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segunda-feira, 9 de julho de 2012

Fotos clássicas de Bob Gruen, um dos maiores fotógrafos do rock'n'roll (in: "Rockers", Ed. Cosac & Naify)



GALERIA DE IMAGENS ICÔNICAS
DE BOB GRUEN


Cosac & Naify: "Esse nova-iorquino é considerado um dos principais fotógrafos da cultura pop. Iniciou sua carreira em meados dos anos 1960. Na época, era apenas um grande fã de Bob Dylan - e desde então registra a trajetória das maiores bandas e ídolos do rock, do pop e do punk. Foi amigo de John Lennon e é o autor de uma de suas mais célebres imagens: Lennon em frente à Estátua da Liberdade vestido com uma camiseta na qual estava escrito “New York City”. Sua obra imortalizou também Led Zeppelin, The Who, David Bowie, Tina Turner, Elton John, Aerosmith, Kiss e Alice Cooper. Nos anos 1970, virou o fotógrafo dos bastidores de bandas emergentes de punk e new wave, incluindo New York Dolls, Clash, Ramones, Patti Smith Group e Blondie, tendo excursionado com os Sex Pistols pelos EUA. Gruen também chefiou a seção de fotografia da Rock Scene Magazine. O site do fotógrafo na internet é www.bobgruen.com."




















 Na sequência: Led; Lennon & Yoko; Jagger & Richards; McCartney; Ramones; Sex Pistols; Cale, Reed, Smith e Byrne; Dylan; J. Jett; Clash; Townshend; Pistols; Beastie Boys; D. Harrie; Marley; G. Day; Motoqueiros de Moscow; Ryan Adams; Sheryl Crow; Zappa; Blondie. Na nossa página no Facebook tem mais uma pá: cola láTem mais aqui e acolá.

terça-feira, 27 de março de 2012

Da caixinha de memórias de Patti Smith: o 1º encontro com Rimbaud, um show dos Rolling Stones e o poeta vida-podreira Jim Carroll



Patti Smith abre sua caixinha de souvenirs e nos conta em fina prosa lá no Mate-me Por Favor (A História Sem Censura Do Punk):


O PRIMEIRO ENCONTRO COM RIMBAUD 

“A Poet makes himself a visionary through a long, boundless and systematized
disorganization of all the senses.”
Rimbaud 



Eu estava trabalhando numa fábrica e inspecionando produtos pra bebê, e era minha hora de almoço. Um cara passava por lá com uma carrocinha que tinham aqueles maravilhosos sanduíches de linguiça, e fiquei muito a fim de um. Eles custavam mais ou menos um dólar e quarenta e cinco. Fiquei muito afim de um, mas acontece que o cara só trazia dois por dia. E as duas senhoras que mandavam na fábrica, Stella Dragon e Dotty Hook, pegaram os dois.

Aí não havia nenhuma outra coisa que eu quisesse. Você fica obcecado  por uns certos sabores. Estava com a minha boca salivando pelo tal sanduíche de lingüiça quentinho, então fiquei na maior depressão. Daí caminhei ao longo dos trilhos da ferrovia até uma pequena livraria. Fiquei zanzando por lá, procurando alguma coisa pra ler, e vi Illuminations. Uma edição de bolso barata das Iluminuras do Rimbaud, sabe? Quer dizer, todo garoto teve uma. Tem aquela foto granulada de Rimbaud, e achei que ele tinha um ar muito elegante. Rimbaud parecia muito genial. Peguei o livro no ato. Nem sabia do que se tratava, simplesmente achei que Rimbaud era um nome elegante. Provavelmente chamei-o de "Rimbawd" e achei que ele era muito cool.

Daí voltei pra fábrica. E fiquei lendo o livro. Era em francês de um lado e em inglês do outro, e isso quase custou meu emprego porque Dotty Hook viu que eu estava lendo alguma coisa que tinha língua estrangeira e disse: "Pra que você está lendo coisa estrangeira?!?"

Eu disse: "Não é estrangeira."

