Metereologia 24 h

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quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Uma história bonita e inspiradora - que existe mas é rara

 Leia aqui: 

Feitos um para o outro


Ah, é tão melhor quando se é jovem!
Tudo acontece. Até mesmo uma longa separação. Quando se dá o re-encontro a boa notícia é que... ainda são jovens! A vida inteira pela frente, tempo. Tempo para esperar, decidir, planear, adiar. TEMPO. 

domingo, 7 de agosto de 2022

Dueto de vozes

 É sempre bom descobrir novos velhos talentos. 

Que vozes!

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

A estacao do Amor esta a chegar

 A estacao do amor esta a chegar.

E eu nao sei?

Voces tambem a sentem? 

Ja se detecta no comportamento das aves, dos animais. Exibe-se na natureza. 

Deixo aqui videos que fiz hoje e ontem. Digam la se podem negar um facto Tao obvio: existe uma altura mais propensa para se amar.






 Ja pensaram na simplicidade da vida se nos guiar-mos pela natureza?

Aqueles que entre voces puderem, tratem de arranjar um par.  Esta a chegar a estacao das flores e das abelhas! 

🤗💕💕🌞👍🐝🐝🌻🌺🌼🌷💑😍

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Lembranças apagadas e o lockdown

 Faço o género de pessoa que faz fotografia de tudo. Sou aquela pessoa que tira 50 fotos de um só momento para escolher uma que preste. Mas depois guarda todas e não selecciona uma favorita.

Assim sendo, fui procurá-lo a ele. Fiz tanta questão de separar as fotografias daquele momento, que agora não as encontro em qualquer lugar. Sei que não as apaguei. Mas não existem. É como se uma força maliciosa tivesse erguido uma barreira impenetrável. 

Tenho imagens de tudo e mais alguma coisa, ao longo dos muitos anos de uso de máquina fotográfica digital. Coisas que não têm interesse algum. E dele? Nada. Não se compreende. Não as eliminei. Apenas quis afastar as lembranças para não cair na tentação de ir sempre espreitar e transferi-as do telemóvel para dois discos rígidos. Sempre com a mania do backup... Mas nem assim. Eclipsou-se como um raio, tanto da minha vida como do registo fotográfico que fiz. 

Ultimamente tenho regressado emocionalmente à saudade...

E por isso decidi ir espreitar essas imagens. Em particular o único vídeo. 

Quem sabe olhando, a coisa ao invés de continuar, se dissipava de vez?
Por vezes quando os fins são abruptos, fica tudo tão idealizado que um reality check pode ser a cura.

Mas se o seria, não conseguirei saber.
Volta e meia estou a desejar a tal conversa que o radicalismo do seu comportamento me privou. Dispenso tudo. Mas a falta de diálogo deixa-me a sofrer perpetuamente.

Dialogar é preciso



Hoje, quinta-feira dia 5 de Novembro, Inglaterra entra num mês de lockdown devido à pandemia mundial do Covid-19.
(durante toda esta vivência não soube nada dele! Nem ele alguma vez se interessou em saber de mim.)
 
Vou ficar a trabalhar. Pego num turno de apenas quatro horas daqui a cinco. O armazém onde trabalho com correspondência não tem quaisquer cuidados com o Covid19 e já teve casos positivos. Vai fazer em Dezembro dois anos que estou ali como trabalhadora e ainda não faço parte do restrito grupo de pessoas que é sempre chamada para trabalhar. Mas sou aquela que mandam fazer de tudo um pouco sem quaisquer instruções de como o fazer e o faz bem. Depois descartam, substituem por mão-de-obra mais recente a ganhar menos... É uma luta diária, mensal, semanal... tentar obter horas de trabalho. Supostamente agora no Natal devia existir um pico de volume, o que resultaria em ser chamada com muita frequência Dou por mim a contactar a agência com regularidade, pedindo para me darem turnos. Das oito horas que fazia, duas a três vezes por semana, agora estou com sorte se me derem quatro. Faz-me sentir que me dão zero de valor. 

No outro armazém onde comecei a trabalhar faz três semanas, tem muitos cuidados com o Covid19. Tem estações de higienização espalhadas por todos os cantos, a transbordar de produtos. A cafetaria está dividida com separadores de dois metros, cada mesa tem desinfetantes, tanto em forma de gel, como em spray, como em toalhetes. Existe uma pessoa cuja única função é certificar-se que todos mantêm os dois metros de distância e usam máscara adequadamente (sem a meter no queixo e afins).
Mas  também aqui as horas começaram logo por ser bem menos do que o anunciado. E em três semanas, fiz três dias de trabalho de sete horas. 

Sim, trabalho muito. Mas também trabalho pouco. Como é possível?
Acordo as três da manhã, para lá estar às cinco, regresso às duas, não dá para dormir, adormeço lá para as três ou seis da tarde, acordo com barulhos e, sem descansar por outras tantas oito horas, volto a pegar num turno das 6am...

Sinto que trabalho bastante. Mas quando vou a ver, são poucas as horas e muito, mas muito, o transtorno para as obter e muito o tempo dispensado nisso e nas deslocações. 

É a vida. O que fazer?

Suspeito que todos estes entraves existem para me afastar daquele lugar. Gosto imenso de trabalhar lá e ganha-se melhor que em qualquer outro. Mas se for uma fonte fácil de contaminação por Covid19 como tem tudo para ser, então estes impedimentos que venho a sentir como estranhos e os quais estou a fazer de tudo para contrariar, existem por esse motivo. 




domingo, 31 de maio de 2020

Pessoas de fé?


Algo estranho acabou de acontecer. As minhas lembranças estavam todas a voltar a ele e com isso muito sofrimento o meu coração começou a sentir. Intensa dor, de novo aquela que parece que não passa e dói demais.

Decido fazer uma prece. Mas não peço a deus, jesus, nossa senhora, anjos da guarda... peço a eles. Abro-lhes o meu coração e explico-lhes o que sinto, o que quero que aconteça. Peço que me concedam essa oportunidade, pois se passado um ano ainda estou na mesma, preciso disso. Rogo-lhes por isso.

Instantes depois ele tinha desaparecido da minha mente. Está também um pouco sumido do meu coração. Sei que não vai durar. A questão estranha é que eu orei para ter oportunidade de estar com ele e o que me concederam foi o esquecimento.

Sim, porque algo aconteceu. O estado em que eu estava e como subitamente deixei de estar... depois de orar a eles.

O que não tem de ser, não tem de ser...

Mas eu pedi que me concedam a felicidade de voltar a sentir o que senti e poder viver isso. Foi por ele que o senti e dificilmente (como o exemplifica o post de ontem) vou sequer olhar para outro. Nunca fui de olhar, sempre... aconteceu.

