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quinta-feira, julho 03, 2008

A "originalidade" dos políticos portugueses...


O senhor primeiro-ministro de Portugal, engenheiro José Sócrates, ontem à noite, na RTP, deixou-nos esta pérola (ou, se preferirem, este soundbite):

«Temos de viver com aquilo que temos!»

A frase é um comovente apelo: por um lado, à aceitação das "inevitáveis" medidas de austeridade económica que se aproximam; por outro, à capacidade de, com algum "inevitável" sofrimento, ultrapassarmos esta fase menos boa que o país vai atravessar (como se não estivesse já a fazê-lo, desde os primeiros anos desta década, mas enfim...).

Ora, não há dúvida nenhuma sobra a eficácia do soundbite, pois não? Ficou no ouvido, não ficou?
Pois ficou: hoje mesmo há tanta gente a parafraseá-la!


Tal como, nos idos da década de 80 (se é que não foi mesmo na de 70, não me recordo agora), num tempo em que Mário Soares era primeiro-ministro de Portugal (embora não se usasse ainda a expressão "primeiro-ministro de Portugal" - que foi "inventada" numa campanha eleitoral do Professor Cavaco, nos idos da década de 90...), e numa época em que se anunciavam medidas de austeridade, ficou famoso o seguinte, e pungente "slogan" (que era como se chamava, na altura, a um soundbite), precisamente:

«Temos de viver com aquilo que temos!».

(Como já sei que alguns de vocês não acreditam em mim, façam o favor de confirmar lendo o que outros autores dizem sobre a mesma frase, nos seguintes "links":


Confirmado? Então, adiante...)

Ora, isto fez-me lembrar que, no que diz respeito a soundbites, os políticos portugueses são bué originais!


Lembremo-nos, por exemplo, do marechal Spínola (quando era ainda General, e Presidente da República), a apelar à «maioria silenciosa do povo português». Algo que, anos antes, um presidente norte-americano, de nome Richard Nixon (sim, o do caso Watergate), fizera também - apelando, nesse caso (obviamente) ao bom povo dos Estados Unidos da América.
Num e noutro caso, a coisa deu para o torto.


E, como alguém já disse (embora por outras palavras) nunca é boa ideia "macaquear" a História - ela não gosta, vira-se a nós, e morde-nos. Depois, não nos podemos queixar - a não ser de nós próprios...


PS - Sobre o outro assunto político do dia - a libertação de Ingrid Betancourt - faço minhas as palavras de El Presidente Hugo Chavez, na entrevista que graciosamente concedeu a Mário Soares e que passou, há pouco tempo, na RTP: a luta armada não deve ser feita recorrendo a reféns civis, ainda que sejam políticos. Só isso.

terça-feira, outubro 09, 2007

E agora uma piada, só para desenjoar, e antes de voltarmos às coisas sérias.

Em Março de 2000, o então ministro do Ambiente, José Sócrates, foi a Avis (no distrito de Portalegre), encerrar solenemente uma lixeira e, não menos solenemente, inaugurar um aterro sanitário.
Nesses tempos, especulava-se muito sobre a possibilidade do território de Portugal continental vir a sofrer um período de seca. E isso, numa região onde ainda há (ou havia...) agricultura e pecuária, constituía uma grande preocupação. De resto, até o abastecimento de água para consumo das populações poderia ficar comprometido (porque existiam graves deficiências a esse nível, nomeadamente na própria cidade de Portalegre...). Isto, é claro, no caso de se concretizar a perspectiva de seca. O que não veio a acontecer: passadas algumas semanas caiu uma carga de água tão grande que a preocupação passou a ser o risco de inundações e enxurradas.
Mas esperem aí, a piada não é essa.
Aliás, isso não tem piada nenhiuma.

