Metereologia 24 h

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quarta-feira, 18 de junho de 2025

Uma pequena consulta médica - algum enfermeiro por aí?

 Se uma pessoa está sempre a beber água mas está desidratada, o que pode significar?

Se uma pessoa mal engole algo já precisa de evacuar, o que quer dizer?

se uma pessoa sente imensa sede depois de evacuar ou sair do duche ou entrar num lugar aquecido, qual a causa?

se uma pessoa bebe água e logo sofre de refluxo gástrico onde só despeja essa água, o que quer dizer?

Bebendo agua enquanto recuperava o fôlego na sala de espera do consultório médico a meio da tarde. Uma enfermeira chamou meu none, conduziu-me ate uma sala que me é familiar. Sentei-me na poltrona e estiquei o braço esquerdo para ser aquele onde espetam a agulha. Esta entra bem, mas o sangue nao escorre. 

A enfermeira pergunta-me:

Bebeu água?

Respondo-lhe que tinha acabado de beber mas que podia beber mais pois tinha a garrafa de água na mala.

Ela remove a agulha sem a tirar da pele e reajusta a posição. Não funciona. Tira a agulha novamente e espeta-a novamente. Não funciona. Nisto quando vai para a remover mais um vez antecipa: "vai fazer barulho".

Tira a agulha e pergunto-lhe o que quis dizer com "fazer barulho". Com o tubo conectado à seringa, ela explica que quando sangue "fica assim" - umas pequenas gotas separadas com espaço entre si podiam se observar no tubo que precede a entrada da agulha - quer dizer que a pessoa está desidratada

Ela afasta-se, talvez para preparar outra seringa e eu aproveito, saio da cadeira e agarro a minha garrafa de água, dizendo que ia beber para ajudar. 

Ela experimenta e espeta-me novamente a agulha no braço. Sai um pouquinho mas deixa de correr. Enfio mais água goela abaixo, incrédula que faça efeito imediato mas, tentar não custa. Ela desiste e pergunta-me se pode tentar no outro braço. Explico-lhe o que venho a dizer a todas as enfermeiras faz décadas: Pode. Mas geralmente, ninguém consegue encontrar as minhas veias no outro braço. Muitos tentaram, falhando. 

Ela tenta, e consegue. Volta a espetar uma agulha no meu braço, enquanto eu, com o outro que fora várias vezes espetado, pego na garrafa de água e volto a ingerir o líquido precioso, na esperança deste fazer fluir o meu sangue com facilidade para dentro dos dois tubinhos que ela anexa à seringa. 

Lá se consegue mas ela acha que tirou pouco. Explica que, cada tubo, permite fazer oito testes. Mas que se for chamada novamente para repetir, é porque a quantidade tirada não foi suficiente para todos os exames sanguíneos. 

O que quis saber foi o que iam testar. "Fígado, açúcar, tiróide" - foi o que conseguir reter. Perguntei se também faziam à vitamina D, pois há dois ou três anos deu que estava deficiente. Respondeu-me que o NHS não faz mais esse teste, pois ficou "provado" que cerca de 80% da população do Reino Unido sofre, a dada altura, de carência de vitamina D e preferem aconselhar as pessoas a tomarem uns suplementos no inverno. 

Desconhecia. Mais uma coisa que o NHS (Sistema Nacional de Saúde) deixa de providenciar. Aos poucos a tendência é, como em toda a parte do mundo, deixar de providenciar muita coisa. 

Ma fiquei "contente" que iam fazer 8 exames ao meu sangue. Tenho andado com muita pouca energia. Se tentar correr, não consigo dar mais que uns tantos passos, uma meia dúzia, até sentir muito cansaço e perder o fôlego. Sei que o tempo não volta atrás e não serei capaz de vencer corridas e correr muito e rápido, como quando criança. Nem pretendo. Mas sei que me mantenho uma pessoa ativa e que a falta de energia, a languidez, a incapacidade de caminhar uma hora na rua sem sentir exaustão deve ter uma causa num problema de saúde menor qualquer. 

É melhor continuar a rastrear a minha tiróide. 

E pronto. Saí de lá com duas bolas de algodão agarradas aos braços com adesivo branco, que chamaram a atenção dos olhares mais curiosos. Pelo caminho de volta a casa, regurgitei quatro vezes, mas só saiu a água que havia engolido. Chegando a casa, descolei as bolas de algodão, que revelaram pequenas pintas de sangue em cada uma e fui tomar um duche. 

A pesar de bastante espetada nos braços por ter veias "muito finas", nenhuma marca negra sequer parece querer surgir.   

sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Nas emergências

 

Na terça-feira tive de ir ao hospital. Chegando lá, enviaram-me para a sala de espera dos casos "menos graves", onde só tinha duas pessoas há minha frente. Passadas duas horas e meia, ainda tinha essas duas pessoas à minha frente. 

Disseram-me que só existia um médico. E este estava a atender nos dois lados. 

Como pode uma pessoa se dividir em 20?

Este país, para o qual já tantos enfermeiros portugueses emigraram, está mal. Estas sociedades ditas desenvolvidas e em prol do povo, cada vez o deixa mais na mão. Todo o sistema de saúde está em colapso. É triste. Deprimente. Assustador. 

Pagam-se os impostos, fazem-se seguros... na hora do "vamos a ver" é que se sente o desgosto por viver na ilusão de que existe um sistema de saúde pronto a nos ajudar. 

Estou a pensar em todos que, neste instante, podem estar a sentir o mesmo. 

Tive de abandonar o hospital, porque não era o da minha área. O meu transporte de volta a casa, o último, era dali a nada e tive de correr para o apanhar. Hora e meia depois, chego ao local onde vivo e vou directa às emergências do hospital. Fazem-me a triagem. A enfermeira diz-me que a espera está em "HORA E MEIA" e acrescenta que estou com muita sorte. Porque na noite anterior tinha sido SETE HORAS E MEIA!!!!

São quase 20h. Estava exausta e tinha estado no hospital desde as 15.30. Decidi esperar só um bocadinho e tentei encontrar outros meios, visto que percebi já não estar a sangrar e sentia-me bem. Chego à recepção (para perguntar se a consulta online usada durante o confinamento ainda estava ativa) e o quadro atrás diz que o tempo de espera está para DUAS HORAS E MEIA.

Sabia que o meu corpo precisava era de descanso. Não dava. Desisti das emergências mas não de tentar explicar a condição a um médico. Fui para casa, queria era deitar-me mas forcei-me a ir tomar um duche. Não havia água. Corria apenas umas gotas. Fui ao WC do andar de baixo, testei o chuveiro, tinha um pouco de água e tomei duche. Com água fria. Quando terminei, já havia água com a pressão normalizada. 

Parecia que era de propósito para causar mais chatice a um dia que já tinha a sua dose QB. 

Vou tentar marcar uma consulta com um médico. O que aqui é difícil. Tem de se fazer online. O que, na realidade, é melhor. O problema é que, sempre que se vai online, surge uma mensagem a dizer que já estão cheios. E não se avança. Se for "emergência" para ligar para o 999 (112). 

Mas nem sempre uma pessoa sabe se o que tem é grave. 
Eu parti o braço e não sabia. 

Agora já sei o que se passa. Graças ao GOOGLE. 
Foi este que me indicou a alta probabilidade de diagnóstico. Aposto as minhas fichas nisto: Prolapso Retal. O recto, a parte final do intestino grosso, decidiu vir para fora do corpo. 

Julgo ser uma condição que precisa de ser observada para chegar ao tratamento indicado para o caso. Pode ser necessária uma cirurgia - mas como aqui eles não querem gastar dinheiro, ainda vão fazer-me passar por dolorosas posições e tentar "enfiar" aquilo de volta para dentro manualmente. 

Na quarta-feira de manhã consegui marcar "consulta" online. Para tal tive de descrever o problema. Na altura achei que eram hemorroidas. O nome parece algo feio... confesso que senti embaraço de explicar isto às pessoas. Afinal, a condição é outra. E não é temporária, pois dei uns dias para ver se a coisa ia ao lugar. Recebi resposta em 24h - assim dita a aplicação online. E esta foi que o farmacêutico ia poder me aconselhar sobre tratamentos para o caso. 

Não podiam estar mais enganados! E o farmacêutico? Aquele rapazinho que me conhece por me dar todos os meses a medicação? Nem pensar! Não ia lhe descrever algo que sei que não é indicado... a intuição sabe quando é algo que tem solução com pomadas e quando é algo que requer conhecimento clínico mais aprofundado. 

O que mais me faz reflectir em espanto é o timming disto acontecer. Não faz sentido. Em todo o tempo que tenho a condição de prisão de ventre, em que comi mal para caramba... agora é que isto acontece?? Faz um mês, comecei a cuidar melhor da minha alimentação. Que é uma das causas apontadas para a condição. Cortei com o abuso de doces e procurei comer de forma equilibrada e saudável. Comida feita em casa, com vegetais comprados frescos e carne/peixe frescos. Andei a comer muito bem! A defecar que era uma maravilha. 

Faz-me pensar nos tantos casos de pessoas "saudáveis" que morrem assim que adoptam um estilo de vida saudável com intenção de viver mais anos. E depois temos os outros, que não se cuidam, que fumam sem parar, e chegam aos 80s. 

