ser rejeitada, pois ela é natural e essencial para colocarmos em prática algumas virtudes divinas como a paciência, a humildade, a aceitação e o serviço abnegado. As rugas tão temidas por algumas pessoas devem ser vistas como cicatrizes de batalhas vencidas, marcas de superações e conquistas.

Para atravessarmos bem essa fase da vida podemos nos preparar alimentando-nos corretamente, fazendo exercícios físicos leves e praticando a meditação. Outro ponto importante é manter a mente sempre livre de preconceitos e anseios, e ocupada positivamente para que tenhamos mais condições de alcançar uma idade avançada produtiva e feliz. Produtiva sim, feliz sim. Produtividade não quer dizer resultado de trabalho duro, mas a decorrência da realização interna que tem também a felicidade como consequência.

Concluindo, se pensarmos e agirmos sempre com equilíbrio, envelheceremos com mais serenidade, alegria e compaixão, e mesmo que as rugas se espalhem por nossa face, e ainda, se nos faltar a saúde em algum momento, estaremos seguros do caminho e da vitória neste plano. Estaremos em paz com nós mesmos e com o Universo, cientes que demos o melhor de nós mesmos.



Marián Marta Magalhães

21 de fevereiro de 2013

O que interfere na nossa melhora






Você já parou para pensar o quanto acontece de problemas e pequenas 'coisas' quando pensamos em melhorar? Parece que tudo começa a dar errado pelo simples fato de você ter decidido que não aceitaria mais passar por problemas e tristezas. É como se todo caminho de melhora fosse muito mais difícil do que se manter na mesma situação; estagnado.Estes acontecimentos geralmente são frutos de nossa resistência à mudança. Sempre que decidimos agir de uma forma diferente, acabamos entrando em um novo padrão mental e energético que pode trazer à tona, nossos medos e receios do que pode acontecer.

Os medos geralmente são baseados na possibilidade de termos que agir de uma forma que acabemos nos desconectando de pessoas que, teoricamente, são importantes. Também são frutos da percepção de sobrevivência básica, o que pode nos levar ao receio de não conseguirmos seguir adiante e que acabemos com as situações que nos sustentam, seja no sentido financeiro ou no sentido emocional.
Quando sabemos que temos mudanças pela frente, podemos criar um sistema inconsciente que nos faz escolher por todos os caminhos da dificuldade, do atraso, da desistência. Veja o quanto estamos acostumados a nos atrasar ou perder o metrô quando estamos nos direcionando a algum local ou consulta que podem nos mostrar o caminho da melhora.

É muito importante que nos perguntemos qual é o verdadeiro valor que damos às pessoas e situações que sabemos que irão deixar nosso cotidiano quando seguimos um novo caminho. Se você estiver apegado a estes fatores, definitivamente, acabará interrompendo o momento de mudança. Se somos emocionalmente apegados às pessoas, podemos não estar preparados para deixá-las seguir seu caminho e, desta forma, podemos entrar no processo de 'esquecimento' do que já nos fizeram, ou dos problemas que esta pessoa significa em nossa vida.
Também devemos aprender a não trabalhar com o medo como base de nossas escolhas e da nossa jornada. Nada adianta sair de um emprego se, no fundo, você sente o medo de que não vai encontrar um local melhor. O receio de não ter o sustento ou de ter que ficar sem fazer nada, certamente lhe fará se sentir arrependido assim que pedir para sair do trabalho.

As melhoras são baseadas nas atitudes e crenças voltadas para a realização do que queremos. Devemos planejar um caminho e segui-lo sem se preocupar com o que deixamos para trás. Se, em algum momento, duvidarmos de nossas escolhas, daremos chance para que todas as energias que interferem no coletivo, entrem em contato com nosso campo emocional. Com esta adição de energia inesperada, certamente acabaremos modificando os resultados do primeiro projeto de mudança.

É melhor fazer a mudança somente quando se sentir preparado. Se você tem você tem vontade de transformar alguma situação, deve ter a firmeza e a certeza de que poderá se manter no caminho. As modificações serão baseadas nos nossos pensamentos, atitudes e no que deixamos para trás. Se mantivermos algum tipo de vinculo com o que estava acontecendo, provavelmente entraremos na roda da programação repetida. Em primeiro momento melhora, depois volta tudo ao que era.

