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CONHEÇA O ESPIRITISMO - blog de divulgação da doutrina espírita


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quarta-feira, 1 de junho de 2016

NEM TODOS CONSOLADOS II

            Jesus reportou-se, sem dúvida, àqueles que choram sob o açodar das injustiças humanas, sem qualquer rebeldia;
            àqueles que sofrem as contingências afligentes, sem acalentar os sentimentos de vingança;
aos que expungem os débitos pretéritos, sem desespero;
aos que sentem a alma punginda, e no entanto, transformam a agonia lacrimejante em esperanças estelares;
aos que, padecendo, não infligem aflições e a ninguém;
àqueles que, perseguidos, jamais se deixam consumir pelo desejo do desforço;
aos que, esfaimados e sedentos de amor e paz, laboram pela felicidade do próximo...
...Estes serão consolados.                                                 
            O choro é reação do sentimento, da emoção, nem sempre credor de respeito e solidariedade.
            Por isso, bem-aventurados todos os que choram, tocados pelo espírito do bem e da misericórdia, sofrendo para não fazer sofrer, burilando-se sem macerar ninguém, porquanto, assim, serão realmente consolados.


Fonte: ALERTA – Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis
imagem: google

terça-feira, 31 de maio de 2016

NEM TODOS CONSOLADOS I

                “Bem-aventurados os que choram” -, disse Jesus.
                Nem todos, porém.
                A ira indômita, quando não logra atingir o alvo contra o qual investe, explode em choro convulsivo.
                A inveja inditosa, irradiando a vibração deletérica, não se detém, e irrompe em lágrimas abundantes.
                O ciúme irrefreado, açoitando o coração invigilante, derrama lágrimas ardentes.
                O ódio, que se volta virulento contra os que lhe tombam nas ciladas, ferve em lágrimas comburentes.
                As paixões inferiores, preferindo as situações perniciosas, extrapolam os estados íntimos, exteriorizando-se em choro de revolta e azedume com que diminuem a insânia das causas donde se originam...
                Há lágrimas que não traduzem humildade nem esperança.
                Choros que fomentam vinganças ultrizes e engendram males de largo curso.


Fonte: ALERTA – Divaldo Pereira Franco/Joanna de Ângelis
imagem: google

sábado, 9 de agosto de 2014

JESUS E TORMENTOS I

Genericamente, o homem tem sido considerado como a massa física e mental, ainda incompleta, que demanda o túmulo e ali se consome.
As religiões reportam-se à alma com um destino adrede fixado para o futuro, repousando na ociosidade ou padecendo na punição intérmina.
O mundo é, para os primeiros, um lugar de prazeres imediatos com a inevitável presença do sofrimento, que faz parte da sua imperfeição; para os segundos, é “vale de lágrimas” ou “lugar de degredo”.
De um lado, a simplista informação do nada após a morte; do outro, a fatalidade preestabelecida, violando os códigos do querer, do lutar, do vencer.
Uma e outra corrente de pensamento conduz, inevitavelmente, aos tormentos.
Aqui, o gozo até a lassidão dos sentidos, e ali, a amargura frustrante, a castração da alegria em mecanismos de evasão da realidade.
Fundamentados nessas propostas, surgem aqueles que vivem para fruir e os que se recusam à satisfação.
Jesus foi o protótipo da felicidade.                                                                                
Amava a Natureza, os homens, os labores simples com os quais teceu as Suas maravilhosas parábolas.
Não condenava as condições terrenas, não as exaltava.
Na posição de Mestre ensinava como se devia utilizá-las, respeitando-as, com elas gerando alegria entre todos, abençoando-as.
Como Médico das almas propunha vivê-las sem pertencer-lhes, assinalando metas mais elevadas, que deveriam ser conquistadas com esforço pessoal.

Fonte: JESUS E ATUALIDADE              

DIVALDO PEREIRA FRANCO/JOANNA DE ÂNGELIS
imagem: estilojesus.blogspot.com

quinta-feira, 21 de março de 2013

PARÁBOLA DAS DEZ VIRGENS


       Naquela noite, dois jovens se casariam.
       O casamento seria celebrado à noite, como era costume no tempo de Jesus.
       Havia primeiro a cerimônia religiosa, na casa da noiva. Depois, então, a festa do casamento, na resi­dência do noivo.
       Os convidados saiam da casa da noiva forman­do uma procissão. Todos carregavam lâmpadas de azeite ou tochas acesas, porque as ruas eram escuras. Naqueles tempos, não havia iluminação a gás nem luz elétrica. A procissão, começando da casa da noiva, se dirigia para a casa do noivo.
       Algumas pessoas convidadas, que não puderam assistir ao ato religioso, esperavam, em frente às suas casas, a passagem do cortejo, a fim de se diri­girem à residência do noivo para as festas do casa­mento.
       As cerimônias religiosas demoraram, porém, bastante tempo na residência da noiva.
       Dez moças que não puderam ir lá, estavam espe­rando a passagem do cortejo, quando o noivo, a noi­va e os convidados viessem para a casa do primeiro.
       Dessas dez moças, cinco eram tolas e desajui­zadas. As outras cinco eram prudentes.
       Todas sabiam que não era permitido tomar parte na procissão sem suas lâmpadas ou tochas.
       As tolas, porque não tinham cuidado, levavam as lâmpadas com pouco azeite, mas, as prudentes levavam as lâmpadas e também umas pequenas va­silhas com azeite.
       O noivo estava tardando...
       — Por que estará demorando tanto, a cerimônia religiosa? — perguntavam as moças, uma às outras.
Sentadas, vencidas pelo cansaço, todas elas ador­meceram.
Já era meia-noite, quando alguém, que vinha à frente da procissão, gritou: “Eis o noivo! Venham os convidados ao seu encontro!”
As dez moças, então, se levantaram depressa e prepararam as suas lâmpadas, acendendo-as.
As cinco moças desajuizadas disseram, nesse momento, às outras cinco:
— Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâm­padas estão se apagando... Elas têm pouco azeite...
As prudentes, porém, responderam, com delica­deza:
— Infelizmente, amigas, não é possível, porque o azeite que temos não chega para nós e para vós. Ide ao vendedor e comprai-o para vos...
As cinco moças imprevidentes foram fazer a compra, buscando o vendedor naquela hora tardia da noite. E por isso, demoraram bastante...
A procissão passou, as cinco moças prudentes entraram no cortejo e todos chegaram à casa do noivo. Imediatamente foi fechada a porta, como era costume.
Mais tarde, as cinco moças sem juízo chegaram. A porta já estava fechada.
— Que faremos? — perguntavam elas entre si.
— Batamos à porta — disse uma.
Bateram, gritando:
— Senhor, senhor, abre a porta para nós!
O noivo, porém, da janela do sobrado, disse para as moças que estavam na rua:
— Agora não é mais possível... Não vos conheço!
E elas não puderam entrar. Se tivessem sido cuidadosas, estariam na festa juntamente com todos os convidados...
(Mateus, capítulo 25º, versículos 1 a 13)