Comigo foi três dias depois de chegar aqui, já com três semanas a comer saudável. E descobri-o sem ter tido vontade de ir ao WC, fazia dois dias que não ia pelo que não fiz esforços musculares nos dias que antecederam a descoberta devido a um grande sangramento. Vontade só a tive hoje cedo. 

Que raio!

Diz o google que esta condição é mais comum em mulheres depois dos 60 ou em pessoas com prisão de ventre. Lá está o meu corpo a ser precoce no que respeita ao envelhecimento! Aha. Prisão de ventre sempre foi o meu caso mas, falando com os médicos, estes sempre me disseram que, se é do meu organismo desde criança, a dificuldade e a ida espaçada, então não tem problema. 

Da última vez aproveitei e queixei-me de dor e desconforto e muita dificuldade. Receitaram-me laxante. Mas eu não tomei, para ser honesta. Tinha melhorado e não gostei que, o médico, disse-me que o laxante não fazia mal algum, era receitado até a bebés recém-nascidos mas nas instruções diz claramente que não é para recem nascidos ou bebés. E por isso, e por estar sempre a trabalhar, não tomei. Receando que me desse vontades loucas de ir e ter que me segurar. 

E vocês? Como têm sido as mais recentes experiências na área da saúde? 

Conhecem algum país onde tudo corra às maravilhas, o sistema de saúde, o de trabalho, etc? É que a Inglaterra está mal... Depois do brexit ficou pior. Em todo o lado à escassez de profissionais: condutores de camiões, condutores para transportes públicos, funcionários para trabalhar nos aeroportos, etc. Com isto falta de tudo. Impostos sobem - como em todo o lado, salários descem, preços duplicam, renda aumento quase 100%. 

As pessoas estão a "dar à sola" daqui...

Pelo menos é a impressão com que fico. 

E desde a penúltima ida a portugal, em Junho, que fiquei com a sensação de que preciso mudar de estilo de vida. 

quarta-feira, 15 de junho de 2022

Fiz algo que não sou de fazer

 
Fiz algo que não sou de fazer. Arrependo-me e não me arrependo ao mesmo tempo


Estava na praia quando duas mulheres sentam-se por perto. Escuto a conversa das duas. Uma a dizer que não quer perder a sua massa muscular e que falou com a nutricionista e a outra a criticá-la sem parar:

-"Massa muscular! É gordura! Não fazes exercício. Tens de fazer exercício! Tens de pesar 60 quilos. Pesas 75. Só queres saber de estar ligada à tomada. Só queres é comer. A comida que escondes. Porque é que não dás uma caminhada? Depois quando tiveres um AVC vais para o hospital público e quando ficares imobilizada vais para aquelas instituições que acolhem pessoas. Depois dos 30 é ainda pior!"

Escutei aquilo porque a senhora falava bem alto. A rapariga - que fiquei então a saber que era uma jovem na casa dos 20, teve de escutar coisas horríveis. Coisas que não ajudam ninguém. 

Depois ouvi silêncio. E percebi que só a rapariga restou sentada na areia. A fungar do nariz e a passar o dedo debaixo do olho, tapado pelos óculos de sol. A engolir a seco e a olhar para o mar. Consegui sentir a sua tristeza a emanar até mim. 

Não ia para me meter. Mas acabei, passado um tempo, por me levantar e ir ter com ela. Disse-lhe que escutei a conversa e que cada pessoa tem o seu tipo de corpo. Não temos todos de ser magros. A magreza nem é melhor - disse. Contei que perdi peso o ano passado e fiquei horrível, parecia uma caveira. Ainda acrescentei que a minha irmã fez exercício a vida toda por ser instrutora de fitness. É mais forte do que eu, está bem mas não é magra. Não existe melhor exemplo. Desejei-lhe boa sorte. Pedi-lhe desculpas, mas achei que, por vezes, as palavras de um estranho podem ajudar. 

Ela disse pouco. Desabafou de forma aliviada estar a escutar aquilo a vida toda. E que tem de fazer algo porque tem um problema de saúde. 

Tudo bem que com esse problema de saúde - que vou supor ter a ver com o coração para a pessoa que estava com ela lhe dizer que vai ter um AVC (olhem a simpatia!!) implica melhor cuidados. Mas falar assim com uma pessoa não é construtivo. Quando será que as pessoas vão aprender a falar com as outras?

Se gostam e querem ajudar - NÃO É ESTE O CAMINHO.

Causar stress, ansiedade e tristeza - só faz a pessoa com problemas sentir-me PIOR. Deixar de acreditar em si, ver o futuro sombrio. Ela estava a chorar. Não estava a sorrir. Palavras derrotistas de crítica negativa constante, que nem uma metralhadora podem até contribuir para o suicídio. Ou outras loucuras. 

Meus pais também só sabem falar desta maneira. Cada vez que eles, ou outros, fosse qual fosse o tema, falam assim, eu acabava por ir à despensa. O conforto vinha da COMIDA. 

Quando fui viver para FORA, longe do criticismo negativo, pude ser eu mesma. Não tinha vontade de comer a toda a hora, principalmente depois de escutar palavras duras, injustas. 

Perdi volume em gordura, porque não havia ninguém à minha volta a insultar-me e a deixar-me triste. 

A rapariga pareceu-me bem. Fisicamente, achei-a linda. Nem era gorda. Talvez com um pouco de curvas - tal como eu também as tenho. Mas gorda, obesa, nem pensar! 

Porque será que não aceitam esta forma de corpo? O que tem de errado? É que não dá para mudar. A menos que se seja obscenamente rico para se andar em cirurgias plásticas destrutivas, que tiram osso, chupam gordura, colocam implantes. E para quê? Para ficar permanentemente a projectar uma imagem de que algo não está bem?

Duvido muito que a rapariga alguma vez chegue a pesar 60 quilos. É um absurdo que coloquem essas metas tão definidas. Cada caso é um caso e esse cálculo não passa de uma média criada numa tabela, que está em vigor hoje, mas amanhã pode mudar. Desde a adolescência que não peso 60 quilos. Duvido que volte a pesar, a menos que fique doente. Noutro dia, achando que rondava os 65, pesei-me no consultório médico e estava com 72 ou 75. Muito peso na balança, mas não me sinto gorda. Está certo, as calças que usei o ano passado por esta altura não apertam mais na cintura e isso por uns três dedos. Tenho barriga. E depois? Que mal há nisso??

Estou bem. Sinto-me bem. Tenho 1m60, peso 75 quilos. Fiz exames e os resultados foram todos bons. O bom colesterol compensa o mal colesterol. Fiz um despiste a um AVC - estou bem. Tenho um emprego fisicamente exigente e consigo executá-lo. Caminho horas e horas. Subo e desço rampas, escadarias. Fui para a praia as 7 da manhã e saí ao meio-dia. Passei horas a caminhar e outras duas a vergar a coluna a apanhar mais uma centena de conchas. (Oh Jesus! Será que estou a desenvolver outra mania? Tanta concha...). Dobrei-me centenas de vezes para apanhar cada conchinha que trouxe, e outras tantas para descartar outras. Dobrei-me novamente para lavar a areia de cada uma delas na ondulação do mar. Isso é PURO EXERCÍCIO.

Se tivesse de me baixar tantas vezes para apanhar algo no chão no trabalho, teria me custado imenso. Mas conchinhas coloridas, meio na areia meio na água... foi diversão. Exercício sem se dar por ele.

E porquê digo que me arrependi do que fiz?
Porque fui falar com a rapariga sem saber o que ia lhe dizer. Então acho que não falei como deve de ser. Se calhar só pareci uma intrometida. Faltou explicar ou acrescentar coisas. Quando lhe disse que minha irmã é parecida a ela - não quis que ficasse sem esperanças sobre o exercício físico. Acho minha irmã optima mas nunca será esguia - porque não é o tipo de corpo que ela tem. Contudo, ela não é esguia, mas também não é gorda. Ela não tem barriga - eu é que tenho. Ela é simplesmente mais larga e volumosa. Mais peito, mais anca. Mas não mais gordura. Nunca poderá ser colocada na "categoria" das magras porque não tem esse tipo. Cada pessoa tem um tipo e ainda bem! Porque a beleza está na variedade. 

Estavamos na praia, um lugar cheio de corpos de todos os feitios, e aquela senhora estava a exigir a uma jovem que fosse uma vara de palito. Ignorando a saúde que emanava dela, adivinhando-lhe um AVC por não fazer exercício. Também falhei por omitir que pessoas MAGRAS que fazem regularmente exercício TAMBÉM têm AVCs. Geralmente fatais. Mesmo com todos os cuidados com a alimentação, com o corpo. 

Esqueci também de dizer que, se ela tem problemas de coração, conheço outras mulheres que o têm e tudo o que lhes foi dito que talvez fosse difícil ou pudesse acontecer - não aconteceu. Inclusive serem mães e darem à luz. Mãe de gémeos! Mãe mais que uma vez - tudo mulheres a quem, na JUVENTUDE ou infância lhes foi dito por médicos que a maternidade seria improvável ou fatal. 

