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quinta-feira, 23 de junho de 2016

''Taxa de mortalidade no Tarcísio Maia é de 58% na urgência'' - aponta relatório da OAB

A greve é pra sobreviver

A Ordem dos Advogados do Brasil publicou um relatório sobre as condições de trabalho e saúde do Hospital Regional Tarcísio Maia. O Sindsaúde Mossoró redigiu relatório sobre o mesmo tema entre fevereiro e março deste ano, relatório que foi inclusive anexado e confirmado elo documento da ordem.

O relatório traz novos dados e descobertas ainda mais alarmantes, atualizando a exposição do sindicato de meses atrás. Entre as conclusões, destaca-se a taxa de mortalidade de 58% entre os pacientes da UTI (praticamente 3 em cada 5 pacientes que vão a UTI no Tarcísio Maia perdem sua vida). 70% dos óbitos tem causa indeterminada. Foram detectadas inconformidade em todos os setores do hospital, sem exceção. O relato também apontou as relações entre a expansão do hospital e a extenuante sobrecarga de trabalho, que adoece as trabalhadoras e trabalhadores e que traz sofrimento psicológico para servidores e pacientes.

O relatório foi elaborado a partir de dezenas de visitas técnicas e centenas de entrevistas com servidores e usuários, a partir da Comissão de Saúde da OAB, sob supervisão do Dr. Elsias Nascimento. O Sindsaúde saúda a iniciativa da Ordem, agradecendo seu minucioso trabalho em defesa da saúde pública.

O sofrimento da população e o sucateamento da pública e dos nossos direitos tem uma raiz política. Não é por falta de conhecimento nem por má administração que a população não tem dignidade nas suas modestas necessidades, mas sim por uma opção clara dos governantes. Uma opção clara de privilegiar a si mesmos e aos ricos e poderosos, e fazer a classe trabalhadora pagar a conta da crise. Defendemos que os de baixo se organizem e construam uma greve geral, para botar pra fora todos eles e chamar por eleições gerais já. Somente a partir da nossa própria mobilização e das nossas próprias forças poderemos defender nossas poucas conquistas, que estão sendo atacadas uma a uma pela política de ajuste fiscal e desmonte do serviço público promovido por Temer, Robinson Faria e esse Congresso.

sexta-feira, 4 de março de 2016

Relatório sobre o Tarcísio Maia é apresentado em coletiva de imprensa do Sindsaúde



Na manhã desta sexta-feira 04/03, o Sindsaúde Mossoró promoveu coletiva de imprensa em que apresentou o relatório sobre a questão do Hospital Regional Tarcísio Maia. Estiveram presentes a diretoria regional e estadual do Sindsaúde (João Morais e Aldiclesio Maia), bem como representantes da imprensa local.

O relatório foi elaborado após requerimento da Defensoria Pública da União e Secretaria de Saúde Pública do Rio Grande do Norte, sendo remetido também para o  Ministério Público do RN e a OAB. As autoridades solicitaram mais informações sobre a situação do hospital para o sindicato.  O relatório detalha as deficiências e carências do Tarcísio Maia em 14 (quatorze) páginas,  divididas em 7 (sete) pautas.

Jornalistas presentes receberam cópias exclusivas do relatório. O Sindsaúde Mossoró lançará o arquivo pela Internet amanhã, em formato pdf, para toda população.
















domingo, 16 de janeiro de 2011

Opinião

Chuvas no Rio: Omissão dos governos faz novas vítimas

Miguel Malheiros, do Rio de Janeiro (RJ)

As chuvas de abril de 2010 fizeram encostas deslizar, matando centenas de pessoas, e fizeram todo o Brasil saber da existência de um lugar chamado Morro do Bumba. As águas deste janeiro de 2011 marcam uma nova tragédia para o povo fluminense. Os mortos já ultrapassam 500. Em Teresópolis contam-se 185 vítimas fatais, mas já foram cavadas 300 covas. Ou seja, podemos estar diante de uma tragédia sem precedentes, mas absolutamente previsível.

Todos os anos as chuvas de verão castigam o estado do Rio. A ocupação urbana, a canalização, ou mesmo aterramento, de rios lagos e lagoas colocam sempre a possibilidade de inundações, deslizamentos de terras, quedas de barreiras e encostas. Até as pedras da Serra dos Órgãos sabem disso. Aparentemente todos os governantes do estado, prefeitos, ex-prefeitos, governadores e ex governadores, presidentes atuais e passados faltaram as aulas de geografia elementar.


Na história mais recente (após a ditadura), o estado do Rio foi governado pelo PDT, PT, PSDB, PMDB. Estes também são os partidos que se revezam nas diferentes prefeituras do estado e no governo federal.

Sim, existem responsáveis por essa tragédia há tempos anunciada: os distintos governantes que se recusam a investir em obras que preservem a vida da população trabalhadora. As centenas de mortos não são um acaso da natureza ou um desígnio de um deus vingativo. Elas são fruto do descaso e menosprezo pela vida de milhares de pessoas. Os mortos somam-se as centenas, os desabrigados aos milhares.