Também devemos lembrar que somos nós os nossos maiores sabotadores. Tendemos a nos manter estagnados por ter o medo do que pode acontecer de imprevisto. Este medo é a maior fonte de criação de empecilhos, pois é o gerador do sistema inconsciente de escolhas. Cada novo pensamento tem o intuito inconsciente de mantermos na mesma situação.

Se você quer sua vida correndo no fluxo da vida, deve abrir mão do que acha mais importante do que a melhora. Deve ver o que lhe causa medo de perder e deve insistir em todo obstáculo. Se você conseguir transpor qualquer uma desta alternativas, certamente modificará algum padrão interno.

É esta mudança que pode gerar um novo ciclo de escolhas e acontecimentos. Também é o ponto que começa a fazer as novas situações darem certo. E não tem jeito. Assim que começamos a ver os resultados, sentimos a segurança de que tudo dará certo. Este é o sentimento que pode nos motivar a continuar e nos dá a sensação de que realmente escolhemos certo.

Entre nesta jornada com a confiança no resultado positivo. Este é o primeiro grande gerador de acontecimentos favoráveis. Mantenha-se firme em suas decisões e evite 'olhar para trás'. Assim você poderá ter sua vida fluindo na melhor maré da vida.


Liliane Mattoso

5 de novembro de 2012

Descubra a fragilidade que se esconde atrás da raiva





A raiva é uma emoção que provoca efeitos bastante perceptíveis física e mentalmente. O corpo produz uma química que imediatamente inunda a corrente sanguínea e produz diversas reações: aumento do batimento cardíaco, alteração da respiração, sensações desagradáveis no estômago, contração ou tensão nos músculos, entre outras. Além dos efeitos físicos, a energia dessa emoção gera vários tipos de pensamentos que acabam alimentando ainda mais a raiva. Mas o que verdadeiramente está por trás desse sentimento? A princípio parecemos mais fortes e intimidadores quando estamos com raiva. Só que, na verdade, esse sentimento pode estar escondendo várias de nossas inseguranças.

A raiva pode esconder o medo. Imagine uma criança que inocentemente faz algo muito perigoso, como por exemplo, soltar a mão do adulto e atravessar a rua correndo. O pai ou a mãe podem ficar loucos da vida e brigar ou mesmo bater no filho. O que na verdade a raiva está escondendo é o medo que aconteça alguma coisa de mal com filho, medo da tristeza ou culpa que isso pode causar.

A raiva de alguém pode esconder uma culpa. Imagine que tem algo que você tenha feito que o faz sentir culpado. Pode ser o abandono de um filho, ou uma injustiça contra algum amigo, algum ato desonesto, ou qualquer outra coisa. Se alguém tocar no assunto, é possível que você se defenda com raiva e agressividade ao invés de admitir seus erro e reais sentimentos. É como se você dissesse: Não toque neste assunto, pois isso me faz sentir culpado, e eu não quero sentir essa culpa!

A raiva pode esconder uma dificuldade em dizer não e impor limites. Tem pessoas que lidam bem com a questão de impor os limites e se fazer respeitar. Conseguem perfeitamente dizer aos outros quando estão cansadas e precisam ir embora, que não é permitido que se faça tal coisa em suas casas, ou ainda que não podem dar aquela carona solicitada pelo amigo.

Já outras pessoas têm grande dificuldade. E a cada limite que não é dado, acumulam um ressentimento. Podem até parecer exteriormente tranquilas, mas por dentro a raiva e mágoa estão se acumulando. Até que chega num determinado momento que é a gota d’água. A raiva se torna tão grande que supera o medo de colocar limites. Aí sua reação é intensa, agressiva, e é possível que venha a falar tudo que não falou até aquele momento.

A raiva pode esconder uma necessidade de manipular o outro. Uma filha que se sente culpada quando sua mãe fica com raiva estará bastante suscetível a fazer o que esta mãe quer, e não a sua própria vontade. Pode se estabelecer um grande jogo de culpa e manipulação recheado de ressentimentos que às vezes perdura a vida inteira.

Raiva de alguém, que não nos perdoou, esconde que ainda não nos perdoamos. Às vezes, estamos com raiva de alguém por que essa pessoa não nos perdoou por algo que fizemos e já assumimos o erro e nos desculpamos.
Na verdade, nós é que ainda não nos perdoamos. Estamos contando que o outro nos perdoe para que possamos finalmente nos perdoar. É como se o outro fosse o detentor do poder de nos devolver a paz interior. Ficamos, então, com raiva da pessoa por que ela não nos libera. Mas é claro que podemos nos liberar, mesmo que o outro ainda tenha mágoa. Como não conseguimos ver dessa maneira, sofremos.