Nunca foi o meu caso. Nunca me disseram que não podia ter filhos por sofrer do coração ou outra patologia não relacionada com a fertilidade. No entanto não os tenho! Foram aquelas jovens mulheres com sopro no coração e sobreviventes de cancro - a quem foi dito que não os teriam que os tiveram. PRESUMIRAM que comigo não haveriam problemas. Afinal não sofro dessas patalogias. No entanto, não os tive. Elas os tiveram. PRESUMIRAM que comigo tudo correria de feição - por ser a mais bela, a mais formosa. Mas foram as outras, mais rechonchudinhas, menos bonitas de rosto - que estão casadas e com filhos. Minha irmã, larga e volumosa - é casada. Nada a ver... Nada a ver. 

Isto para dizer que a vida... ninguém sabe o que vai ser. 

Nem os médicos. É mais IMPORTANTE receber daqueles que nos cercam as palavras certas para nos deixar felizes, afecto, APOIO, do que ser infeliz a escutar aquela enxurrada de tragédias e calamidades - sempre atribuídas à postura da pessoa visada.  

Se a mulher que estava com esta jovem quisesse que ela cometesse suicídio - disse as palavras certas

Agora, se pretendia ajudar... não sabe como isso se faz. Tem de aprender. Porque não é SÓ A PESSOA que PRECISA de ajuda que tem de mudar. Os outros também.



quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Vem e volta

 Ia somente comprar papel de alumínio, cebolas, tomate e iscas. Não contava gastar mais de quatro libras e pouco. 

Acabei por gastar 10. O que trouxe?
Tomate, papel de alumínio, cebolas e iscas. 

Mais duas embalagens de 100 gramas de uvas pretas, duas embalagens de cogumelos inteiros, uma embalagem de after eight e meia-dúzia de ovos. Tirando este último artigo, de valor de 78 pennies, estava tudo com redução de preço: nada custou mais de 40 centimos a unidade. 

Sendo assim, como é possível o total ter chegado às 10 libras?

Pois, esse é sempre o mistério de quem sai para ir às compras. 

Um grande mistério. 

Fui ver o recibo e uma das embalagens de uvas passou no scanner com o preço normal - 1.20 libras. Logo aí a despesa extra de quase uma libra. Ainda assim parece-me muito. Mas é o que é - engana-se quem vai às promoções. Os artigos mais caros que trouxe foram as iscas - 1.52 libras e o chocolate em PROMOÇÃO: 1.50 libras. Totaliza 3 libras. Tudo o resto foi abaixo de uma libra. Mas cá está e vou me repetir: parece que custa pouco e que se está a poupar dinheiro. Mas na realidade isso só acontece SE a pessoa NÃO comprar nada. Só dois ou três artigos e ignorar tudo o resto que é uma tentação.

Afinal, ninguém nascem com dinheiro no bolso. 
(Bem, se calhar alguns até nascem).

Depois de ter constatado que uma das embalagens em promoção passou pelo preço normal, contemplei filosoficamente o que é a perda e ganhos: tenta-se poupar 50 centimos ali, perdem-se acolá. Depois disso fui despejar o lixo lá fora e a primeira coisa que vejo no chão é uma moeda de uma libra. Bem dentro do meu quintal. 

Achei mesmo que era uma lição: dinheiro vai e volta. É insignificante. Principalmente diante da saúde. 

Enquanto lavava aquela moeda com água e sabão, contemplava nesta realidade.


Mini extra:

Post inside a Post: Para quem gosta de iscas com uma consistência que se desfaz na boca, recomendo a de cordeiro. O fígado do porco dá mais para mastigar mas também depende muito do pedaço que se encontra. O de boi ficou por testar mas sabiam que, de todos, é o mais caro? Tendo em conta a quantidade de animais para consumo que se produzem de cada espécie, parece-me um grande absurdo. Fica por saber: será que é porque é o que sabe melhor?  

quinta-feira, 16 de setembro de 2021

Aqui JAZ...

 

Aqui jazem todos os 25+ post que muito desejei fazer nas últimas semanas mas não encontrei tempo. 
Acreditem se quiserem, mas acho que se perderam umas "pérolas" pelo caminho da responsabilidade em primeiro lugar. 

Tenho trabalhado muito, sem parar, sem folgas. Dinheiro a condizer? Nem pensar. Mas faço-o por gosto. Contudo, o meu organismo já me enviou um sinal de alerta: enviou-me vertigens súbitas, antecedidas por ouvidos semi-entupidos durante duas semanas.

Ah, claro, pensei que era das 12h30m enfiada naquela ampla sala com as barulhentas ventoinas de ar condicionado. E o ar em si, que me seca as vias nasais. Só comecei a ter estes sintomas depois de me mudar para esta sala. Provavelmente foi o rastilho. Por isso tenho de ter cuidado, pois já pedi umas 10 vezes se podiam desligar aquilo - pelos vistos não conseguem. 

Toda a espécie de barulho mais forte atinge os meus sentidos com uma amplitude maior da habitual. Preciso de repouso, ou então o meu cérebro vai repetir a façanha. 

Muitos tópicos ficaram por fazer: sobre as pessoas e os seus comportamentos, em particular. O tipo de post que prefiro. Pois então... vou tentar fazê-los quando me vierem à cabeça, para assim não perder essas "pérolas" aha.

Espero que estejam todos bem e com saúde.

Sintam-se calorosamente abraçados.

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Tomara que fosse tão rápido....

 


Era bom se os traumas emocionais passassem tão rápido quanto as marcas de traumas físicos.


As feridas já estão a sarar. A pele regenera. Libertou a crosta e está cor-de-rosa. 

O hematoma que surgiu dias depois da queda, continua a pintar de castanho escuro a minha pele branca. Ainda não mexo o braço, mas tenho-o mantido em repouso. Conto que o osso partido esteja em pleno processo de fabricação daquilo que precisa para se voltar a unir. Não tenho tido acompanhamento algum da parte da fisioterapia ou do hospital. É "deixar andar" - dizem. 

Nunca parti um osso do meu corpo. Pelo menos oficialmente. Sem ser oficialmente, penso que parti o das pernas, quando era apenas uma criança. Num episódio que não quero contar por ter um elemento que me custa relatar.  

Vão-se as feridas, as crostas, talvez até fiquem pequenas marcas do trauma físico. Mas as dores emocionais... essas podem manifestar-se para sempre. 

Não devo ocupar o meu cérebro com coisas que me entristecem ou me deprimem. Já andei a lembrar de uma certa pessoa e devia saber melhor que isso. E em casa, pequenas coisas... pequeninas... já me estão a tirar do sério. Vou precisar ser frontal com as mesmas. Jamais passar pelos mesmos erros do passado - é a lição a tirar.

É impressionante a regeneração das lesões físicas. 

Gostava que as emocionais tivessem uma duração igualmente curta.  

terça-feira, 26 de maio de 2020

Desde que regressei de Portugal que o meu metabolismo funciona de forma diferente. Como em Inglaterra isso sempre aconteceu, atribui a imediata mudanca à geografia e aos diferentes alimentos que por ca se encontram.

Todas as manhas, independentemente da hora a que adormeço, desperto cedo com uma sensacao incomoda. Acabo por levantar para ir ao WC. Uma vez la, tudo acontece por tres etapas. A primeira, é o insucesso. So consigo aliviar-me dos liquidos. Desisto, saio do wc e passados uns 15 minutos, da-me novamente a vontade e sou bem sucedida. Sai pastoso, quase solido. Depois disto sempre me sinto fraca e com sede, pelo que bebo apenas um gole de água. Cansada, regresso à cama para tentar retomar o sono. Mas depois deste ser interrompido, achar que vou ser bem sucedida revela-se sempre uma ilusăo. Ainda não estou totalmente bem. Sinto algo mais nas tripas a querer sair, mas por algum motivo nao conseguiu chegar a tempo da "primeira carruagem deixar a estacao".

Mais 15 minutos se passam e la vem ela: a necessidade indiscutivel de deixar as tripas totalmente vazias. Sai quase liquido, mas sai tudo.

No final sinto-me drenada de energia, embora nao tenha feito esforco algum. A minha respiracao esta acelerada e eu fraquinha, quase a desfalecer, por vezes.

Eu nao costumava ser assim. Isto acontece aqui, no Reino Unido e muito depois daquele mal que me acomodou na passagem para o ano 2019. Aponto a agua como uma provavel causa mas seja o que for que tenha sido, estes momentos de estafa, sejam matinais ou nao, ja estao demasiado presentes e começo a achar que nao Sao meras indisposicoes ocasionais.

Diabetes, anemia e problemas de colon intestinal: é o que me ocorre.

Agora com o Covid19 é que nao da exatamente para ir verificar o que se passa. Se antes os profissionais de saude ja faziam de tudo para evitar ter pacientes, agora deve estar mil vezes pior.

No emprego, quando pedi para deixar de fazer o trabalho pesado, nao se deveu apenas ao esforco muscular. Percebi que algo estava diferente. Cansava-me depressa e nao tinha energia. Comprei a scooter para agilizar esse cansaco mas continuo cansada, mesmo com a poupança de caminhadas diarias de tres horas.