*

Esta parábola é um convite do nosso Divino Mestre para que sejamos vigilantes, isto é, cuida­dosos.
Devemos estar sempre prontos para o cumpri­mento do nosso dever. Devemos estar sempre pron­tos para responder à chamada de Jesus para qual­quer serviço, pequenino que seja, na Seara do Evan­gelho. Devemos estar sempre prontos para a hora desconhecida em que Ele nos chamar desta vida presente para a vida espiritual.
Isso é que significa vigilância. Cuidemos, pois, de nossas almas com muito zelo. Sejamos como as moças prudentes da parábola, que traziam suas lâm­padas e mais as vasilhas de azeite. Devemos trazer nossas almas como lâmpadas sempre acesas, ali­mentadas com o azeite da Palavra Divina.
O azeite, na parábola, não pôde ser emprestado. Assim sendo, cada um de nós deve cui­dar de conseguir o próprio azeite para sua lâmpada, isto é, cada um deve cuidar de aperfeiçoar e iluminar seu próprio coração, pois, não podemos chegar a Jesus pelos merecimentos dos outros. É a “lei de esforço próprio” de que tem falado, muitas vezes, nosso grande Benfeitor Espiritual Emmanuel.
Atenção para outro ensinamento: Devemos cuidar da iluminação de nossa alma enquanto é tempo. Não procedamos como as virgens sem juizo, que deixaram a compra do azeite para última hora. Por não serem cuidadosas, perderam o direito de entrada às festas do casamento. Se não cuidarmos também, com antecedência, do aperfei­çoamento de nosso Espírito, não teremos ingresso às Moradas Luminosas de paz, de felicidade e de coo­peração com Deus.

Do livro: HISTÓRIAS QUE JESUS CONTOU
CLÓVIS TAVARES                                          

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sábado, 9 de março de 2013

PARÁBOLA DA VIÚVA IMPORTUNA


       Havia, numa cidadezinha da Palestina, um juiz que não respeitava nem Deus nem os homens.
       Em lugar de dar o bom exemplo, honrando a posição que ocupava, esse juiz zombava de tudo que se referisse às coisas de Deus. Declarava-se ateu e não respeitava as crenças alheias.
       Era também injusto nos seus julgamentos. Não procedia corretamente nem no tribunal nem no lar. Era um homem desleal nos seus pareceres e sem bondade para com aqueles que o procuravam, cheios de confiança. O maldoso juiz não tinha boa vontade para atender a ninguém. Muitas vezes mandava di­zer que não estava em casa, quando pessoas pobres iam ao seu encontro. Se estava no tribunal, era sem­pre com má vontade e indelicadeza que atendia os que se aproximavam dele; depois de muito espera­rem, era quase certo receberem do juiz um “não” às súplicas mais comoventes e aos pedidos mais justos.
       Vivia também nessa cidade uma pobre viuva. Era muito doente e tinha dois filhos menores, que haviam nascido defeituosos. Seu marido, morto num desastre, lhe havia deixado uma pequena casa e uma pequena propriedade numa aldeia próxima. In­felizmente, o sócio de seu esposo era um homem deso­nesto. E agora, vendo que a pobre mulher, doente e abatida, tendo de cuidar dos filhinhos enfermos, não poderia dirigir a pequena propriedade, o sócio cobi­çoso tomou conta das terras, dizendo a todos que comprara aquela propriedade da viúva.
        A pobre mulher foi ao encontro do antigo ami­go de seu esposo e pediu-lhe que não lhe tirasse aque­le pedaço de terra, que era a única fonte de sustento para ela e seus filhinhos doentes. Mas, o homem, duro de coração, não quis atendê-la. E ainda zombou dela.
A viúva resolveu, então, apelar para o juiz.
Todos lhe diziam que era inútil, que o juiz não atendia aos pobres... Ela, porém, não desanimou. Foi à casa do magistrado. Um servo veio dizer que o juiz não estava em casa. Não era verdade isso, pois, ela o vira,minutos antes, à sombra de uma videira, no horto de sua casa.
Humilhada e triste, voltou para o lar, para junto dos filhinhos. Não desanimou, porém. No dia seguin­te, retornou à casa do juiz. Outra mentira, e ela não foi recebida. Voltou muitas vezes. Muitas outras o procurou no tribunal, até que, um dia, pôde dizer-lhe:
— Senhor Juiz, faze-me justiça, pois o sócio de meu falecido esposo se apossou da propriedade que me pertence e que é o sustento de meus filhinhos. Defende-me do meu adversário...
O juiz prometeu intervir junto do sócio desones­to, mas, nada fez. Outra vez, e mais outra, e várias outras, a viúva incansável procurou o juiz, rogando-lhe que lhe fizesse justiça.
O magistrado estava imensamente aborrecido com aquelas constantes visitas da viúva. Ela o pro­curava no tribunal e em casa, sempre com o mesmo pedido: “Faze-me justiça contra meu adversário, Se­nhor Juiz!”
Por fim, ele disse a si mesmo: “Eu não temo a Deus, nem respeito os homens. Mas, essa viúva não me dá sossego, sempre a importunar-me com o mes­mo pedido, sempre a suplicar-me justiça... Bem, eu não dou valor à justiça, nem me incomodo com as misérias alheias... mas, para que essa mulher não mais me aborreça, vou fazer-lhe justiça. ..“
E mandou um oficial chamar o homem desones­to. Verificou, conforme a viúva lhe dissera, que ele não tinha direito às terras. Devolveu a propriedade e as plantações à pobre mulher, fazendo-lhe, assim, justiça, para felicidade dela e das pobres crianças.
(Lucas, capítulo 18º, versículos 1 a 8)