Nao vou conhecer ninguem novo nos proximos tempos, tal como não conheci no ultimo ano. Muito menos alguém que me desperte o que ele despertou em mim. À minha volta ninguém é complicado e integrante como ele era. Eu vi o mundo por um prisma diferente, o prisma dele, e fez-me bem, pois é tão diferente do meu. Eu preciso desse outro prisma pois claramente, o meu veio defeituoso e está preso no set "todo o mundo é bonzinho". Ele tinha uma perspectiva diferente e não queria saber de ninguém. Mas foi doce e atencioso comigo.

Eu tenho tendencia para gajos perturbados, que sao timidos. Acabam por ser simpáticos e mostrar bom carácter para atrair uma presa mas depois sao ciumentos e possessivos. Julgo que não era o caso dele mas fico na incerteza devido a esta tendência do passado.

Orar resultou em esquecimento.
Curioso resultado....

segunda-feira, 18 de maio de 2020

Atração nua

Por vezes quando ligo a televisão está a passar o programa Naked Atraction. Penso que também passou em portugal, num dos canais da Sic.

Nao me incomoda nem um pouco  ver corpos nus. Admiro a coragem destas pessoas. A unica coisa que me aborrecia imenso era o programa ajudar a objetificar as pessoas, que sao escolhidas pela vagina, testiculos, umbigo, pernas, rabo, seios... e por ultimo, o rosto.



Mas depois compreendi. É apenas um elemento de exclusao para se chegar a uma escolhida/o. Ainda assim, faz mais pela superficialidade de uma relacao  do que pela emocional. E é essa que todos dizem procurar, desesperadamente.

Entendo o principio: tira-se a nudez do caminho. Assunto arrumado. Nao se fica a pensar "como será que ele/ela é?" E nao se fica a avaliar e a fazer comparações com preferências pessoais ou as caracteristicas favoritas de ex amantes. Tudo isso acontece no programa e depois o casal sai junto para se conhecer  melhor e geralmente tem logo sexo. Dali a um mes tem de se juntar diante das cameras para contarem como está a relação.



O programa que estava a passar hoje de noite quando liguei o televisor, mostrou pela primeira vez candidatos masculinos a serem escolhidos por uma mulher. Já estava na reta final, ela aparece e tem de escolher entre um tipo velho cheio de musculos falsos e bronzeado forcado, um tanto armado em bom que para mim é inseguro porque mantem as maos a tapar o pirilau, e um rapaz circense, escazelado e magro, mas que parece genuinamente simpático.



Ela faz a sua escolha, tem sexo no primeiro encontro e depois, nada...



Mas o que me surpreendeu e admirei nela e em todos que la vão, é que expoem os seus corpos sem se preocuparem com os defeitos. Esta mulher tinha os seios muito descaidos. Quando os vi comecei a gostar muito dos meus como estao agora. E como sabem, já me queixo do mesmo mal.

Se ficarem como os dela vou ficar pior. Outras mulheres, bem mais novas que eu, já exibiam essa mesma caracteristica. Até mesmo mulheres na casa dos 20 anos. Só uma de 19 tinha-os em cima, como os meus costumavam estar.



E nossa... como o órgão masculino é feiiiiinho.... se formos a pensar nisso, as partes intimas de ambos os sexos nao sao de nenhuma beleza estetica. Por isso e que nao nos deviamos focar tanto no corpo, e sim na mente. Porque quando se ama alguém toda a pessoa é bonita. Para mim, ele, escazelado, magro, com olhar psicotico mas que eu conseguia fazer rir, era tudo. Nao importava o pacote, este era atraente porque o vi de forma afectuosa. Ate pensei, da primeira vez, em ir tomar um banho que bem estava a precisar e ele também, decerto. Pensei em dizer-lhe que tambem podia tomar um se quisesse.

Separadamente, claro. Mas se ele quisesse ate o faziamos juntos. Mas como amigos, porque na altura nao me passava pela cabeça o que ia acontecer emocionalmente.  Sentia-me confortável a esse ponto. Isso devia ter servido de pista, já que sou uma pessoa que nem na praia mostra o corpo. Mas não me ocorreu. Fui a ultima a saber.

Se o tivesse feito - vamos imaginar - essa parte estaria posta de parte. Acho fantastico! Nao teres de imaginar, de ficar a avaliar, julgar... temer o que o outro pode achar de ti... se gosta ou ve os teus defeitos fisicos que tentas esconder usando certas pecas de roupa...  ves o corpo nu de uma forma inocente. Antes do desejo.

Gostava de voltar a sentir o que senti, mas por alguém que retribua e seja merecedor. Sem jogos, com toda a avassaladora intensidade que emiti e toda a soltura que a felicidade de amar nos traz.

Ao mesmo tempo, ainda agora comecei a relaxar... antes da paixonite vivi anos sozinha, celibataria que aceitou e, semanas antes, acolheu em pleno essa condição .... o destino sempre foi sádico comigo.








quinta-feira, 26 de março de 2020

Mulheres: Somos a balança do Universo

O telemóvel acabou de tocar de um número privado. Atendi mas por mais que falasse, do outro lado não veio nenhum som. Então desliguei. ***  Voltou a tocar. Mais silêncio. Antes de alguém no outro lado desligar, escutei uma voz feminina. Então mais silêncio.

*** Conto isto porque após o primeiro toque, ocorreu-me que podia ser ele, a querer escutar a minha voz. Que me tivesse ocorrido isto faz-me entender que nós, mulheres, somos mesmo parvas. Quando nos apaixonamos, ficamos meses, anos, a alimentar fantasias de contacto que nunca vão acontecer. 


Gostava de ser mais fria e indiferente como os "gajos".
Mas também, se nós, mulheres, fossemos assim, o mundo cairia em colapso

É por sermos maternais e sentimentaloides, esperançosas e carinhosas, capazes de exercer o perdão por amor, sempre ali para apoiar e amar, que eles precisam de nós, que damos equilíbrio ao Universo, de resto tão desequilibrado.


Sim, temos fases hormonais. Causa-nos alterações de humor, aumentam a irritabilidade...

Mas sem nós, MULHERES, 
que vida violenta, árida, sem graça, fria, cheia de lixo e em conflito bélico seria o Mundo dos Homens

terça-feira, 10 de março de 2020

O facebook indiscreto

O Facebook continua a sugerir-me amigos do tempo da carochinha. Um deles conheci tinha ele 18 anos. Um miúdo impetuoso, revoltado, com cabelo muito farto e encaracolado, que usava pela altura dos ombros. Enrolou-se com a colega de trabalho, de trinta e poucos anos de idade, casada e com filha bebé. Oh melhor, ela é que gostou de seduzir um rapazinho encantado com a sua desenvoltura e que não conhecia nada da vida. Engravidou dele, o que levou ao divórcio e nunca mais soube de mais nada. 

Até este momento em que o facebook mos mostrou. Ele não é  mais aquele rapazinho que a minha memória guardou. No seu lugar surge um homem bem afeiçoado, de cabelo visivelmente grisalho, liso e de corte curto, algumas rugas de expressão bem visíveis em torno dos olhos e envergando fato e gravata. 

