• Maconha faz mal?

    Saiba mais sobre a fundamentação científica acerca dos efeitos da maconha sobre o organismo.

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Ecstasy e novas drogas preocupam autoridades na Europa

Ecstasy e novas drogas preocupam autoridades na Europa
Com uma queda ou estagnação do consumo de drogas mais conhecidas, como maconha, cocaína e heroína (no caso da Europa), o retorno do ecstasy e a aparição de novas drogas sintéticas centram a preocupação das autoridades europeias.

Segundo o último relatório anual do Observatório Europeu das Drogas e Toxicomanias (OEDT) - que analisa os 28 países da UE mais Noruega e Turquia -, publicado nesta terça-feira em Lisboa, o consumo de ecstasy (MDMA) e metanfetamina, historicamente marginalizadas no continente, está em ascensão.

A reaparição do ecstasy de alta qualidade, seja em pó ou em pastilhas, está associada à produção de drogas extremamente potentes, muitas delas produzidas em grandes laboratórios, como o que foi desmantelado na Bélgica no ano passado.

A metanfetamina, tradicionalmente restrita ao sudeste asiático e aos Estados Unidos, se propagou na sudeste da Europa (Grécia, Chipre e Turquia), embora de forma limitada.

Relacionada com as festas de "sexo e drogas", esta substância pode ser fumada ou injetada e representa um grande desafio sanitário e social.

"A metanfetamina não tem uma só cara e será necessário se adaptar e desenvolver as respostas apropriadas segundo as pautas locais de consumo e aos problemas observados", assinala o relatório.

Durando o ano de 2013, 81 novas drogas foram detectadas, fato que elevou o número de catalogadas para mais de 350 no continente.

Entre elas, o comitê científico do OEDT identificou "quatro potentes e perigosas substâncias": 25I-NBOMe, AH-7921, MDPV e metoxetamina, que podem ser mais nocivas que o LSD (alucinógeno), morfina (opiáceo), cocaína (estimulante) e ketamina (remédio com propriedades analgésicas e anestésicas).

Drogas amplamente conhecidas, como a cocaína, heroína e a maconha, atravessam uma tendência de estabilização ou de regressão na Europa, apontou o OEDT.

No entanto, a cocaína segue como umas das drogas mais consumidas na Europa, principalmente em países da Europa ocidental, onde, apesar de registrar uma pequena diminuição, ainda apresenta uma alta prevalência.

No total, cerca de 14 milhões de adultos europeus (de 15 a 64 anos) já consumiram esta droga ao menos uma vez.

Já a maconha, "estável ou em descenso, especialmente entre os jovens", segundo o observatório, lidera o parágrafo relacionado ao consumo: cerca de 73,5 milhões de europeus já fumaram essa substância alguma vez.

Fonte - Exame

Dependência de heroína cresce 75% em quatro anos nos Estados Unidos

Dependência de heroína cresce 75% em quatro anos nos Estados Unidos
O coordenador da Agência de Repressão Internacional a Narcóticos do Departamento de Estado dos Estados Unidos, subsecretário William Brownfield, afirmou, diante de uma comissão parlamentar, que o país enfrenta "uma crise nacional de heroína". Brownfield ressaltou que, nos últimos quatro anos, aumentou em 75% o número de dependentes e duplicou a quantidade da droga que entra no país.

Enquanto o fluxo de cocaína e metanfetamina vindas da América Latina foi reduzido, Brownfield sublinhou que, com relação à heroína, o problema é diferente: o que já foi uma droga dos centros urbanos, hoje se estendeu a subúrbios de classe média e à zona rural.

Em Nova York, o tráfico de heroína atingiu os níveis mais altos das últimas duas décadas, alarmando agentes de narcóticos. Eles dizem que a droga alimenta também uma crescente demanda na Costa Leste dos Estados Unidos. A quantidade de heroína apreendida neste ano já ultrapassou o total de 2013, e atingiu o maior nível desde 1991. Cerca de 35% do que foi confiscado em todo o país, desde outubro, foi apreendido no estado de Nova York, que, no ano passado, foi responsável por cerca de um quinto das apreensões nos EUA.

A droga chega em caminhões que partem do Norte do México. À medida em que se aproxima de Nova York, a carga é transferida para carros, que se dirigem ao Bronx ou a Manhattan e, eventualmente, é entregue a usuários ao longo da Costa Leste. Os preços variam de US$ 6 a US$ 10 por envelopes de glassine, uma espécie de papel impermeável e translúcido.

"Estão inundando o mercado"

Em Staten Island, um dos 62 condados de Nova York, detetives de narcóticos têm registrado um aumento acentuado na quantidade de heroína apreendida neste ano - 61% superior ao registrado em 2013.

- É barato, é potente e há demanda dos usuários. Agora, estão inundando o mercado - disse James J. Hunt, diretor do Departamento Antinarcóticos (DEA) de Nova York. - No meu tempo, nunca tínhamos visto apreensões de heroína tão grandes como essas.

Hunt disse que os distribuidores de drogas preferem Nova York pela mesma razão das empresas que se instalaram na cidade há séculos: um grande mercado consumidor e acesso fácil a outras áreas da Costa Leste.

O crescente consumo de heroína tem provocado a morte de figuras conhecidas, como a do ator Philip Seymour Hoffman, e de dezenas de jovens de famílias de classe média, por todos os Estados Unidos.

Fonte - Agência O Globo

Aumento da prosperidade pode aumentar taxas de dependência do álcool em países em desenvolvimento

Aumento da prosperidade pode aumentar taxas de dependência do álcool em países em desenvolvimento
O uso do álcool deve diminuir nas maiores economias do mundo e aumentar nos países em desenvolvimento durante a próxima década, o que representa riscos para a economia global, um novo relatório adverte.

Países da Europa Ocidental, que se mantém como os maiores consumidores mundiais de álcool, provavelmente irão moderar seus níveis de consumo até 2025, de acordo com as projeções da Organização Mundial da Saúde (OMS) desta semana. Durante o mesmo período, o uso do álcool tenderá a aumentar na China e em outras economias asiáticas.

Isso significa que, a menos que mais países desenvolvam programas para lidar com o uso nocivo do álcool, o número de mortes relacionadas vai subir, de acordo com o Relatório da Situação Global da OMS sobre Álcool e Saúde. Os autores do relatório, que abrange 194 países membros da OMS, enfatizam os “enormes problemas de saúde pública atribuíveis ao consumo de álcool”. Eles citam o excesso de álcool entre as causas de mais de 200 doenças ou lesões, como a cirrose do fígado, bem como doenças infecciosas, incluindo tuberculose e o HIV/AIDS.

Em 2012, houve 3,3 milhões de mortes em todo o mundo por causa do uso nocivo do álcool. Um aumento significativo a partir das 2,3 milhões que a OMS relatou há alguns anos, com base em dados de 2005. Os dois números não podem ser comparados diretamente, de acordo com Vladimir Poznyak, editor executivo do estudo mais recente, por causa de mudanças na metodologia, bem como o crescimento da população. (A população mundial cresceu mais de 8% e chegou a 7,02 bilhões em 2012, em comparação com 6,47 milhões em 2005, segundo o censo dos Estados Unidos).

As conclusões do estudo ratificam a conexão entre riqueza econômica de um país e o quanto seu povo bebe. Além disso, beber em um país mais rico também tende a ser menos perigoso do que em um pobre, porque as nações mais ricas tendem a ter programas para lidar com o abuso de álcool, bem como melhores cuidados de saúde e infraestrutura, tais como estradas mais seguras – que ajudam a mitigar os riscos. Políticas públicas para conter possíveis danos do álcool incluem limite de idade para beber, restrições à publicidade do álcool, tratamento da toxicodependência e medidas contra dirigir embriagado.