*

Jesus contou esta Parábola da Viúva Importu­na, para que nós aprendêssemos — é Ele quem diz — a”orar sempre, sem nunca desanimar”.
Ore sempre, esperando com toda a confiança as bênçãos do Pai.
Tudo que você suplicar a Deus, se seu pedido for justo (como o pedido da viúva), pode ter a certeza de que Deus o atenderá, com o amor de Seu divino co­ração paternal.
Não tenha dúvida: toda súplica justa é ouvida e atendida por Deus.
Jesus, depois de contar a parábola ao povo, dis­se: Recordai as palavras do juiz injusto. Se esse homem maldoso fez justiça à pobre mulher, muito mais Deus fará justiça àqueles que merecerem, aos que lhe pedirem, como a viúva pobre, o que for ho­nesto e justo.”
        Não esqueça a lição da parábola. Peça a Deus somente o que for bom e justo. Rogue para você e para todos as bênçãos da paz, da luz, da saúde e da fortaleza espiritual. Se você orar, cheio de fé, Deus o atenderá. Talvez não atenda tão depressa como você deseje. Por que será? Será que Deus deseja ouvir muitas vezes o mesmo pedido? Não. Nós é que nem sempre estamos com a mente e o coração preparados para receber a Resposta divina. Por isso, devemos “orar sempre, sem nunca desanimar como Jesus ensinou, a fim de purificar nossa mente e nosso coração para ouvir e sentir as respostas de Deus.
       Uma alma digna só pede a Deus o que é digno. Uma alma justa só pede a Deus o que é justo. Por isso é que Deus atende os pedidos justos e dignos: as almas dignas e justas MERECEM as bênçãos do Alto.
       Existe uma lei do mérito funcionando na Terra e na Eternidade. Se merecermos, receberemos sempre. Procuremos, para nosso bem, merecer, fazendo a vontade de Deus, hoje e sempre...

Do livro: HISTÓRIAS QUE JESUS CONTOU
CLÓVIS TAVARES                                          

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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A PARÁBOLA DOS TRABALHADORES DA ÚLTIMA HORA


       Um homem possuia uma grande vinha, onde colhia bastante uvas.
       Um dia, saiu de casa bem cedo para procurar novos trabalhadores para seu vinhedo.
       Chegando à praça da cidade, perto de sua casa, encontrou alguns homens sem emprego. Combinou com eles o salário daquele tempo, que era um dená­rio por dia. Os operários, satisfeitos, aceitaram imediatamente o convite e, por ordem do proprietário, seguiram para o trabalho da vinha.
       As nove horas da manhã, o vinhateiro voltou à praça, onde havia sempre, como era costume naque­la época, pessoas que procuravam serviço. Encon­trou mais alguns homens desempregados e disse-lhes:
       — Ide também trabalhar na minha vinha. Eu vos pagarei o que for justo.
       E os trabalhadores seguiram para o campo e começaram sua tarefa.
       Ao meio-dia, e depois às três da tarde, o vinha­teiro voltou à mesma praça e fez o mesmo, contra­tando novos trabalhadores.
       As cinco horas da tarde, pela última vez nesse dia, esteve no mesmo local, onde encontrou igual­mente alguns homens sem serviço. Perguntou-lhes, então:
       — Por que estais aqui, o dia inteiro, desocupa­dos?
       E os homens responderam:
       — Senhor, aqui estamos porque ninguém con­tratou nossos serviços até agora.
       Respondeu o vinhateiro:
       - Ide também vós trabalhar na minha vinha.
       Ao anoitecer, o senhor da vinha chamou o admi­nistrador e disse-lhe que fizesse o pagamento dos salários aos trabalhadores.
Naqueles tempos, os operários recebiam o paga­mento diariamente; esse salário de cada dia era cha­mado jornal. Por isso, eram chamados também jor­naleiros.
— Chama os trabalhadores e paga-lhes o salá­rio, começando pelos últimos e acabando pelos pri­meiros — ordenou o vinhateiro.
Foram chamados os que chegaram às cinco ho­ras da tarde e só trabalharam uma hora. E cada um deles recebeu um denário.
E assim, os outros que começaram a tarefa às três horas da tarde e ao meio-dia. Por fim, chegaram os que começaram o serviço pela manhã bem cedo. Pensavam que iriam receber mais. O administrador, porém, pagou igualmente aos primeiros um denário.
Então, estes começaram a resmungar contra o senhor da vinha, alegando:
— Estes últimos trabalharam somente uma hora e tu os igualaste a nós, que aguentamos o peso do dia e o calor sufocante.
O proprietário, entretanto, disse a um deles que mais murmurava:
— Meu amigo, eu não te faço injustiça; não com­binaste comigo o jornal de um denário? Recebe, pois, o que te pertence, sem reclamação. Eu quero dar aos últimos tanto quanto dei a ti. Não achas que tenho direito de fazer o que me agrada daquilo que me pertence? Por que sentes ciúme e inveja? Não tenho, por acaso, o direito de ser bondoso?
(Mateus, capítulo 20º, versículos 1 a 16)