Como posso eu ainda ser jovem se o "puto" tá homem feito de cabelos grisalhos? 

Já agora, ela, agora cinquentona, está na mesma. Ou até melhor. Não lhe vi as rugas que em mim já estão por toda a parte na expressão facial (e na altura eu era bem mais nova que ela, com rosto de boneca de porcelana).  Arranjou mais dois filhos a somar aos dois que já tinha pela altura em que perdi contacto. Aparenta ainda estar melhor conservada do que quando a conheci. Zero rugas! Não estou a exagerar. É a pura verdade.

Viver a vida como te dá vontade e ser feliz com quem te apetecer no momento. 
Deve ser esse o segredo da perpétua juventude. 

Ela é que fez bem. Assumiu-se uma cougar (uma puma devoradora de homens) quando o termo ainda não tinha sido inventado.


Assim como este rapaz está diferente, maturo, experiente, vivido e seguro de si, é também assim que o vi (a ele). Vi tudo isto e mais ao olhar nos seus olhos. Vi-lhe o futuro. Consigo senti-lo como pessoa daqui a muitos anos para vir. Vai ficar tão charmoso e interessante. Queria lá estar lá para o constatar.

Ela preocupou-se com a diferença de idades? Com o marido? O casamento? Não!
E ele tinha 18, não 28. Quase novo demais para poder ir para a cadeia por pedofilia.
E eu aqui com as minhas dúvidas de treta.

Devíamos todos fazer o mesmo que ela.
Follow your heart

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

A ingenuidade como chapada na cara



A presença do novo inquilino já me serviu de aprendizagem. 
Não sabia que convidar alguém do género oposto a entrar na tua casa significa que vão ter sexo. Nos filmes, sempre foi assim, eu sei! Mas só depois de um dinner date.  


Pois vos digo que nem isso é preciso mais. Um encontro, um jantar... já não se usam. Basta trocar um olá e nesse acordo mútuo e mudo de palavras diretas entre dois estranhos, sai sexo.  

Agora compreendo porquê o gajo foi embora. Não apanhei nenhum sinal destes modernos que me estava a enviar. Coitado... ficou ali à espera e... nada. 

Quem manda se meter com uma jumenta como eu? Ahah.

Ainda sou do tempo.... um tempo que não existe mais.

Mesmo com rodeios, ainda se usavam palavras claras de interesse. Hoje diz-se tudo menos essas palavras. O sentido da pergunta "onde vais quando acabar o teu turno?" é "anda ter sexo".  Ele bem que me perguntou "onde vais agora? Eu levo-te a casa". 

O simples facto de alguém do sexo oposto abordar-te é de imediato interpretado como interesse sexual. Tudo tem duplo sentido. E eu, na minha santinha ingenuidade... Longe de imaginar tais coisas, pelo menos dirigidas a mim e vindo de alguém como ele. 

Não há dúvidas: Sou mesmo feita de outro molde.
Cai do cavalo, este continuou a galope e eu fiquei a pé. 
Sim, vou pendurar as chuteiras e ficar tranquila.



sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Histórias de amor na telinha


Uma novela que me apaixonou há uns anos está em reprise. Uma mulher e um homem perto dos 30 conhecem-se e perdem-se de amores. Mas por contratempos e interferência de terceiros, os dois separam-se, acreditando que foram traídos pelo outro. 

Ela é a primeira a sofrer. Já se imaginava casada e com filhos - sonho que havia enterrado e que, por aquele sentimento que ele lhe despertou, voltou a ser real e tornou-se desejado. É nesse instante que se dá o golpe emocional: é subitamente atirada para a lama ao receber uma carta de rompimento (que não é dele mas pensa ser por não ter tido tempo de lhe conhecer a caligrafia). Julga-se abandonada, percebe-se usada de forma vil e cruel. Isso praticamente a destrói. 

Ela não vê mais sentido para continuar a viver! A menos que encontre o sacana para se vingar das mentiras e da forma vil como a usou e brincou com os seus sentimentos. O tempo que teve para viver o romance foi tão curto, que não deu para saber nada realmente sério sobre ele: quem era a sua família, onde morava. Só lhe sabia o nome, nada mais!

Ela faz disso o seu motivo para continuar viva e fica obcecada: quer descobrir onde ele anda, qual o seu paradeiro. "Vingar-se" - diz ela.

Começa a gastar rios de dinheiro - todas as suas poupanças (de mulher rica), em investigações que não levam a lado algum e quase colocam a sua vida em risco. Fica à beira da falência. Até que decide aceitar o afecto de um cavalheiro igualmente sofrido, que lhe oferece o casamento e a vida com a qual passou a sonhar e que viu ser brutalmente esmagada.


Revejo-me um pouco nesta história. Removendo a parte da vingança, pois já não sou dada a esses impulsos juvenis. Tenho maturidade suficiente para não ir por aí e a minha inclinação é desejar bem às pessoas, mesmo as que me ferem. Pelo menos costumava ser assim. Agora talvez abra excepções.

Revejo-me também na parte em que ela gasta rios de dinheiro - todas as suas economias, para o tentar encontrar. Ainda não tive tempo para contar essa parte da minha actual história. Continuo a rever-me na de ficção, mas optei por um caminho diferente, embora o resultado seja o mesmo: esbanjar as poupanças.

No pico daquele desespero de lágrimas sem fim e angústia no coração, sei que mencionei aqui que fiz umas compras por impulso. Soube de imediato porquê as fiz. Foi a minha maneira de me agarrar a algo. um impulso que nunca antes tive. Assim como ela se agarra à vingança, eu decidi investir em mim. Por impulso, entrei numa loja oculista e fiz um teste à vista. Que, claro, acusou necessidade de usar uns para combater o "cansaço e esforço" ocular. Deixei-me levar e paguei por algo que não uso e coloco em causa que faça falta. Depois comprei roupa, acessórios. Uns estão ainda por usar. Logo de seguida decidi ir em frente com algo interrompido, e optei por arranjar os dentes, não importa quanto me fossem cobrar. E depois, decidi seguir os concelhos de uma especialista, para melhorar a minha aparência. E decidi afastar-me viajar mais. Comprei mais passagens de avião. Ao todo, desde que tudo aconteceu há pouco mais de dois meses, já esbanjei 15.000€. 

E não teria gasto um centavo, não fosse pelo impacto emocional causado pelo seu comportamento inexplicável.

Podia tão bem ter gasto o mesmo em coisas tão melhores, feitas a dois... ai.


