Rara Avis in Terris, JUVENAL, Sátiras, VI, 165
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quinta-feira, 18 de abril de 2024

Telurismo

 

Faisão, Alentejo, 2024

   
  Mergulhámos no Alentejo rural e profundo. Deslizamos entre flores da imensa tela alentejana. Perene de vida, a planura aconchega-nos os pensamentos. Anteu talvez nos ajude.
 Anda, sente comigo esta velha união do Homem à Terra, à maravilha que Gaia, a Mãe, nos concedeu. Quando foi que os humanos quebraram esse magnetismo primitivo de sentir os lugares? Brincas e dizes que eu, felina, ainda conservo essa reminiscência ancestral. Não sei...
 Talvez amanhã a trovoada se despenhe sobre esta terra imensa...sinto um desconforto súbito.
 As aves não se assustam à nossa passagem, nem se agitam, entretidas que estão numa busca qualquer. Telurismo sereno, harmonia secreta que nos une e revitaliza. 
 Aqui, subitamente, o Mundo ficou distante.
                

Faisão fêmea (faisã ou faisoa), Alentejo, 2024



quarta-feira, 20 de março de 2024

O Jardim

 

Cá de casa, 2024

Consideremos o jardim, mundo de pequenas coisas,
calhaus, pétalas, folhas, dedos, línguas, sementes.
Sequências de convergências e divergências,
ordem e dispersões, transparência de estruturas,
pausas de areia e de água, fábulas minúsculas.

Geometria que respira errante e ritmada,
varandas verdes, direcções de primavera,
ramos em que se regressa ao espaço azul,
curvas vagarosas, pulsações de uma ordem
composta pelo vento em sinuosas palmas.

Um murmúrio de omissões, um cântico do ócio.
Eu vou contigo, voz silenciosa, voz serena.
Sou uma pequena folha na felicidade do ar.
Durmo desperto, sigo estes meandros volúveis.
É aqui, é aqui que se renova a luz.

               
António Ramos Rosa, in Volante Verde


Alentejo, 2024


segunda-feira, 19 de abril de 2010

Lá fora




Hoje o poema há-de ser breve:
Lá fora a vida clama, regurgita...
O sol é sonho e eco, que se atreve
A erguer a voz em hino, e ressuscita.


Ana

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008