*

Termina Jesus a Parábola dizendo: “Assim, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão últi­mos”.
Esta bela história, mostra como Deus executa Sua Perfeita Justiça.
À primeira vista, parece que os operários quei­xosos tinham razão de reclamar contra o vinhateiro, pois eles trabalharam mais tempo que os últimos, que só tiveram uma hora de serviço. Esse é o raciocínio humano, é idéia da justiça humana, que só considera o lado exterior das coisas. No caso da parábola, os operários não tinham direito de recla­mação, porque estavam recebendo o salário combi­nado na praça com seu patrão. Era o salário comum naquele tempo, para o trabalho de um dia. O senhor da vinha havia prometido pagar um denário e cum­priu sua palavra.
Não houve nenhuma injustiça da parte do pro­prietário da vinha. Ele quis pagar támbém um dená­rio, isto é, o salário justo, aos trabalhadores de últi­ma hora, certamente porque viu que o serviço feito por estes, nessa única hora, foi feito com boa von­tade, amor e cuidado. Ele considerou, não o tempo, mas, a qualidade do serviço feito.
Assim é a Justiça Divina. Ela nos re­compensará, um dia, na Eternidade, pelo trabalho que fizermos em favor do Reino de Jesus na Terra. A recompensa, porém, será dada, não em consideração ao número de horas de nosso serviço, nem à quan­tidade do mesmo. Deus não olhará o lado exterior, visível, nem o volume de nossas obras. Deus nos julgará pela qualidade de nosso trabalho, pela sinceridade de nossos atos, pela nossa boa von­tade no auxílio aos outros, pelo amor, cuidado e dedi­cação com que cumprirmos nossas tarefas. Deus olha a qualidade de nosso trabalho e não as horas de nosso serviço. A Justiça Divina considera nosso co­ração e nosso caráter, e não nosso relógio e nossa balança.

Do livro: HISTÓRIAS QUE JESUS CONTOU
CLÓVIS TAVARES                                           


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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

A PARÁBOLA DOS TALENTOS


       Certa vez, um homem rico, grande proprietário, teve necessidade de deixar sua pátria e viajar pôr outros paises.
       Chamou, então, seus servidores de confiança e lhes entregou seus bens, a fim de que negociassem com as quantias que lhes eram entregues.
       Ao primeiro servo deu cinco talentos (*), que cor­respondem em nossa moeda a mais de cem mil reais. Ao segundo entregou dois talentos e ao tercei­ro, um talento.
       Ele fez essa distribuição de acordo com a capa­cidade de cada servidor. E depois seguiu para via­gem.
       O primeiro foi imediatamente negociar com os talentos e, nos vários negócios que fez, conseguiu ganhar outros cinco talentos.
       O segundo fez o mesmo e conseguiu de lucro mais outros dois talentos.
       O terceiro servidor, porém, em lugar de multi­plicar seu dinheiro realizando negócios, como os outros dois, saiu da casa do senhor e foi para sua residência. E, no fundo do quintal, enterrou a moeda de ouro que o grande proprietário lhe havia passado às mãos.
       Decorrido algum tempo, o senhor voltou do estrangeiro para sua pátria. Chegando a casa, chamou aqueles servidores para ajustar contas com eles.
       Compareceu o primeiro à presença do seu amo. E falou:
         — Senhor, entregaste-me cinco talentos. Nego­ciei com eles, como ordenaste, e consegui multiplica-­los com meu trabalho honesto, conseguindo outros cinco. Aqui estão, meu senhor, os dez talentos que te pertencem.
Disse-lhe o proprietário, em resposta:
—  Muito bem, servo bom e fiel. Já que foste fiel no pouco que te confiei, de agora em diante eu te confiarei negócios maiores e mais importantes. Estarás sempre comigo, ao meu lado, e gozarás da minha felicidade e bem-estar.
Chegou o segundo servidor e disse também:
Senhor, entregaste-me dois talentos. Também negociei com eles, como mandaste e consegui multi­plicá-los igualmente, com meu esforço honesto, con­seguindo outros dois. Aqui estão, meu senhor, os quatro talentos que te pertencem.
—  Muito bem, servo bom e fiel. Já que foste fiel no pouco que te confiei, de agora em diante eu te confiarei também negócios maiores e mais importan­tes. Estarás ao meu lado, sempre comigo, e gozarás também, como teu companheiro, da minha felicidade e bem-estar.
Chegou, por fim, o terceiro servidor, que havia recebido um só talento. E disse ao seu patrão:
—  Senhor, eu te conhecia e sempre soube que és um homem duro e severo, que gostas de colher onde não semeastes e recolhes o trabalho dos outros. Por isso, tive medo de ti e de tua justiça. E, por medo, escondi o teu talento na terra, mas, hoje desenterrei tua moeda. Aqui está, senhor, o que te pertence.
O proprietário, porém, lhe respondeu:
—  Servo mau e preguiçoso, por que me ofendes assim? Por que imaginas que eu gosto de colher onde não semeei e me agrada explorar o trabalho alheio? Se assim julgavas, por que não puseste, pelo menos, o dinheiro no banco, para render juros, já que não querias multiplicá-lo com teu trabalho?
E chamando outros servidores de sua casa, con­tinuou:
— Tirai-lhe o talento e dai-o ao que tem dez ta­lentos. A todo aquele que tem ainda, mais se dá e ele terá em abundância; mas , ao que não tem, até o que tem lhe será tirado. Lançai o servidor inútil fora do meu palácio, onde há lágrimas, fome e revolta, sem as alegrias que provém do trabalho honesto e fiel.
(Mateus, capítulo 25º, versículos 14 a 30)