Mais gastos podem vir a caminho. Não vejo resultados alguns no "aperfeiçoamento" da imagem e isso pode levar-me a fazer experiências ainda mais caras. Nesse sentido, sei não ter economizado o suficiente para tamanha ambição. 15.000€ é muito dinheiro, mas não é nada se pretender enveredar pelo caminho dos tratamentos estéticos. Por exemplo: se um especialista dizer-me que necessito de implantes mamários, isso não faz parte dos meus planos mas, se ficar convencida que faz sentido e como sei que não estou satisfeita com a direcção para a qual os seios estão a ir, ele poderá convencer-me que é o melhor. E eu vou considerar essa opção. Estou disposta a isso. 

Tudo por causa do que me motiva a investir em mim: recuperar-me e esconder uma dor, um conjunto de muitos sofrimentos de uma vida inteira, decepções a perda de sentido em continuar respirando. Uma última forma de vir à superfície em busca de ar. 

Ao mesmo tempo, talvez não queira fazer nada. Não tive grande saída: ou era isso, ou desistir de vez. As duas decisões em si podem parecer opostas, mas não estão afastadas. Ambas são um acto extremo para um sentimento idêntico: uma dor tão poderosa, que se torna incapacitante e remove o sentido a tudo.


A história da novela não tem qualquer hipótese de acontecer nos dias de hoje - podem estar a pensar. Enganam-se. Basta substituir a carta por um SMS e é tão contemporânea quanto sempre será. Decepções amorosas são eternas e, pessoas a querer intervir numa história de amor e alterar a vida das outras também. 


Agora que estou a ficar mais velhota (e menos observada na rua), cheguei a contemplar a ideia de um dia vir a saber o que é ser rejeitada. Não que nunca tenha acontecido gostar de quem não gostasse de mim, e ser ignorada, ou preterida ou ter sofrido antes... Mas assim, de chapada na cara, seca, agressiva... Nunca. (Ou quase nunca, não sem ficar com uma ideia de um possível motivo).

Cresci a ser assediada, a ser mirada, achei que era assim com todas as mulheres. Não sabia que não era. (sorte das que não são, aproveitam melhor a vida). Aprendi a fazer cara feia, para dissuadir esses comportamentos, que sempre me deixaram desconfortável ou irritada. E descudei-me, apreciando a alteração de comportamentos que isso trouxe. Embora bastasse vestir-me um pouco melhor, para os ver regressar. Porém, a flacidez idade não perdoa nem a mais bela das mulheres (não, não me considero uma, nunca considerei). Acho que devo começar a contemplar coisas melhores, pois, mesmo na fantasia, o cupido sádico só sabe apanhar as partes que lhe interessam.

Sejam felizes.

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Cupido? Não quero nada com esse sádico!



Fui relembrar o que o horóscopo chinês dizia para o meu signo o ano passado. Impressiona como chegou perto. Disse assim:

Horóscopo do Amor: "O ano do Porco influencia positivamente quem queira investir seriamente no seu parceiro para consolidar suas perspectivas familiares a longo prazo. Seja na primavera, no verão ou no final de outono de 2019, o solteiro recebe o impulso do cupido em muitas ocasiões. É melhor para ele escolher entre seus pretendentes sem esperar muito, pois a competição é bastante abundante durante um ano de Porco. 2019 é particularmente adequado para quem quer formalizar seu relacionamento com um casamento emocionante. 2019 é um bom ano para ter um menino ou menina nascido durante o ano do Porco, com a única condição de que o seu parceiro não é uma Serpente, "inimigo" do Porco. Se assim for, esperar pelo ano do rato de Metal 2020


Compatibilidades:  Dos doze animais do calendário chinês, é mais provável encontrar harmonia duradoura com o Porco, Bode, Cão e outros animais do zodíaco, com excepção do Galo. O Dragão e em certa medida, a Serpente, também não são compatíveis. O Dragão é muito extravagante e parece superficial e quanto à serpente, sente que não apoia os seus projectos e há dificuldades de entendimento, apesar da inegável atracção e fascinação mútua


O que realmente aconteceu em 2019: Recebi o impulso do cupido - esse sádico, cheguei a ter fantasias com a possibilidade de ainda vir a ter uma filha mas o que realmente choca nesta previsão, é que ele é um Galo. Pá! A sério?!? Em doze animais no calendário chinês no qual o cupido podia ter colocado a flecha foi calhar-me o proibido?

SÁDICO!
Acreditem em mim. Cruel e sádico.
Não o queiram por perto. 
Devem existir outros anjos ou santos dedicados ao amor. Entendam-se antes com esses. 

sábado, 26 de outubro de 2019

Voltou a ligar


O Jason voltou a ligar-me esta tarde.
E coincidiu com outro momento de recaída emocional em que estava a sentir-me particularmente e intensamente carente.

Porém, desta vez comecei a recear que ele o faça amiúde. Afinal, não conheço as pessoas tão bem quanto imaginava - se ele insistir em me conhecer, mesmo depois de ter escutado de minha parte um nítido "mais que amizade, não".


Também nesse último telefonema que me fez há semanas, fiquei convicta de que ele não voltaria a ligar. Mas enganei-me. Ligou hoje. Falei-lhe "na boa", mas voltei a ter uma pontada de "alarme" e desta vez, gostei menos de lhe falar. O facto de ser incapaz de admitir que não me ligou quando disse que o ia fazer e insistir que cumpre sempre a sua palavra e ligou-me "eu é que fui MALANDRA" e "FUGI DELE".

WTF???

"You were naughty" - insistiu em repetir. E não estava a brincar.

Esta parte desagradou-me.

Sinceramente, acho até que ele devia reconhecer-se como um sortudo por eu falar com ele. E falar na boa, sem cobrança, sem irritação, sem desprezo. Acho que qualquer outro talvez desse valor a esta postura, tendo em consideração que só conversamos uma vez, nunca mais nos vimos e foi ele que me desprezou e não ligou quando disse que o ia fazer.

Outra pessoa depois disso cortava logo qualquer tentativa de conversa. Eu não o fiz. Não lhe levei a mal, brinquei com a situação, aceitei. Mas não engano ninguém: disse-lhe na primeira vez e disse-lhe todas as vezes que me ligou: não estou à procura de romance

Que mais é que é preciso para que entenda?
Fazer um desenho??


Desta vez gostei menos de lhe falar. Ele faz muitas perguntas, do género: "estás sozinha em casa? Não escuto barulho" ou "estás de folga hoje'" ou "onde vais?" - perguntas que são invasivas e buscam sondar a disponibilidade. 


Acabou por descobrir que vou ausentar-me por uma semana e disse-me: "Ligo-te quando regressares". Ao que lhe respondi: "Pois, mas tu vais apagar do teu cérebro a parte "quando regressares" e depois ligas-me passados seis meses, a dizer que estás a cumprir com a tua palavra e a ligar". 

Estava a fazer referência ao que aconteceu no passado. Ele responde-me, insistindo que fui eu que "fugi dele" e que ele "cumpriu a palavra". No final da conversa - que tive de encurtar - ele perguntou: "It's alright if I call you?" "Posso ligar-te, certo?" ao que lhe respondi: "Depende Jason. Depende das tuas intenções. Se for para mais que amizade já te disse... não".