É possível evitar tragédias deste tipo?
O marxismo nos ensina: a história humana sobre o planeta é também a história da luta para compreender a natureza e tentar controlar seus fenômenos. O desenvolvimento das forças produtivas, em última instância, pode ser traduzido como a luta por sobreviver, na luta contra os elementos naturais, a luta por bem estar.


Não é possível impedir que as chuvas desabem do céu. Tampouco se quer isso. No entanto é possível impedir que milhares de pessoas percam as conquistas de uma vida inteira de trabalho. É possível e necessário impedir o choro de centenas de famílias por seus mortos em uma tragédia que poderia ter sido evitada.

Não são poucos os lugares do mundo onde catástrofes naturais como tufões, terremotos e erupções vulcânicas surpreendem pela impetuosidade da natureza por um lado, e por outro pela ausência de vítimas fatais.

A ausência de mortos não está vinculada a boa ou má sorte, nem a desígnios divinos. Senão pelo investimento em infra-estrutura, prevenção, planos de resgate e evacuação, máquinas e equipamentos apropriados. Basicamente no planejamento urbano, de forma a que a fúria da natureza não signifique perdas humanas e perdas materiais de tal monta que não possam ser repostas em uma geração.

O que cobrar no imediato dos governos?
Liberar o FGTS dos atingidos, como faz o governo federal, é apenas tentar jogar sobre as vítimas a responsabilidade pelo ocorrido. É o mesmo que dizer: vocês estão sozinhos nessa! O mínimo é que as comunidades de trabalhadores que foram atingidas, ou seja, aqueles que ganham o pão com o suor do próprio rosto, tenham seus bens materiais repostos pelos governos responsáveis – por sua omissão através dos anos.


O governo federal, Sergio Cabral e os prefeitos têm de vir a público comprometer-se com a construção de casas. Mas não só. Os investimentos nas medidas necessárias para que tragédias deste porte não se repitam é uma exigência que a lembrança dos mortos não deve nos permitir deixar passar.

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Opinião

Governo Lula desrespeita os aposentados

ZÉ MARIA - Da Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas)

Está em curso mais um duro ataque aos milhões de aposentados desse país. Os aposentados, que trabalharam por décadas e ajudaram a construir este país, agora amargam o desprezo do governo. Sofrem com benefícios cada vez mais defasados, enquanto a inflação de alimentos, remédios e produtos básicos só aumenta. Uma tremenda injustiça.

Agora, o governo Lula declarou que vai vetar a proposta de reajuste que está sendo discutida no Congresso, de 7,7% para as aposentadorias do INSS acima do salário mínimo. Hoje, 8,3 milhões ganham acima do mínimo, enquanto outros 18 milhões sobrevivem a duras penas com R$ 510.

A proposta costurada no Congresso está abaixo da reivindicação dos aposentados, que é igualar o índice de reajuste do salário mínimo ao dos benefícios acima dessa faixa. O último reajuste do mínimo foi de 9,6%, portanto, todos os aposentados deveriam ter esse reajuste.

Mas nem mesmo essa proposta rebaixada o governo está disposto a cumprir. Lula já disse que vai vetar qualquer reajuste acima de 6,14%. A conta feita pelo governo para chegar a esse número foi a inflação mais 50% do crescimento do PIB de 2008. Essa fórmula criada pelo governo serve para manter as aposentadorias arrochadas. No ano passado, por exemplo, o PIB caiu, então, por essa conta, em 2011 as aposentadorias só teriam a correção da inflação.

O governo diz que não pode conceder o reajuste proposto pelo Congresso, pois isso faria “explodir” o orçamento. O próprio governo afirma que o impacto do reajuste de 7,7% seria de R$ 4,8 bilhões. Lula disse o seguinte: “ao colocar comida no prato das pessoas, tenho de saber a quantidade de comida que tem na panela”, afirmando que a Previdência Social não suportaria um reajuste com esse índice.

A panela de Lula para os aposentados, ao que parece, é bem menor que a panela para os grandes banqueiros e empresários. Só no ano passado, por exemplo, o governo pagou R$ 170 bilhões de juros da dívida pública, mais de 35 vezes o que custaria o reajuste das aposentadorias que ele disse que vai vetar. Só para salvar banqueiros e empresários da crise foram R$ 370 bilhões.

Se o governo Lula já deixou claro o seu desprezo pelos aposentados, no Congresso Nacional não é diferente. Essa proposta de 7%, mesmo rebaixada, só é movida pelo interesse eleitoreiro dos parlamentares que querem se reeleger. O governo veta, eles ficam bem na fita e fica tudo por isso mesmo.

Só a mobilização direta e a luta dos aposentados, apoiados pelos trabalhadores, podem reverter isso. Assim poderemos equiparar o reajuste das aposentadorias e do salário mínimo, valorizar realmente o mínimo e acabar de vez com o fator previdenciário.