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16/06/2014

"Esta vida de bordo há-de matar-me"...

...são dias só de febre na cabeça*
 
Não é só o calor, que amplia e desfoca tudo. É a minha própria natureza. É a natureza humana, em geral. Luta por aperfeiçoamento, por mais, por melhor, por maior, por eterno... E, ao cansaço e desgaste da luta segue-se ora a desilusão do fracasso, ora a alegria efémera da vitória, acompanhada de perto do pavor da perda, da insónia que traz a insegurança... E esta montanha russa continua, e renova-se e repete-se...
Às vezes é exaustivo e a sensação de tontura sobrepõe-se a tudo. Mas quando conseguimos inspirar até ao fim, mesmo até ao fundinho do difragma, e abrimos os olhos e olhamos o que temos... oh, como é tudo tão belo!
 
*Opiário de Álvaro de Campos

14/12/2013

Sê protagonista da tua própria vida

É isto. Cada pessoa deve aspirar e contentar-se em ser protagonista na sua própria história. Cada vida, um filme. Há-os trágicos, de acção, romances, de suspense, com finais grandiosos, ou com finais que desapontam. Mas, em cada filme, cada vida. tentemos ser os protagonistas. Todos os males do mundo começaram por haver alguém a tentar roubar o lugar de outro. Por amor, por fama e reconhecimento, por riqueza, seja ela de que natureza for. É por tentarmos tornar o nosso papel e a nossa personagem noutra coisa que picamos o espaço uns dos outros.
Ando sem pachorra para as pessoas, mas não é um "sem pachorra" inerte e passivo; é um "sem pachorra" feito de ironias secas e tacadas cheias de requinte...  E gosto deste estado. Levo menos coisas para casa, rio mais do que antes só me causava irritação e revolta; os dias são mais leves assim e eu pasmo ante a maravilha que é observar o teatro de cada um... Noutro dia serei actriz principal. Hoje sou mais espectadora.

30/12/2012

Para o novo ano...

"São as casas mais grandiosas e as árvores mais altas que os deuses deitam abaixo com raios e trovões. Porque os deuses gostam de contrariar o que é maior do que o resto. Não suportam o orgulho, a não ser em si próprios.", em "A Regra de Quatro"
 
Que, contra todos os vaticínios, o Amanhã não nos amedronte. E que não tenhamos medo de nos levantar. Não queiramos pôr-nos em bicos de pés, usar plataformas elevatórias ou subir degraus casuais. Sejamos apenas capazes da humildade de andar direitos e que, dessa forma, tenhamos a altura de que somos dignos e o reconhecimento correspondente.
Feliz ano novo para todos!

23/10/2012

Ontem ouvi...



"És um amor.
Estão a bater-te e tu pensas que é a brincar..."
vindo de uma voz leve, séria e acariciadora.

Hesitei.
Depois ri.
Depois, mais tarde, pensei no assunto.
Fiquei incomodada. ISTO É UM ABR'OLHOS!

Hoje voltei a pensar no assunto.
Olhei bem nos olhos da pessoa que me falou assim.
...e decidi reconciliar-me comigo.
Não é ideal. Mas é o que se arranja.




06/10/2012

Apetecia-me mesmo.... #12


...que chovesse desalmadamente.
Uma chuva torrencial, constante, daquela que torna baças as luzes, que faz parar os carros e deixa as ruas desertas. Daquela que faz do alcatrão uma superfície negra com reflexos de espelhos.
Que caísse primeiro num sussurro e que fosse crescendo, crescendo, até se transformar num rugido. E que a terra, aliviada da seca, soltasse um longo ahhhhhhhhh..., audível só àqueles que, como eu, soubessem apreciar a chuva.
E que houvesse relâmpagos luminosos e, 4 segundos depois, a trovoada... uma trovoada que fizesse vibrar paredes e calasse o chinfrim dos pássaros que gritam lá fora, nas árvores. Uma trovoada daquela que faz toda a gente encolher-se e que me leva, a mim, para a janela...
Trovoada daquela que faz a minha avó dizer:

Santa Bárbara se levantou,
Seus sapatinhos calçou,
Ao caminho se botou
E encontrou um menino que lhe perguntou:
Onde vais, Bárbara?
"Vou espalhar a trovoada,
Lá para a Serra do Marão,
Que não dá palha nem grão,
E onde não há meninos a chorar,
Nem viúvas a rezar..."