*

Esta parábola, é uma imagem do Reino de Deus. Nesse Reino, que abrange o Universo in­teiro, cada alma, por mais pobre e pequenina que seja, tem uma determinada tarefa ou missão.
Deus dá a cada um de nós uma tarefa, maior ou menor, segundo a ca­pacidade de cada alma. Isso é o que significa a dis­tribuição diferente dos talentos. Mas, Deus quer que nós multi­pliquemos os nossos talentos e não que os enterre­mos, como fez o servidor preguiçoso, que mereceu também o qualificativo de mau.
Nossos talentos, são as possibilidades que toda alma possui de fazer algum bem no mundo. Você também recebeu de Deus cinco, ou dois, ou um talento, isto é, você pode fazer algum bem neste mun­do: ajudando, sendo prestativo e bondoso para todos, fazendo algum serviço comunitário, auxiliando, conforme suas posses, os pobres, os órfãos, os tristes... Há tantas almas sofre­doras e necessitadas no mundo!...
Os seus talentos são o seu conhecimento, a sua bondade, o seu dinheiro, a sua boa vontade para ajudar a quem sabe ou pode menos que você. Tudo que você possui ou sabe é um talento que Deus confiou a ti, a fim de que seu coração e sua inteligên­cia o multipliquem em favor dos pobres, dos sofredores e dos necessitados do mundo.
       Não imite o terceiro servidor, que enterrou seu talento. Não negue sua coopera­ção a todos que te rodeiam. Não enterre seus talentos.  
       Se você cumprir seu dever de trabalhar no bem, nas pequeninas coisas, creia que a Parábola se cum­prirá na sua vida: o Senhor Jesus confiará à sua alma tarefa maiores no Seu Reino e você gozará de Sua Perfeita Alegria, na grande felicidade de traba­lhar com Ele em favor da regeneração de nosso mundo.

Do livro: HISTÓRIAS QUE JESUS CONTOU
CLÓVIS TAVARES                                          


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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

A PARÁBOLA DO RICO INSENSATO


       Havia um homem muito rico, que possuía mui­tas terras. Centenas de escravos trabalhavam nelas.
       Grandes e muitas eram as plantações de trigo. Muito bem preparados eram também os campos em que os escravos cuidavam da cultura do centeio, da cevada e da ervilha. Os vinhedos se estendiam pela planície imensa. E os pastos verdes, onde os reba­nhos se multiplicavam, iam até as montanhas dis­tantes...
       E cada vez mais o homem se enriquecia. Expor­tava seus produtos para os países vizinhos. Os mer­cadores de Tiro, de Sidon, de Esmirna e de Damasco estavam sempre em sua casa, realizando e combi­nando grandes negócios...
       O rico fazendeiro havia mandado construir gran­des depósitos para suas colheitas. Mas, os celeiros, embora enormes, já eram insuficientes para armaze­nar os frutos de seus campos de cultura...
       Um dia, ele pensou: “Que farei? Os celeiros já estão pequenos... Não tenho mais onde recolher tantos frutos...”
       E preocupado com suas colheitas, cada vez maio­res, resolveu derrubar os celeiros e construir outros muito maiores...
       Mandou chamar os melhores construtores do país e foram edificados vários celeiros gigantescos.
       E o grande agricultor ficou satisfeito quando contemplou, finalmente, as novas e imensas constru­ções em sua rica e bem cuidada fazenda. Agora estava tranqüilo. Os celeiros eram enormes e neles caberia toda a produção de seus campos...
Disse aos amigos, aos construtores e aos servos:
— Agora poderei viver tranqüilo muitos anos... Os celeiros podem armazenar todas as colheitas e tão cedo não será preciso aumentá-los. Posso agora, finalmente, viver sossegado e pensar somente na exportação dos produtos...
E à noite, muito satisfeito, antes de deitar-se, ao invés de orar, raciocinava e dizia a si mesmo: “O alma! Tens em depósito muitas riquezas, para mui­tos e muitos anos! Descanse, come, bebe, alegra-­te.
E o rico deitou-se, muito orgulhoso de sua for­tuna, confundindo corpo e alma, tão grande era sua ignorância das coisas espirituais... Deitou-se sem um pensamento para Deus. Só imaginava que pode­ria, daquele dia em diante, viver sem preocupações, pois teria riquezas acumuladas para muitos anos...
Assim pensava o rico, mas, Deus pensava de outra maneira.
O rico pensava que era inteligente, mas, Deus achava que ele era simplesmente um homem sem juízo...
E nessa mesma noite, após a inauguração dos celeiros e os pensamentos de orgulho do rico, Deus disse: Insensato, esta noite tua alma será chamada; e o que tanto juntaste para quem será?
E sem que ninguém soubesse como, nem a que hora, nessa noite o rico morreu, sem um gemido e sem uma prece, no seu leito luxuoso...
Seus planos de tranqüilidade para o futuro fo­ram inúteis. Ele não sabia que o futuro pertence somente a Deus... De nada lhe valeram os celeiros recheados de frutos e cereais. Inútil foi juntar tanta riqueza, sem nunca haver pensado em Deus nem nas necessidades do próximo. Morreu sem fé e sem hu­mildade no coração. Suas riquezas de nada lhe va­leram na Pátria Espiritual, porque ele nunca as utilizou­ para o bem dos outros. O que tem valor na Eter­nidade ele não possuía, porque nunca havia juntado “tesouro no Céu”, mas, somente na terra...
“Assim é aquele — diz Jesus, terminando a Parábola — que, para si, junta tesouros e não é rico para com Deus
(Lucas, capítulo 12, versículos 6 a 21)