Ela disse: "É estrangeira e é comunista. Qualquer coisa estrangeira é comunista."

Ela disse isso tão alto que todo mundo pensou que eu estivesse lendo O Manifesto Comunista [de Marx & Engels] ou coisa parecida. Todos se levantaram, foi um caos completo, é claro, e saí da fábrica muito puta da cara. Fui pra casa e, é claro, dei ao livro a maior importância antes mesmo de lê-lo. Me apaixonei de verdade por ele. Foi por aquele encantador Filho de Pan que me apaixonei... Porque ele era tão sexy.



A MAGNÉTICA PRESENÇA DE MICK JAGGER NO PALCO



O que me fez ter esperança no futuro da poesia foi o concerto dos Rolling Stones que vi no Madison Square Garden. Jagger estava cansado e todo detonado. Era uma terça-feira, ele tinha feito dois shows e estava de fato à beira de um colapso - mas o tipo de colapso que transcende pra mágica.

Jagger estava tão cansado que precisou da energia da platéia. Não foi um roqueiro naquela noite. Ele esteve mais perto de ser um poeta do que jamais estivera, porque estava tão cansado que mal conseguia cantar. Adoro a música dos Rolling Stones, mas o principal não foi a música, mas a performance - a performance visceral. Foi a performance visceral dele, o ritmo, a movimentação, a fala - ele estava muito cansado, dizia coisas do tipo: "Very warm here/ warm warm warm / It's very hot here / hot, hot / New York, New York, New York / band, bang, bang." (Muito quente aqui / quente quente quente / faz muito calor aqui / calor calor / Nova York Nova York Nova York / banda, bang, bang.)

Quer dizer, nada daquela coisa foi genial - foi a presença e a força dele que mantiveram a audiência na palma de sua mão. Havia eletricidade. Se os Rolling Stones tivessem ido embora e deixado Mick Jagger sozinho, ele teria sido maravilhoso como qualquer poeta naquela noite. Teria falado alguma de suas melhores letras e mantido a platéia magnetizada.

E aquilo me entusiasmou tanto que quase me despedacei, porque vi todo o futuro da poesia. Vi e senti de verdade, fiquei tão empolgada que mal cabia em mim, e isto me deu força pra seguir em frente. [...] Apresentação física numa performance é mais importante do que o que você está dizendo. Qualidade dá bom resultado, é claro, mas se a sua qualidade intelectual é alta, seu amor pela platéia é evidente, e você tem uma forte presença física, pode fazer qualquer coisa impunemente.


SEDUZIR PARA UMA CONSCIÊNCIA DE MASSA

Comecei a fazer sucesso escrevendo aqueles poemas longos, quase poemas de rock & roll. E gostava de apresentá-los, mas percebi que, embora fossem maravilhosos, não eram grande coisa no papel. Não estou querendo dizer que os renego, mas existe um certo tipo de poesia que é poesia de performance. É como os índios americanos, que não escreviam poesia conscientemente. Faziam cânticos, faziam linguagem ritual - e a linguagem do ritual é a linguagem do momento.

Mas, na medida em que ficavam congelados num pedaço de papel - não eram inspiradores. Você pode fazer o que quiser, contanto que seja um grande performer, sabe como é, pode repetir uma palavra mais e mais, contanto que seja um performer fantástico. Quer dizer, Billy Graham é um grande performer, muito embora seja um cagalhão. Adolf Hitler era um performer fantástico. Era da magia negra. E eu aprendi daí. Você pode seduzir as pessoas pra uma consciência de massa.

Assim, escrevo pra ter alguém. Há um motivo por trás de tudo que escrevo. Escrevo do mesmo jeito que me apresento. Quer dizer, você só se apresenta porque quer que as pessoas se apaixonem por você. Quer que elas reajam a você.

A outra coisa é que, através da performance, alcanço certos estados nos quais sinto minha mente muito aberta - tão cheia de luz, enorme, grande como o Empire State Building -, e, se consigo desenvolver uma comunicação com o público, um grupo de pessoas, quando minha mente está tão grande e receptiva, imagine a energia, a inteligência e todas as coisas que posso roubar delas.