Voltar a meter algo no estomago tem de ser devagarinho e a tentar perceber o que lhe agrada. Ele reclama, tem voz, emite sons de grunhidos, como um leão. Biquei  uma torrada e nao apeteceu mais. Mesmo que quisesse. Foi preciso cerca de uma hora a bicar lentamente a torrada e a beber sopa quente para recuperar, pelos vistos, em pleno. Mas deixa so ate ser preciso fazer outro subito esforco para ver se a fraqueza nao regressa.

A boa saude e o melhor que podemos possuir. Cuidem-se!

27 MAIO ADENDA:
Hoje ja tive successo à primeira, talvez porque ingeri uma destas ontem. Pelo sim, pelo nao, fiz o mesmo esta manha.

Afinal, o que mais me surpreende nesta alteração de funcionamento estomacal é que tudo o que meto para dentro pouco depois quer Sair. Não é suposto os nutrientes serem absorvidos?

Obrigado a todos que se preocuparam, em particular aos que fizeram uma visita ao googledoctor 😂😘


terça-feira, 14 de abril de 2020

Preocupo-me com «ele»

Nesta Sexta-Feira Santa estava a dialogar com Jesus, naquela que foi uma conversa tida num momento de gratidão pela vida. Porque, a pesar de tudo, se é verdade que Ele existiu e fez o que fez  pela humanidade, apeteceu-me agradecer-Lhe.

Depois dos agradecimentos, vieram os pedidos. O que é realmente importante? Aquilo que me faz falta? Deixei a emoção mais intensa revelar-se dentro de mim. E ela é ele. Ou o amor que sinto. Quero viver um amor. Com outra pessoa, se necessário for, mas quero amar! Com a condição de  saber o que é ser amada de volta.

Revivo momentos, imagino muitos que haviam de vir e penso regularmente nele.
Pergunto-me se está bem. Se não estará doente com o vírus.
Claro que está bem. Está optimo! Fantasio que também pode, subitamente, querer saber como eu estou. Mas não quer. Talvez nunca tenha querido.

O que me chateia é que nada disto tomaria as proporções que tomou, caso ele tivesse tido outro comportamento. Um diálogo. Nenhum sentimento atingia a magnitude do meu, se tivesse oportunidade de se clarificar. Podia ter tudo falecido ali. Mas não... tudo aumentou, intensificou. Passado tanto tempo até começo a sentir embaraço de indicar quanto, ainda estou emocionalmente comprometida.

Porra!
Que estupidez.

Espelho, espelho meu, existe alguém mais idiota, parva e estúpida do que eu??

domingo, 15 de março de 2020

Regresso ao Reino Unido e o Covid-19


Estou de volta ao Reino Unido, de regresso à vida numa casa partilhada com assistentes de bordo italianos. Aparentemente está tudo bem. E assim pretendo que continue. O medo mesmo, reside na falta de acção do Governo e no Sistema de Saúde. Não parece que existam medidas a ser tomadas para prevenir seja o que for. Escolas não fecham, ajuntamento de pessoas não tem qualquer nova regra imposta, os centros comerciais continuam a abarrotar de gente... está tudo a levar a sua vidinha como se nada fosse. Em caso de sintomas de gripe, o NHS (sistema de saúde) não quer saber se se trata de COVID-19 ou uma simples constipação. Dizem que qualquer pessoa que tenha sintomas deve"ficar em casa". 

E é só isto. É isto que o SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE BRITÂNICA tem para oferecer aos seus cidadãos: absolutamente N_A_D_A. Eu pergunto: se for o Covid-19 que a pessoa tem, como é que entra para as estatísticas? Só se  vier a falecer e então ser-lhe facultado o teste! Se sobreviver, nunca saberão se o que a afligiu foi o Covid ou não. Ou será que à posteriori já aceitam que a pessoa seja testada só para aproveitamento político, do tipo, "curaram-se X", ainda que nenhuma cura esteja relacionada com a acção dos governantes e do sistema de saúde mas à pura sorte?

E quantas pessoas de saúde mais fragilizada, como doentes, pessoas que sofrem de asma, diabetes, pessoas mais idosas com o sistema imunológico pouco resistente... essas, o governo está a condenar à sua própria sorte. E os factos dizem qual é: a morte.
É uma postura vergonhosa e se nada mais me incentivar, esta falta de consideração pela vida humana dos próprios contemporâneos confirma aos meus olhos o quanto se pode contar com o governo britânico em caso de verdadeira necessidade. Não se pode. Em que país vou ficar a morar??


Mas vinha falar de outro tema: no vôo de regresso, fiz uma paragem no Porto. Aproveitei, ainda com receio mas tomando todas as precauções, para dar um pulo à cidade. Mantive-me afastada de pessoas, mas foi difícil, porque as havia por toda a parte. Quase todas turistas. A zona ribeirinha do Porto estava lotada de gente, que por ali se aglomerava até bem depois da hora de almoço. Inclusive carteiristas, disfarçados de vendedores de óculos escuros. Nenhuma pessoa usava luvas ou máscara. Só no metro é que encontrei algumas pessoas com máscaras no rosto. 

O mesmo verifiquei em Lisboa, no curto período de tempo que caminhei pela Gare do Oriente, querendo "matar" saudades do rio. Muitos turistas, todos despreocupados, a turistar e alguns jovens - também eles estrangeiros, outros talvez nacionais. Dentro do shopping, muita gente e o supermercado Continente, lotado de pessoas. 

Mas quero também partilhar outra coisa que notei e que é de louvar: a preocupação dos gerentes em sanatorizar os espaços. Vi os corrimões das escadas rolantes do centro Vasco da Gama a serem desinfectados, a WC onde precisei de ir estava bem limpa e no geral, notava-se que o comércio tinha consciência do vírus, havendo aqui e ali quem estivesse de luvas e máscara. 

No aeroporto de Lisboa, a mesma coisa: muita desinfecção, o WC no qual entrei foi o mais limpo que alguma vez vi. Nas palavras apanhadas aqui e ali pelos funcionários, notava-se preocupação e também cada qual tinha a sua opinião sobre a medida a ser tomada: encerramento total do espaço aéreo - foi a que mais escutei. 

Uma vez no Porto, verifiquei que os mesmos cuidados estavam a ser tomados. Consegui registar isto aqui: a limpeza de uma das paragens de metro.


Mas também entrei num outro centro Comercial, um perto de um oculista de nome "Adão", onde fui por precisar de um WC e, quando nesse espaço quis entrar, tive de esperar à entrada onde um fita me impedia a passagem, pois o mesmo estava a ser limpo. Cá fora, mais um corrimão de escada rolante a ser desinfectado...

Portugal a tomar precauções. Muito bonito de se ver.

(já o UK...)

Espero não me arrepender de ter regressado a este país, onde, claramente, corro maior riscos de contaminação. Tudo pelo trabalho... que me ocorre agora poder vir a desaparecer. Por causa do vírus em si. Com esta falta de controlo, vivendo tão perto de um aeroporto, com a descida de encomendas e exportações, o mercado económico está a sofrer imenso com o Covid-19. Maldito ano de 2019 que chegou mesmo para nos dar terríveis experiências! Este vírus começou em 2019 e «transitou» para o ano seguinte. 

Mas nem tudo é mau e quero partilhar convosco outra impressão com que fiquei durante a minha rápida passagem pelo Porto. Nomeadamente pelo aeroporto do Porto... Então não é que cada gajo que ali estava a trabalhar, desde o tipo do café, a um outro qualquer atrás de um guiché, ao ground-force (equipa de terra) que aparece para fazer coisas no avião, até aos tipos da segurança ou do check-in... tudo homem bem constituído, interessante. Um ou outro com um tom de voz daquela que me faz sentir como se escutasse uma melodia de embalar... só que sexy. 

Zona ribeirinha, Porto, pós emergência Covid-19, dia 14 de Março 2020

E por fim, desta vez dispensei a Easyjet e voei pela Tap. É uma companhia aérea que pode nos dar dor-de-cabeça antes da viagem. E o aeroporto de Lisboa é sempre caótico, pequeno, desorganizado... Mas uma vez dentro do avião na viagem em si, tirando os passageiros barulhentos e que parece que ali viajam todos os que não aprenderam que é para usar auscultadores nos ouvidos se forem ouvir músicas ou ver filmes, a equipa a bordo é sempre simpática. A comida não é vendida. Se fizer parte do "pacote" do bilhete, tens direito a ela. E esta é-te dada com simpatia e cortesia. Nada de te "enfiarem" aquilo à frente dos olhos com ar de frete... Acho até que se pedires reforço de bebida eles dão-te-na, sem cobrar. Fiquei na dúvida, após o casal ao meu lado pedir uma segunda cerveja. Não vi quaisquer trocas de dinheiro.

Muito diferente da companhia aérea laranja, que tem como objectivo a venda a bordo, o lucro, lucro, lucro! E se formos a ver, diante de certas condições (como a stop-over no Porto que até foi mais uma vantagem que desvantagem), a Tap faculta passagens económicas. Infelizmente não tanto quanto as que faculta caras. A mesma passagem de Lisboa ao Porto custaria quase 200 euros, caso o meu destino final fosse esse. Um horror! Fiquei até pasmada a olhar para o monitor. Lisboa-Porto não devia ser mais que uns 50 euritos... Mas como o meu destino final era esta terrinha onde chove e faz frio (já a sentir falta do sol que encontrei em Portugal), o preço do bilhete não chegou a 50 euros. 