A raiva pode esconder a necessidade de reconhecimento. Fazemos muitas coisas esperando algum tipo de reconhecimento. A princípio dizemos que não necessitamos de nada disso. Mas quando o reconhecimento não vem, sentimos raiva das pessoas.

Outras vezes, alguém fez algo que não gostamos. A raiva surge como uma forma de tentar fazer com o outro se sinta culpado, reconheça o que nos fez, nos peça desculpas e diga o quanto foi injusto.

A raiva pode esconder um sentimento de rejeição. Pessoas que foram abandonadas, seja pelo pais, parceiros ou outras figuras importantes, sentem-se rejeitadas. A rejeição é muito incômoda por que normalmente achamos, consciente ou inconscientemente, que temos algo de muito errado, que não somos dignos de receber amor. Essa dor pode ser mascarada e tudo que demonstramos é a nossa mágoa, raiva e desprezo por aquele que nos abandonou. É como se disséssemos: "Você me rejeitou e me fez sentir que não tenho valor algum, eu não quero entrar em contato com esse sentimento, não sei lidar com ele. Prefiro demonstrar que tenho raiva de você, provar que você é injusto, ingrato; que é uma má pessoa!"

A raiva pode esconder o sentimento de impotência ou uma não aceitação. Aconteceu algo e não há absolutamente o que fazer naquele momento. O carro quebrou e você está com muita pressa. A empresa aérea lhe vendeu um bilhete mas não tinha vaga no avião. Está chovendo muito no feriado e você havia planejado ir à praia.

A raiva dos outros pode esconder a raiva que você sente de você mesmo. Fizemos algo teoricamente contra a nossa vontade por que alguém pediu. Na realidade, fizemos porque queremos ser aceitos e temos medo da rejeição. Aí ficamos com raiva da pessoa, talvez achando que ela é uma exploradora e que somos sua vítima. Analisando mais profundamente, na verdade, estamos com raiva de nós mesmos por termos feito algo que não queríamos; raiva por não termos sido capaz de dizer um simples não, raiva de sermos tão dependentes.

Mascaramos nossas fragilidades. Sentido-se fraco, o ego se esconde atrás de uma aparente capa de força e agressividade, para assustar, defender-se. É como alguns animais pequenos e inofensivos fazem na natureza. Quando estão acuados, tem uns que inflam o papo, se arrepiam, abrem as asas ou um leque de penas. Tudo para parecer maior e mais forte.



Andre Lima 
 
 
 

1 de novembro de 2012

A comparação





Desde crianças fomos comparados e desrespeitados com relação à nossa própria individualidade e forma de ser e agir. Aprendemos por imitação e, inconscientemente, nossos pais nos motivaram a sermos educados como o priminho, bom aluno segundo o fulaninho e assim aprendemos a nos basearmos em exemplos externos e não vivenciamos o nosso discernimento.

Mas a verdade é que crescemos e não podemos mais sofrer por não sermos nós mesmos. Muitas pessoas se sentem fracas e sem capacidade para resolver determinadas questões da vida por buscarem sempre referenciais externos. Se o seu referencial de responsabilidade do que fazer ou não, está baseado na sua mãe, por exemplo, quando sua mãe não mais existir a casa cairá, pois você se sentirá incapaz de tomar decisões. Várias pessoas se tornam dependentes de pessoas tais como marido, mulher e amigos e mantém, muitas vezes, relacionamentos doentios, por não conseguirem se experimentar, serem elas mesmas e conhecerem suas próprias capacidades. Precisam dos outros para tudo. Só que o universo é muito sábio e de repente, tira a muleta dessa pessoa para que ela se depare com seus potenciais e cresça.