A piada é que, pouco antes, o então primeiro-ministro, António Guterres, tinha solenemente fechado as comportas da então recém-terminada barragem de Alqueva, e...
Pronto, está bem, isso também não teve piada.
A piada (agora a sério) é que, em Avis, no acto de encerramento da lixeira e inauguração do aterro sanitário, uma jornalista, de um órgão de comunicação social nacional (ainda por cima!...) lembra-se de fazer ao senhor ministro do Ambiente a seguinte brilhantíssima pergunta:

- Não receia, Senhor Ministro (bem, talvez eu esteja a exagerar e ela não tenha dito Senhor Ministro, mas apenas senhor ministro... adiante...), que a seca que se perspectiva possa vir a afectar o enchimento da barragem do Alqueva?

Esperem aí, que a piada ainda não acabou.
O senhor ministro, sem pestanejar nem perder a compostura, responde qualquer coisa como «não, uma vez que o processo de enchimento leva vários anos, e mesmo que exista agora seca, o que aliás é apenas uma possibilidade(...)» e por aí adiante.

Quando cheguei à redacção do Jornal D'Hoje para escrever o artigo que já viram ali em cima, conto a história ao directot, Rui Vasco Neto. E ele (depois de ter a reacção que calculam...) comenta: «Pois. O sentido de humor não é o ponto forte do Sócrates».

Mas pronto, isso foi no tempo em que "o Sócrates" era apenas Ministro do Ambiente, e a gente ainda podia contar factos reais acontecidos com ele, sem nos arriscarmos a que nos acontecesse qualquer coisinha má.
Portanto, façam de conta que eu não vos contei nada, está bem?

PS (já sabem que isto significa Post Scriptum, e não se refere a nenhum partido político): tenho pena que, quando o actual primeiro-ministro, reagindo a uma manifestação de representantes dos trabalhadores do sector da Educação, se considerou "insultado", não estivesse lá a tal jornalista (ou outra do mesmo quilate) para lhe perguntar porque razão se sentiu ele insultado. É que, pelo que passou na reportagem eu, sinceramente, não entendi.
Mas, pronto, os tempos são outros. Já passaram 7 anos, o actual primeiro-ministro não é o "banana" do Guterres, e o jornalismo também já não é o que era.
Aliás, começo a ficar convencido de que, simplesmente, já não é.
E isso para quem sempre levou esta coisa do jornalismo a sério, é muito chato. No mínimo.)

domingo, julho 22, 2007

Como dizia o outro: «tu o disseste...»

Qual o propósito deste vídeo?

Ora ainda bem que me faz essa pergunta...

Vejamos:

Uma gafe é uma gafe e, como os políticos gostam de dizer, vale o que vale?...

sábado, julho 21, 2007

«Eu já fui ministro da droga!»




(José Sócrates, primeiro-ministro português,
na Assembleia da República, durante o debate sobre o estado da Nação)


Beeeem.........
Querem comentários?
Quer dizer... será que posso?
Querem?
Posso?...
Enfim... já que insistem... (mas é mesmo só porque vocês insistem, hã?...) cá vai a minha despretensiosa e modesta opiniãozita.
É assim:
Eu cá acho que o Senhor Primeiro-Ministro de Portugal se enganou, e queria dizer «eu já fui o Ministro responsável pelo Combate à toxicodependência em Portugal».
E, prontos, enfim, errar é humano, não é? E aquilo foi dito no parlamento português, não foi?
Pois foi! Então... Então, não é assim tão grave!... Pois não...
Imaginem que a frase «eu já fui ministro da droga» era dito noutro parlamento, sei lá, assim tipo deixa cá ver... tipo no parlamento brasileiro. Era pior, não era?...
Pois era.
Aí sim, seria grave.
Aliás, aí seria mesmo caso para que o orador instituísse a si próprio um processo disciplinar e, quiçá, uma acção judicial. Porque, como devem entender, é muito feio designar um alto funcionário do Estado como «ministro da droga».
Isso não se faz! Não se faz não senhor!
Ai ai ai ai!!!
Francamente!
Era logo processo para cima dele!!!
E era muito bem feito!
(Quer dizer, isto se seguissemos escrupulosamente as regras tacitamente instituídas na função pública portuguesa... Mas não é caso para tanto. Pois não?)