A Europa lidera o mundo em consumo per capita de álcool. O uso de álcool no continente diminuiu para 10,9 litros per capita em 2010, contra 12,2 em 2005. Durante o mesmo período, o consumo nas Américas caiu para 8,4 litros; também diminuiu na África, para 6 litros. O uso do álcool aumentou para 3,4 litros em países do Sudeste Asiático e para 6,8 litros nos do Pacífico Ocidental.

Globalmente, menos de metade da população – 38,3 % – bebe álcool, consumindo cerca de 17 litros por ano per capita, de acordo com o relatório. (Em 2010, os destilados respondiam por cerca de metade do consumo de álcool em todo o mundo; a cerveja, por 34,8%; o vinho, por 8%; e outros tipos de bebidas, por 7%).

As economias em rápido desenvolvimento do Sudeste Asiático, a região do Pacífico Ocidental e a África Subsaariana provavelmente verão o uso do álcool aumentar à medida que os indivíduos tornam-se mais prósperos, e mais jovens e, particularmente, mulheres comecem a beber. Isso “pode definitivamente ter implicações para a saúde, a menos que medidas efetivas [para salvaguardar contra o uso nocivo do álcool] sejam implementadas”, disse Pozynak.

À medida que a renda disponível aumentar nesses países, pode-se começar a gastar em bens não-essenciais, como o álcool, disse ele. Isso significa que, se as políticas e a infra-estrutura dos países país não mantiverem o mesmo ritmo do aumento do consumo, sérios problemas de saúde e econômicos podem surgir.

Fonte: Traduzido e adaptado de The Wall Street Journal

Primeiro contato com o álcool se dá aos 13 anos e, em grande parte das vezes, acontece dentro de casa

Primeiro contato com o álcool se dá aos 13 anos e, em grande parte das vezes, acontece dentro de casa
Pesquisa na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da USP aponta que garotos têm 2,2 vezes mais chances de cometer exageros relacionados ao consumo de bebidas alcoólicas se comparados com meninas. Participar de atividades de cunho religioso reduz consideravelmente as chances de consumo.

"A vontade de provar algo novo, sejam drogas lícitas ou ilícitas, é comum no universo dos jovens", afirma a pesquisadora Efigenia Aparecida Maciel de Freitas, lembrando que o consumo de álcool apresenta consequências que vão desde episódios de exposição pessoal a tragédias como a morte.

Para o doutorado "Consumo de bebidas alcoólicas e outras substâncias psicoativas entre estudantes do ensino médio de Uberlândia-MG", a pesquisadora entrevistou, por meio de questionário, 1.995 jovens do ensino médio de diversas escolas públicas e de uma escola privada do município de Uberlândia, Minas Gerais.

"O estudo traz não só a realidade dos jovens, mas também corrobora outras pesquisas realizadas ao redor do mundo", salienta a pesquisadora.

No país, as principais causas de morte de adolescentes estão atreladas ao consumo prévio de álcool ou outras substâncias psicoativas. A pesquisadora lembra que brigas seguidas de agressões físicas, relações sexuais sem proteção e graves acidentes de trânsito estão relacionadas ao consumo dessas bebidas.

Perfil

A pesquisa, com 94,3% de estudantes de escolas públicas, revelou que eles têm o primeiro contato com a bebida aos 13 anos. "Álcool e tabaco são com essa idade, porém, drogas mais pesadas como crack, cocaína e maconha é por volta dos 14, 15 anos".

Entre os 1.613 jovens que declararam já ter consumido álcool, a maioria, 35,3%, diz que o primeiro contato com a substância foi na casa de amigos. Segundo a pesquisadora algumas motivações relatadas para o contato com a bebida foram critérios de aceitação, como a entrada em um grupo ou facilitador de relações interpessoais.

Boa parte desses jovens, 28,7%, relataram ter o primeiro contato em sua casa, com pessoas do seu convívio diário. Para a pesquisadora o dado é explicado com dois aspectos: alguns pais acreditam que se seus filhos bebem perto deles, estão protegidos, porém, outros fazem isso para estimular a conduta, que pode trazer riscos, mesmo com a consciência dos pais.

Sobre o Padrão Binge (ferramenta para conceituar um padrão de consumo), adolescentes do sexo masculino (70,2%) bebem mais do que as garotas (28,2%).

A comparação não foi feita apenas entre os sexos, mas também nas escolas: a prática de cometer exageros com maior frequência foi maior em escolas particulares.

Fonte - Adaptado de Agência USP

Justiça autoriza remédio derivado da maconha para menina com epilepsia

Justiça autoriza remédio derivado da maconha para menina com epilepsia
O juiz Bruno César Bandeira Apolinário, da 3ª Vara Federal de Brasília, liberou nesta quinta-feira (3) que os pais da menina Anny, de 5 anos, importem o medicamento Canabidiol (CBD), que tem substâncias derivadas da maconha e é proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no Brasil. A decisão judicial impede a agência de barrar a importação do produto, que é legalizado nos Estados Unidos.

A história de Anny foi mostrada pelo "Fantástico" no último fim de semana. Anny tem uma doença rara e epilepsia grave. Após o uso do CBD, a menina apresentou melhoras nas crises, segundo os pais (veja vídeo ao lado).

Na decisão, o magistrado cita que a criança "vem se utilizando de forma clandestina da substância [...] graças à iniciativa dos seus pais de importar o medicamento dos Estados Unidos e de internalizá-lo no território brasileiro sem o conhecimento das autoridades sanitárias".

O juiz afirma, porém, que liberar o uso do remédio no caso específico preserva o direito fundamental à saúde e à vida. "Neste momento, pelos progressos que a autora tem apresentado com o uso da substância, com uma sensível melhora da qualidade de vida, seria absolutamente desumano negar-lhe a proteção requerida. [...] Antecipo os efeitos da tutela para determinar à Anvisa que se abstenha de impedir a importação, pela autora, da substância Canabidiol (CBD), sempre que houver requisição médica."
Para o magistrado, "não se pretende com a presente demanda fazer apologia do uso terapêutico da cannabis sativa, a maconha". Ele citou estudos que mostram que o Canabidiol é extraído da maconha, mas não tem efeitos entorpecentes.

"A substância revelou-se eficaz na atenuação ou bloqueio das convulsões e, no caso particular da autora, fundamental na debelação das crises recorrentes produzidas pela doença de que está acometida, dando-lhe uma qualidade de vida jamais experimentada", diz o magistrado.

O juiz acrescentou que, embora a Anvisa esteja fazendo estudos sobre o medicamento, a paciente não pode esperar pelos resultados. "Não há como fazer a autora esperar indefinidamente até a conclusão desses estudos sem que isso lhe traga prejuízos irreversíveis."

Fonte - G1 - Mariana Oliveira Do G1, em Brasília

Adolescentes que consomem bebidas energéticas têm mais tendência a usar álcool e drogas

Adolescentes que consomem bebidas energéticas têm mais tendência a usar álcool e drogas
Quase um terço dos adolescentes norte-americanos consome bebidas energéticas com alto teor de cafeína, e esses adolescentes apresentam taxas mais elevadas de uso de álcool, cigarro, ou do uso de drogas, relata um estudo publicado no Journal of Addiction Medicine, o jornal oficial da Sociedade Americana de Medicina da Dependência. O jornal é publicado pela Lippincott Williams & Wilkins, uma parte da Wolters Kluwer Health.


As mesmas características que levam jovens a consumir bebidas energéticas, tais como sentir-se “em busca de sensações ou procurando riscos”, pode torná-los mais propensos a usar outras substâncias, sugere a nova pesquisa feita por Yvonne M. Terry-McElrath e seus colegas do Instituto de Pesquisa Social da Universidade de Michigan.