Depois de desligar a chamada fiquei a imaginar receber outro telefonema dele e não me pareceu que fosse gostar. Nem quero que ele me ligue assim que eu regressar ou ande a controlar a minha disponibilidade. Agora que escrevo sobre isto, vejo que talvez devesse ser curta e grossa. Má, mesmo. Sou capaz de pecar por ser muito boazinha e também demasiado ingénua quanto às intenções de terceiros. As coisas não são como eu as desejo ou imagino. Portanto... 

Lembrei-me que o telemóvel deve ter uma função de "bloqueio de número". Algo que disse a mim mesma jamais fazer a alguém. Não acho bonito nem correcto. Mas não vá ele sentir o impulso de me ligar antes do "regresso" porque, sinceramente, quero sentir-me LIVRE, não quero ficar presa a pensar nestas coisas. A custo, lá carreguei na opção "bloquear". 

Pretendo que seja temporário. Irei desbloqueá-lo "no regresso", que lhe disse que seria daqui a duas semanas. Mas não quero que ele volte a ligar-me se o seu objectivo for a conquista. Neste instante isso me repulsa, pois sempre lhe disse "não". 

Talvez esse não precise ser gritado aos sete ventos??
Vocês que me lêm e são gajos...
É esse o meu problema? Digo não mas vocês preferem escutar um "talvez"?

Sim, é verdade, muitos "nãos" e "não sei" femininos são um talvez...
Mas este sempre foi um não, não, não.
Como se fazer para que o entenda e aceite de vez?


domingo, 13 de outubro de 2019

Um Domingo Produzindo



Este Domingo fui trabalhar.
Não sabia ao certo para que necessitavam de mim. Mas depressa percebi que iam filmar uma espécie de vídeo promocional ao produto que tenho andado a empacotar: Ténis Adidas. 


Além de mim e dos habituais colegas do armazém, precisavam de mais mão-de-obra, e por isso sabia que tinham contactado outra agência de emprego para mandar vir mais umas tantas pessoas. Quando vejo quatro rapazitos a entrar pelo armazém a dentro, penso comigo mesma:
-"São cada vez mais novos! Vêm para aqui ganhar uns tostões extra por não terem escola ao domingo".

Estava enganada. Quando começamos a montar o "cenário", percebo que a coisa não vai correr bem. E sou rápida a mencioná-lo. Um dos rapazes, bem novinho por sinal, apresentou-se e disse-me que ia resultar porque tinham calculado os números. Respondi: "Ainda bem. Eu também!". 

Disse-me que tinham voado diretamente dos Estados Unidos da América propositadamente para fazer aquilo. Com eles, vinha um lamborghini.

lamborghini: carro bem feínho, barulhento e poluente

Afinal, os "putos", não eram o que eu esperava. Eram miúdos com responsabilidades de graúdos, com um trabalho para fazer. Não sei ao certo se algum deles era craque em algum desporto - para estarem a fazer aquilo, ou se simplesmente tinham ligações com a marca e precisavam de divulgar um vídeo promocional num site qualquer.

Virem do longínquo EUA para a chuvosa Inglaterra, onde a luz natural começa a escapar por volta das 16h da tarde, para filmar um vídeo, não deixa de ser curioso. Vi que eram amadores - como quase todos hoje em dia são. Têm um telemóvel e pronto: pensam que este faz tudo. Mas o material profissional faz muita falta. Por não conseguirem tirar um plano de jeito, precisaram de duas horas até se darem por cansados satisfeitos. Pensando bem, acho que não conseguiram tirar nada de muito valor dali. A experiência fez-me recordar outras no passado, em que estive ativamente envolvida na produção de vídeos promocionais e publicitários. Pensei em dar umas sugestões, mas não podia intrometer-me demais. E sinceramente, já faz tanto tempo que andei nessas andanças, que a minha mente já anda esquecida de truques e qual a melhor forma de tirar proveito do que há disponível.

Mas foi divertido e diferente, para variar.

Num toque mais pessoal, comecei a trabalhar neste armazém no pico do meu desgosto emocional. Quando cheguei ao local, vi alguém com o seu tipo físico perto da porta e essa semelhança fez-me projectar algum dissabor para com o indivíduo. Soube de imediato que nem queria falar com ele, nem olhar-lhe na cara. Na altura pensei que deviam ter-me achado antipática e mal educada, porque não passei mesmo cartão a ninguém. 

Ontem proporcionei-me à oportunidade de olhar no rosto do indivíduo. Achei-o atraente. Lembro-me de estar a pensar nisto, olhar para ele, dar um esboço de sorriso como cumprimento e depois entrar no WC, onde um grande espelho mostrou-me a expressão que tinha. Era demasiado séria e feia.

-"Deus! Se é esta a minha expressão facial quando acho acho um homem atraente não admira que me considerem desinteressada!"

Hoje dei-me mais liberdade. Falei com o rapaz e devo dizer que simpatizei com ele. É muito mais  social que o "outro" (o que não é nada difícil), mais educado e mais bonito (também não é difícil). É originário da hungria mas fala num inglês que achei bom e sedutor. Gostei do sorriso, do facto de ser sossegado. Da simpatia no olhar azul. Se não for assim para o "quieto e reservado", geralmente não me chama a atenção. Mas neste tipo, é preciso saber diferenciar quem é seguro de quem é perigoso. A linha é ténue.

Já vos disse que sei que fui embruxada?
Pois então... Falei muito bem com ele e ele comigo. Foi tudo com naturalidade. Sem forçadas, sem momentos esquisitos quando não se sabe o que dizer ou fazer. Até que num certo momento, captei algo no ar e fui ter com ele para lhe perguntar se vai deixar a companhia.

Hoje foi o seu último dia!
Foi embora.

Agora digam lá se sou ou não sou uma pessoa que mal se interessa por outra, esta afasta-se?
É bruxedo. Sei que é!

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

As redes sociais mataram o romance


Tenho reflectido sobre o papel das redes sociais nas relações de namoro. 

Não tinha até hoje percebido o quanto os hábitos de "corte" deram uma volta de 180 graus. Por causa da tecnologia. Já não se escrevem "cartas de amor", ou se fazem serenatas à janela, algo que foi mais presente e marcante numa geração que nem é a minha. Garanto-vos: tudo se tornou mais frio e cruel. Até mesmo impessoal. O que devia ser contraditório, quando a facilidade de hoje em dia para se chegar ao envolvimento físico é tão evidente e indiscriminado. Contudo, está a perder-se o contacto humano. Os olhos-nos-olhos e o respeito pelos sentimentos dos outros. Cortejar alguém tornou-se um ritual frio que facilmente opta pela crueldade. É mais a ilusão de intimidade que se está a vender.

Pobres jovens!  
Sinto angústia só de pensar por aquilo que as novas gerações podem vir a passar. Temo pelas duas adolescentes na família, que já estão mais que na idade de namorar, contudo, disseram-me, com voz segura: "Não há nada que preste".

E podem ter toda a razão. Esse é o meu MEDO.



Como cheguei a esta constatação?
Estava na internet quando decidi visualizar um vídeo de um "coach" sobre relações afectivas. Do género que explica e dá conselhos às pessoas confusas com as atitudes de outras de quem gostam. "Devo escrever-lhe?" "Ele gosta de mim?" "Porque não me contacta?"- queriam tantas saber.


Isso ressoou um pouco e então fui espreitar. Para meu espanto, os comentários que li nos sites eram TODOS (e tantos) a contarem histórias pessoais, todas com um denominador comum: Mulheres que conheceram um homem online. Iniciaram uma conversa por chat durante meses, sentiram-se envolvidas, marcam um encontro, umas saíram com o rapaz mais que uma vez,  outras só uma. Subitamente ele deixa de se comunicar com elas. As que tiveram sexo também tiveram o gajo a responder da mesma forma: com silêncio. Tendo acontecido até com quem namorava oficialmente com aquela pessoa e subitamente recebe o tratamento da invisibilidade. Cortam qualquer contacto e deixam de se comunicar. Mudam de comportamento. Mesmo aqueles que têm a cortesia de responder, fazem-no de forma vaga ou não direta. Deixando a mulher a pensar se aquilo tem volta ou não. Se ele só precisa de tempo. 

Fiquei surpresa por quase todas, acho mesmo que todas, mencionarem que conheceram a pessoa online. Hoje em dia é assim que as pessoas começam uma relação: através de um computador! Mas é que falam disso como se fosse a forma natural de acontecer. Como se não existisse outra!!! Como se todo os afectos precisassem ser filtrados com a tecnologia pelo meio. Vão a sites como o Tinder para "conhecerem" parceiros. É assim que se faz hoje em dia. Eu estava totalmente a leste disto!

As redes sociais vieram para facilitar ou para destruir a fé das pessoas nas relações humanas?
Temo pela segunda hipótese. Até mesmo "ele" cansou-se de me repetir que os "jovens estão cada vez mais sozinhos". 

Não é assustador?
Cada vez mais sós, cada vez mais EXIGENTES. Elaborando listas de IDEAIS mais próximos da fantasia do que da realidade. Sinto pena.

Vi pela miúda que viveu nesta casa. 24 anos, bebia álcool até ficar bêbada e fornicava que nem um animal no cio com quem simpatizasse online ou nas saídas nocturnas. Falava dos gajos como se fala de um produto no supermercado. É esta a "cultura" da moderna juventude. A forma como interagem uns com os outros. Ela procurava e lamentava não encontrar alguém "rico que lhe fizesse as vontades" porque "merecia". Mas entretanto, optava por este tipo de relacionamentos e também ia descartando gajos com base no nível de atracção física através de fotografias numa app.

Tudo tão fast-food. (Sem sabor, só aparência, e de consumo rápido e insatisfatório). Ela era "consome rápido e deita fora", tanto  tratava assim os gajos como se deixava ser tratada de igual forma. Aceito este estilo de experimentação, mas sinto que não é por aí que alguém vai encontrar uma avassaladora paixão, um parceiro amoroso, que a vai fazer sentir nas nuvens. Não é por abrir as pernas a tudo o que é gajo ou manter três opções ao mesmo tempo que aumentas as possibilidades de acontecer o  "milagre" do "amor para toda a vida".



O rapaz aqui de casa, com trinta anos, nunca se apaixonou por ninguém. Tem agora uma gaja mais recorrente e ouvi-o brincar com isso. Sempre manteve uma one-afternoon-stand, ia para a cama com todas, apenas uma vez. Dificilmente uma segunda - não fossem elas começar a achar que têm direitos. Depois de dormir com elas, não as quis mais. Numa ocasião cumprimentei uma destas miúdas, que era mais faladora, e quando lhe perguntei o que fazia, respondeu-me que era professora de fitness mas que seria por "pouco tempo", porque dali a seis a oito meses ia mudar-se para Nice. E lançou um olhar cúmplice ao rapaz. Eu percebi de imediato, mas nada disse. Já tinha visto tantas a entrar e a sair e duvidava que ela fosse mais do que mais uma de «foda única» na lista dele. Ia servir para o propósito que a trouxe até a casa, nada mais. Mostrou achar que ia com ele para Nice - que é para onde ele planei-a mudar-se a trabalho, daqui a dois meses!

O que me dizem disto? Não é assustador? Acho que mete medo.
Vocês têm filhos novos, netos... não temem por eles?

A facilidade com que se usa as redes sociais para se magoar e descartar os sentimentos alheios. Isso tem de transformar as pessoas em algo diferente das crianças "fofas" e respeitadoras que tanto nos esforçamos que sejam. Hoje vi um cartaz a dizer: "Triste é quando partilhar comida tornou-se mais assustador que desperdiçá-la".

E fiquei triste com esta constatação. Porque é tão verdadeira e tem implicações sérias nas relações humanas. Antigamente partilhava-se o lanche, trocavam-se sanduiches, cada qual bebia do mesmo copo ou dividia uma peça de fruta. Esse simples acto ajudava (e muito) as pessoas a se conhecerem e a simpatizar umas com as outras. Um acto de bondade. Hoje em dia se eu quisesse partilhar o (imenso) gelado de copo que comprei, porque era demais para mim, sei que nem vale a pena estendê-lo a alguém. Todos temem que a oferta venha envenenada ou, simplesmente, porque já teve a colher que levei à boca ali enfiada, tornou-se "sujo, perigoso, repulsivo". 

Esta simples alteração de comportamento já prejudicou as relações humanas a nível das amizades, das vizinhanças. Já não se bate à porta da vizinha para pedir um copo de farinha emprestada. Hábitos saudáveis de convívio, perdidos ou em extinção. E agora, a tecnologia vem dar como que a facada fatal na já muito fragilizada interacção humana.

Recordo-me dos filmes futuristas, que retratam a tecnologia como algo que vem substituir o lado físico das relações, mas compensar com o lado emocional. Descarta o sexo, mas faz as pessoas passarem por emoções fortes de ligação psicológica. Duvido muito que o futuro tenha adivinhado correctamente o papel da tecnologia nas relações de interesse amoroso. Acho que facilita demasiado a crueldade e nada faz para tornar as pessoas mais carinhosas, atenciosas. Pelo contrário. Torna-as secas, desconfiadas, dessensibilizadas e descrentes.

Deus nos valha.

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Mais uma leitura finalizada


The Cockney Sparrow (2007), da autora Dilly Court foi a minha última leitura concluída. 
Gostei bastante de mais esta história. Talvez por estar em Inglaterra, mais uma vez a história passa-se em Londres, mas no tempo das carroças puxadas a cavalos e da iluminação com velas - a agora apelidada de época Vitoriana.

Mais uma vez, uma menina pobre com uma vocação, que acaba por encontrar a sorte, mas não antes de dar muitos trambolhões e sofrer o diabo a quatro!


Sem querer adiantar muito, a heroína chama-se Clemency (Clemência), é muito pobre, tem de andar pelas ruas com neve com os pés descalços - este tipo de pobreza. Para sobreviver ela rouba carteiras a transeuntes distraídos. Dela depende o irmão paralítico das pernas e a mãe alcoólica, que se juntou a um homem mau, que a força a prostituir-se. Mas Clemência tem um dom: uma voz que emociona quem a ouve. E de acaso a acaso, ela acaba por se tornar vedeta de Teatro musical. Só que nem por isso deixa de ter de fugir do padrasto, que a quer colocar na vida, e nem por isso consegue ter um teto para morar e dinheiro para comer. 

Será que a vida desta rapariga alguma vez vai melhorar?
E porquê existe um homem que a quer meter de volta no mundo do crime?



NOTA: O Mais Surpreendente na leitura: os detalhes do quotidiano numa outra época surpreendem e instruem. O nome correcto para utensílios que nunca ouvimos falar ou sabiamos da sua existência e a linguagem da altura. 




sexta-feira, 19 de julho de 2019

No que me fui meter?


Conheci no supermercado um homem simpático com quem mantive uma conversa fluída. Pensei que ia falar-me de uma oferta de emprego mas ao invés disso pede-me o número de telefone.

Eu respondi que sim, que lhe dava. Depois ficámos quase duas horas fora do estabelecimento comercial, a falar. A conversa foi tão fluída tão natural e honesta, entrei por ela a dentro, a pesar de estar a anoitecer, sentir sono e estar com as pernas a tremer de frio.

Ao entender que ele poderia imaginar algo mais que amizade, disse-lhe que gosto de conhecer pessoas e gostei de falar com ele, mas não com um interesse romântico. Ele respondeu que não posso afirmar isso com toda a certeza.

Acabei por lhe fornecer detalhes que nunca contei a ninguém, tal foi o poder da fluidez da conversa.
Ele ficou com o número de telemóvel e de certeza absoluta vai ligar-me no Domingo. Ficámos de ir jogar uma partida de ténis. Ele profissional, eu curiosa.

A minha cabeça preocupa-se com a sobrevivência. Com o emprego que vai acabar ao final do mês, com os meses depois desse, com o ordenado anual que não chega para as despesas com a renda e o quanto me limita não ter casa própria.

Sempre fui assim. Se não me sentir estável e não sentir a minha independência firme e segura, não tenho como mergulhar noutras coisas. 

A verdade é somente esta: sinto-me só, a precisar de amigos. Simples. Essa necessidade "cura-se" ocasionalmente, com conversas deste género.

Mas para o resto? Sou eremita. Gosto muito do meu cantinho, de sossego, de paz e da ausência de conflitos. Sou também preguiçosa para esses afectos, confesso.

Tentei explicar-lhe. Disse-lhe que não procurava companhia masculina íntima. Ele apreciou cada palavra que trocámos, foi muito sincero e eu também. Receio que a minha franqueza lhe tenha parecido não um sinal de stop mas um interessante desafio. Acho que não consegui tirar-lhe da cabeça a possibilidade de eventualmente daqui surgir um romance. 

Sou uma pessoa de palavra e irei encontrar-me com ele. Mas sinto que não vai resultar.

Suponho que quem me lê tem mais experiência nestes assuntos. O que vos parece?

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Mais um livro lido e uma descoberta

De ontem para hoje acrescentei uma nova leitura na lista de livros. Sim, li uma história de 69 capítulos em 24h. 

Fiquei a imaginar o que me levou a ler este livro tão rapidamente e sem esforço já que a intenção quando ontem lhe peguei era passar apenas por uns instantes de leitura. Já o objectivo com que abri os anteriores que até eram menos espessos em número de páginas, foi fazer uma leitura aprazerosa de uma ponta à outra, no máximo em dois dias.

Os motivos porque uns conseguem ser lidos assim e outros não, desvendaram-se, acho eu, após ler este livro. 


É a linguagem usada e a maneira como as personagens se comportam. No anterior a linguagem era actual, muito palavrão, interjeição, descrições exaustivas sobre o que a personagem está a sentir além de contínuas cenas de flashback enfiadas entre momentos de acção. Não que este último não tenha o mesmo: palavrões aqui e ali, lembranças do passado, mas não de forma tão exaustiva ou vulgarizada. Estando contextualizado noutra época - não tão recente assim mas muito diferente dos dias de hoje, apraz-me mais a forma com que as pessoas interagiam, mostrando um pouco mais de apego a valores de educação que sociedade de então impunha.


Depois vem a entrega da história. Uma das formulas mais usadas atualmente para entregar uma história, é dividi-la por personagens e ir apresentando os "núcleos" numa salada de nomes que inicialmente dificulta diferenciar quem é quem. Do "jorge" passam para a "Edna", daqui para o "João" e uns e outros andam com outras pessoas, maridos esposas e amantes, todos se conhecem e a certa altura todos se reúnem. Não há uma personagem principal, todas são personagens centrais. A informação é dada aos poucos, a conta gotas. E o final? O fim termina sempre meio em aberto, sem mais desenvolvimentos. No que uns julgam ser a "apoteose".  Sem uma "espreitadela" para o futuro. Dando aquela "aquecida no coração" de que os nossos heróis viveram felizes para sempre, quem sabe? 


Quase sempre opto por ler crimes e mistérios, raramente pego em dramas românticos, embora goste quando são romances históricos mas despreze um pouco esta moda de "contar" os "podres" de figuras nobres do passado - principalmente se não há nada factual que justifique que a percepção das pessoas sobre alguém fique associada a uma obra de ficção. Adoro quando é pura ficção, com muita investigação, a figura existiu, o mito existiu, mas o autor tomou a liberdade de inventar em torno disso. Gosto quando sinto que a obra jorra criatividade e inteligência, associada com instrução e uma forma extraordinária de explicar passados remotos difíceis de imaginar, como se estivéssemos a viver naquele século, com aquelas pessoas. 


Encaixo estes últimos livros que li na categoria de romance dramático. O último é mais fiel à sua categoria e não recorre ao mistério incluído no próprio título, para apelar à curiosidade. Nada de "Segredos, mentiras, fantasmas". Contudo, também tem as suas revelações dramáticas, contadas à medida que a história progride. 


E vocês?
Sabem quais são as suas preferências de leitura?


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Dia dos Namorados


Sobre esta ocasião não ia pronunciar-me. Reparei, claro, nos corações por todo o lado, nas prateleiras das lojas cheias de artigos temáticos à paixão e nas rosas vermelhas. Porém, não produziu efeitos emocionais alguns. Foi somente quanto caminhava na rua que vi. O único instante em que senti que era Dia dos Namorados


E pronto: ver um casal de mãos dadas foi o que despoletou em mim essa percepção.