Acabou de me ocorrer um facto que não aprecio mas que constatei ser real: cada vez que me demorei pelo Reino Unido, levei comigo para Portugal algo mau e de efeitos duradoiros. A primeira vez que pisei nesta terra, foi como aluna Erasmus. E foi quando apanhei a minha primeira gripe. Fiquei de cama, tudo doía e não conseguia mexer-me. Nos anos seguintes - três, quatro o que não é pouca coisa, apanhava constipações fortes com extrema facilidade, várias no inverno, sendo que a última deu-se em pleno verão. Antes disso era raro. Todos tinham ar condicionado ligado devido ao calor e aquilo para mim era um suplício, causava-me ataques de espirros que não conseguia conter. E sentia muito frio. 

Pensei estar "condenada" para o resto da vida, ter ficado com o meu sistema imunológico comprometido, tudo devido a um virus inglês que apanhei na Inglaterra. Pouco depois vim trabalhar uns meses para o Reino Unido, e, mais uma vez, surgiu um "surto" qualquer no local de trabalho, julga-se que com o sistema de água, que fazia com que a pele das pessoas ficasse seca, gretada, solta. Apanhei isso na minha mão direita e desde então "tenho" comigo essa condição adormecida. Regressou no primeiro ano que emigrei para cá e trabalhei num restaurante, onde lavar as mãos, ter as mãos húmidas, sujas, esfregar e limpar era rotina constante e diária. A coisa "surgiu" novamente mas com muita força. Fiquei com as mãos a sangrar e todas peladas. Numa consulta médica com um dermatologista em Portugal fiquei a saber que não era uma bactéria, era um vírus e que não tinha cura. Só podia gerir a coisa. Como?
-"Não lavar as mãos" - respondeu-me ele. 
- "Não posso lavar as mãos?! A sério?" - disse, incrédula e sabendo desde logo que isso era impossível. 

Não posso ter as mãos húmidas.

Escusado dizer que não cumpri a  recomendação do médico, continuo a lavar as mãos com muita frequência, devo tê-las lavado ontem somente umas 100 vezes. Mesmo de luvas, lavava-as a cada toque no telemóvel para tirar uma foto, para consultar alguma coisa, cada vez que precisei ir ao WC... muitas vezes lavei eu as mãos. Mas não se preocupem: a mão nunca mais apresentou os sintomas. Às vezes dá a "coceira", sinto-a ligeiramente áspera... mas passa. A pele, contudo, nunca mais ficou a mesma. Pouco se nota. Está "mais solta", mas só eu sei disso.

Sempre intuí que, cada vez que pisasse no UK, regressaria com uma mazela qualquer
Tenho vivido aqui nos últimos anos. Por vezes ocorre-me este pensamento. E fico a imaginar o que aí virá. Agora temo que a próxima mazela seja o Covid-19.

Se o apanhar, segundo o NHS, devo ficar "fechada em casa" e isso significa condenar todos os que cá moram a quarentena e também, à possível contaminação - caso não seja um deles a me contaminar primeiro.

Mas uma coisa é certa: o governo Inglês conta com a contaminação. Não faz NADA para a prevenir e vai ficar de braços cruzados à espera que desapareça. 

À espera que o resto do mundo, que o resto da Europa de quem se quis separar, que seja ela a tomar as precauções, que seja a Europa a ajudar os cidadãos e que seja ela a parar a disseminação do vírus. Até que este desapareça também daqui. Mas será que desaparece ou encontra um foco para permanecer?

Se assim for acabei de me condenar a ficar aprisionada numa ilha de Covis-19.  
Talvez até à morte. 


A última imagem que os meus olhos irão ver poderá vir a ser a tal vista que tenho deitada na cama, quando olho pela janela. 

Na minha ausência, a árvore floriu. 

Bem fizeram o duque ou ex-duque e a ex-duquesa: mudaram-se para a Austrália! Ou será Canadá? Não me interessa realmente... «fugiram» do Reino Unido. Foi ainda durante o surto do Cóvis-19. Será que já sabiam que os políticos daqui iam "deixar andar" e ficar o povo cair que nem moscas?

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Máscaras e o Corona Virus



Tenho vindo a querer comprar uma coisa para uso próprio e tenho adiado. Inicialmente pensei em adquirir uma daquelas máscaras para motoqueiros, que só deixa à vista os olhos. Mas depressa mudei de ideias, porque as percebi pouco práticas e só me protegeriam do vento frio. Optei depois pelas golas altas, mas também mudei de ideias, eram demasiado caras para a simplicidade e nada dava garantias de que iam ficar seguras acima do nariz, sem escorrerem pescoço abaixo. Para isso, já me basta o gorro do casaco, que hoje ao soltar-se até fez cair ao chão um outro gorro que uso por dentro. Por sorte, dei conta e voltando atrás, foi possível apanhá-lo do chão.  



Como caminho muito, quase sempre perto de vias rápidas, incomoda-me bastante quando recebo baforadas tóxicas dos tubos de escape dos carros a passar. Pessoas a fumar, a mesma coisa. Mas de há uma semana para cá, tenho andado a tossir, sinto-me mal, tenho uma narina a querer entupir mais que a outra, espirro muito, fico com os olhos inchados, parece que sinto pó nas pestanas e por mais que passe água a sensação permanece. Incomoda-me todo o tipo de "pó" que me chega ao nariz. O pó do café, o pó da madeira lixada todo o fim-de-semana na casa, por o senhorio estar a fazer renovações, o pó no emprego - que é imenso e que, feita parva, decidi passar uma vassoura pelo chão. No dia seguinte, senti as amígdalas inchadas, falhava-me a voz, parecia ter vidro na garganta e estava adoentada. 

Mas não era início de constipação - como cheguei a temer por o local de trabalho ser frio. Ou melhor: a minha área, que fica perto de portas, é fria, mas cada vez que vou ao WC passo pela zona quente das máquinas de produção. Seria fácil deduzir que a exposição contínua a súbitas alterações de temperaturas resulta no que pode ser o início de uma constipação de inverno. 



Mas a intolerância ao pó... ao cheiros fortes, já me indica o verdadeiro culpado: POLUIÇÃO. Partículas agressivas na atmosfera.



E é por isso que decidi. Vou deixar a vergonha para trás - que neste país, a pesar de ninguém usar, usam burkas e outras coisas mais, velhotas pintam o cabelo nas cores do arco-íris, por isso não é caso de estranharem ver uma pessoa na rua a usar uma... máscara respiratória no rosto. 


Preciso proteger-me destas agressões!!!
É inacreditável, mas estou muito mais exposta aos perigos da poluição do que um fumador inveterado que vai e volta a todo o lado de carro. Sou fisicamente activa, gosto de andar na rua, mas isso não me traz mais saúde. Pelo contrário: pode tirar-ma. 


Na busca por uma máscara eficaz e de preferência, de uso múltiplo, calhei ler o que acontece quando se respira demasiado as partículas nocivas. O pulmão pode inflamar. Posso até ganhar cancro. Corro o risco de contrair a Doença Crónica obstrutiva dos Pulmões, que praticamente me retira TUDO aquilo que mais gosto em mim e me define: a minha energia. Acabam-se as caminhadas (se conseguir dar dois passos é muito), acaba-se qualquer esforço. Tudo o que quiser fazer não irei fazer. Vou precisar respirar por garrafas de oxigénio. E ver a vida passar por mim.

Não quero isso!
Não mereço isso. 

Mas estou à mercê, tudo indica que é provável. E o corpo está a dar os seus sinais. 
É melhor escutar.

Vergonha? Encabulada?
Que se lixe!!


E onde entra o Virus Corona nisto?
Simples. As máscaras de rosto esgotaram em TODO O LADO. Até online. O preço das mesmas também inflacionou bastante. Esta epidemia foi logo calhar na altura em que eu decidi-me definitivamente pelo uso de máscaras de protecção no nariz, sem me importar com as «aparências». Está tudo esgotado mas ainda se encontram online. Quase todas da China, claro... Foi a única alternativa que tive e acabei por comprar no Ebay uma máscara com respiradoro e de uso contínuo, porque penso que ma vão entregar antes que o fim-de-semana chegue, pois pretendo ir para Londres. 

Decidi ir passear lá e fui logo escolher ir para a cidade-grande num fim-de-semana de mais chuva e na altura em que o vírus Corona paira ameaçadoramente no ar... Mas não me vai travar. Se ficar em casa, vai ser o terceiro fim-de-semana com o pó das madeiras a correr livre, a vê-lo na mobília que acabei de limpar, na roupa da cama que quero lavar. Não me apetece. Mesmo. O que me apetece é subir ao topo de um edifício alto e olhar para baixo, ver tudo minúsculo, ir a jardins, conhecer locais por onde ainda não passei...

E por isso, Londres, aí vou eu!

E vocês?
Como andam a lidar com esta epidemia?

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

I blew it


Hoje tinha uma entrevista de emprego. Daquelas ao estilo "interrogatório policial" - duas pessoas fazem-te perguntas e tomam notas das respostas. 


Estraguei tudo. 

Não consigo vender-me! Esse é sempre o defeito que tenho. 