Em qualquer sociedade é estimulada a igualdade de forma errônea. Colocam a igualdade de direitos para pessoas que não são iguais em deveres. Deveríamos reavaliar o conceito do ‘igual’. Não precisamos ser igual ao outro para sermos aceitos. Se fosse assim, já nasceríamos iguais e com impressões digitais iguais também. Não acontecendo isso já há um conflito de aparência A aparência já denota o conceito das crenças de cada um de nós. A forma como nos vestimos, vivemos, ousamos e amamos, produz um mix de pais, com professores, com o bairro onde nascemos e não pararmos para reavaliar a importância para nós de cada escolha e jeito de viver. Quantos vão fazer amor e se sentem travados pois levam os pais juntos para a cama, ou seja, levam as crenças, culpas e modos de agir dos pais?

Muitos se apaixonam pela aparência, muitos julgam erroneamente pela aparência. Infelizmente a crença do diferente denota que é errado. Por isso tantos conflitos de religiões, raças, estilos de viver, idade, etc. Vivemos isso nos nossos relacionamentos afetivos. Alguns procuram por pessoas com afinidades e outros buscam por opostos. A maioria não sabe conviver com a ideia de igualdade ou diferença como sinônimo de respeito e, principalmente, de aprendizado.

As pessoas abertas a novos conceitos e novas ideias são pessoas abertas à evolução sem dor. São pessoas abertas ao próprio questionamento de suas verdades que são impermanentes, afinal o que é amadurecer senão reavaliar e aprender?

Como disse anteriormente, nos ensinaram que ser diferente é complicado, mas isso não é motivo de não podermos reavaliar essas posturas. Quantas pessoas tiveram e ainda tem dificuldade de mexer no computador? Preconceito do novo ou preguiça de acompanhar a evolução? È mais fácil continuarmos do mesmo jeito mecânico sem termos que pensar, refletir e reavaliar. Não estou absolutamente dizendo que computador seja certo ou errado, mas precisamos nos dar a chance de conhecer.

A comparação e o diferente existem para reavaliarmos o que somos e o que queremos para a nossa própria vida, e por isso vivemos em um mundo tão heterogêneo. Quantos homossexuais ainda são discriminados por serem diferentes? Não aceitamos o diferente!!!! Se não é igual e não conhecemos, não existe.

Se, por um lado nos ajustamos ao nosso padrão social, familiar e cultural, por outro, perdemos a nossa criatividade e a nossa evolução pessoal. Quantas pessoas seguem a profissão que os pais escolheram e são infelizes. Quantos de nós não tomamos atitudes pensando nos outros e não ouvimos nossos corações? Aliás, esse é o mal do ser humano atualmente. Pessoas que perderam a conexão com suas próprias essências entram em depressão, tem síndrome do pânico e perdem o chão com sensações de morte. Na verdade, realmente já estão mortas para a vida pois foram abandonadas por elas próprias seguindo caminhos que não são verdadeiros.

Graças a Deus também existem muitas pessoas lúcidas e que não estão dormentes nessa vida. Muitas dessas pessoas morreram por serem diferentes mas mantiveram a dignidade de assumirem que são únicos. Graças a esses seres que reconheceram a sua unicidade é que temos hoje aviões, computadores, medicina avançada e equipamentos de tanta utilidade para a nossa qualidade de vida. Porém, o mais importante de tudo não é somente o desenvolvimento tecnológico mas sim a felicidade do ser humano que se aceita como único e a partir daí desenvolve-se com maior prazer, com mais rapidez e sem sofrimento.

Quem se compara, sai do seu próprio caminho e perde a sua própria graça. Quem se compara e quer copiar o outro o tempo inteiro é infeliz porque sempre vai achar que o outro é melhor nisso ou naquilo. Quem é o que é e segue seu próprio caminho tem sua beleza brilhante e irradia felicidade e dignidade. Quantas vezes olhamos para uma pessoa e, aparentemente a achamos feia e quando a conhecemos acabamos nos apaixonando por ela?

Enfim, vale a pena voltarmos ao nosso eixo e ousarmos nos perguntar sempre: no fundinho, no fundinho do coração, o que realmente queremos para a nossa própria vida? Ouse ouvir a resposta e principalmente ouse ir em busca da realização dessa resposta. Nossa mente, nada mais é do que o administrador e organizador de formas para atingirmos nossos sonhos que vem de nossa alma. Lembre-se sempre também de buscar o que você realmente quer, mesmo que no momento, pareça impossível a sua realização. Quem alcançou seus objetivos não os tinha prontos quanto imaginou e, segundo Walt Disney: se você sonhou, você pode realizar.