Nenhum dos muitos bouquets minimalistas que reparei estarem nas mãos de homens me emocionou. Nenhum homem a rondar prateleiras cheias de artigos vermelhos e cor de rosa, à procura daquela coisa que espera que a namorada vá gostar mas que não vai custar muito dinheiro, nenhuma destas visões de consumo me fez sentir a data.


Foram duas mãos segurando uma na outra. Suporte, apoio, amor


O significado da data não está nos corações, nem no vermelho, nem nas flores compradas todos os anos para não se perder tempo a pensar noutro tipo de oferenda, ou no artigo barato com ar infantil e mimoso que o namorado procura um tanto a contra-gosto para oferecer mais por obrigação e receio do que por vontade. 


Alternativa 1
Alternativa dois: cholocate bem barato, em forma de rosa
(para os muito forretas)


Aquela que teria sido a minha escolha.
Adorei estas joaninhas vasos. Em metal, com arame que
torna cada peça amovível. 

Ursos para quem abre mais a carteira ou ainda não tem a
sua "amada/o" seguro.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Um bom Filme para verem (se gostam do género)


Nos últimos dias vi alguns filmes: A lenda de Tarzan (2016), Meet the Blacks (2016), O bebé de Bridget Jones (2016), Snowden (2016) e Passengers (2016). 

A ordem é proposital: começando pelo filme que menos gostei até ao preferido.

Vim falar de Passengers. Um filme de ficção científica, que se passa no espaço. Ora, como contar uma história deste género sem usar uma fórmula muito esgotada? É dificílimo!


Mas logo no ínício, gosto do filme porque ele faz uma boa exploração do dilema do «mocinho» em acabar com a sua solidão. Sabendo que isso implica condenar outra pessoa a ver o seu sonho destruído para sempre. O quanto ele fica ali a duelar-se com a ideia, já me agrada. Noutro filme qualquer, seria um segundo de momento para esse dilema e depois, num ímpeto, o mocinho ia fazer o que tinha a fazer e pronto: Passa para a cena do romance.


Até nisto o filme surpreende um bocado, porque permite que a corte seja feita normalmente. Na maioria dos filmes, já que a intenção do mocinho é conhecida, geralmente ele vai logo direto ao assunto. A fêmea sente-se um pouco chocada com o atrevimento, rejeita-o mas depois de muita insistência, lá cede. Aqui não se passa isso.


O que gostei no filme - sem querer entregar muito sobre a história, é que o mocinho é um verdadeiro príncipe encantado. 

Jennifer Lawrence e Chris Pratt

E como príncipe encantado que é, aceita quando a descoberta do seu gesto é recebida com raiva. Aceita levar porrada, inclusive. Porque entende... Entende as implicações do seu gesto.

Ele apaixonou-se. Por uma mulher antes mesmo de a ter consigo. E não resistiu.


O filme continuou a surpreender-me porque deu aquelas «pequenas coisas» que nos fazem prever o que vai acontecer mais à frente no enredo. Por exemplo: é mencionada a existência de uma parteira a bordo. Uma mulher de quem a protagonista diz «saber que ia ser amiga». Logo por estas duas frases deduzi que mais á frente.... Por acaso eles usaram preservativos quando transaram? Ah, pois!. Então seria de esperar que ia aparecer uma gravidez na história e uma parteira seria necessária. Aviso já que isto não acontece. Pelo menos... não no primeiro filme.

O final também surpreende. Porque seria de esperar que estes novos Adão e Eva populassem o seu mundo. Mas nada a esse respeito é mencionado. 


Não vou contar mais sobre o filme mas gostei. É um romance, e eu, que nem sou muito de gostar de os ver, adorei este, gostei dos argumentos que situaram estas duas pessoas naquele ambiente e tudo o que aconteceu. Lamentei muito o que aconteceu a Gus! (Laurence Fishburne). A sua presença no filme é curta mas forte. Suficientemente duradoura para não querermos que sofra o destino que sofreu. Ele sim, teve um final trágico! Mal acaba de... e já descobre que... Um grande homem.


sexta-feira, 17 de julho de 2015

Que género de filmes tu gostas?


Uma pessoa contou-me que adora ler e ver filmes de romance (Nora Roberts), mas não suporta os de terror ou ficção científica. 

Faz-me alguma confusão quando alguém me diz isto.Se for perguntar especificamente se gostaram ou não de um ou outro filme de ficção (Como o «Gravidade», com Sandra Bulock), acabam por responder «esse gostei». Acho que o que lhes falta é ter uma boa noção do que define o género e deixar de lado os preconceitos. Sempre gostei de qualquer género de narrativa mas se tiver de eleger os preferidos, esses são mistério e horror assim como ficção científica/fantástico. Para último ficam os romances e os musicais, abrindo excepção a muitos que considero irem para além do básico e serem obras muito completas e abrangentes.

Mas como se pode dizer que não se gosta de um género que está presente em quase tudo o que é obra cinematográfica popularmente aclamada? A ficção científica não é um género linear e básico, que se limita a mostrar etezinhos e vida noutros planetas. Este é o género cinematográfico onde mais se pode dar liberdade à criatividade! Acho-o maravilhoso, capaz de transmitir mensagens intemporais. São filmes que muitas vezes nos deixam a reflectir. Ficamos a pensar neles depois de terminarem. Há quem tenha conseguido criar autênticas obras primas nesse género. 

Digam-me lá: não gostaram do Exterminador Implacável? Do ET? Do Encontros Imediatos em 3º Grau?
Gostam de ficção científica ou terror?
Que filmes colocariam no vosso top?

Nas últimas semanas vi estes:

* Ex-Machina (fraco mas razoável)
* Time-Lapse (gostei, dentro do género e do que já foi feito tem uma história refrescante)
* Chappie (Gostei mais do que esperava, mas no final identifiquei o estilo narrativo com outro filme do mesmo realizador/ator e prefiro o Distric 9, que adoro)
* Snowpiercer (gostei, tem uma história interessante, mas o final decepcionou)
* In Time (gostei, acho que o tempo como moeda é fantástico. A história em si peca por mostrar ter pais, avós e netos todos com a mesma idade, o que indubitavelmente levaria, a meu ver, que uns se sentissem atraídos pelos outros, aparecesse o ciúme e a competição e não existissem esses laços de afinidade familiar com barreiras como os conhecemos atualmente. Outros filmes do género preferem recorrer à reprodução artificial, eliminando as figuras paternas, o que faz sentido. É algo básico no desfecho)
* What we do in the shadows - Recomendadíssimo. Adorei. Foi uma lufada refrescante para um tema «batido». Ainda bem que lhe dei uma oportunidade, foi bom!

Agora, com licença, que vou ali ver um filme sobre o paranormal/sobrenatural, outra vertente bastante interessante!