JIM CARROLL É UM DOS VERDADEIROS POETAS DA AMÉRICA

Jim Carroll (3º da esq. pra direita), autor de The Basketball Diaries, 
adaptado pro cinema como Diários de um Adolescente

Os poetas de St. Mark's são muito insípidos, são umas fraudes, eles escrevem: "Hoje às nove e quinze tomei um pico de speed com Brigid..." São espertos o suficiente pra colocar isso num poema, mas se Jim Carroll entra doidão na igreja e vomita, isto não é um poema pra eles - não é cool. 

Tudo bem se você joga com isso na sua poesia, mas se está realmente nessa, aí já é outra coisa - não é algo que eles queiram encarar. Jim Carroll era a chance do St. Mark's Poetry Project ter algo real lá. Jim Carroll é um dos verdadeiros poetas da América. Quer dizer, é um poeta de verdade. É um junkie. É bissexual. Foi comido por todos os gênios masculinos e femininos da América. Foi comido por toda essa gente. Ele vive por inteiro. Vive uma vida repugnante. Às vezes você tem que tirá-lo de uma sarjeta. Ele esteve na prisão. É um fodido completo. Mas qual o grande poeta que não foi? Pra mim é incrível que aos 23 anos Jim Carroll tenha escrito todos os seus melhores poemas - com a mesma idade que Rimbaud escreveu os dele. Ele tem a mesma excelência intelectual e altivez de Rimbaud. 

Mas o baniram porque ele fodeu com tudo. Não apareceu pra sua leitura de poesia. Estava na cadeia. Bom pra ele. Disseram: "Oh, bem, não podemos mais pedir pra ele ler poesias." Foi ridículo.

tudo isso e muito mais lá no...



Mate-me Por Favor (Uma História Sem Censura do Punk) 
Legs McNeil e Gillian McCain (org.)
Editora L& PM


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Discografia Completa de Patti Smith [1975-2004] - mp3 de 192kps
Documentário "Patti Smith: Dream of Life" (2008), de Steven Sebring

<<< LEIA MAIS >>>
Patti Smith: Um Rimbaud de saias poetizando o rock'n'roll

domingo, 4 de setembro de 2011

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Black Mountain

Povo! MIXTAPE novinha em folha saindo do forno! Tem um hippie'n'roll garageiro dilícia para alegrar os cabeludos ("The Hair Song", do Black Mountain) e muito material para agradar aos estradeiros e easy-riders: como "Travelin' Band", com o Creedence pisando fundo numa de suas músicas mais quinta-marcha. 



Siga viagem na poesia de Bob Dylan, circa-Highway 61 Revisited, sendo cantada em ritmo de garage-rock pela charmosa Karen O, vocalista dos Yeah Yeah Yeahs... um primor! Esta vem da trilha sonora de I'm Not There, o filme de Todd Haynes que biografa surrealiza a vida de Mr. Robert Zimmermann. Depois aproveite pra correr dos hômi junto de Mick Jones, que aparece aqui reclamando punkmente contra a repressão policial no clássico do Clash "Police On My Back" (que aparece em versão ao vivo no Shea Stadium, aquele mesmo que acolheu tantos espetáculos-de-massa bombadaços durante a beatlemania). 

Na sequência tem dobradinha entre Mestres e Discípulos: quem leva adiante a "fitinha" (deixemos de "mixtape", que é muito americanismo!), no pós-Clash, é o Rancid. Neste som, Tim Armstrong, Lars Frederiksen e companhia moicanada fazem uma crônica social a respeito dos "Hooligans". Mais uma naquela veia ska-punk que, além de ter rendido "Time Bomb" e "Ruby Soho", ajuda a fazer do Life Won't Wait (1998) algo como o London Calling de outra geração (esta, que nasceu mais ou menos de 1980 pra frente...).