Simone Arrojo 
 
 

7 de setembro de 2012

Amizade interior




"No momento em que você começa a se amar, a se aceitar, esta mente que se apresenta como inimiga começa a ficar sua amiga. Quando você se aceita, essa transformação acontece por si mesma e a mente começa a ficar silenciosa, naturalmente. Compreenda a sua unicidade e aceite-a. A vida sabe o propósito porque lhe deu essa unicidade. Não há nada de errado no seu ser, não há nada imperfeito em nenhum lugar. Diga SIM para você mesmo. Então, você fica em harmonia dentro de si". Kiran Kanakia

Cada choque que temos nas nossas relações oferece uma oportunidade ímpar para olharmos para nós mesmos e investigarmos as raízes internas do mal-entendido externo. A desarmonia nos nossos relacionamentos pode estar refletindo uma parte nossa que não aceitamos e que está em desequilíbrio. Ao invés de esperar e cobrar mudanças de comportamento da parte dos outros, seria bem mais inteligente e edificante se o ser humano colocasse essa energia a seu serviço, direcionando-a para dentro de si, à procura de se observar e se conhecer melhor. Conflitos intensos e perturbadores surgem quando um quer mudar o outro, sem antes olhar e investigar o próprio comportamento.

Temos que admitir que mal-entendidos podem ocorrer quando as pessoas têm um convívio mais estreito, principalmente, se levarmos em conta que a maioria das pessoas anda em descompasso consigo mesma e, consequentemente, com os outros. Além disso, precisamos entender que cada indivíduo tem sua natureza própria e única. Ninguém é igual, não somos cópias uns dos outros.

Num único dia, frequentemente, passamos por humores diferentes de acordo com os acontecimentos e as situações vivenciadas. E mais, não temos o poder de mudar o outro, seja este quem for: o filho, o cônjuge, o chefe, o pai, a mãe, o amigo etc. No máximo, podemos mudar a nós mesmos. E ainda assim, não mudamos a nossa natureza, mas apenas o nosso entendimento, o que possibilita transformar o nosso olhar e o nosso modo de agir. A natureza de cada expressão é dada pela Vida com um determinado propósito, que nós não sabemos qual é, mas nos cabe compreender e respeitar a unicidade de todo indivíduo. E o primeiro passo nessa direção é dentro de nós mesmos.

Se estivermos mais familiarizados e em paz conosco, a convivência familiar e social terá chances de ser mais harmônica, de fato, saudável e fraterna, uma vez que não projetaremos lá fora a nossa briga e confusão internas. Se a nossa visão está clara, torna-se mais fácil distinguir o que é conteúdo nosso e o que é do outro. Assim, tampouco vamos nos prestar a sermos depósitos do lixo emocional das pessoas com quem convivemos. Podemos escolher deixar o lixo que não nos pertence fora da nossa casa, sem que nos cause transtornos e distúrbios mais sérios, em nível físico, mental ou espiritual.

É bom ressaltar que, mesmo que o mundo lá fora nos rejeite, temos sempre a sagrada opção de nos aceitar e nos acolher com amor e confiança. E esse ombro amigo que oferecemos a nós mesmos opera verdadeiros milagres! Nessa guinada para dentro do espaço interior, guiados por um sentimento profundo de autoaceitação de qualquer face nossa, observando-nos silenciosamente, sem julgamentos, muitos condicionamentos, reações e amarras se dissolvem. Nesse simples passo, mudanças significativas acontecem naturalmente, sem esforço.

O combustível para qualquer transformação pessoal é a compreensão e o amor. Relacionarmo-nos de forma harmônica conosco e com as pessoas é uma arte que exige um exercício constante de boa vontade, entendimento e amizade, a curto, médio e longo prazo. Nem sempre é fácil, mas é possível, se não impusermos a nós e aos outros cobranças absurdas e mudanças bruscas e imediatas. As mudanças consistentes não acontecem da noite para o dia, nem pela imposição de quem quer que seja.

Que possamos conviver conosco e com os outros com menos julgamentos, preconceitos, intolerância e mais afeto, respeito, paciência, compreensão e, sobretudo, muita compaixão pelos limites de cada um, pelas falhas que temos dificuldades em aceitar (dentro e fora). Isso é um pacto de paz, amizade e tolerância conosco e com as pessoas com quem a existência nos faz conviver, seja por um momento, por um dia ou pela vida inteira.



Enildes Corrêa