Sei que sou o que procuram, mas não os convenço com palavras. 
Quando me pedem para dar exemplos concretos de situações em que gerenciei conflictos, ou mostrei capacidade de liderança, ou iniciativa - todas estas coisas são-me espontâneas. Como tal, não consigo especificar um momento, não consigo recordar nada especial! 

É ainda mais difícil quando não se tem uma função de grande destaque. Tenho quase sempre mantido profissões em que sou a "última no elo", por assim dizer. De modo que mediar conflictos ou mostrar liderança, é mais utilizado por gerentes e por pessoas que trabalham em funções de grupo, ao invés de funções individualistas.

Para quem trabalha em coisas individuais, até sou muito de grupo. Preciso sempre de entender como o todo funciona, para melhor responder ao que me é pedido. E também poder ajudar outros quando em necessidade. 

Mas pedem-me exemplos e.... não os tenho. Ou tenho algo fraquinho...
Só me dão "brancas".

Devia ter pedido a alguém para fazê-lo por mim. Só não o fiz, por não conhecer esse "alguém". Se outra pessoa tivesse me ajudado a aparecer com respostas feitas, talvez conseguisse impressionar os entrevistadores. Mas preciso que outros me mostrassem o que sou e o que fiz, ao invés de ter de ser eu a falar de mim. Porque fico cega, não vejo, não identifico nada de extraordinário.

Não sei inventar.
Muitos me acusariam de ser idiota por não mentir. 

E sinto que em parte têm razão. Esta é uma lição que há muito já devia ter aprendido. Mas qual quê! Na mente vinha a lembrança de uma antiga amiga, que nunca sabia nada mas fingia sempre saber. Dizia sempre ter feito, sem ter. E saiu-se bem. As portas foram-se abrindo e ela foi fazendo, sem nada saber primeiro, aprendendo fazendo, depois.

De que adianta saber fazer se não sei me vender?
O tempo passa, é cada vez mais difícil arranjar empregos e mais ainda em lugares que gostes. 
Há medida que envelheço, sinto que vai tornar-se ainda mais e mais difícil. 

Cada dia, semana, mês que passam são como punhais. O "tempo" começa a sentir-se como areia entre os dedos. Não o consigo segurar, passa e vai embora.

O meu olhar continua com um travo de tristeza.
Acho que nunca mais a vou perder.
Será que existe uma forma de fazer uma amnésia selectiva? Uma "lobotomia" a pessoas específicas? A sentimentos?

Para tentar não deixar a depressão e a negatividade tomarem conta, fui fazer uma "terapia de compras". Roupa! Coisa que nunca fiz... Mas um casaco a imitar pele para o inverno chuvoso, pareceu-me bem. E um cinto para as calças também. Mais uns acessórios e uma peça de roupa que se calhar nunca irei vestir, mas vestiria se pudesse usar o que realmente gosto. 

Nem sou muito disso, de comprar para afastar a tristeza e a depressão. Mas se vos disser que devo ter gasto, neste período de um mês, cerca de 8000€, acreditavam?

Calma! Explico...

No dia-a-dia sou poupada. Mas quando acho que preciso gastar, gasto. E nem penso. Gastar dinheiro não custa nada. Não o ter depois na conta é que assusta! Por isso tenho de me conter. Ando a gastar sem olhar o que me resta. E isso nunca é bom.

Sempre quis ganhar o primeiro prémio do euromilhões para investir na minha saúde. Os 8000€ foram, essencialmente, gastos nesse sentido. Decidi colocar um aparelho nos dentes - venho a adiar isso desde que estava na casa dos 20 anos. Vai ser agora. 

O outro gasto - esse mais preocupante, foi também para a medicina. Mas em produtos de cosmética, cremes e um tratamento corporal que fiz. Se fizer mais - para surtir efeito - vêm ai 4000€ só para "eliminar" gordura à volta da cintura. Se decidir fazer uma "subida" ao que anda caído, nem sei quanto vão cobrar. Mas nada disto interessa, quando se percebe que é necessário fazer algo por ti. Caso contrário, arrependes-te, tal como o arrependimento já pauta tanta outra coisa na vida.


quinta-feira, 11 de abril de 2019

Reutilizo tudo o que me vem parar às mãos: inclusive tubos de pasta de dentes (que quase não uso)

Como muitos por aqui já sabem, não sou muito consumista ou de desperdiçar. Estou verdadeiramente optimista em relação a mudanças de práticas sociais que poluem o planeta e a cabecinha das pessoas.Vejo uma crescente preocupação em facultar produtos alternativos ao uso do plástico. Claro que tal acontece porque a alternativa é um grande negócio. E por essa razão muitos mergulham nela. Mas se o preço para deixarem de fabricar tudo em embalagens plásticas for esse, não é muito a pagar para ter o planeta de volta ao que era no tempo dos nossos bisavós. 

Falta agora retornar o interesse mundial por produtos alimentares com gosto e produção natural. Mas aí não há lucro, não há dinheiro a ganhar, e por isso a industrialização alimentar e o segmento "produto mais-caro e não mais saudável biológico" não vão sofrer alterações tão cedo. A nossa saúde vai continuar a diminuir e a nossa alimentação vai ainda ficar mais parca em nutrientes. No futuro a única coisa que vai aumentar são os casos de pessoas com problemas e a precisar de ir aos hospitais sabendo que não são desejados, tal vai ser o caos. 

Mas pela saúde do planeta... o plástico tem os dias contados. Pelo menos nos países de primeiro mundo. As alternativas tornaram-se rentáveis. Abriram-se possibilidades de negócio. As pessoas vão abandonar uma prática feia e suja que já não rende, por outra que lhes vai dar mais.

Hoje empolguei-me por estes produtos:
Sacos plásticos em silicone e shampôo em barra. 

Empolguei-me, mas não emburreci. 

Dimensões aprox. 19 x 19cm  capacidade aprox. 400 ml
Preço: 15€ / unidade

Primeiro, a durabilidade do silicone tanto pode ser a esperada, como surpreender pelo desgaste. O "saco" e uma coisa minúscula. Não vai poder conservar no interior algo mais que pequenos vegetais ou fruta. Tem umas asinhas de frango para meter no congelador? Esqueça. O volume de cada saco é diminuto. Mas o princípio está cá e é interessante. 

O que o produto tem e não tem que pode interessar: 
1) não contém PVC/latéx petróleo ou derivados
2) Antibacteriano (a sério??)
3) Fecho pinch-loc para selar os produtos (coloque dúvidas quanto à eficácia) 
4) Pode ser usado no micro-ondas (descobrir até que potência), ir ao congelador, frigorífico, forno (potência? Alguma substância nociva se liberta ao alterar a temperatura?) e pode ser enfiado em água a ferver.
5) É reutilizável (dah!), lavável à mão ou na máquina. 

Não dizem quanto tempo dura. Ms também, deve depender da utilização.
8€

O shampôo em barra atrai-me bastante. Fiquei fã deste género cómodo e fácil de tratar da higiene. Adoro o meu sabonete e gostaria de passá-lo pelo cabelo, mas desconheço se é recomendável. O cabelo já não é farto, lustroso e grosso. Está parco, como sabem, caminho para a calvice. Por isso, neste departamento, preciso de alguma garantia de que não irei acelerar esse processo. No site onde encontrei um desses produtos, aparecem comentários de utilizadores. As opiniões dividem-se mas as mais detalhadas revelam o produto como um flop. Por mais optimista que o cliente tivesse, verificou que no seu caso, o cabelo começou a cair em maior quantidade e enfraqueceu. E o que é pior: uma utilizadora ganhou uma reacção alérgica! Não sendo ela alérgica a nada e sendo aquele um produto todo "natural". Preocupante.

A vantagem deste produto, além da obvia que é te veres livre de umas tantas embalagens plásticas a poluir visualmente o espaço no teu banheiro, é que dura o dobro do shampôo convencional! Dizem que esta barra equivale a duas embalagens de shampôo líquido com 200ml.

Desvantagem, que só eu vi: No site dizem isto do shampôo:

Ora, se não testam no pêlo de animais, então estão a testá-los em humanos. Nós somos as cobaias. Por isso as críticas de reacções cotâneas etc. O que é um pouco mau... Tudo bem, em prol dos animais... mas para estes não serem as cobaias, somos nós. Isso não é inteligente ou ético. O produto e os ingredientes que lhe dão origem não é testado em pêlo vivo até o esfregares no teu cabelo. 

E vocês?
O que acham disto?

sábado, 18 de agosto de 2018

Notícias saúde


Não me estão a dar nenhuma novidade...



segunda-feira, 17 de abril de 2017

Sinto-me num filme de catástrofe


Não gosto quando as minhas folgas coincidem com feriados. Todo o comércio está fechado, os transportes tornam-se mais raros e não tenho família por perto para me juntar com ela nas comemorações. Portanto esta Páscoa foi para mim um aborrecimento.

Além de tudo estive mais para doente do que para saudável. Este clima não ajuda... Hoje esteve quase de chuva. O meu corpo sentindo-se moído, estranho. Noites mal dormidas, tosse, dificuldade em engolir e até mesmo mastigar. Um desconforto e uma fraqueza que tentei dominar dizendo a mim mesma que estava bem.

Mas despertei nesta segunda-feira de FERIADO após a páscoa (tudo fechado, gente. Tudo!!) sentindo o corpo a pedir descanso. Então fiz-lhe a vontade. Fiquei na cama a dormir, a tentar dormir, a tentar não tossir.