Tem ainda um clássico velocípede de Hendrix ("Crosstown Traffic", petardo do Electric Ladyland), uma soulzera maria-gasolina com Wilson Pickett (quem lembra do The Commitments, o filme?), uma funkeira que é quase sincretismo religioso com o Funkadelic, e um groove branquelo à la Television com os Strokes da melhor fase, reptilianamente mandando ver. (qual a melhor fase? Pra mim, ali do Is This It até o meio do Room On Fire, época em que os crédulos ainda acreditavam que eles seriam, enfim, a tão propalada quimera de jornalistinha de música, a "Salvação do Rock"...).

O Brasil? Desta vez, representado com só uma banda: os mineiros do Fusile, uma das melhores bandas ao vivo hoje-em-dia, os caras que fizeram com o Coconut Revolution um dos EPs mais duravelmente empolgantes do rock brasileiro recente. Esta é uma mescla linguística de inglês e espanhol (tal como Black Francis, nos Pixies, os belorizontinos adoram a sonoridade do castelhano...) e versa sobre um grande dilema da condição humana: descobrir-se sem dinheiro para pagar a conta depois de ter enchido a cara num pub.

Curtam ae!

* * * * *


Grande parte dos sons abaixo eu rolei @Metrópolisretrô, pub de Goiânia, durante a Pré-Festa do 10º Festival Vaca Amarela. No próximo fim-de-semana, ouso dizer que não existe nada acontecendo no Brasil, culturalmente falando, de tão interessante quanto a 10ª edição anual consecutiva do Vaca: serão 48 bandas em 3 dias de festa, do hardcore ao brega, da MPB cabeça ao heavy metal, do rap ao pop e deste ao punk... Sem falar nas Artes Integradas e nas muitas Devassas geladas, que também prometem fazer a alegria de muita gente que comparecer. Sou testemunha ocular de que Fósforo Cultural e parceiros estão em intenso processo de maquinação para fazer deste o melhor Vaca Amarela de todos os tempos - e tomara que o décimo seja só um degrau que conduz ao vigésimo! Quem estiver pela capital goiana entre os dias 09 e 11 de Setembro, pois, não deixe de conferir o 10º Vaca Amarela - no Centro Cultural Martim Cererê, R$ 20 o dia na Sexta e no Sábado, R$10 o antecipado para o Domingão; a partir das 18h na Sexta e no Sábado e a partir das 15h no Domingo. Menores de 16 anos só entram acompanhados. Os ingressos são limitados: 2.000 entradas por dia. Garanta o seu na Hocus Pocus, Ambiente Skate Shop ou Fábrica Cultura Coletiva. Hey ho?! LET'S GO!

* * * * *

                                                       
DEPREDANDO, A MIXTAPE
[VOLUME NÚMERO 8, Setembro '11]
Capa: Léger remixado
DOWNLOAD GRATUITO (75 MB)


01. BLACK MOUNTAIN - The Hair Song (Wilderness Heart) (3:54)
02. KAREN O - Highway 61 Revisited (I'm Not There OST) (3:58)
03. ROLLING STONES - All Down The Line (Exile On Main Street) (3:47)
04. THE CLASH - Police On My Back (Live At Shea Stadium) (3:28)
05. STROKES - Reptilia (Room On Fire) (3:41)
06. RANCID - Hooligans (Life Won't Wait) (2:32)
07. CREEDENCE CLEARWATER REVIVAL - Travelin' Band (Cosmo's Factory) (2:07)
08. YEAH YEAH YEAHS - Gold Lion (Show Your Bones) (3:09)
09. FUSILE - No Puedo Pagar (A Step Behind to Lose) (2:06)
10. FUNKADELIC - Who Says A Funk Band Can't Play Rock?! (One Nation) (6:18)
11. WILSON PICKETT - Mustang Sally (soul classic) (3:05)
12. HENDRIX - Crosstown Traffic (Electric Ladyland) (2:24)

Dissemine e Semeie: http://www.mediafire.com/?ppbm7ixgc5gkt3r !