*

O rico era um homem avarento: só pensava em juntar riquezas materiais. Só se preocupava em au­mentar sua fortuna. Nunca pensou que pudesse ser chamado para a Eternidade, repentinamente. É que ele só confiava no dinheiro. Não pensava em Deus, nem na vida futura, nem nas necessidades dos po­bres e dos escravos de sua fazenda. O poder que governa o mundo está nas mãos de Deus, mas, ele pensava que estava na força do seu dinheiro.
Que resultou dessa insensatez, dessa grande falta de juizo? A morte o colheu de repente e seu espírito penetrou no Mundo Invisível nas piores con­dições, cego e sem luz. Sabe por que? Porque não se preparou espiritualmente para a existência no Além; porque, não havia bondade em seu coração, nem possuia fé em Deus, nem conhecia as leis da Vida Superior.
          É preciso evitar toda a avareza, porque a vida de uma pessoa não consiste na abundância das coisas que possui.

Do livro: HISTÓRIAS QUE JESUS CONTOU
CLÓVIS TAVARES                                          

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domingo, 27 de janeiro de 2013

A PARÁBOLA DO CREDOR INCOMPASSIVO

         Há muito tempo e muito longe daqui, havia um rei que governava um grande e rico país.
Esse rei tinha muitos ministros que se conside­ravam seus servos, tão grande era o poder de seu grande chefe.
Cada ministro exercia uma tarefa e uma função determinada no governo daquele país.
Um dia, o rei chamou os seus servidores (que eram os tesoureiros e oficiais de sua corte) para fazer contas com ele. Todos teriam que prestar contas ao monarca. Alguns haviam feito empréstimos e era chegada a hora de pagar suas dívidas ao rei.
Chegou, primeiramente, um importante servidor, que era uma espécie de tesoureiro do reino. Feito o balanço, foi verificado que ele devia ao rei a grande quantia de dez mil talentos. (O talento era uma moe­da antiga que valia muito). A dívida total do ministro era enorme, que ele ha­via retirado do tesouro real para suas despesas extra­vagantes de homem pródigo.
Esse oficial gastara no jogo e no luxo essa quan­tia fabulosa e agora não tinha possibilidade de pa­gar sua dívida ao rei.
Naquele tempo, as leis dos países orientais orde­navam que fosse vendido, juntamente com sua espo­sa, seus filhos e seus bens, aquele que não pudesse pagar suas dívidas ou restituir seus roubos. Foi o que o rei fez. O seu ministro não tinha com que pagar o débito. O rei, então, ordenou que ele, sua esposa e seus filhos fossem vendidos para pagamento da dívida.
Ouvindo o julgamento do rei, o grande servidor ajoelhou-se diante dele e suplicou-lhe, entre lágrimas e lamentações:
—  Senhor, tem piedade, tem paciência comigo. Eu trabalharei e te pagarei tudo.
O  soberano encheu-se de compaixão por aquele infeliz homem, que gastara loucamente seu dinheiro e agora estava reduzido à miséria. E perdoou-lhe a dívida.
O  tesoureiro saiu do palácio real com o coração aliviado pelo perdão de seu senhor. Era agora um pobre, estava reduzido à miséria, mas, estava em liberdade e sentia-se feliz: tinha sua mulher, seus filhos e sua casa. Haveria de trabalhar para viver, trabalharia muito — pensou...
Não muito longe do palácio, encontrou, no en­tanto, um pobre servidor do rei, a quem, há muito tempo, ele emprestara a pequena quantia de cem denários, que seria uma quantia pequena.
O  tesoureiro do rei estava na miséria... E ali estava, a poucos passos dele, alguém que lhe devia algum dinheiro...
Esquecendo-se do perdão do bondoso rei, que ti­vera compaixão dele, o tesoureiro avançou para o pobre homem e, segurando-o pela garganta, sem a menor piedade, foi-lhe gritando:
—  Paga o que me deves... Paga-me os cem dená­rios, já, sem demora...
E, cruelmente, sufocava o pobre servidor do pa­lácio. Este conseguiu ajoelhar-se diante do tesoureiro e, chorando, sem forças, suplicou:
—    Senhor, tem piedade, tem paciência comigo. Eu trabalharei e te pagarei tudo.          Mas, o tesoureiro era um homem duro de cora­ção e não atendeu ao pobre devedor. Esqueceu-se de que, momentos antes, ele estava na mesma situação, com uma dívida imensamente maior e fora perdoado pelo rei... Mandou prender o infeliz companheiro até que lhe pagasse a dívida.
Aconteceu, porém, uma coisa que o tesoureiro não esperava. Alguns oficiais da corte, que assis­tiram à cena do perdão do soberano, passavam pela rua justamente no momento em que o tesoureiro apertava a garganta do seu pobre devedor e este lhe suplicava inutilmente misericórdia.
Os oficiais ficaram profundamente tristes quan­do viram o pobre devedor ser levado para a prisão, por uma dívida tão pequena, por ordem de quem havia sido perdoado por uma dívida tão grande. E, imediatamente, voltaram à presença de Sua Majes­tade para contar-lhe tudo que viram e ouviram.
Então, o rei mandou que seus soldados fossem buscar o tesoureiro. Quando este chegou diante do trono, muito amedrontado e acovardado, o rei lhe disse:
— Servo malvado, eu perdoei a tua dívida porque me suplicaste; não devias tu, igualmente, ter com­paixão de teu devedor como eu tive de ti? Mas, como és maldoso e não tiveste misericórdia de teu próximo, não mereces a liberdade. Irás para a prisão até paga­res tudo que me deves.
(Mateus, capítulo 18º, versículos 23 a 35)