Chega! - percebi. Tenho de combater a doença antes que ela tome conta. Tomei o meu comprimido milagroso - o que desobstrui as vias respiratórias. Tomei o comprimido que a médica disse para parar de tomar - o da tiroide. Tomei banho e espalhei Vick Vaporub nas costas (onde pude alcançar) e no peito. 

Depois, na ilusão de que alguma coisa poderia estar aberta, saí no intuito de passar pelos correios. Vi na internet que era suposto estarem abertos. Mas qual quê! Aviso na porta: "fechados na segunda feira depois da páscoa". Ainda estive para atravessar a rua mas espreitei longamente as lojas. Toda a fileira delas, sem clientes, sem atividade. Olhei então para a minha direita, para o grande supermercado com vidraças grandes. Ninguém a subir ou a descer as escadas rolantes. Luzes apagadas. Nenhum movimento. Decidi não arriscar deslocar-me a pé até o supermercado mais longe - o tal que promete estar aberto 24 horas por dia. Simplesmente soube que seria infrutífero.

Na dispensa, frigorífico e congelador não tenho quase nenhuma comida. Estava a aguardar a minha folga para fazer essas compras. A páscoa quase me fez jejuar. O que não é aconselhável estando com a saúde comprometida. 

Mal saí de casa, comecei a fazer o caminho de volta. Ao entrar senti-me cansada. Como tenho sentido nestes dias. Percebi que o passeio que pretendo dar amanhã se passar bem a noite já estava comprometido, se me sentia assim com menos de 10 minutos de caminhada. Optei então para tomar mais um remédio que me foi receitado: ferro em xarope. 

Espero que não me venham com «feriados» amanhã, terça-feira, após a segunda-feira do Domingo de Páscoa!! Espero que o mundo tenha regressado ao normal amanhã.

Sabem aqueles filmes em que o mundo simplesmente congela e só fica uma pessoa a viver normalmente? Como um em que havia um relógio que se partia e aí tudo parava, estagnava. E só uma pessoa parecia ser a sobrevivente desse cenário apocaliptico. Pois eu quase me senti assim por estes dias. Principalmente por uns momentos em que espreitei a rua pela janela da casa-de-banho. Não escutava nenhum ruído e o mais estranho é que não existia aragem. Nada mexia. Nenhuma vegetação, nenhum ramo de árvore. Uma zona que costuma ser ventosa subitamente parou de exibir sinais de movimento. Foi aí que me senti no tal filme. 

Ontem tudo estava mergulhado no silêncio. Nem os vizinhos barulhentos cá estavam. Saí à rua e nos primeiros metros tudo estava igual. Não fosse o canto de um pássaro e diria que todos tinham abandonado esta cidade como se uma bomba nuclear tivesse devastado tudo e só eu, na minha «cave», tivesse sido poupada à disseminação. 

Enfim... filmes
Ontem pude perceber que existiam lojas abertas. A mercearia indiana, as duas lojas polacas, as outras duas de eletronica e quinquilharia diversa, pertencentes a paquistaneses. Benditos emigrantes que vêm para este país para trabalhar. Sem eles cidades inteiras viravam desertos. Até um café - o tal que tem pastéis de nata e outras iguarias portuguesas - estava aberto. Não preciso de ir muito longe para adivinhar que o café não é propriedade de nenhum britânico.

Mas de resto, tudo é devastação... de silêncio e de movimento. O centro comercial, fechado. Onde já alguém em portugal viu um Vasco da Gama, um Colombo ou um outro qualquer FECHADO em dias de feriado? 

Espero amanhã poder recuperar o ânimo no tal passeio. Porque a semana que se avizinha tem TUDO para ser uma das mais difíceis e complicadas em termos de trabalho. Vou ficar CINCO dias a trabalhar sobre as ordens de um indivíduo incompetente, mal educado, complicado, stressado, rude, malicioso e prepotente. Ainda por cima, nunca se cala. A voz dele está sempre a soar, alta, estridente, alterada, por todos os cantos. Até pensei em alegar doença e não aparecer! Mas prezo a minha saúde e «reservo» as doenças para os dias de folga Kkkk ;)

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Anda-me a apetecer muito...


Ver-me de súbito com uma grande fortuna em mãos, daquelas que permitem que possas viver os restos dos teus dias sem quaisquer sufocos financeiros.


Sinto que devia ser assim... Por algum motivo não é mas era para já ter sido.  



Sonhos adiados... sempre os sonhos adiados. E os receios... de se perder o pouco que se tem. De se ver forçado a começar tudo de novo, noutro lugar, estando mais velhos, mais cansados, mais derrotados, com menos forças...



Os sonhos têm prazo de validade. A conversa do "nunca é tarde" não se aplica a muitos casos. As coisas são desejadas em determinadas alturas por algum motivo. O espírito, a alma, o nosso bem-estar a nosso progresso como seres humanos - está tudo interligado. 


Sempre disse: queria ter muito dinheiro para poder gastá-lo com a saúde. Para pagar médicos caros, tratamentos dispendiosos, boa comida, boas actividades físicas... Para ser saudável e feliz. Não o queria para possuir muitos bens e o amealhar no banco. Podia até ter alguns, mas por existir um propósito. Ter ideias e investir nelas, criar, arriscar e aprender - coisas que precisam de capital para investimento. Bem sei que os riscos investem o capital dos outros mas... Eu não queria ser tão rica, lol.

Se não fosse pelo pouco dinheiro... todos os desafios seriam melhor encarados. Em qualquer idade. 


terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

Pensamentos absurdos e coisas soltas


Estou a aguardar que as horas passem. Vou entrar no avião rumo ao país que me viu nascer dentro de umas horas. Entretanto, continuo com a tosse. Esta impede-me de dormir de noite, ou de dia... Faz já o quê? Semanas e semanas. Claro, dormito alguma coisa, faço por descansar, mas dormir? Esta madrugada por exemplo (ou melhor, a anterior), cheguei a casa depois das 3 da manhã, por volta das 4 e tal fiz por adormecer mas às 6.30h já estava a fazer lides domésticas pela casa. Nesse tempo dormi um sono contínuo? NÃO. 

Acho que fui despertando mais de 40 vezes. Foram tantos despertares que julguei que já se tinham passado umas 4 horas e ter conseguido dormitar umas quatro. Afinal, foram minutos apenas. 

Claro que, quando tenho algum tempo livre, como foi o caso do dia de ontem, tento fazer alguma coisa, sair. Mas nestas condições não tenho energia para essa «ousadia». Ainda assim tentei. O espírito quer, o corpo rejeita. Ás tantas, o caminho de volta até casa, embora curto, pareceu muito distante. Ao atravessar um parque e passando pelos bancos de jardim quase sempre vazios, decidi simplesmente sentar num e descansar uns minutos, para depois continuar a marcha sem esta exigir o esforço que estava a tirar de mim.

O curioso é que aqui é comum os bancos terem uma placa. O jardim é um memorial, não sei bem a quem, então cada banco tem o nome de alguém que morreu. Sempre achei este hábito americano/inglês algo estranho. Você se sentaria num banco que parece um túmulo porque tem uma placa com o nome, data de nascimento e data de falecimento de alguém? Lembra demais uma pedra tumular. É como se... uma pessoa fosse sentar em cima de um túmulo. No mínimo, a pessoa é forçada a recordar ou a partilhar da morte de alguém. 

Então olhei para a placa. Quis saber, por curiosidade. Achei que ia encontrar um nome de um falecido de há muitos anos mas descobri que não. Fui sentar no banco em homenagem a um falecido que, se fosse vivo, seria mais jovem que eu. Nasceu depois de mim, faleceu há 15 anos. 

E veio este pensamento à tona: «nunca sabemos quanto tempo temos. Os pais deste não podiam imaginar, ele não podia saber que não ia viver muito. Uma pessoa nunca sabe. Não sabe a sua hora. Posso estar a pensar nisto e sem saber vir a morrer amanhã.».


E agora vou enfiar-me num avião. De uma companhia que nunca antes tinha ouvido falar. E não são sempre esses que caem? 

Bom, já sabem...
Se não me voltarem a ler, sabem o que aconteceu.
Chegou a minha hora! Kkkkk.

+++

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

Saúde e sensações


Hoje estou de folga mas nem me apetecia estar.

Não fosse pelas noites e manhãs de horas com tosse e sensação de fraqueza, acho até que teria pedido para ir trabalhar. Será que esta preferência advém da falta de conforto aquando no lar?

Os meus planos passavam por sair nos dias de folga. Dar umas voltas, tentar conhecer melhor os lugares que me rodeiam, encontrar bons sítios para comprar alguns presentes e levar para Portugal... Mas o despertar fraco e doente me impediu de concretizar qualquer dos desejos. Isso e a chuva constante, o frio...



Finalmente consegui ficar inscrita no NHS - o sistema de saúde inglês. E consegui uma consulta para hoje cedo. Mas quem disse que consegui? Deixei de ir ao médico por estar doente!!! Ahahha.
Esta é demais. 