Não me lembro do fim... nem sequer sei se as palavras são mesmo estas... Tenho que pedir à minha avó que mas dite...

31/08/2012

Quotidiano...

...a repetição do mesmo milagre.
A minha mãe está a cozer batatinhas, cenoura e a assar uma postinha de bacalhau... a televisão vai regurgitando as mesmas caras e as mesmas crises. Estou a jogar joguinhos da treta no pc e ouço por cima da música a voz da minha irmã que está na cozinha, a observar a minha mãe, a ajudá-la, supostamente, e a fazer comentários disparatados a tudo e mais alguma coisa... a rirem, as duas...
O cheiro que me chega aqui (dos cozidos e do bacalhau assado) faz-me lembrar o Natal. As vozes delas são leves e livres; está tudo sossegado, à excepção do burburinho na cozinha e da televisão que lá vai agitando os seus braços assustadores, mas que nós ignoramos... Fala para aí...

Eu interrompi o meu joguinho da treta porque me dei conta da maravilha que está a acontecer neste momento, deste equilíbrio despreocupado, e tive que vir descrevê-lo... Não preciso de muito mais. Há dias diferentes, em que eu própria sou diferente e exigente, mas esses são raros. Gosto mais destes dias assim...

12/08/2012

I'm Tracy Jordan...

Dizem que é dia de festa hoje... Que a festa é esta semana... Para mim, não. Foi ontem... também há-de ser amanhã... mas hoje não. Hoje não acordei para aí virada. Dei folga à energia e à boa disposição, para irem curtir o dia juntas e, coincidentemente, parece que uma data de gente com quem me cruzei se lembrou de mandar a decência e a inteligência para o mesmo destino... Encontrar-me com essas pessoas hoje não foi um golpe de grande sorte.
Pelo que estou retirada do mundo. Recolhi-me no meu casulo escuro e lá fora as ruas podem inundar de gente, as colunas podem rebentar, as luzes podem estourar, que eu estou em retiro e daqui a nada vou comer umas colheradas de gelado de capuccino...
Queria dormir. Mas sem a parte do "adormecer". Não quero deitar-me e fechar os olhos e ouvir o silêncio ser cortado pelas vozes na minha cabeça. Apetecia-me estalar os dedos e....pumba. A dormir.
Por isso, fico recolhida, não a dormir mas em vigília.
... e como eu sou profundamente egocêntrica, lá tive que vir pôr aqui alguma coisa, porque se eu não estou na festa lá fora, então é porque a festa não existe. E algo tem que existir. Alguma coisa tem que receber os raios luminosos da minha atenção e brilhar com o meu génio... Because I'm like Tracy Jordan... 


Querido blog... Bloggers giros que me seguis... sois vós os contemplados!

10/08/2012

"Nenhum Olhar", de José Luís Peixoto


(suspiro).........e pronto... É o Peixoto.
É um dos seus primeiros romances, desse longínquo ano de 2000. O que lhe valeu o Prémio Literário José Saramago e o catapultou.
Eu conheci o JLP numa fase madura. Li o "Livro" e o "Abraço" e neste "Nenhum Olhar" percebi uma avidez, um esforço, uma tempestade criativa, muitas ideias, muitas ideias... tantos símbolos! Tantos pormenores, tantos elementos a desenrolarem-se ao mesmo tempo, tanto na trama de que trata a história, como na pena/caneta/teclado de quem a relatou.
Gostei muito deste livro. Gosto mais do JLP que conheci no "Livro" e reencontrei no "Abraço".
É brilhante, realmente. E triste, muito triste. Uma tragédia, um fado. E, mesmo no meio da tragédia, as imagens pintadas pelas palavras escritas são belas... E são as repetições melodiosas que nos embalam...que fazem com que, a dada altura, sejamos capazes de terminar as frases antes de as ler...

Talvez o céu seja um mar grande de água doce e talvez a gente não ande debaixo do céu mas em cima dele

Talvez o sofrimento seja lançado às multidões em punhados e talvez o grosso caia em cima de uns e pouco ou nada em cima de outros.