*

Termina Jesus a Parábola dizendo, numa adver­tência que não se deve esquecer: “Assim vos fará também meu Pai Celestial, se do coração não per­doardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas.
Nesta parábola, o rei representa Deus, que é o Rei do Universo. Ele nos tem perdoado uma dívida imensa. Nossa presença na Terra (nossa atual encarnação) signi­fica um aspecto do imenso perdão de Deus para co­nosco. Imensa era nossa dívida para com Deus (tal como a do tesoureiro), dívida representada pelas nossas muitas culpas e pecados através de muitas encarnações. Deus nos oferece, agora, o Seu Perdão através de nova oportunidade, nesta atual existên­cia, para nos corrigirmos e buscarmos a perfeição de nossos espíritos.
       Lembremo-nos sempre do Perdão Divino, sobre­tudo quando formos ofendidos por alguém. Por maior que seja a ofensa que alguém nos faça (calúnia, per­seguição, intriga, brutalidade, etc.), lembremo-nos de que muito mais temos ofendido a Lei Divina com as nossas rebeldias, nesta vida atual e em nossas exis­tências passadas.
       Por maior que seja a maldade que alguém nos faça, saibamos perdoar-lhe essa dívida moral, recor­dando a parábola. Pensemos assim: qualquer ofen­sa, por maior que seja, não passa de cem denários, se ela pudesse ser calculada em dinheiro. E pensemos também, usando a mesma comparação, que nossa dívida para com Deus é infinitamente maior: é de dez mil talentos!...
       Saibamos perdoar sempre, qualquer que seja a ofensa, que é sempre pequena comparada com as ofensas que temos feito à Divina Majestade de nosso Rei do Céu.

Do livro: HISTÓRIAS QUE JESUS CONTOU
CLÓVIS TAVARES                                          

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quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

A PARÁBOLA DA TORRE


       Certa vez, um fazendeiro quis construir uma tor­re, a fim de defender sua propriedade. Assim se fazia antigamente, nos tempos de Jesus. No alto da torre ficavam os vigias; a torre tinha outras utilidades também.
       Vários amigos o animaram na construção da pequena fortaleza. Dizia-lhe um, muito animado, que começasse imediatamente a lançar os alicerces.
       Outro companheiro, também muito otimista, lhe disse que nada deveria temer, pois quem muito pensa e muito teme nada consegue fazer.
       Outro amigo, igualmente entusiasmado, o ani­mou a iniciar logo a construção da torre, afirmando-lhe que o ajudaria com o trabalho e lhe daria uma parte das pedras necessárias.
       O fazendeiro, porém, não começou logo a cons­truir a torre. Pensou primeiro e primeiro fez o cálculo das despesas da construção. Procurou saber, antes de tudo, o preço das pedras, dos tijolos e de todo o material necessário para a edificação da sua peque­na fortaleza. Buscou saber, também, quanto teria que pagar aos operários e ao mestre construtor, que era um arquiteto estrangeiro. Depois de tudo exa­minar com cuidado e exatidão, depois de verificar que as despesas estavam ao seu alcance, resolveu contratar os trabalhadores, comprar o material e iniciar as obras.
       Os amigos criticaram o fazendeiro pela sua de­mora. Mas, ele lhes explicou que tudo na vida tem um preço. E que ele, para ser honesto, só poderia fazer o que fez: calcular primeiramente as despesas da construção, a fim de não dar prejuizo a ninguém.
— Meus amigos — disse o fazendeiro — eu sou um homem de responsabilidade. Não posso preju­dicar a ninguém e tendo de zelar pela honra de meu nome. Se eu começasse a construção da torre sem fazer os cálculos que fiz, poderia não ter recursos para terminar a obra e todos zombariam de mim. Diriam: “Este homem começou a edificar e não pôde acabar”. E que significaria isso, se tal acontecesse? Todos diriam que eu sou um homem sem juízo, que se pôs a fazer o que não podia, causando prejuízo aos outros. Mas, graças a Deus, não procedi assim; fiz os cálculos, vi que poderia construir a torre e... ei-la pronta!
O fazendeiro mostrou, então, a bela torre aos seus amigos animados, mas, apressados. Todos fica­ram muito contentes, porque a pequena fortaleza poderia defender com segurança as propriedades do sábio e honrado fazendeiro. Além disso, seus amigos compreenderam a grande lição...
(Lucas, capítulo 14º, versículos 28 a 30)