Os pesquisadores analisaram dados nacionalmente representativos de quase 22 mil alunos do ensino secundário dos Estados Unidos. Os adolescentes eram participantes do estudo da Universidade de Michigan "Monitorando o Futuro", financiado pelo Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas norte-americano.

Em resposta a questionários, cerca de 30 por cento dos adolescentes relataram o uso de bebidas energéticas que continham cafeína. Mais de 40 por cento disseram que beberam refrigerantes normais todos os dias, enquanto 20 por cento bebiam refrigerantes diet todos os dias.

Os meninos têm mais tendência a usar bebidas energéticas do que as meninas. O uso também foi maior para adolescentes sem os dois pais em casa e aqueles cujos pais tiveram menos educação. Talvez surpreendentemente, os adolescentes mais jovens (oitava série) tinham mais tendência a usar bebidas energéticas.

Os alunos que usaram bebidas energéticas também estavam mais propensos a relatar o uso recente de álcool, cigarros e drogas ilícitas. Entre os vários grupos etários, com ajuste para outros fatores, adolescentes que usaram bebidas energéticas estavam duas ou três vezes mais propensos a relatar outros tipos de uso de drogas em comparação com aqueles que não usam bebidas energéticas.

O consumo de refrigerantes também foi relacionado ao uso de drogas. No entanto, as associações foram muito mais fortes para bebidas energéticas.

Bebidas energéticas são produtos que contêm altas doses de cafeína, comercializados como mecanismos auxiliares para aumentar a energia, a concentração ou a vigília. Estudos em adultos jovens sugerem que o consumo de bebidas energéticas está associado ao aumento do uso de álcool, maconha e tabaco.


As bebidas energéticas são muitas vezes utilizadas juntamente com o álcool, o que pode “mascarar” os efeitos intoxicantes do álcool. O novo estudo é um dos primeiros a observar o consumo de bebidas energéticas por adolescentes norte-americanos e como ele pode estar relacionado a outros tipos de uso de drogas.

“O presente estudo indica que o consumo de bebidas energéticas por adolescentes é generalizado e que os usuários de bebidas energéticas também têm maior risco de abusar das drogas”, escreve Terry-McElrath. Eles enfatizam que o estudo não fornece dados de causa-e-efeito que mostrassem que as bebidas energéticas levam ao abuso de substâncias em adolescentes.

No entanto, os pesquisadores acreditam que as descobertas ligando bebidas energéticas ao uso de drogas em jovens adultos são possivelmente relevantes para os adolescentes também. Eles escrevem: “a educação dos pais e os esforços de prevenção a serem difundidos entre adolescentes devem incluir educação sobre os efeitos da cafeína em bebidas energéticas e no álcool – e outros distúrbios relacionados a drogas, e o reconhecimento de que alguns grupos (como jovens que buscam experiências sensoriais) podem estar particularmente propensos a consumir bebidas energéticas e a serem usuários de drogas”.

Mesmo sem a possível conexão com o uso de drogas, Terry-McElrath nota que, com o alto nível de cafeína e de açúcar, bebidas energéticas não são uma boa opção para adolescentes. Eles citam o recente relatório da Academia Americana de Pediatria afirmando que “a cafeína e outras substâncias estimulantes contidas em bebidas energéticas não devem fazer parte da dieta de crianças e adolescentes”.

Fonte - OBID - Traduzido e adaptado de EurekAlert

Alerta: Brecha na lei impede que Polícia Federal apreenda novas drogas

Brecha na lei impede que Polícia Federal apreenda novas drogas
Nova droga - 25I
Substâncias parecem LSD e ecstasy, mas são ainda mais potentes. Segundo a PF, drogas já foram encontradas em cinco estados do país. Toxicologista alerta para efeitos extremamente agressivos.


Novas drogas, muito perigosas, fabricadas em laboratório, estão chegando ao Brasil. Parecem LSD e ecstasy, mas são ainda mais potentes. E o pior: por uma brecha na lei, a venda é livre no país.

As drogas foram apreendidas em São Paulo. À primeira vista, parecem ser velhas conhecidas da polícia: LSD e ecstasy. Mas são muito mais perigosas. Drogas novas, que chegam ao país à margem da lei.

“São drogas extremamente potentes, extremamente agressivas, são causas de morte e também de despersonalização. Ou seja, a pessoa fica de uma forma tão alterada, que, muitas vezes, não consegue mais voltar à realidade”, diz Anthony Wong, toxicologista.


São duas substâncias diferentes. A primeira é parecida com o LSD, tanto no aspecto quanto nos efeitos: causa alucinações intensas.

“Um correu e bateu contra um carro, pensou que ele era mais forte que o carro. Outro pulou de um prédio porque pensou que podia voar”, lembra Anthony Wong, toxicologista.

A outra droga lembra o ecstasy, só que muito mais perigosa. “Se provocado ou submetido a algum trauma, ele reage violentamente. Essa violência não tem controle. A pessoa é dotada de uma força sobre-humana. Ele fica com tanta força que dez pessoas não conseguem segurar”, alerta o toxicologista.

A apreensão aconteceu em São Paulo, em novembro de 2013.

Segundo a polícia, em uma abordagem de rotina, a PM parou o carro de um universitário, acompanhado de uma mulher. Os policiais encontraram 500 comprimidos. Pensaram que era ecstasy.

Ainda na versão policial, o homem foi pressionado e os levou até a casa do traficante - um dentista, que estava acompanhado de um terceiro homem. No local, a polícia apreendeu mais comprimidos, além de micropontos que pareciam LSD, maconha e R$ 21 mil em dinheiro.

Diante de um possível crime de tráfico de drogas, os policiais levaram os suspeitos para a delegacia. Os três alegaram que a droga foi colocada na casa para incriminá-los.

A polícia precisava de uma prova técnica. As drogas foram levadas para análise no instituto de criminalística. O resultado do exame provocou uma reviravolta no caso: aquelas drogas apreendidas não eram LSD nem ecstasy, e os três teriam que ser soltos. O promotor que investigava essa história não aceitou o primeiro laudo e exigiu que um outro mais completo fosse feito.

Cassio Roberto Conserino, promotor público: Foi feito o pedido de contraperícia. Nessa contraperícia, o resultado se repetiu.
Fantástico: Esses traficantes que trouxeram essa droga para São Paulo, compraram aqui, ficaram impunes?
Cassio Roberto Conserino, promotor público: Exatamente.

Só depois, com novos exames, os peritos entenderam o que estavam acontecendo.

“A gente conseguiu ver que as substâncias não eram, em primeiro lugar, ecstasy e LSD, e eram sim, outras drogas ainda novas no Brasil”, explica Leonardo Marabezzi, perito. A droga que os policiais imaginavam ser ecstasy, na verdade, se chama metilona. E aquela que parecia ser LSD é conhecida como 25I-NBOMe, também chamada de 25I.

Fantástico: É a primeira vez que o senhor apreende esse tipo de droga aqui em São Paulo que você tem conhecimento?
Perito: Não, não é a primeira vez.

Segundo a Polícia Federal, a metilona já foi encontrada em São Paulo e também no Rio Grande do Norte. A 25I, em São Paulo, Santa Catarina e Mato Grosso.

“As drogas são sintetizadas na Índia e na China. Mas o caminho obrigatório para vir para o Brasil é Europa. Elas vêm pela Europa e chegam aqui”, afirma Renato Pagotto Carnaz, delegado da Polícia Federal.

No Brasil, elas são vendidas livremente na internet. Os usuários fazem até avaliações das drogas.

