sexta-feira, dezembro 23, 2011
três poemas de natal
quarta-feira, março 23, 2011
Dois poemas de Rui Tinoco, publicados no Debaixo do Bulcão 39 e lidos na Festa da Poesia de Almada (Incrível Almadense, 21 de Março de 2011)
O LOCUTOR
achei curioso: depois da notícia
surpreendi um certo olhar de
tristeza ao Locutor. os factos não
eram para menos: a desgraça
abatera-se sobre a família
de Domodedonova durante
as recentes chuvadas tropicais.
o seu telejornal era diferente, ele
não acreditava no rigor da máxima
«uma imagem vale mil palavras»
e insistia em acrescentar uma outra,
a de si mesmo, profundamente
combalido com as misérias do mundo.
felizmente, o dia é longo, tem vinte
e quatro lo-o-o-ongas horas e um nosso
atleta conquistou uma rara
medalha. depois do jantar, o tom
era de festa – assim o ditava
o alinhamento. pobre Locutor!
teve de mascarar a negra sombra
que lhe pairava sobre o coração
e, afirmo-o sem receio, o seu
rosto exalava então a mais profunda
a mais pura e radiosa
alegria! foi nesse momento
que se interrompeu a transmissão
em virtude de compromissos
publicitários.
O ECONOMISTA
o Economista pensa com
índices, afirma x
ou bate-se pela ideia oposta
conforme o que lhe dizem os mercados.
ninguém ouve tão bem os mercados
como o nosso Economista. é
preciso que todos se calem, que os professores
ensinem mais baixinho, que os
maestros não rodopiem demasiado
ao conduzir majestosas orquestras,
que o poeta não chocalhe tanto
as metáforas. é a partir deste
momento que ficamos suspensos
a todo o pequeno gesto
à mais insignificante hesitação
do Economista. ele ouviu os mercados,
aquilatou e alinhou os mais misteriosos
índices. afirmou: «o vosso destino
está sujeito a uma OPA hostil,
o Dinheiro não gosta que estejam
aqui a ler poesia».
Rui Tinoco (poemas) e Jorge Figueira (fotos)
sexta-feira, março 18, 2011
Debaixo do Bulcão no no Dia Mundial da Poesia
O cartaz da Festa da Poesia, a realizar dia 21, no Salão de Festas da Incrível Almadense, e a capa da nova edição do Debaixo do Bulcão poezine - mais informação sobre este projecto editorial alternativo aqui:
http://debaixodobulcao.blogspot.com
A Festa da Poesia de Almada é uma organização da Sociedade Filarmónica Incrível Almadense, em parceira com a SCALA - Sociedade Cultural de Artes e Letras de Almada, Associação Poetas Almadenses, O Farol - Associação de Cidadania de Cacilhas, e Debaixo do Bulcão. