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Espantosa campanha contra o abuso sexual de crianças. Confiram os cartazes com as respectivas explicações.


“Turn off the lights and help Annie overcome her fear of the dark”
Desligue as luzes e ajude Annie vencer o seu medo do escuro.



“Turn off the lights and help Emily overcome her fear of the dark”.
Desligue as luzes e ajude Emily vencer o seu medo do escuro.



“Turn off the lights and help Peter overcome her fear of the dark”.
Desligue as luzes e ajude Pedro vencer o seu medo do escuro.


“This is the original ad printed with flourescent ink, wich glows in the dark. With the lights on, u see the ad like this. When the lights are off, a new imagem will appear. Pedofolia. You might not see it, but it could be happening. 70% of child abuse cases take place in their own home.“

Este é o anúncio original impresso com tinta fluorescente, que brilha no escuro. Com as luzes acesas, você vê o anúncio desta forma. Quando as luzes estão desligadas, uma nova imagem irá aparecer.

Pedofolia. Você pode não ver, mas ela pode estar acontecendo.

70% casos de abuso infantil acontecem dentro do próprio lar.




Este é o texto integral de uma reportagem sobre a delegada Vilma Alves, do Estado do Piauí, no Brasil. É o terror dos homens com agá pequeno que acham normal bater nas mulheres. Desde que começou a actuar Vilma conseguiu baixar em 80% (!) a taxa de homicídios de mulheres no Estado,  e colocar o Piauí com a taxa mais baixa do país. 

O  texto é grande, mas vale bem a pena uma leitura. Uma lição. Notável.



O Piauí também é machista, só que aqui o trabalho é com eficácia. Na polícia não se deve cochilar. Não deixe a madrugada chegar, tem que ser imediato”, alerta a delegada Vilma Alves. 

Às 9h50 da manhã, a delegada recebe a denúncia. Às 10h05, ela liga para a Polícia Militar pedindo uma guarnição: “Uma senhora foi espancada e o marido quer matar. Ela está com medo de retornar e eu quero prendê-lo”, avisou. 

Às 10h20, um PM está na delegacia recebendo instruções. Às 11h05, a delegada já está diante do acusado, preso, na Central de Custódia de Teresina. 

Delegada: O senhor sempre bate nela? 
Acusado: Não. 
Delegada: Ela disse que já não aguenta mais, não quer mais viver com o senhor. O senhor está sabendo que quando sair não vai ficar com ela, não é? 

A pressa da delegada é a urgência do juiz. “Quando nos chega às mãos, a gente decide no máximo em 24 horas, talvez no mesmo horário do expediente”, afirma o juiz José Olindo Gil Barbosa. 

Uma azeitada articulação entre polícia e Justiça não deixa denúncias se acumularem. “Até em tom de brincadeira eu digo: ‘aqui no Piauí, a gente trabalha igual a pai de santo, a gente recebe, mas também despacha’”, diz o destaca o promotor Francisco de Jesus Lima. 

Na linha de frente dessa força-tarefa, uma mulher sempre perfumada, de brincos e colar de pérolas. “Como eu ensino as mulheres a andarem bonitas, a se amarem em primeiro lugar, então eu procuro andar sempre assim. Porque eu me amo”, ela garante. 

Sobre a mesa de trabalho, um salto plataforma modelo Lady Gaga. E outra mesa repleta de santos. “Os meus santos estão aí para me proteger”, diz. O resto é com a delegada: “Eu aprendi que remédio de doido é doido e meio. Mas dentro da educação, sem bater”, avisa. 

Com educação, mas falando grosso: “Aqui é olho no olho. Eu pergunto: ‘você comprou a sua mulher no mercado velho ou no shopping?’”. 

Em audiências informais, ela põe vítima e acusado lado a lado e dá lições de boas maneiras. “Eu não sei como você foi educado. Mas você precisa de umas pinceladas de como tratar uma mulher. Não se trata mulher na ponta do pé”. 

Não hesita em enquadrar um machão: “Como foi que começou? Olhe nos meus olhos! Como foi que começou essa droga?”. 

E deixa claro que ordem judicial é para ser cumprida: “Vamos resolver a situação. A situação é essa: ela não quer mais você. Está com um mês que separou. Como você foi lá? Preste bem atenção: você foi preso agora. Não tem mais direito à fiança. Porque se você voltar, você vai ser preso e vai diretamente para a penitenciária”. 

Não importa se a moça de olho roxo mora em bairro chique: “Nunca vi isso na minha família, na família dele. Os dois têm curso superior. Nossa família também tem curso superior. Classe média alta”, relata uma vítima. 

A delegada assegura: ninguém escapa do indiciamento: “Aqui é de tudo, político e tudo. Bateu, se faz o procedimento”, garante. 

Os movimentos feministas e o Ministério Público se uniram em campanha. E a própria delegada, professora de formação, vai aonde for preciso para passar o seu recado. 

“A mulher não é piano, mas gosta de ser tocada. Um beijinho no pescoço, um carinho. O certo é você chegar: ‘está aqui, meu amor, minha vida, meu perfume, minha rosa’. É assim! Quem foi que deu um cheiro na mulher hoje?”, questiona a um grupo. 

A Lei Maria da Penha é explicada ponto a ponto. “Se você estiver achando que você é dono de sua mulher, xinga a sua mulher, espanca todo dia, ela pode chegar na delegacia e dizer: ‘doutora, eu não quero mais, eu quero que meu marido saia’. E ele sai em 48 horas. Eu adoro fazer isso”, avisa. 

Os maridos ouvem atentamente o alerta final: “Se você forçar é estupro. E se ela chegar na delegacia e disser que você estuprou, eu lhe prendo, tranquilo, meu bem”. O resultado desse esforço coletivo é a queda da violência, mas se engana quem acha que os números do Piauí agradam a delegada. 

“Nenhum número é aceitável para mim. Nenhuma morte. Viver em paz é o que é importante. Como se admite uma mulher ser morta pelo seu marido? Porque a mulher não é mais coisa, não é objeto, não é propriedade. Mulher é cidadã e deve ser respeitada”, destaca.




Quando escrevi esta semana um post sobre o Projecto Amelie alguém me lembrou de algo que estaria acontecendo na cidade da Praia, um pouco diferente mas com o mesmo espírito. Centrado no Facebook e criado por Catarina Fernandes Cardoso, o movimento Troca Kuaze Tudo pretende que as pessoas façam isso mesmo: trocas. As mais variadas. O "kuase" fica ao critério de cada um!

Eis as simples regras do movimento (o termo "movimento" é da minha responsabilidade):

"O Troca Kuase Tudo é um grupo destinado à troca de coisas, tempo, serviços e competências, destinado a qualquer pessoa que se encontre na área da Cidade da Praia - Cabo Verde. 

Regras de funcionamento:

1- As trocas serão sempre feitas sem recorrer a dinheiro.
2- A troca terá de ser justa - bens ou serviços devem ser trocados pelo equivalente para que nenhuma das partes se sinta lesada
3- Quando a troca se efectivar é importante dar feed-back acerca da mesma aqui no grupo para que se saiba que a pessoa é confiável e o produto/serviço foi disponibilizado nas melhores condições."


Parece que não, mas encontram-se situações muito curiosas. Por exemplo, um membro anuncia: "troco levar crianças à praia aos Domingos por móveis antigos." Um outro, com a maior naturalidade, anuncia que a troco de um empréstimo de uma bicicleta duas vezes por semana, "troco por lavar o carro... ou cuidar (passear) de cães."

Genial. Quem estiver na Praia e quiser aderir, a página no Facebook é aqui.




O jornalista e blogueiro guiniense António Aly Silva falou, barafustou e espalhou informação sobre mais este triste acontecimento na Guiné-Bissau. Os militares procuraram-no, espancaram-no e levaram-no preso para parte incerta. Vamos espalhar a mensagem de solidariedade, em nome da liberdade de informação e expressão.

Aqui fica o seu último e sentido texto escrito pouco antes de ser preso. Publicamos também, com a vénia à Rádio Morabeza, excertos da sua última entrevista.




O Pior da Guiné-Bissau são... os Guineenses

"Mais de um milhão de guineenses estão reféns de militares... guineenses. Temos sido sacudidos e violentados, usurpam e tolhem-nos os nossos direitos, até o mais básico. Até quando mais a comunidade internacional vai tolerar que gente medíocre - alguma classe política, e militar faça refém todo um povo? A história endossará uma boa parte da responsabilidade à comunidade internacional.

Ajudem o povo da Guiné-Bissau; não os abandonem, agora, mais do que nunca. Tiveram todos os sinais de que uma insurreição era possível, ainda que desnecessária. Nada justifica o levantar das armas, é intolerável o disparo de armas pesadas numa cidade com mais de quatrocentas mil pessoas. É criminoso, acima de tudo. Tiveram tudo para estancar a hemorragia e a orgia de violência. Sabem há muito que este é um país que nasceu, cresceu e vive sob laivos de militarismo.

Agora, tudo está calmo. Não há tiros, nem feridos nas urgências e menos ainda corpos na morgue resultado de mais uma brutalidade da canalha. Não se sabe quem morreu - espero e desejo que ninguém tenha sido morto. Um país é o último, e único, refúgio seguro para o seu povo. Foi traumatizante ver mulheres e crianças a chorar; é triste ver homens e jovens a fugir de homens e jovens como eles. É desolador. Estou abatido, e, sobretudo cansado. Não tenho sequer forças para gritar.

Olho e registo tudo. Depois escrevo, na certeza de que alguém me vai ler e comungar dos mesmos sentimentos. O meu blogue, hoje, foi já acessado por mais de 50 mil pessoas. Ficará para a estatística. Teria preferido uma visita por dia, a ter de suportar cem mil pares de olhos tristes e enevoados: estão a matar-nos, estão a destruir as famílias, a tornar as crianças violentas.

O pior da Guiné-Bissau, meus caros...é o guineense!

Um abraço a todos,

António Aly Silva"

O blogue de António Aly Silva: aqui
Um blogue para seguir a passo e passo os acontecimentos na Guiné-Bissau: aqui

Última Hora: "Acabo de ser libertado, depois da coronhada que me cortou a orelha de cima abaixo. Um abraço e obrigado a todos quantos manifestaram a sua solidariedade perante esta gritante injustiça. Amanhã publico as fotos. Deus abençoe a Guiné-Bissau. António Aly Silva". 

Menos mal. Um abraço aqui do Café Margoso.







A ideia é boa e não custa nada, melhor custa só 80$00:

«Para quem está em Cabo Verde: é mesmo rápido - peguem no telemóvel e enviem uma mensagem para 4020 - com este simples gesto estarão a doar 80$00 para o Fundo Esperança e a ajudarem as vítimas de Violência Baseada no Género (VBG) a reorganizar as suas vidas! Até 27 de Março.»










Recebi esta carta que, naturalmente, merece ser publicada e comentada.

"Caro João Branco:

Durante o Congresso dos Quadros Caboverdianos que teve lugar em São Vicente em 1998 no Éden-Park, fiz uma pequena intervenção sobre a importância do Éden-Park na formação e na consciencialização do homem caboverdiano. Depois tive um encontro com o Professor Francisco Lopes da Silva e a Dona Maria Luiza Marques da Silva em que se fez um inventario sobre o cinema e a sua gestão em Cabo Verde. Ela lutava sozinha, apoiada por antigos empregados e amigos, para a sobrevivência daquilo que foi a obra cultural e social mais importante da família Marques da Silva em São Vicente. Queixava-se da falta de apoios, tanto do Municipio como do Ministério da Cultura. Convidou-me a assistir a um grande filme, mas a sala estava meia vazia e sem o ambiente de outrora. Logo à entrada faltava aquele ambiente festivo, a distribuição do programa dos filmes seguintes, a simpatia do Lulu, do Djosa e do Tony Marques, com sorrisos e abraços, as discussões sobre os filmes anunciados entre amigos, as criticas , etc. Nunca esquecerei o filme Cochise onde pela primeira vez o indio tinha razão no cinema americano.

Nos anos cinquenta/sessenta, o cinema fazia parte da vida quotidiana do Mindelo: discutia-se na rua de Lisboa e na Praça Estrela como na Praça Nova (onde se punham os cartazes) quem era o maior actor, o melhor filme, a actriz mais bela, qual era o melhor cinema, o do Tuta (Park Mira-Mar) ou o Éden-Park. Havia boa publicidade (distribuição de folhetos), tanto o Rádio Club como a Rádio Barlavento fazia anúncios e programas de cinema, etc. Era através do cinema que se furava a censura colonial e se aprendia a dignidade e a sonhar com as liberdades.

Com a Independência esperava-se uma política cultural do cinema: quando muito ter-se-ia realizado ao menos dois filmes sobre a luta de libertaçao na Guiné-Bissau. Tivemos, ao contrario que afirmava Amilcar Cabral de que “a luta de libertação é um acto cultural”, ministros políticos a dirigir a cultura, nomeados por filiação política e não por provas dadas na vida cultural de Cabo Verde. E as consequências foram graves tanto em Cabo Verde como na emigração que bem merece também uma política cultural. Creio que o Arménio Vieira, conhecido cinéfilo na sua juventude, chegou a ter uma página de cinema no Vozdipovo, que infelizmente não durou muito tempo. Foi a única iniciativa de criar escola e fazer pensar o cinema na nossa sociedade do pós-independência.

A responsabilidade do encerramento do cinema não se situa ao nível da nossa população. Foram os politicos que mataram o cinema em Cabo Verde. A ausência duma verdadeira politica cultural teve na péssima e horrível televisão que possuímos o encargo de executar com folhetins brasileiros o cinema em Cabo Verde. Nem a crise económica afastaria o caboverdiano do seu cinema. Como pode uma televisão do Estado, paga pelos contribuintes, passar o tempo a transmitir folhetins brasileiros e portugueses e todos os jogos de futebol, embrutecendo as pessoas e em especial as crianças, que não conhecem o próprio país e a sua história?

Um país de desenvolvimento médio deve ter também uma política cultural que corresponda à sua economia. Perdemos cinco anos a bater na tecla do crioulo que, aliás, mais nos dividiu quando precisamos de unidade. Para se manter os cinemas Éden-Park e Park Miramar seria necessário uma política cultural de cinema, integrando-a no currículo escolar, dos liceus às universidades e transformando as rádios e a televisão num utensílio cultural de formação do homem e da mulher caboverdianos.

A crise do cinema esconde a verdadeira crise cultural que Cabo Verde atravessa. No dia em que tivermos um projecto cultural coerente para Cabo Verde e sua diáspora, estamos convencidos de que haverá muitas salas de cinema em Cabo Verde. O exemplo não vem da Europa, mas sim de um pequeno país chamado Burkina Faso, economicamente sub-desenvolvido mas muito mais desenvolvido do que Cabo Verde no plano cultural, que hoje possui uma boa equipa de cineastas e um festival de cinema muito concorrido. Este pais seria o modelo para o nosso país e os nossos municipios em matéria de cinema.

O povo mindelense está de luto do seu cinema morto pela falta de cuidados de quem devia ter-lhe dado o tratamento devido: o Ministério da Cultura.

Luiz Silva - Paris 2/2/2010"




Nunca é demais repetir: a luta pelo Éden-Park pode até estar relacionada com o facto de não termos neste momento um único cinema em S. Vicente, mas não só, nem me parece que este seja o aspecto mais importante. Até porque, todos estamos lembrandos, e seria preciso sermos muito hipócritas para enterrarmos a cabeça na areia e dizermos "não é nada comigo, não é nada comigo!", que uma das razões pela qual o edifício deixou de funcionar como cinema foi porque os mindelenses pura e simplesmente deixaram de ir ao cinema. Culpem-se os clubes de vídeo (quase sempre piratas e ilegais), culpem-se as antenas parabólicas (quase sempre piratas e ilegais), culpem-se as outras formas de entretenimento, mas a verdade é que os últimos filmes que passaram na mítica sala de cinema do Mindelo eram actuais e tinham uma qualidade que não desculpa o abandono a que foi votada pela maioria dos cidadãos da cidade.

Vem isto a propósito de um comentário que recebi da Praia sobre este assunto. Escreve Denis Rodrigues que "enquanto os mindelenses, estão com esta luta pela salvaguarda do nosso Eden Park, no sábado aconteceu algo que me deixou triste e até então a matutar. Como fanático do Cinema fui ao Cinema da Praia no Plateau, ver o filme Lua Nova da saga Twilight e com medo de não encontrar bilhete fui bem cedo . Para o meu espanto quando o filme começou vejo cerca de 20 pessoas na sala que tem lotação para mais de 100. E volto-me para minha companheira e digo Cinema é Cultura e para este povo aqui está uma amostra de até quanto valorizam esta cultura. E veio a minha afirmação de que se calhar é por isso que quem de direito se está a marinbar para o Eden Park! Posso estar errado. Mas digo que desde que vou aquele cinema da Praia nunca vi mais de 20 pessoas na sala! E os filmes são bem recentes."

A luta pela salvaguarda do Éden Park é para a manutenção da valência e do espírito do edifício, sendo que desde sempre defendi a sua aquisição pelo Estado e a sua profunda transformação e remodelação num Teatro Municipal com variadas valências (incluindo uma pequena sala de cinema) ou um centro cultural (se lhe quiserem chamar palácio, por mim, tudo bem!). A questão do cinema é lateral. Claro que é uma vergonha não haver nenhum cinema numa cidade como esta. Mas quem são os principais culpados? Os mindelenses. Não é o Governo, nem a Câmara Municipal, nem a família Marques, nem o magnata que tenha eventualmente comprado aquele espaço e queira ali fazer um hotel de 25 andares. Os culpados são os mindelenses que abandonaram os filmes porque encontraram alternativas mais baratas, quase sempre ilegais, mas que muito pouco tem a ver com aquilo que é a magia de se estar sentado no escuro de uma sala de cinema, magia essa que nesta cidade era ainda maior nos primeiros minutos por causa do som das mancarras a serem furiosamente descascadas por homens, mulheres e crianças ansiosos e deslumbrados.





No momento em que a petição para a salvação do Éden Park atingiu as 950 assinaturas, recebi um depoimento tocante que partilho com todos até porque, estou certo, muitos já passaram por momentos iguais.

Então é assim:

"Tenho acompanhado mais ou menos de perto o teu blogue. Assinei a petição pelo Eden Park. Nem imaginas o quanto me toca a luta pelo Eden Park!

Essa sala marcou a minha vida. Menininha ía sempre ver os filmes para crianças que passavam domingo à tarde. Combinávamos em grupo e íamos comprar bilhete cedo para não apanhar a bicha enorme que se formava e para não correr o risco de não termos bilhete.

Dentro da sala, o odor a “mancarra”. Como era bom conseguirmos juntar os nossos tostões e comprar um saquinho de “mancarra” na Titota ou na Beta ou na Nha Marlene, figuras imponentes de ponta d´praça.

A meio do filme a banda sonora misturava-se com o som das cascas a caírem no chão feito chuva prometida, mais, os metais da banda da praça (dirigida pelo meu avô). A excitação aumentava, confirmava-se a possibilidade de ainda fazer uma roda antes de ir para casa. À saída as pisadas sobre as cascas. Meu deus que riqueza de som!

Quando eram filmes para gente grande via os meus pais se preparem para irem juntos. Depois nos contavam o filme quando chegavam a casa (claro, as partes que podíamos ouvir, o resto imaginávamos).

Vi muitos bons filmes que marcaram a minha juventude. Também vi muitos filmes de acção fantásticos. Bruce Lee era incrível. A euforia que no público gerava o facto de ter a certeza de estar do lado certo, ter a justiça nas suas mãos e quase poder decidir e agir sobre o filme. Quando a projecção era interrompida berrávamos “Dám nha dnher”!

Fui sozinha ao cinema, fui com amigos, fui, convidada por rapazes ... paixões da juventude, que tão bem se confirmaram no escuro do cinema. Ainda não foi inventado um dispositivo que substitua a magia do cinema! Onde quer que esteja no mundo continuo a ir sempre ao cinema.

Nessa sala vi um espectáculo de dança nos anos 80, em que a minha irmã participava (ela tinha um fato preto e um esqueleto desenhado em verde fluorescente por cima). O fato ficou lá por casa, às vezes vestia-o e imitava-os à frente do espelho. Nessa sala vi os espectáculos de dança do grupo Crêtcheu. Nessa sala vi o espectáculo da Clara Andermatt e fiz a minha primeira experiência em cena de dança contemporânea. Nessa sala li uma apresentação para um concerto do Fernando Tordo (lembro-me de estar ali, de pé em frente à plateia, de mãos trémulas e voz tímida).

Mais importante ainda, nessa sala dancei pela primeira vez com um grupo de amigos, que viria mais tarde a chamar-se pelo nome Compass, num dos muitos concursos de Miss, na altura frequentes em São Vicente. Foi atrás da cena dessa sala que votámos o nosso nome. Conheço todos os recantos desse espaço. Foi nessa sala que o Compass apresentou as suas duas criações de noite inteira....As minhas primeiras e verdadeiras experiências coreográficas: Compass em épocas e Céu d´pedra. Nós, do grupo, estamos espalhados pelo mundo como bons cabo-verdianos (América, França, Portugal, Austrália, Cabo Verde). Eden Park une este grupo desfragmentado.... Lembram-se de como nos encavalitámos uns nos outros para podermos manipular a tela de projecção? Já eram talvez 3.00 h da manhã, mas estávamos atrasados para o espectáculo do dia seguinte. Meu deus que força!

Peço perdão pelo meu tom nostálgico. Passado é passado. Senão ressuscitávamos os mortos, que nos esburacam pela vida toda. Mas qual é uma das características físicas da morte ou da doença? Não será a nossa obediência perante a gravidade? A horizontalidade a vencer a verticalidade? Eden Park está de pé, doente mas de pé....vislumbro sem dúvidas, a sua capacidade de andar ou pelos seus próprios pés ou encavalitado sobre nós, sim porque se o pusermos às costas e o fizermos andar, ele anda. De cada vez que regresso sinto, com uma certa vaidade devo dizer, o orgulho de fazer parte desta ilha (gente de São Vicente tem brio e um sentido estético particular). Nem mesmo as construções de mau gosto que têm povoado esse chão cegam os que nele habitam, podem inebriar, diminuir a visibilidade, tal é o céu que estes conquistam, mas não os cegam.

Brio é o que nunca podemos perder. Brio sim de ter um cinema de não sei quantos lugares e que é usado por gente da ilha. Vamos trazer o Eden Park connosco às costas, se dividirmos o peso, não o sentiremos!

P.S. Ontem à noite fui ao cinema, coisa que nem tu, nem os meus amigos e nem a minha mãe podem fazer! "

Marlene Freitas - coreógrafa e bailarina profissional

Na fotografia, outro momento marcante: o Grupo Cénico Korda Kaoberdi deixa-se fotografar na porta do Éden Park após a sua única apresentação neste espaço histórico.






"Atrás de portas fechadas e em segredo, as mulheres são sujeitas a violência por parte dos seus companheiros, estão demasiado envergonhadas e receosas para o denunciarem e quando o fazem, raras vezes são levadas a sério."

Por vezes há pequenas medidas que fazem toda a diferença. Esta soube-a através do blogue Terra Longe de Virgílio Brandão a quem agradeço e sigo o exemplo. É o que o Ministério da Justiça de Cabo Verde publicou (e tem online no seu sítio oficial) uma broxura com informação preciosa sobre violência doméstica, nomeadamente definindo as formas de violência, indicando como devem as mulheres agir em casos do tipo, a que serviços poderão recorrer e algumas normas legais relacionadas com esta problemática social. O documento tem o pertinente título de "Quebrando o Silêncio" e a sua principal justificação estará nesta frase que se pode ler no início deste post. Conferir, aqui.

Aplausos.







Por altura das comemorações do segundo aniversário do Café Margoso um cliente sugeriu um interessante desafio para mim e para os leitores: adicionar uma rúbrica ao blogue: o melhor contraditório. Por exemplo, por cada uma (ou mensalmente) das declarações cafeanas ou crónicas desaforadas, publicar um contraditório e editar, valorizando "a qualidade intelectual e a discordância ideológica. Pode parecer uma violência editares algo com o qual não concordas (o que já fazes nos comentários, diga-se em abono da verdade), mas todos os que pensam como tu terão oportunidade de contraditar em comentários não se resumindo apenas a comentários fáceis e elogiosos às tuas crónicas."

Ora bem, este é um bom dia para começar o Café Contraditório, nova rúbrica desta casa, já que no dia de ontem vários se entreteram a aqui vir para me colar várias etiquetas na testa, desde machista a arrogante, um tipo cheio de manias de estrelato ou sem qualquer humildade, entre outros mimos do género. Um dos motivos de polémica foi a interpretação que fiz de um comentário do Marco Além - que até já tem um blogue inaugurado com uma Carta Aberta ao Café Margoso! (seja bem vindo, blogueiro, todos somos poucos) - no Bianda. Uns apoiaram, outros acharam exagerado, outros ainda partiram para a ignorância.

Por mim, tranquilo. A minha luta continua, outras haverá e estou satisfeito com os resultados da petição, que não vai ficar por aqui. Mas não deixa de ser pertinente estrear esta rúbrica com um excerto da tal carta aberta, já que me foi dirigida directamente, realçando antes de tudo não ser verdade que eu tenha censurado seja o que for dos comentários do Marco Além aqui no Café Margoso, ao contrário do que ele acusa. Apenas não são publicados aqui comentários insultuosos e não me parece que esse seja o estilo da pessoa em questão.

Sobre o Éden-Park, escreveu Marco Além:

"O edifício em causa, não tem o valor de Património Arquitectónico como você advoga. Não encaixa em nenhuma corrente arquitectónica de relevo. Nem modernismo nem pós-modernismo português. Para ser considerado património arquitectónico, teria que pertencer a uma corrente arquitectónica (por ex. gótico, modernista, pós-modernista etc.) ou representar uma evolução em termos de técnicas construtivas ou de estilo, para além de outros critérios internacionalmente aceites para certas e determinadas situações (ou tão simplesmente por decreto-lei de um par de ignorantes…). Não vamos confundir o que é velho ou antigo (…) com património arquitectónico. Acredito sim que o edifício tenha valor patrimonial de âmbito cultural, social e recreativa. Convém esclarecer e informar as pessoas e não as induzir em erro omitindo factos.

Quanto à importância que atribui às suas 650 assinaturas, todos sabemos que esses nomes que aí aparecem, não têm qualquer força jurídica ou moral, para além de que poderão ser de veracidade duvidosa, uma vez que a mesma pessoa pode assinar com 3, 4, 5 ou mais nomes fictícios (Não quero com isto dizer que alguém o tenha feito)."

Ler a carta na íntegra, aqui

E pronto. Aqui está um contraditório. A minha resposta, vem no post seguinte. Está lançado o debate.







"Até esta data, os poucos edifícios ou sítios/localidades que foram classificados como “património nacional” em todo o território nacional, foram-no por decreto-lei, através do Conselho de Ministros. No entanto, a Assembleia Nacional também tem poder para fazê-lo, apesar de não termos conhecimento de que alguma vez o tenha feito. Quando esta petição chegar às 500 assinaturas, é possível apresentá-la à Assembleia Nacional, e a questão terá de ser debatida numa sessão plenária, de acordo com a lei. Ora, se pedirmos à Assembleia Nacional que classifique o edifício do cinema Éden-Park como património nacional, teremos uma iniciativa inovadora e se o nosso pedido for aprovado, qualquer que seja o futuro proprietário do edifício, não estará autorizado, por lei, a demoli-lo. Será obrigado a preservá-lo."

Doutora Angela Coutinho





A petição "Salvem o Éden-Park" já tem 427 assinaturas


E para não deixar morrer o assunto, aqui fica uma sugestão de Luiz Silva, ilustre cabo-verdiano residente em França: "Agora que a batata está quente deve-se criar em Mindelo uma Comissao de defesa do Eden Park que deve preparar un encontro com o senor Manuel Marques e a Dra. Isaura Gomes para se esclarecer da situação do cinema. Essa comissao pode até nomear representantes no exterior (Brasil e Portugal) para ver se encontra parceiros interessados na compra do cinema. Os meus parabens ao jornalista do Expresso das ilhas por ter despoletado a questao do cinema."

O que acham desta sugestão? (se ainda não assinou a petição, venha aqui)


Na imagem, o frame número 61 de Notorious, de Alfred Hitchcock






As petições valem o que valem, e há quem diga que valem muito pouco ou mesmo quase nada. Na história do Café Margoso esta é a segunda vez que se promove uma petição, sendo que a primeira esteve relacionada com o magistrado Vital Moeda e a sua (aparente) vontade de bater com a porta. A reacção foi grande e a petição valeu, quando mais não seja como gesto de cidadania.

Desta vez a petição não se refere a uma pessoa mas a um edificio histórico da cidade do Mindelo, um dos mais notáveis, situado na principal praça da cidade e em cujas paredes se guardam porventura as mais ricas memórias colectivas da nossa história cultural. Uma reportagem publicada no semanário Expresso das Ilhas trouxe a público uma realidade desconhecida: afinal, ao contrário do que era dado como certo, a venda do Éden Park ainda não é um dado adquirido. O que quer dizer que ainda se vai a tempo de transformar este problema numa grande oportunidade, como não me tenho cansado de defender publicamente em vários palcos e por várias ocasiões. Pois bem, esta petição é sobre isso mesmo e pretendo encaminhar os resultados da mesma para o Ministério da Cultura de Cabo Verde e para a Câmara Municipal de S. Vicente.

O texto de apresentação da petição diz o seguinte:

"O cine-teatro Éden Park, nascido na cidade do Mindelo em 1922 é a mais importante sala de espectáculos da historiografia da cultura cabo-verdiana. Foi dada como certa a sua venda e posterior demolição para a construção de um hotel. Mas ao que parece o negócio ainda não se concretizou. Vamos ajudar a salvar o Éden Park.

Segundo foi noticiado, a venda do Éden Park, a mais importante sala de espectáculos da história de Cabo Verde, não é ainda um dado adquirido. Sendo assim, pretende-se com esta petição apelar aos responsáveis públicos - Governo e Câmara Municipal - que unam esforços e façam tudo o que estiver ao seu alcance para salvar este património cultural e de memória da cultura nacional. Que contactem os actuais donos e que entrem em negociações imediatas para a aquisição deste espaço nobre da cidade do Mindelo. E que façam com que os mindelenses e os cabo-verdianos tenham orgulho de vocês, por não terem ficado parados a ver o Eden Park apodrecer aos olhos de todos, na principal praça do Mindelo. Façam alguma coisa e salvem o Éden Park. Já."

Para assinar a petição, aqui.

Divulguem por todos os vossos conhecidos, amigos, interessados. Por todos os que já tiveram o prazer de pisar aquele palco ou de se sentar naquela plateia (e balcão) com mancarra na mão para assistir ao primeiro cinema das suas vidas. A quem possa interessar, mesmo não tendo vivenciado directamente a importância deste edifício para a nossa história e para a nossa memória colectiva. Quanto maior o número de assinaturas, mais pressão poderemos fazer sobre os poderes públicos para que não assistam passivamente à morte lenta deste património, que é de todos nós. Desde já, obrigado.

A gerência






"Haidar ya vuela de regreso a El Aaiún"

Marrocos acabou por ceder e Aminatu Haidar já partiu para o seu país: o Sara Ocidental. Aminatu disse à partida: “Este é um triunfo dos direitos humanos, da justiça, do povo sarauí, de todos vocês."

Via: aqui
Fonte: 20minutos






"Si ella muere habrá muerto la esperanza." [Pedro Almodóvar]


Hoje, dia internacional dos direitos humanos, é publicitado um caso que se passa neste momento em Espanha e que representa, em simultâneo, um acto de coragem, um exemplo de dignidade e uma lição de humanismo: Aminatu Haidar cumpriu hoje o dia 24 de greve de fome. Vai passá-lo deitada, num cubículo. Não cede e por isso ninguém cede em seu redor. Quer voltar ao Sara. Mas eles não deixam. E porquê?

Escreveu Daniel Oliveira, no Arrastão: "O Sara luta pelo mesmo que Timor lutou. A história é aliás quase igual. Mas os negócios falam mais alto. Aminetu Haidar, prémio Sakarov entre tantos outros, pode morrer a qualquer momento. Em solo europeu. Perante o silêncio cobarde de todos. Apenas porque não deixam regressar ao seu país, à sua casa, aos seus filhos. Apenas porque os mesmos que a elogiam e a premeiam são incapazes de aprender alguma coisa com o seu exemplo: o da dignidade e da coragem.

Quando Marrocos fez saber que ela só poderá regressar se pedir desculpas ao rei Mohammed VI, o seu filho mais novo, de 13 anos, disse: “A minha mãe nunca vai voltar a casa porque nunca vai pedir perdão ao rei.” Não por frieza, mas pela coragem de uma combatente, Aminetu mediu todas as palavras: “podem viver sem mãe, mas não sem dignidade”. Por mim, ao ver esta mulher firme e de paz morrer na Europa que se diz da liberdade sinto uma vergonha sem fim. E um desprezo enorme pelos cobardes que nos governam. Tivessem os nossos líderes um pingo do que tem Aminetu e estaríamos muito melhor servidos."

Não é preciso dizer mais nada. (Ah, e um agradecimento ao Zé Cunha, por me ter chamado atenção para este caso).








Começa hoje a Conferência Mundial sobre as Alterações Climáticas, em Copenhaga. Hoje é o primeiro dia do resto das nossas vidas.







Dentro das inúmeras campanhas que circulam pela Internet e um pouco por todo o mundo a propósito da Cimeira de Copenhaga sobre o Clima, que começa já esta segunda-feira, e que possivelmente decidirá o futuro deste planeta, destaco uma que está patente no aeroporto de Copenhaga, coberto de cartazes onde vários líderes mundiais envelhecidos pedem desculpa pelo falhanço das negociações da Cimeira do Clima que tem iníco nesta cidade no início da próxima semana. "Peço desculpa. Podíamos ter travado alterações climáticas catastróficas mas não o fizemos", diz Barack Obama, Gordon Brown, Lula da Silva e outros.

Estas (brilhantes) fotomontagens fazem parte de uma campanha da Greenpeace e da TckTckTck que pretende sensibilizar estes políticos para a necessidade urgente de medidas contra o aquecimento global. "Esperamos que estes anúncios prevejam um futuro errado – um futuro em que os líderes olham para o passado, para uma cimeira que falhou, com uma atitude de 'podia, deveria'. Ainda há tempo para mudar o futuro", acredita a Greenpeace. Esperemos que estes cartazes também estejam na zona VIP do aeroporto e que sejam vistos por quem realmente foram destinados.

Eis cinco exemplos, com Obama, Merkel, Sarkozy, Lula e Zapatero. Brilhante campanha.

















Esta é, certamente, uma das declarações mais sérias e convictas que já publiquei aqui no Café Margoso. Orgulhosamente.


Carta de Princípios da Rede Laço Branco Cabo Verde
Homens contra a violência de gênero

Quem somos?

O Laço Branco Cabo Verde é uma rede fundada no dia 10 Julho de 2009, por um grupo de homens das mais variadas áreas de formação e de actuação. É um grupo que se caracteriza pelo forte engajamento na promoção da igualdade de género, pelo que fomenta alianças com outras instituições/organizações da sociedade civil que se posicionam a favor dos direitos humanos e contra a desigualdade de género e a todas suas manifestações, especialmente a Violência Baseada no Género (VBG).

Porque surgimos?

Na sociedade cabo-verdiana prevalecem preconceitos e estereótipos sexistas bastante enraizados. Uma das faces mais visíveis destas representações é os altos índices de violência contra a mulher (22%), que têm como efeito a deterioração de relações nos espaços privados e públicos. Os homens são ao mesmo tempo parte do problema e da solução. Confrontando os homens com atitudes, normas sociais e comportamentos discriminatórios em relação aos papéis de género e à violência contra as mulheres, queremos comprometer os homens nesta luta de identificando e eliminação das praticas sociais injustas em função do género e de pôr fim à todos os tipos violência contra a mulher.

Em que acreditamos?

Que ser homem NÂO é:
  • Ter muitas parceiras;
  • Usar violência contra mulheres ou homens;
  • Aguentar a dor;
  • Procriar um grande número de filhos e filhas;
  • Exercer o poder sobre outrem;
  • Ser heterossexual.

Que ser homem É:
  • Saber construir relações baseadas no respeito e igualdade;
  • Não tolerar qualquer tipo de violência;
  • Ter coragem de pedir ajuda;
  • Saber partilhar decisões e poder;
  • Saber respeitar a diversidade e os direitos de todas e todos.
O que queremos?
  • Difundir e multiplicar a mensagem do Laço Branco Cabo Verde;
  • Promover a igualdade e a equidade do género;
  • Combater todas as manifestações de violência, nomeadamente a VBG;
  • Promover e estimular a assumpção plena dos direitos e deveres próprios da paternidade;
  • Apoiar as políticas e iniciativas que fomentem a equidade de género na família, na saúde, na justiça, na educação, na política, na economia e na comunicação social.

Para tal, a rede tem o intuito sensibilizar, envolver e engajar os homens em Cabo Verde e a sociedade civil no geral no combate à violência baseada no Género e a todas as formas de desequilíbrio de género, e na desconstrução duma visão distorcida de masculinidade.

Quais os princípios dos quais não abdicamos?
  • Da visibilidade no combate à violência contra a mulher;
  • Da denuncia e combate a todos os actos de omissão, infracção, comportamento discriminatório, nomeadamente, machismo/sexismo, exclusão social, homofobia, racismo ou qualquer outro tipo de comportamentos contra mulheres, homossexuais, bissexuais, transexuais e violação dos direitos resultantes da desigualdade de género;
  • Da aliança com as mulheres para alcançar a equidade de género e conquistar direitos, saúde e bem-estar das mulheres e meninas;
  • Da assumpção e partilha das responsabilidades que a constituição da família implicam, nomeadamente o cuidado das crianças ou dependentes e as tarefas domésticas
  • De praticar uma nova masculinidade que respeita a diversidade sexual e os direitos reprodutivos de mulheres e homens;
  • De responsabilizar-nos pelo nosso bem-estar, pela nossa saúde, planeamento familiar e por uma pratica sexual responsável;
  • Da identificação e da denúncia das necessidades específicas e experiências de homens e meninos que não são tomadas em conta pelas políticas públicas e práticas profissionais em todas as áreas;
  • Da transparência, honestidade, justiça e ética em todas as nossas acções;
  • Da colaboração e diálogo com todo o tipo de instituições.


Contactos:

Email: lasubranku_cv@yahoogrupos.com.br
Facebook: http://www.facebook.com/home.php#/group.php?gid=240299560523&ref=ts
Rua Serpa Pinto nº68 CP 253 – Tel: 261 62 71/ 261 51 74 - Fax: 261 52 63






É preciso falar também quando algo de (muito) bom acontece. E neste caso, é preciso falar da campanha que está a decorrer a nível nacional para a troca de lâmpadas tradicionais por lâmpadas economizadoras. Hoje, na cidade do Mindelo, em plena rua de Lisboa, qualquer cidadão que levar uma lâmpada, em troca é-lhe ofertada uma economizadora, que no mercado custa entre 300 a 400 escudos. E de graça. Uma boa medida do Ministério da Economia. Na minha casa já não se usa outra coisa.

Lembrar ainda que, mesmo sendo mais caras, feita as contas, o custo total de uma lâmpada economizadora é mais barata porque consome menos energia e dura muito mais tempo do que a lâmpada incandescente. Estas lâmpadas encaixam nos mesmos candeeiros que as mais antigas, por isso não é necessário de comprar novos candeeiros ou adaptadores para poder beneficiar das reduções dos custos energéticos.

A grande vantagem das lâmpadas economizadoras é a duração total de horas que conseguem iluminar, sem se estragarem. Os valores podem ultrapassar as 10 mil horas, o que corresponde a mais de 5 anos de utilização média. Além disso, estas lâmpadas têm uma eficiência energética A ou B, o que faz delas muito mais amigas do ambiente.

E vocês, já trocaram as vossas lâmpadas?

P.S. Ter recebido uma conta monumental da Electra, também ajudou a que tomasse uma atitude, tenho que admitir!