O Bom Inverno Quotes

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João Tordo
“Mesmo imaginada, uma dor continua a ser uma dor: está lá quando nos deitamos à noite, está lá antes do pequeno-almoço.”
João Tordo, O Bom Inverno

João Tordo
“Queria estar em toda a parte ao mesmo tempo e tinha inveja de toda a gente que estava noutro lugar qualquer. Um bocado como os velhos que têm saudades da ditadura só porque na altura ainda eram novos. Fui um hedonista, e o hedonismo paga-se caro.”
João Tordo, O Bom Inverno

João Tordo
“Assim, com tempo nas mãos, munidos destas ideias absurdas, e com uma secreta descrença na literatura, continuei a procrastinar, a adiar e a beber, arranjando toda a espécie de justificações para evitar a incómoda tarefa de, finalmente, me sentar e começar a escrever.”
João Tordo, O Bom Inverno

João Tordo
“Peguei no fragmento do dente, colocando-o entre o polegar e o indicador da mão direita, e tive a certeza, nesse preciso momento – como tantas vezes antes, com um baque surdo do coração –, de que havia qualquer coisa profundamente errada comigo.”
João Tordo, O Bom Inverno

João Tordo
“A vida nem é propriamente um sonho, é mais uma insónia interminável num quarto cheio de melgas.”
João Tordo, O Bom Inverno

João Tordo
“Havia alguma coisa naquele objecto – e na dor constante que sentia na perna, e na firme crença de que, dentro de mim, algo apodrecia – que transformava todo o cepticismo da minha juventude no mais puro fel.”
João Tordo, O Bom Inverno

João Tordo
“O médico tivera razão numa coisa: um homem de trinta e tal anos com uma bengala não lembra ao diabo; era preciso mais atrevimento para que o diabo se lembrasse de nós.”
João Tordo, O Bom Inverno

João Tordo
“Eu, que fora um cobarde, de estômago sensível, comportava-me agora como um profissional da morte, e o desespero alheio – o choro, os gritos, os insultos, as traições – só tinha servido para me deixar mais alerta e, de certa maneira, encher as medidas daquela minha recém-descoberta familiaridade com o Mal.”
João Tordo, O Bom Inverno

João Tordo
“No caminho do bosque, ensombrados pelas árvores muito altas que se debruçavam sobre nós, ameaçadoras, existia a sensação de que alguma coisa nos observava a partir dos lugares mais recônditos; existia a sensação insidiosa de que alguma coisa nos acompanhava sem dar tréguas, medindo os nossos passos, dois olhos demoníacos escondidos na semiobscuridade das árvores.”
João Tordo, O Bom Inverno