“O público-alvo são jovens de classe média alta que utilizam esse tipo de droga. Ela tem um efeito duradouro. E é uma droga cara, não é uma droga barata”, destaca o delegado

Nos Estados Unidos as duas drogas mataram pelo menos 19 pessoas. A metilona foi proibida nos Estados Unidos em abril do ano passado. A 25I, há apenas três meses. Reino Unido e Dinamarca também baniram as duas. Outros países, como Rússia, Israel e Canadá, proibiram pelo menos uma delas.


Aqui no Brasil, no entanto, nenhuma das duas é considerada ilegal. “Se uma pessoa acaba sendo flagrada portando essa substância sem que essa substância esteja incluída no rol das substâncias proscritas, ela não é enquadrada no crime de tráfico de drogas”, diz Renato Pagotto Carnaz, delegado da Polícia Federal.

“O Ministério Público, fica de mãos atadas”, alerta o promotor.

A lista de drogas proibidas é de responsabilidade da Anvisa, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária. A última atualização foi em 2012.

Em nota, a agência diz que, no ano passado, recebeu pedidos de inclusão da metilona e da 25I na lista de drogas proibidas. Foi uma iniciativa da Polícia Federal.

Segundo a Anvisa, é necessária uma 'análise profunda' antes que uma droga entre na relação de substâncias banidas. Somente em 2014, mais de 30 drogas desconhecidas foram levadas para análise no Instituto Nacional de Criminalística, no Distrito Federal

“É aquela velha analogia do cachorro correndo atrás do rabo: mesmo que a Anvisa hoje proíba uma substância, na semana seguinte já tem uma nova pronta pra ser lançada no mercado”, avalia João Carlos Ambrosio, perito federal.

O representante dos peritos criminais faz uma sugestão para acelerar o processo.

“Todas as novas drogas sintéticas e semisintéticas que chegam no território nacional devam ser inseridas imediatamente, após a apreensão em situação de crime naturalmente, em uma lista que vai caracterizá-las como drogas proscritas, proibidas”, avalia Carlos Antônio de Oliveira, da Associação Nacional dos Peritos Criminais.

Segundo a Anvisa, uma reunião sobre o assunto vai acontecer nesta terça-feira (18).

“O poder de ficar dependente ou viciado nessa classe nova de medicamentos é muito grande. Enquanto a Anvisa não determinar que essas substâncias são ilícitas, são ilegais e devem ser classificadas, A Polícia Federal estará de mãos atadas sem poder punir ou apreender essas substâncias”, destaca Anthony Wong, toxicologista.

Fonte - G1Fantástico

Motoristas vítimas do trânsito apresentam cada vez mais resultado positivo para drogas nos Estados Unidos

Motoristas vítimas do trânsito apresentam cada vez mais resultado positivo para drogas nos Estados Unidos
A prevalência de drogas que não o álcool detectadas em motoristas fatalmente feridos nos Estados Unidos tem aumentado constantemente e triplicou de 1999 a 2010 para motoristas que tiveram resultado positivo para uso de maconha – excluindo-se o álcool, a droga mais comumente detectada –, o que sugere que dirigir drogado pode estar desempenhando um papel cada vez maior em acidentes fatais de trânsito.


Para avaliar essas tendências, pesquisadores da Escola Mailman de Saúde Pública da Universidade de Columbia examinaram dados de testes toxicológicos do Sistema de Registros de Análise de Fatalidades da Administração da Segurança do Tráfego nas Estradas Nacionais e constatou que dos 23.591 motoristas que foram mortos dentro de uma hora depois de um acidente, 39,7 % tiveram resultado positivo para álcool e 24,8 % para outras drogas. Enquanto os resultados positivos para o álcool se mantiveram estáveis, a prevalência de drogas que não o álcool aumentou significativamente de 16,6% em 1999 para 28,3% em 2010; com relação à maconha, as taxas subiram de 4,2% para 12,2%. Os resultados estão online no American Journal of Epidemiology.

Esse estudo é baseado em dados de seis estados norte-americanos que rotineiramente realizam testes toxicológicos em condutores envolvidos em acidentes de carro fatais – Califórnia, Havaí, Illinois, New Hampshire, Rhode Island, e West Virginia.

Os resultados mostraram que o envolvimento de álcool foi mais prevalente em homens (43,6%) do que nas mulheres (26,1%), mas as tendências mantiveram-se estáveis ​​para ambos os sexos. Por outro lado, foi relatado o aumento substancial na prevalência de maconha para todas as faixas etárias e para ambos os sexos.

“Embora pesquisas anteriores tenham mostrado que o uso de drogas está associado a pior desempenho ao dirigir alcoolizado e a aumento do risco de acidente, as tendências de envolvimento de narcóticos em mortes de condutores têm sido muito pouco estudadas”, disse Guohua Li, professor de Epidemiologia e Anestesiologia e diretor do Centro de Epidemiologia da Lesão e de Prevenção. "Dada a crescente disponibilidade de maconha e a epidemia de overdose de opióides em curso, compreender o papel das substâncias regulamentadas em acidentes de trânsito é de significativa importância para a saúde pública".

Joanne Brady, doutoranda em epidemiologia e principal autora do estudo, observa que pesquisas de 2007 a 2013 mostram um aumento de motoristas com resultado positivo para maconha em pesquisas de beira de estrada, bem como em motoristas envolvidos em acidentes fatais na Califórnia e aumento do uso por pacientes atendidos nos serviços de saúde do Colorado. “O aumento significativo em sua prevalência, como relatado no presente estudo, está provavelmente relacionado à crescente descriminalização da maconha”, observou Brady. Ao longo dos últimos 17 anos, 20 estados e o distrito de Washington promulgaram legislação e mais quatro estados têm legislação pendente para descriminalizar a maconha para uso médico. “Embora cada um desses estados tenha leis que proíbam a condução sob a influência da maconha, ainda é possível que a sua descriminalização possa resultar em aumentos de acidentes relacionados ao uso da maconha”.

Embora o estudo forneça evidências de que o uso de drogas que não o álcool em motoristas fatalmente feridos tenha aumentado de forma significativa, os autores observam que também existem algumas limitações a considerar. Em primeiro lugar, o estudo é baseado em dados de apenas seis estados onde essas informações são captadas; em segundo lugar, os efeitos das drogas sobre o desempenho e o risco de acidentes dirigindo variam de acordo com o tipo de droga, a dosagem e a resposta fisiológica do motorista e seu nível de tolerância. Além disso, é possível que um motorista tenha resultado positivo para maconha no sangue até uma semana após o uso.

Portanto, de acordo com o Dr. Li, "isso é importante para interpretar a prevalência de drogas que não o álcool relatadas neste estudo como um indicador do uso de drogas, mas não necessariamente como uma medida do comprometimento que as drogas causam à direção. Para controlar a epidemia de dirigir drogado, é imperativo fortalecer e expandir o teste de drogas e os programas de intervenção para os motoristas”.

Uso de álcool e outras drogas por motoristas vítimas de acidentes fatais no Brasil


A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas publicou, em 2010, o estudo “Uso de bebidas alcoólicas e outras drogas nas rodovias brasileiras”. Segundo a pesquisa, nos acidentes de trânsito com vítimas fatais necropsiadas no Departamento Médico Legal e Porto Alegre, houve prevalência de alcoolemia em 32,1% dos casos em que foi realizado o exame.

Na análise de alcoolemia por sexo, verifica-se que a prevalência de alcoolemia em homens é praticamente o dobro do que em mulheres. Quando se consideram as faixas etárias, observou-se que, para idade entre 35 e 50 anos, a prevalência é maior, chegando a 47,50%.

Do total da amostra, foram realizados exames toxicológicos para outras substâncias psicoativas em 231 do total de 337 vítimas. Dentre elas, a prevalência de substâncias psicoativas foi de 11,02%. A maconha foi a substância mais freqüentemente encontrada (5%), seguida por cocaína e benzodiazepínicos (3,33% e 2,08% dos casos respectivamente). A prevalência de outras substâncias psicoativas foi maior na faixa etária de 18 a 24 anos.

O estudo propõe também uma comparação com resultados encontrados pela literatura internacional: a prevalência de uso de outras substâncias psicoativas por motorista vítimas de acidentes fatais foi de 9% na Suíça, 9,3% no Canadá e 2,5% na Espanha.

Para acessar o estudo “Uso de bebidas alcoólicas e outras drogas nas rodovias brasileiras”, clique aqui.
Para receber informações sobre drogas e orientações acerca de locais para tratamento, ligue 132 e entre em contato com o VivaVoz, serviço de atendimento telefônico gratuito, exclusivo e especializado. Para mais informações, clique aqui.

Para encontrar instituições governamentais e não-governamentais relacionadas ao consumo de álcool e outras drogas no Brasil, acesse o mapeamento desenvolvido pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD) em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), com o apoio do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e da Comissão Interamericana do Controle de Abuso de Drogas, da Organização dos Estados Americanos (Cicad/OEA), clicando aqui.


Fonte: Traduzido e adaptado de Medical News Today - Fonte - OBID

FIM DA PICADA! Juiz de Brasília absolve traficante que levava 52 porções de maconha no estômago pra traficar dentro da Papuda. Razão? O doutor considera a droga “recreativa”

FIM DA PICADA! Juiz de Brasília absolve traficante que levava 52 porções de maconha no estômago pra traficar dentro da Papuda. Razão? O doutor considera a droga “recreativa”

Decisão de juiz se respeita, claro!, mas se discute — e, até onde a lei faculta, pode-se recorrer contra ela. O juiz Frederico Ernesto Cardoso Maciel, da 4ª vara de Entorpecentes de Brasília, vai virar um herói e um símbolo da causa da descriminação das drogas — particularmente da maconha. Será transformado numa espécie de nova face da Justiça: mais humana, mais compreensiva, mais pluralista. Tudo bem! Digamos que fosse assim. Ocorre que o senhor Cardoso Maciel tem de julgar segundo as leis que temos, não segundo aquelas que ele pessoalmente acharia justas.
O seu arbítrio não é subjetivo: transita num determinado orbital. Por que isso? O doutor resolveu absolver um traficante de maconha. E não era coisa pouca, não! Sob quais argumentos? Leiam trechos da reportagem de Felipe Coutinho, na Folha. Volto em seguida.

Escreveu o doutor:

“Soa incoerente o fato de outras substâncias entorpecentes, como o álcool e o tabaco, serem não só permitidas e vendidas, gerando milhões de lucro para os empresários dos ramos, mas consumidas e adoradas pela população, o que demonstra também que a proibição de outras substâncias entorpecentes recreativas, como o THC, são fruto de uma cultura atrasada e de política equivocada e violam o princípio da igualdade, restringindo o direito de uma grande parte da população de utilizar outras substâncias”.

 
O juiz Cardoso Maciel tem todo o direito se julgar a cultura brasileira “atrasada” — e posso imaginar o seu sofrimento ao ser juiz em meio a esse atraso, né? Mas nada o impede de se filiar a um partido político e disputar um lugar lá naquele prédio das duas conchas, não é mesmo? Refiro-me ao Congresso Nacional. É lá que se fazem as leis, meu senhor, não aí na 4ª Vara de Entorpecentes de Brasília. Quem deu ao juiz a competência para descriminar a maconha?


Atenção, senhores leitores, o réu em questão foi pego DENTRO DO PRESÍDIO DA PAPUDA COM 52 PORÇÕES DE MACONHA DENTRO DO ESTÔMAGO. O destino era o tráfico entre os presidiários. Pediu pena mínima, e o juiz decidiu absolvê-lo. O advogado do traficante certamente não esperava tanto.

A justificativa, com a devida vênia, é patética. Escreveu ele ainda, segundo a reportagem: “A portaria 344/98, indubitavelmente um ato administrativo que restringe direitos, carece de qualquer motivação por parte do Estado e não justifica os motivos pelos quais incluem a restrição de uso e comércio de várias substâncias, em especial algumas contidas na lista F, como o THC, o que, de plano, demonstra a ilegalidade do ato administrativo”.

Não está em questão, nem é de sua competência, o conteúdo da portaria. Ainda que ele não goste dela, não é sua função declarar a sua ilegalidade. Enquanto ele estiver investido da toga, cumpre-lhe considerar que ela integra o conjunto das normas do estado de direito — que inclui ainda a Lei Antidrogas, a 11.343.

De resto, observo que sentença de juiz não deveria servir para proselitismo e militância em favor de causas. Ademais, há uma questão de fundo: se a maconha fosse legal no Brasil, ele tem a certeza de que o traficante em questão não estaria com a barriga cheia de cocaína, por exemplo? Alguém dirá: “E você, Reinaldo, como pode levantar uma hipótese como essa?”.

Posso, sim! O indivíduo sabia que estava cometendo uma ilegalidade — daí ter recorrido àquele ardil. E ele o fez não porque, a exemplo do doutor, considere injusta a ilegalidade da maconha, mas porque decidiu, de forma consciente, transgredir uma lei. Ele não era um militante da liberdade de escolha. Tratava-se apenas de alguém cometendo um ato que sabia ser criminoso.

Um crime que, não obstante, o juiz não reconheceu. Um despropósito absoluto.


PS – Comentem com prudência, como de hábito. Pode não ser o caso do juiz Cardoso Maciel, mas é o de outros com as mesmas teses. Eles costumam ser ultralibertários em matéria de consumo de drogas, mas acham que a liberdade de expressão é uma substância perigosa. Tendem a tomar a divergência como ofensa à honra.
 
Por Reinaldo Azevedo - Blog Reinaldo Azevedo

Acre: De rota do tráfico a mercado consumidor de drogas

Acre: De rota do tráfico a mercado consumidor de drogas
RIO BRANCO, Brasil
As regiões de fronteira do Brasil estão deixando de ser apenas áreas de passagem do tráfico de drogas para se tornar mercados consumidores.
O aumento do narcotráfico e outros crimes na fronteira do Acre com o Peru e a Bolívia fez com que, em setembro, o governador do estado, Tião Viana, solicitasse ajuda da Força Nacional de Segurança Pública, tropa de choque subordinada ao Ministério da Justiça.
Em 30 de setembro, o governo federal autorizou o uso da Força Nacional no estado por 180 dias, prazo que pode ser prorrogado. Com uma área de 164.123 km2 e 776.463 habitantes, o Acre tem 2.000 km de fronteira com a Bolívia e o Peru. Esta região é cortada por rios, o que facilita o tráfico de drogas e dificulta o trabalho das forças de segurança.

“A proximidade dos estados de fronteira com mercados produtores de drogas faz com que este tipo de mercadoria seja barata aqui”, diz Bernardo Albano, promotor de justiça de Xapuri, cidade do Acre com 17.021 habitantes. “No nosso caso, a proximidade com os dois maiores produtores de drogas do mundo torna a luta contra o narcotráfico um desafio diário.”
A situação alarmante de Xapuri é similar em todas as regiões de fronteira do Brasil, segundo o promotor.

“O preço e a proximidade do mercado produtor fazem com que o consumo atinja moradores de todas as classes sociais”, afirma Albano. “O problema começou nas periferias, mas hoje já temos ocorrências até nas reservas extrativistas [onde há apenas comunidades sustentáveis formadas por populações tradicionais].”
A situação nas regiões da fronteira piorou com a chegada do crack a partir da década de 90, diz o padre Mássimo Lombardi, reitor da Catedral Nossa Senhora de Nazaré e coordenador da Pastoral Diocesana em Rio Branco, capital do Acre.
Acre: De rota do tráfico a mercado consumidor de drogas
“Um grama de cocaína se transforma em dezenas de pedras de crack”, diz o padre. “Com apenas R$ 2, a pessoa se droga nas bocas de fumo das periferias.”
Padre Mássimo, 68 anos, faz um trabalho pastoral nas prisões do estado uma vez por semana. Ele diz que é nítido o aumento no número de detentos jovens por conta de envolvimento com drogas.
“A droga é um incentivo para que os jovens roubem, assaltem e matem”, diz o padre. “Eles acham que vão melhorar de vida vendendo droga. Vão até a Bolívia e trazem um carregamento na mala. Isso dá certo dez vezes, mas um dia não dá e eles vão parar na prisão.”
A violência associada às drogas tem aumentado também nas escolas da região.
“Os traficantes praticamente invadem as escolas para assediar os jovens. Até mesmo naquelas que oferecem apenas Ensino Fundamental, onde estão os mais novinhos”, diz Padre Mássimo.

Nas áreas de fronteira, 1 kg de cocaína custa cerca de US$ 1.200. Nas outras regiões do país o preço chega a ser seis vezes maior, segundo o delegado Maurício Moscardi, chefe da Delegacia de Combate ao Crime Organizado da Polícia Federal no Acre.
Moscardi diz que o reforço no combate ao tráfico aumentou na mesma proporção que o consumo. Ele afirma que as apreensões crescem a cada ano.
“No ano passado, foram apreendidos 700 kg de cocaína no estado do Acre, 180 kg a mais do que no ano anterior”, diz o delegado.
Para ele, os acordos internacionais com a Bolívia e o Peru têm sido fundamentais na repressão ao tráfico de drogas.
“Essas parcerias permitem muita troca de informações de inteligência. Como não temos soberania no país vizinho, muitas vezes precisamos, por exemplo, de informações sobre um determinado traficante que está naquele país. Só eles podem ajudar.”
Os acordos incluem operações em conjunto e intercâmbio de policiais entre os países.

Em 6 de janeiro, a Polícia Federal (PF) anunciou que 2013 teve um recorde na apreensão de cocaína, maconha e bens de organizações criminosas do tráfico de drogas em todo o Brasil. Foram apreendidos mais de 256 t de drogas – 35,7 t de cocaína e 220,7 t de maconha – e R$ 80,1 milhões em bens.
A PF creditou o recorde ao reforço policial nas fronteiras por meio das iniciativas do governo federal Crack É Possível Vencer e Plano Estratégico de Fronteiras.
“As polícias trabalham de forma integrada e o resultado vem aparecendo não só com apreensões, mas também como condenações de traficantes”, diz o promotor Albano, destacando que apenas repressão não é suficiente. “Precisamos de mais políticas públicas para prevenir o uso das drogas e recuperar pessoas que já entregues ao vício.”
O delegado Moscardi também defende a bandeira da prevenção.
“Como é um caso de saúde pública, tem que ser feito um esforço grandioso para tentar implementar uma cultura preventiva, principalmente nas escolas”, diz Moscardi. “Mas não é dar uma palestra e achar que resolveu. É preciso um trabalho contínuo e eficaz de prevenção.” 

Fonte - Infosurhoy

Álcool é responsável por pelo menos 80 mil mortes por ano nas Américas

Álcool é responsável por pelo menos 80 mil mortes por ano nas Américas
Cerca de 80 mil mortes a cada ano nas Américas não teriam ocorrido se não houvesse consumo de álcool, de acordo com um novo estudo da Organização Pan-Americana de Saúde/Organização Mundial de Saúde que aparece na edição atual da revista científica Addiction.


O estudo, realizado por Vilma Gawryszewski, conselheira da OPAS/OMS sobre informação da saúde e análise, e Maristela Monteiro, conselheira sênior em álcool e abuso de substâncias, observou padrões de mortes relacionadas ao álcool entre 2007 e 2009 em 16 países na América do Norte e na América Latina. Os autores examinaram somente dados cuja causa de morte estava especificamente registrada como sendo o álcool (tais como “doença hepática alcoólica” e “distúrbios mentais e comportamentais relacionados ao uso do álcool”). Eles descobriram que o álcool era “necessariamente” causa de morte (por exemplo, a morte não teria ocorrido se não tivesse havido o consumo de álcool) em uma média de 79.456 casos anuais durante o período do estudo. Na maioria dos países, doenças do fígado foram a causa direta das mortes relacionadas ao álcool, seguidas por distúrbios neuropsiquiátricos.

Essas mortes, no entanto, provavelmente representam somente “a ponta do iceberg de um problema maior”, segundo os autores, já que o uso do álcool está relacionado a uma ampla variedade de doenças e condições, incluindo doença do coração e derrame, tráfico e ferimentos por arma de fogo, suicídios, e até mesmo alguns cânceres.

“Nosso estudo mostra de maneira simples quantas mortes são totalmente atribuídas ao consumo do álcool”, os escritores dizem. “O número de mortes para as quais o consumo de álcool é um fator que contribui significativamente tende a ser muito maior”.


Álcool é responsável por pelo menos 80 mil mortes por ano nas Américas
O estudo demonstra grandes variações nas taxas de morte por consumo de álcool em vários países, sendo que as maiores taxas estão em El Salvador (com uma média de 27,4 de 100 mil mortes anuais), Guatemala (22,3), e Nicarágua (21,3), seguidos de México (17,8) e Brasil (12,2). Essas são comparáveis com taxas muito mais baixas na Colômbia (1,8), Argentina (4,0), Venezuela (5,5), Equador (5,9), Costa Rica (5,8) e Canadá (5,7). Os primeiros cinco países mencionados têm altas taxas de padrões de abuso de álcool, de acordo com dados separados da OMS. No entanto, o consumo total de álcool é maior nos países com taxas de mortalidade mais baixas.

Em todos os países estudados, a maioria das mortes relacionadas ao álcool (84%) foi de homens, ainda que a taxa de homens/mulheres variasse de acordo com o país. O risco de morrer de uma causa inteiramente relacionada ao álcool foi 27,8 vezes maior para um homem do que para uma mulher em El Salvador, 18,9 vezes maior na Nicarágua e 14,8 vezes maior em Cuba. No campo oposto, o risco de mortalidade era 3,2 vezes maior para homens do que para mulheres tanto no Canadá quanto nos Estados Unidos.

O risco também se diferenciava por grupo etário. Na Argentina, no Canadá, na Costa Rica, em Cuba, no Paraguai e nos Estados Unidos, as taxas de mortalidade mais altas estavam entre pessoas com idades entre 50 e 69 anos. No Brasil, Equador e Venezuela, as taxas de mortalidade por álcool aumentam a partir das idades de 40-49 anos, ficam estáveis e então caem depois dos 70 anos. O México mostrou um padrão diferente, com um risco de morte aumentando ao longo da vida e atingindo um pico depois dos 70 anos.


Álcool é responsável por pelo menos 80 mil mortes por ano nas Américas
Os autores notam que as mortes relacionadas ao álcool podem ser prevenidas por meio de políticas e intervenções que reduzem o consumo de álcool, incluindo restrições em sua disponibilidade, preços maiores por meio de impostos, e controles no mercado do marketing e da publicidade. No entanto “a maior parte dos países nas Américas tem políticas fracas para responder ao problema”, eles dizem. “Como essas altas taxas têm demonstrado ser um grande problema de saúde pública, os países deveriam aumentar seus esforços para melhorar a qualidade da informação, monitorar o problema e implementar políticas mais efetivas para reduzir a disponibilidade de álcool e o consumo em níveis nacionais”.

A Organização Pan-Americana de Saúde é uma agência de saúde pública internacional com mais de 110 anos de experiência no trabalho para melhorar a saúde e os padrões de vida dos países das Américas. Ela funciona como a organização especializada para saúde do Sistema Inter-Americano de Saúde. Ela também funciona como o Escritório Regional para as Américas da Organização Mundial de Saúde, e tem reconhecimento internacional como parte do sistema das Nações Unidas


Fonte - Organização Pan-Americana de Saúde

Vestibulandos e dopping intelectual: uma relação de risco

Vestibulandos e dopping intelectual: uma relação de risco
Café, guaraná em pó e bebidas energéticas nem sempre são o suficiente para quem precisa enfrentar milhares de outros candidatos antes de entrar na faculdade dos sonhos e não quer ou não consegue encarar a pressão de cara limpa. Remédios criados com outros propósitos transformam-se em soluções para driblar o cansaço perto do vestibular, mas psicólogos e médicos fazem fortes recomendações contra o que vem sendo chamado de doping intelectual.

O estimulante mais popular entre os estudantes é o metilfenidato, vendido no Brasil sob as marcas Ritalina e Concerta. Embora este princípio ativo não faça parte do grupo das anfetaminas, o funcionamento no organismo é muito similar a elas e em algumas pessoas causa efeitos próximos aos da cocaína: hiperatividade, hiperventilação, perda do apetite, aceleração dos batimentos cardíacos, boca seca, dores no estômago. Em pouco tempo se adquire resistência à substância, obrigando os estudantes a aumentar a dose. A substância surgiu no fim dos anos 1940 e hoje é de uso controlado na maioria dos países. Ela costuma ser recomendada por médicos a crianças e adolescentes diagnosticados com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).

Outros remédios aparecem na lista dos vestibulandos, como o modafinil (por aqui vendido como Provigil), modafinila (com o nome de Stavigile) e o Adderall, um mix de anfetaminas indisponível nas farmácias nacionais. A rivastigmina e a donezepil, dois fármacos para Doença de Alzheimer com severas reações adversas também são usados para o mesmo fim e podem acabar prejudicando o desempenho cerebral de pessoas saudáveis.

Consumo triplicou entre 2009 e 2011

Atualmente, o Brasil é o segundo maior consumidor de metilfenidato, perdendo apenas para os Estados Unidos. Ele chegou às farmácias brasileiras em 1998 e foi rapidamente assimilado pelo mercado. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), apenas entre 2009 e 2011, o consumo no Brasil quase triplicou — passou de 156 milhões miligramas para 413 milhões. No mesmo período foram comercializadas 1,2 milhões de caixas do medicamento em farmácias e drogarias do país, representando uma alta de 28,2 % em relação a 2009.

O laboratório Novartis, que produz a Ritalina, não revela a quantidade do medicamento vendida no Brasil, mas previsões do Instituto Brasileiro de Defesa dos Usuários de Medicamentos (Idum) estimam que elas tenham crescido perto de 3,2 mil % nos últimos 11 anos. Não há estudos sobre a quantidade de metilfenidato que gira pelo mercado negro no país.

Um preço alto pelo gás extra

Para alguns profissionais, existe uma tendência contemporânea que enxerga o consumo de remédios como uma bengala para todos os problemas da vida. O vestibular é uma época em que isso fica ainda mais evidente, pois o jovem é pressionado a concorrer com dezenas de outras pessoas numa prova que vai mudar os rumos de sua vida. Alguns pesquisadores argumentam que a sensação de atenção em quem toma o remédio é ilusória, já que não existem estudos conclusivos que relacionem o metilfenidato ao aumento na capacidade intelectual. A própria bula da Ritalina afirma que a ação do medicamento no corpo humano não foi completamente elucidada. Como não há estudos de longa data com o remédio, os efeitos conhecidos são aqueles instantâneos e diminuem com o uso contínuo.— Quem já está sob uma condição de estresse vai ter mais prejuízo que lucro ao ingerir um medicamento forte como o metilfenidato. Um jovem que toma remédios para passar a noite estudando fará seu organismo funcionar por mais tempo e com mais intensidade, causando um cansaço ainda maior no dia seguinte.

Compras são feitas com e sem receita

Um estudo publicado neste ano pela revista científica americana The Clinical Neuropsychologist constatou que 22% dos adultos com receitas para metilfenidato consultados exageraram a intensidade dos sintomas na hora de conversar com o psiquiatra. Já outros têm perfeita noção de que nunca foram portadores do transtorno de déficit de atenção e mentem para obter receitas de remédios variados.

Há também quem apele à ilegalidade para obter o metilfenidato. Numa busca rápida na internet, dezenas de sites que vendem Ritalina e Concerta sem receita são encontrados. A página do Facebook Ritalina-TDAH & TBH, um espaço onde usuários da rede social discutem os efeitos e os riscos do remédio, adverte quem tenta adquirir as pílulas pelo mercado negro online. Para eles, a chance de comprar um produto falso e superfaturado é altíssima. Quem anuncia remédio na página tem o tópico imediatamente excluído.


Fonte - Adaptado de Diário Catarinense
 
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Holanda ‘arrependida’ com a liberação da maconha e da prostituição. 67% da população é, agora, a favor de medidas MENOS liberais.

67% da população é, agora, a favor de medidas MENOS liberais.


Holanda ‘arrependida’ com a liberação da maconha e da prostituição. 67% da população é, agora, a favor de medidas MENOS liberais.
“A Holanda, um dos países mais liberais do mundo, está em crise com seus próprios conceitos. O país que legalizou a eutanásia, o aborto, as drogas, o “casamento” entre homossexuais e a prostituição reconhece que essa posição não melhorou o país. Ao contrário: aumentou seus problemas”
Em matéria publicada na revista Veja de 5 de março, sob o título Mudanças na vitrine, o jornalista Thomaz Favaro ressalta que, desde que a prostituição e as drogas foram legalizadas, tudo mudou em De Wallen, famoso bairro de Amsterdã, capital holandesa, onde a tolerância era aceita. “A região do De Wallen afundou num tal processo de degradação e criminalidade que o governo municipal tomou a decisão de colocar um basta.

Desde o início deste ano, as licenças de alguns dos bordéis mais famosos da cidade foram revogadas. Os cafés já não podem vender bebidas alcoólicas nem cogumelos alucinógenos, e uma lei que tramita no Parlamento pretende proibi-los de funcionar a menos de 200 metros das escolas.

Ao custo de 25 milhões de euros, o governo municipal comprou os imóveis que abrigavam dezoito prostíbulos. Os prédios foram reformados e as vitrines agora acolhem galerias de arte, ateliês de design e lojas de artigos de luxo”. A matéria destaca ainda que a legalização da prostituição na Holanda resultou “na explosão do número de bordéis e no aumento da demanda por prostitutas”. Nos primeiros três anos de legalização da prostituição, aumentou em 260% o tráfico de mulheres no país.

E a legalização da maconha? Fez bem? Também não. “O objetivo da descriminalização da maconha era diminuir o consumo de drogas pesadas. Supunham os holandeses que a compra aberta tornaria desnecessário recorrer ao traficante, que em geral acaba por oferecer outras drogas. (…) O problema é que Amsterdã, com seus cafés, atrai ‘turistas da droga’ dispostos a consumir de tudo, não apenas maconha. Isso fez proliferar o narcotráfico nas ruas do bairro boêmio. O preço da cocaína, da heroína e do ecstasy na capital holandesa está entre os mais baixos da Europa”, afirma a matéria de Veja.

O criminologista holandês Dirk Korf, da Universidade de Amsterdã, afirma: “Hoje, a população está descontente com essas medidas liberais, pois elas criaram uma expectativa ingênua de que a legalização manteria os grupos criminosos longe dessas atividades”. Pesquisas revelam que 67% da população holandesa é, agora, a favor de medidas mais rígidas. E ainda tem gente que defende que o Brasil deve legalizar a maconha, o aborto, a prostituição etc, citando a Holanda e outros países como exemplo de “modernidade”.

Veja o caso da Suíça. Conta Favaro: “A experiência holandesa não é a única na Europa. Zurique, na Suíça, também precisou dar marcha a ré na tolerância com as drogas e a prostituição. O bairro de Langstrasse, onde as autoridades toleravam bordéis e o uso aberto de drogas, tornara-se território sob controle do crime organizado. A prefeitura coibiu o uso público de drogas, impôs regras mais rígidas à prostituição e comprou os prédios dos prostíbulos, transformando-os em imóveis residenciais para estudantes. A reforma atraiu cinemas e bares da moda para o bairro”.

E a Dinamarca? “Em Copenhague, as autoridades fecharam o cerco ao Christiania, o bairro ocupado por uma comunidade alternativa desde 1971. A venda de maconha era feita em feiras ao ar livre e tolerada pelos moradores e autoridades, até que, em 2003, a polícia passou a reprimir o tráfico de drogas no bairro. Em todas essas cidades, a tolerância em relação às drogas e ao crime organizado perdeu a aura de modernidade”.

Fonte - UNIAD

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Progresso: Motoristas - Além do álcool outras drogas podem ser detectadas por aparelho

Motoristas - Além do álcool outras drogas podem ser detectadas por aparelho

Progresso: Motoristas - Além do álcool outras drogas podem ser detectadas por aparelho
Um projeto-piloto realizado pela Polícia Rodoviária Federal e pelo Centro de Pesquisas em Álcool e Drogas do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) pretende testar um equipamento que identifica o uso de drogas em motoristas a partir da saliva.

O uso do “drogômetro”, uma espécie de bafômetro para drogas, ainda está em estudo pelas entidades envolvidas, mas a PRF prevê sua aquisição até o primeiro semestre de 2014.

O projeto é feito em parceria com o Instituto de Saúde Pública da Noruega, país que, com Austrália, Estados Unidos e Canadá, é referência mundial no combate ao uso de álcool e drogas ao volante. Órgãos como a Brigada Militar e o Departamento de Trânsito do Estado (Detran-RS) também estão envolvidos no projeto.

Fabricado pela Alere, o chamado DDS-2 se assemelha a uma máquina leitora de cartão de crédito. Funciona a partir da saliva, colocada em uma espécie de canudo e processada por análise química em até cinco minutos.

Esta não é a primeira vez que se fala em drogômetro no país. Iniciativa semelhante ocorreu na capital paulista durante o Carnaval de 2013, em blitze da Lei Seca. Na ocasião, foi utilizado um equipamento semelhante, o chamado kit multidrogas. As diferenças entre os dois aparelhos, segundo a professora da Faculdade de Farmácia e do Laboratório de Toxicologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Renata Pereira Limberger, são a automatização e a documentação – enquanto o primeiro é manual e não produz prova documental, o segundo é eletrônico e imprime o resultado.

– Por falta de legislação específica, esse (aparelho) ainda não é produzido, vendido nem registrado no Brasil. Por isso, após encerrada a fase de estudos, e se o resultado dos testes for satisfatório, será solicitado o registro para, posteriormente, sua aquisição (de forma) ampla – explica a pesquisadora.

Aparelho é capaz de flagrar diversos tipos de substâncias


Para o chefe do Serviço de Psiquiatria de Adição, da Unidade Álvaro Alvim do HCPA, Flávio Pechansky, o que torna o equipamento promissor é a possibilidade de flagrar vários tipos de drogas, como opiácios (morfina e heroína), cocaína, anfetaminas, metanfetaminas, benzodiazepínicos (tranquilizantes e ansiolíticos) e calabinoides (maconha), por exemplo. No Brasil, o abuso de substâncias não previstas no DDS-2, como os rebites, por exemplo, pressupõe uma adaptação do instrumento à realidade local.

Hoje, 5% das mortes no trânsito ocorrem devido ao uso de drogas ilícitas, conforme o Estudo do Impacto do Uso de Bebidas Alcoólicas e Outras Substâncias Psicoativas no Trânsito Brasileiro, lançado em 2010 pelo Centro de Pesquisa de álcool de Drogas da UFRGS. Para Pechansky, comparado ao percentual de 32% do uso de álcool, o índice é baixo, mas, em relação à realidade de outros países, é alto:

– O custo do drogômetro pode parecer caro (US$ 5 mil), mas, se comparar ao custo do teste em laboratório e ao custo das vidas que se vão, não representa muito – diz o pesquisador.

TIRE SUAS DÚVIDAS SOBRE O EQUIPAMENTO


O teste poderá acusar a presença de drogas na saliva até quanto tempo após o consumo?
Isso varia de acordo com o tipo de droga, mas estima-se que a identificação possa detectar o consumo realizado nas 24 horas anteriores ao teste.

Haverá punição para as pessoas que forem pegas no drogômetro durante a fase de testes?

Não. Na primeira etapa – a chamada “balada preventiva” –, não haverá punições. Será uma etapa com interesse de pesquisa.

Haverá exames em laboratório para confirmação dos testes?

Sim, na fase de pesquisa, os resultados do drogômetro passarão por confirmações posteriores.

A lei atual contempla a utilização do drogômetro?

Não, a legislação do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) não inclui o uso do aparelho. Após a etapa dos testes, será necessária uma alteração da regulamentação para que, assim como o bafômetro, o equipamento possa ser utilizado.

REGULAMENTAÇÃO


Referência mundial no controle do uso de álcool e drogas no trânsito, a Noruega foi o primeiro país a regulamentar a proibição da bebida na direção, em 1936. Após a redução concreta do número de mortes por álcool, os noruegueses tiveram espaço para discutir outras drogas e o “texting” (uso do celular ao volante). No Brasil, a legislação que prevê punições para motoristas alcoolizados é de 2008, sendo que o uso de bafômetros passou a ocorrer de forma mais frequente em 2011, e a fiscalização tornou-se rígida apenas a partir de 2012. 

Atualmente, a proibição do uso de drogas na direção no Rio Grande do Sul é regulamentada pela resolução 075/2013, do Conselho Estadual de Trânsito do RS (Cetran-RS). A lei traz um protocolo que orienta os fiscais dos órgãos de trânsito a conferirem se o motorista fez o uso de drogas, a partir de evidências como a roupa desalinhada, os olhos vermelhos, o caminhar alterado e a respiração ofegante, entre outras características. 

O drogômetro, conhecido como DDS-2, faz a leitura sobre o que a pessoa usou, com a possibilidade de imprimir o comprovante. Seria uma facilidade extra para a fiscalização, que atualmente se baseia apenas em gestos e comportamentos. 

A aquisição do aparelho servirá para realização de testes que possam comprovar o consumo e, com isso, modificar a regulamentação. Segundo o inspetor da PRF Alessandro Castro, a intenção do órgão é adquirir o modelo para viabilizar o estudo. 
- Esperamos integrar o mais rápido possível com os demais órgãos de trânsito – explica. Coordenador da Balada Segura do Detran-RS, Adelto Rohr alerta que, para o equipamento ser usado na fiscalização do trânsito, é necessário que, antes, seja feita a sua regulamentação junto ao Denatran.

Autor - Lara Ely
Fonte - Zero Hora 

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