*

Que grande lição é esta?
E a seguinte: todas as coisas, neste mundo e na Eternidade, têm um custo exato. Tudo tem seu preço na vida. Preço material, representado pelo valor em dinheiro, ou preço espiritual, que significa outro va­lor — valor moral —, diante de Deus.
      Assim também, são os valores espirituais para quem quer seguir a Jesus. Se você quer ser bom, se quer ser honesto e digno, se quer ser um verdadeiro discípulo do Evangelho, você tem que “pagar” alguma coisa por isso. Mas, não é pagar dinheiro. O dinheiro não compra virtudes.
As virtudes, os valores morais, as qualidades superiores da alma são conquistadas pelo esforço no bem, com a renúncia do mal. Eis ai o preço: você tem de se esforçar muito e abandonar tudo que prejudica seu progresso espiritual.
Se você der todas as suas forças para tornar-se bondoso, honesto, cumpridor dos seus deveres; aban­donando os maus costumes, os vícios, não acompa­nhando os maus exemplos, você estará construindo sua torre (que significa seu valor moral, o aperfeiçoamento espiritual).
Para sermos cristãos verdadeiros, é preciso que paguemos o preço do esforço e da renún­cia. Esforço no caminho do bem e renúncia de tudo que prejudica nosso espírito.
Examine sua alma. Pense no que você é. Faça os cálculos de seus valores morais e de seus defeitos, tal como fez o construtor da torre. Analise, num exame de consciência, seu próprio espírito. Faça isso sinceramente
          Se você reconhece que ainda é uma pessoa que tem muitos defeitos, procure corrigir-se. Renuncie ao mal, abandone o que mancha sua alma, largue o que impede seu progresso, recuse o que ofen­de a Deus e a consciência
       Tenha a certeza de que Jesus, que é o Mestre Construtor de nossas vidas, abençoará seu esforço no bem e sua renuncia ao mal. E ajudará sua alma. Sua torre espiritual será, para sempre, a poderosa fortaleza de seu Espírito.

Do livro: HISTÓRIAS QUE JESUS CONTOU
CLÓVIS TAVARES                                          


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quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A PARÁBOLA DOS DOIS FILHOS


Um homem tinha dois filhos. Ambos viviam com seu pai numa vinha que pertencia à família.
Um dia, pela manhã, o pai chamou o menino mais velho e disse-lhe:
—  Meu filho, hoje não irás ao mercado da vila. Já fiz todas as compras necessárias. Vai trabalhar na vinha.
O   jovenzinho, que era tido como um modelo de menino educado, pelas atenções que dispensava a todos, respondeu com toda a delicadeza a seu pai:
—  Sim, meu pai, já vou.
A verdade, porém, é que prometeu, mas não foi. Desejaria ir ao mercado, mas não trabalhar na vi­nha, colhendo cachos e mais cachos de uvas. Ficou intimamente aborrecido com a ordem do pai, mas, não quis desrespeitá-lo com palavras. E pensou con­sigo mesmo: “Desejaria tanto ir ao mercado hoje... Lá me encontraria com Joel e Davi... E meu pai me mandou catar bagos na vinha... Não, não irei. Disse que iria, mas não vou... Não, não vou mes­mo...
E não foi.
Na mesma hora, também, o pai chamou o filho caçula, que era o desobediente da casa. Muito re­belde, era considerado pelos vizinhos “uma peste­zinha”, o oposto do irmão mais velho.
O   pai chamou-o, também, e disse-lhe:
—  Meu filho, não terás que acompanhar teu irmão ao mercado hoje. Já chegaram as compras que fiz. Vai trabalhar na vinha.
O   menino, que era muito impulsivo, respondeu com muita aspereza ao pai:
        - Eu, não... Não quero trabalhar na vinha...
        E correu. Entrando, instante depois, em seu quarto, arrependeu-se das palavras brutas que disse ao paizinho tão amigo e voltou a sala para pedir-lhe perdão. E foi, com a consciência tranqüila, colher os cachos de uva nas lindas videiras de seu pai.
(Mateus, capítulo 21º, versículos 28 a 32)



*

O   filho mais velho era um menino de bons mo­dos, muito educado, atencioso, de finas maneiras. Era considerado por todos um modelo de perfeita educação. Respondia e falava sempre com muita cor­tesia e não magoava a ninguém com palavras. E assim procedeu para com seu pai. intimamente, po­rém, era um rebelde, que só fazia o que desejava, só gostava de atender à própria vontade e aos próprios caprichos. Respondeu com delicadeza ao pai, mas, não obedeceu a ele. Era um rebelde “invisível”.
O  segundo, o caçula, não tinha as maneiras po­lidas do irmão. Era, muitas vezes, áspero de lingua­gem, mas, no fundo, não era mau nem revoltado. Sabia reconhecer seus erros, pedia perdão de suas faltas e acabava fazendo a vontade de seu pai.
No caminho de nossa perfeição espiritual deve­mos proceder como o segundo menino da história. De nada nos valerá conseguir a aparência de pessoa educada, caridosa e cristã, se interiormente não dese­jarmos fazer a vontade de Deus.
O menino mais velho é o símbolo das pessoas que aparentam muita decência, delicadeza e fé, mas, praticamente são desobedientes à moral e à lei de Deus.
O menino caçula é o símbolo da alma que é habituada ao erro e aos maus costumes, à desobe­diência e à indelicadeza, mas, que reconhece seus erros, arrepende-se sinceramente, pede perdão de suas faltas e depois faz o que devia fazer, obede­cendo à vontade de Deus e não aos seus caprichos.
Busque acima de todas as coisas da vida, em todas as situações e em todas as horas, fazer a von­tade do Pai do Céu, sem discussões e sem rebeldia. A Vontade de Deus é Sempre o Bem, a Paz e a Verdade.

Do livro: HISTÓRIAS QUE JESUS CONTOU
CLÓVIS TAVARES                                           


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