No corredor maior, a voz fechada numa arca, a repetir, a repetir, e a avisar...

o homem que está fechado dentro de um quarto sem janelas a escrever parou de repente a meio de uma frase e o fim, para ele, foi a tinta que desapareceu das páginas que tinha vivido...

É um romance onde reconheci razão naqueles que dizem que JLP é de uma escrita difícil, complexa... Aliás, a escrita, em si, é encantadora; difícil é digerir e processar tudo o que os olhos absorvem numa frase e estar fresco e limpo para a próxima.
Nesse aspecto, é um livro frustrante. Mas frustrante-bom. Um desafio, algo que temos que desbravar. Não aconselhado a leitores-light.

Nota: A capa.... a capa.... não a percebo.... além de que é medonha!

27/07/2012

E já é a segunda referência literária altamente erudita no espaço de uma semana... BAIXEM-SE!

Uma das maiores frustrações é a de saber que aqui onde estou é bom, mas há algures outra coisa a acontecer... e, mais além, outra ainda... Fora todas aquelas de que eu nem sei...
O Álvaro de Campos fumava umas coisas manhosas e sonhava com papoilas mas, quando aspirava a viver tudo de todas as maneiras, tenho que admitir... The dude's got a point...

02/07/2012

"Em terra de cego..."

"...quem tem olho é Rei", dizem vocês.
"...quem não "os" tem no sítio é escravo", digo eu.

Pensem lá no assunto e vejam se não tenho razão...
Ando meio virada para a contestação à verdade instituída, não sei se já repararam pela leitura do post anterior e agora mais este...

25/05/2012

Maravilhosa presunção...

Passo por aquela montra quase todos os dias... e gosto de imaginar que, lá de dentro, ele me observa. Que lhe completo o dia. Que, ali metido todo o dia, todos os dias, de ar condicionado, mede a temperatura do ar cá fora pela quantidade de agasalhos que ponho; a velocidade e direcção do vento pelo embalo que levam os meus cabelos. Que adivinha que o meu dia correu bem se caminho sozinha com um sorriso nos lábios, ou que se apercebe que as coisas não andam famosas se passo de ombros encolhidos e olhos postos no chão... Quando passo carregada de compras sou uma dona de casa zelosa, quando levo a mochila do ginásio ou a raquete do ténis sou a vizinha desportista e enérgica, quando vou acompanhada ele deve imaginar-me uma vida social mais interessante do que é de facto, se vou sozinha sou a desocupada solitária a gastar o tempo da folga... Gosto de imaginar que se lhe ilumina o dia se, por acaso, encontro alguém por ali e paro e converso e rio. E cumprimento-o, caso esteja à porta a fumar o seu cigarro, e sigo o meu caminho enquanto o abandono naquelas cogitações acerca de mim.
Confúcio disse "faz tudo como se alguém te contemplasse". Pois bem... Por muito Big Brother que estas minhas fantasias possam parecer, eu passo ali sempre como se fosse ele o meu contemplador exclusivo.

22/05/2012

Já dizia o meu querido avô...

(normalmente, quando se referia ao meu pai)

Tu és como a vaca... Pode dar muito leite... Depois vai e dá um pontapé no balde... P*** que pariu a vaca...

08/02/2012

"Criatura nobre", eu

Nada temos a fazer neste mundo senão nos resignarmos. Mas as criaturas nobres sabem dar à resignação o lindo nome de contentamento. Anatole France

Não sou a favor da resignação. Não me interpretem mal. Sou a favor da assertividade. Do ser consciencioso. Do ter noção. Do não ser lamuriento. Do entender o nosso lugar no mundo e neste tempo. Da maturidade que isso demonstra. De não ser infantil a ponto de querer tudo hoje. O amanhã existe (quase sempre). De não ser infantil a ponto de querer tudo instantaneamente. As coisas de valor, que nos realizam, são um investimento a longo prazo (quase sempre). Sou a favor de fazermos "as pazes" com o que o dia-a-dia nos dá e fazer disso uma construção equilibrada, onde o nosso querer e a nossa capacidade de sonhar tornam as coisas mais belas. Não sou a favor do desprezo pelo que é quotidiano e vulgar. Não sou a favor de birras. Não sou a favor da infelicidade de estimação. Tenho dentro de mim um lugar negro e triste, mas tento que o outro lado, o feliz e luminoso, o hedonista, que tira prazer de todas as pequenas coisas, o ofusque e silencie. Não dou tempo de antena à frustração. Se as pantufas me chamam, deixo-me levar pelo seu canto sedutor. Se me parecem enfadonhas, atiro-as para o fundo do armário e calço botins. É o "apetece-me". O "tenho ganas de". Mas cuido para que o "apetece-me" seja tangível e mais ou menos imediato. Vale infinitamente mais uma vida preenchida por pequenos degraus que se sobem, um a um, do que ter um patamar gigantesco no horizonte e não encontrar ou recusar, por serem pequenos, os degraus que levam até ele.

21/09/2011

Eu finjo




Pois está claro que finjo. Podes condenar-me?! Mas o meu fingimento não é como os demais... O meu fingimento é na proporção do meu amor. Quanto mais te amo, mais preciso fingir.
Finjo que não dependo da visão de ti para respirar, nem de te tocar para ouvir uma melodia que mais ninguém ouve, nem de sentir o teu cheiro para que o doce saiba a doce... Sinestesias, não é como chamam à intersecção de sensações? Finjo para que penses que estou contigo por opção, por vontade, não por dependência.
Finjo gostar de todas as tuas piadas, finjo não me importar que te atrases, finjo não reparar nas bacoradas que dizes, finjo nunca estar cansada para ti, finjo que não sinto o estômago revolto de cada vez que te vejo ou que se diz o teu nome, finjo não sentir um
micro-arrepio de cada vez que ouço a tua voz, finjo não sentir ciúmes do tempo que não passas comigo, finjo alegrar-me efusivamente com as pequenas ninharias que te fazem feliz... Finjo ajustar-me perfeitamente a ti.
Se não te amasse tanto, dava-me tal como sou. Em vez disso, sou uma fraude, mas uma fraude perfeita para ti.
E depois asfixio. Porque "o mundo do fingimento é uma jaula, não um casulo". Finjo por ti, por amor a ti. Finjo para te saber merecer e depois, porque é tudo fingimento, perco-te por não te saber ter.
Escrito para a Fábrica de Letras, mês de Setembro, tema: Fingimento.

04/04/2011

Pode ser ingenuidade minha...

...mas ao ouvir este salmo na véspera da partida da minha mãe, comovi-me. Comove-me sempre.


"O Senhor é meu pastor: nada me falta.

Leva-me a descansar em verdes prados,

Conduz-me às águas refrescantes

E reconforta a minha alma.

Ele guia-me por sendas direitas

Por amor do seu nome.

Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos,

Nada temerei, porque Vós estais comigo:

O Vosso cajado e o Vosso báculo enchem-me de confiança.

Para mim preparais a mesa

À vista dos meus adversários;

Com óleo me perfumais a cabeça,

E o meu cálice transborda.

A bondade e a graça hão-de acompanhar-me

Todos os dias da minha vida,

E habitarei na casa do Senhor para todo o sempre." Salmo 23

12/03/2011

Falo, falo, falo, falo...

"Quando falares, cuida para que as tuas palavras valham mais do que o silêncio".
"Quando não tiveres nada de bom para dizer, cala-te".
"Fala devagar mas pensa com rapidez".
"Não digas tudo o que pensas mas pensa tudo o que dizes".
"Usa sempre palavras doces, porque não se sabe quando terás de engoli-las".

Sei estas frases de cor. Ainda assim tenho todos os dias a sensação estupidificante de que, em algum momento, disse mais do que devia ou queria...


Quantos silêncios não me teriam poupado alguns desconfortos, algumas inconfidências, revelações sensíveis, demonstrações inequívocas do quanto sei ser limitada e casmurra...?
Embora seja mais frustrante o arrependimento de nao ter falado na altura devida, a mim acomete-me mais, por ser mais frequente, a fúria por não ter sabido respeitar o sagrado silêncio tantas vezes.

09/03/2011

o Trio Dinâmico


Eles eram o TRIO DINÂMICO. Agiam e faziam e aconteciam. Adorados e invejados por todos, em igual e perigosa medida. Eram a face lavada e reluzente da instituição. Vestiam a camisola. Competentíssimos e briosos. Preferidos e sobrecarregados, satisfeitos, apesar de tudo.
Havia o cómico-fofinho-prestável-subserviente-que diz a tudo que "sim". Havia o também cómico-razoável-ponderado-assertivo-que diz a tudo que "sim, com esta condição". E havia a espectadora, a que ria do cómico dos dois, que achava fofinha a fofura de um e admirava a assertividade orgulhosa do outro, que dizia a tudo que "sim", a menos que estivesse "naqueles dias", oscilante entre a subserviência intrínseca e a noção irritante de que era necessário abrir os olhos!
Com uma incapacidade crónica para lidar com dilemas e uma mente demasiado estreita para albergar dois favoritos, matou-os aos dois. O subserviente, foi canja. Na sua ânsia de agradar, obedeceu imediatamente quando ela, a despropósito, lhe disparou um "ok... muito bem... béri well... now, kill yourself". O outro, teve que ser mesmo à paulada, já que não havia sugestão ou influência que penetrasse aquela carapaça todo-poderosa.
Agora, morre afogada em trabalho e, sem um modelo afável-prestável nem sério-poderoso que a inspire, entregou-se a um estado vegetativo insensível. Ficou maluca. E já não é dinâmica.

19/02/2011

Chamem-me o que quiserem...

...beata, rata de sacristia, ou novenas (pessoalmente, acho graça a este último! Foste tu Gi, adorável, quem teve a lembrança!) =D
Chamem! ...a ver se me importo...

A verdade verdadinha toda é que estou contente por estar de folga este fim-de-semana e poder ir à missa amanhã. A tal. A de Domingo. Aquela de que já aqui falei...
Porque sei que, por mais que custe levantar cedo, por mais que chova e que faça frio, quando entrar na igreja vou, como de costume, pensar "Como é bom estarmos aqui!"*, e não há sensação melhor do que essa!

*Evangelho Mt 17, 4

01/02/2011

Confiar

Confia quase sempre. Confia demais. Só não confies quando tiveres provas inequívocas de que não deves. Já todos caímos desamparados por causa disso, mas oxalá não mudemos. Oxalá a vida não nos magoe tanto que nos faça perder esta natureza!
Vale mais confiar e viver tranquilo, do que desconfiar e viver permanentemente a olhar por cima do ombro à espera de uma traição.
Quem confia é feliz, ainda que sofra. Quem confia está a dar uma prova de que é digno de confiança. Quem confia não tem medo. Sabe que se entrega nas mãos de outrém mas não teme. Aquele que confia é bem aventurado. Quem confia nos outros demonstra que, acima de tudo, tem confiança em si próprio (François la Rochefoucauld). A confiança não carece de explicação, nem necessita de justificação. A confiança é um acto de fé, e esta dispensa raciocínio (Carlos Drummond de Andrade). Um acto de confiança dá paz e serenidade (Fiodor Dostoievski).

Tive um amigo que era pessimista, desencantado, triste, solitário, frustrado e azedo. Todos estes males tinham a mesma raiz: a desconfiança que ele votava aos que o rodeavam, inclusivamente àqueles que eram seus amigos sinceros e desinteressados. Perdeu-os a todos. E, o pior, é que continua a achar que teve razão e que foram os outros que erraram.

Se eu desconfiar, estarei a inspirar uma deslealdade que se há-de virar contra mim. Da mesma forma que, à força de confiança, pode-se colocar alguém na impossibilidade de nos enganar (Joseph Joubert) porque, se o fizerem, cobrir-se-ão de vergonha.

Em últma análise, confiar é uma virtude, uma capacidade. E é triste e estéril aquele que não a tem.


Para a Bel.

18/01/2011

História de Amor contada a dois

- There once was a very brave knight.
- Who...
- Who... Who went into battle and received a mortal wound. And as he lay there, dying, his soul...
- Flew to the house where there lived a woman...
- That he loved.
- Yes.
- And his... His soul ate with her and slept with her and was so filled with longing for her...
- He flew back to his master and brought him back to life.

Em "Os Pilares da Terra", de Ken Follet.
A cena, na adaptação feita para a série com o mesmo nome, pode ser vista aqui.