Mas tive vários motivos para achar que a consulta não ia ser produtiva. 
Queriam uma amostra de urina e, como estou, ando a urinar de duas em duas horas... Nem sei que tipo de xixi queriam, só me deram um frasco e nada mais disseram. Seria o primeiro da manhã? Qual deles?? Poderia fazer análises ao sangue tendo ingerido alimentos açucarados duas vezes durante a madrugada? Afinal, trabalhei madrugada adentro... 

Não estava em condições físicas, orgânicas, psicológicas, por isso adiei. 
Também de pouco me adiantaria, viajo em menos de uma semana. É em Portugal que ainda espero poder tratar de alguns aspectos relacionados com a saúde. Mas esperava fazê-lo saudável, não assim!

Muitas pessoas que moram nesta cidade dizem que os médicos aqui não valem nada. Mais que uma já me relatou que vai-se ao médico com qualquer queixa e este responde que "está tudo bem". Receita uma coisa qualquer e põe-te a andar...

Tenho receio desse descaso
Por pior que seja o sistema de saúde Português, penso que é difícil encontrar médicos que façam pouco caso das mazelas dos pacientes.




Se, a tirar pelo exemplo do que experienciei ontem - quando consultada por alguém que me foi dito que seria uma enfermeira, tudo o que aqui querem saber é se bebes e fumas. Algo que especificas com detalhe na inscrição, que te voltam a perguntar um mês depois aquando o registo e no final ainda te entregam outro papel para que voltes a repetir o mesmo. Fui oscultada nas costas. Ainda perguntei se precisava estar com a coluna direita, mas responderam-me que era indiferente e mandaram-me inspirar e expirar normalmente. Mal inspirei, ainda ia a meio do expirar já o coiso redondo saía de um sítio nas costas, para outro. 

Diagnóstico?
-"They're clean. I believe you got an english bug!"
-"Estão limpos. Acho que apanhou um bichinho inglês!"

Pois...
Mas eu conheço a força dos «bichinhos ingleses». Foi depois de apanhar um «bichinho» inglês aquando estudante que todo o meu sistema imunitário se fragilizou e logo a seguir vieram os diagnósticos de anemia e tiroide. Que não se menosprezem os «bichinhos ingleses».




Na outra esfera de preocupações ligeiras, está o ambiente em casa. O indivíduo regressou, e com ele cada qual se evita um pouco mais. A pesar de ser incrível o número de vezes que as portas cá de casa abrem e fecham - um absurdo realmente, acho que chega à centena - cada qual se evita ao máximo. Ainda agora, em que fui buscar ao piso de baixo a roupa que consegui finalmente colocar a lavar, mais para deixar a máquina disponível para outra pessoa que por outra qualquer razão, a porta do quarto da rapariga estava aberta, a música saía alta mas, ao me ouvir descer, a primeira coisa que ela fez foi empurrar a porta para a encostar. Não satisfeita, ainda a empurrou para fechar antes que me aproximasse. Não sei... achei aquele gesto um pouco grosseiro. Porque se me apanham de porta aberta, eu não a vou fechar de imediato. A outra pessoa podia interpretar isso como uma indelicadeza à sua presença notada. 

A minha tosse impossibilita que a minha presença não seja notada.


Agora o que realmente me surpreende é a quantidade de vezes que se abrem e fecham portas. Enquanto aqui escrevo, já a rapariga subiu os degraus umas 15 vezes, foi ao wc umas outras 15... É tão somente um facto que me surpreende. Eu, adoentada, vou muito mais do que é habitual mas... No geral, nenhum fica mais que duas horas sem ir puxar o autoclismo. A rapariga então... É capaz de ir em intervalos de 15 minutos, meia hora.

O que tanto se faz para se precisar tanto de ir ao WC???

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Coisas soltas de Dezembro incidentes, acidentes e vontades



Cai das escadas. O traseiro fez o restante percurso pelos três degraus. Posso dizer que sempre admirei o derriére por me passar aquela segurança de que estava ali para me proteger de me magoar a sério. E foi o que ele fez, abençoado. Não bati com a cabeça, nem com a coluna, só com o traseirinho. Doeu? Oh, yeah! Doi mesmo. Mas já se passaram umas 2 semanas e começo a conseguir regressar a certas posições que antes me eram mais difíceis. 

Nota mental: não abusar da sorte. O que ele fez desta vez valeu por muitas!




O Espírito Natalício começa a invadir-me as veias. Uma vontade incontrolável de decorar a entrada da casa com luzes coloridas a piscar, um pinheiro e meter quatro meias para os presentinhos invadiu-me o dia inteiro. Amanhã bem cedo vou tratar de dar azo a esta minha vontade ehehe. Quando tem de ser, tem de ser.

Depois mostro fotos!

sábado, 24 de setembro de 2016

Posso ser atendida por um médico legista?


Estou a ver um programa sobre autópsias, num canal que se dedica a crimes e mistérios. Surpreendeu-me como sinto que fico esclarecida e consciente da minha saúde, ao assistir a este programa. Mais que com outros que assisti sobre medicina. Digo-vos: aprende-se muito com dados de autópsias. 

O médico Legista tem uma «vantagem» excepcional: o seu diagnóstico é quase sempre correto. Nada lhe escapa. Claro que para isso tem de dissecar, lol. Mas é caso para me fazer indagar: Posso consultar um médico-legista?? Indico os sintomas e provavelmente eles acertam antes que eu vire «cliente» deles. 


É que os médicos convencionais nem sempre acertam e têm de fazer tantas tentativas para conseguir indicar alguma coisa... O legista tem tanta experiência que poderá saber apontar logo para as prováveis causas e saber como prevenir que sejamos os próximos deitados naquela cama de aço. 

Noutra ocasião, naqueles programas sobre milagres de vida, vi outro caso de uma médica legista que foi de férias para a sua cidade natal e cruzou-se com um amigo da juventude, que mal reconheceu. Não só por se terem passados anos, mas por o achar mal encarado. Ela simplesmente o abordou e disse que estava preocupada com a cor da pele e que achava que ele sofria de determinada doença. Então não é que o indivíduo estava à beira das portas da morte, sofria de uma doença não diagnosticada que lhe teria sido fatal em questão de dias??

Se calhar andamos a tratar-nos com os «especialistas» errados, Kkkkk. 

sábado, 9 de janeiro de 2016

A saúde trata-se fora dos hospitais e ao telefone

Depois do Natal, antes de tomar conhecimento do caso do falecimento do jovem com aneurisma cerebral, vi estas publicidades na barra lateral do facebook e guardei, com intenção de fazer um post para abordar um tema sério: a saúde.

E o que é que penso disto?
O PIOR!

Primeiro, uma introdução a meu respeito: Nunca fui a um hospital. Nem sei lá ir ter, para ser sincera. Faço o tipo de pessoa que vai trabalhar doente, sai à rua para tratar de recados com uma constipação... etc. Não recebi uma boa educação sobre comportamentos de combate a doenças, desconheço os nomes de medicamentos considerados comuns e, com isso, é comum ter sintomas ou ficar doente e demorar a o perceber. 

Sou o tipo de pessoa que ao ficar constipada, como aconteceu este Natal, acha que aquilo passa com repouso e melhor alimentação. Nem lhe ocorre ingerir medicamentos, nem pensa que é algo grave. Primeiro dou «tempo» para que passe por si. Se insistir, então procuro alternativas. Foi durante o próprio convívio familiar natalício, de olhos vermelhos, muitos espirros, voz fininha e tosse é que percebi, diante da insistência de terceiros, que devia atacar aquilo com medicação. E lá fui tomar um antigripe. Passado uma hora já conseguia sentir os sintomas a regredir. O que de facto veio a acontecer. Embora, até hoje, a tosse ainda dê ares da sua graça.

Portanto, sou a antítese de tudo o que estes cartazes indicam e sou também o PIOR tipo de pessoa para si mesma.

Ainda assim, não concordo com a mensagem destes cartazes.
"Não vá ao hospital", "não vá às urgências", "fique em casa", "seja antendido por um médico através da linha de telefone saúde24".


 Lol. Agora os médicos podem fazer consultas ao domicílio por telefone? Fantástico! Para quê ir a um médico de todo? Porque não executar também cirurgias pelo telefone? Já agora, porque não deixar as pessoas pesquisarem no google os seus próprios sintomas e decidirem por elas mesmas o mal de que padecem? Para quê exames ao sangue ou outros? Nãh! Por telefone primeiro... E se a pessoa ao telefone errar na avaliação de gravidade do caso, ups! Foi porque o «paciente» omitiu alguma informação. A «culpa» é do paciente. Então, já vão dizer que devia ter ido ao hospital... Afinal, o "médico", por telefone, não está sequer a ver o rosto do paciente... sabe lá como está o tom da pele, o branco dos olhos.. não vê nada.

Ora esta! Se uma pessoa se dirige ao hospital, é porque acha que o deve fazer. E não devia importar que sejam 1000, 2000, 3000... os hospitais servem para isso mesmo. Para atender as pessoas, da melhor forma possível. Nunca que pensei que iam dizer às pessoas que se sentem doentes para NÃO IR a um hospital e facultar como recurso um atendimento POR TELEFONE.

Eu sei onde eles querem chegar e o que os motiva. Mas não concordo. Discordo em absoluto. 
Acho ultrajante para a população e indigno da comunidade médica.