Li esta crónica, e realmente algumas das coisas lá escritas, apoiam-se na realidade.
Uma vez, teclei e troquei mensagens, com um rapaz, que nunca podia falar ao telemóvel porque tinha medo. Só comunicávamos por sms e por msn (já falecido, nos entretantos) e mesmo assim tinha dias. Quando convidava para café recusava. Tinha sempre qualquer coisa. Uma viagem ao Porto, um campeonato de equitação (que nunca existiu) em Mafra, uma reunião de uma empresa (uma das maiores de Portugal) porque tinha assento no Conselho de Administração.
As fotos que mostrou, e fez por mostrar, não correspondiam à pessoa. A ideia de enviar fotos alheias a pensar que resulta, só resulta, quando não nos esquecemos que já enviamos fotos anteriormente de um gajo, ao mesmo tempo que ligamos a webcam.
A história estava montada. Era um gajo rico, que ganhava taças, praticava imenso desporto, vivia num apartamento numa das zonas mas nobres da cidade, mas também na quinta que a família tinha algures na margem sul. O trabalho, além de representar internacionalmente a família nas diversas participações que a dita tinha em diversos países europeus, também tinha uma data de escritórios espalhados por Lisboa.
O que me fez aguentar toda esta treta, não foi o dinheiro, nem o fascínio que uma vida super atarefada podia comportar. Até porque, nunca liguei a isso e nunca me preocupei com isso. A verdade, é que a história, que o namorado o tinha traído, de estar sozinho, de achar toda a gente era igual e não prestava (sou tão tótóoooo), fez com tivéssemos conversas prolongadas e até convites meus para encontros presenciais. Mas como diz o povo, podemos enganar muita gente ao mesmo tempo, mas não toda gente, o tempo todo.
Um dia, um amigo meu, disse-me que que estava a teclar e a falar com um rapaz, que morava num tal sítio, que se chamava de determinada maneira, que nunca queria estar ao vivo e que era super desconfiado e ciumento, mas que estava a gostar de o conhecer. Mal parou de falar, acrescentei todos elementos em falta na história e percebeu (tal como eu em tempos) que estava perante uma grande fraude.
Resumindo: histórias, só da Carochinha.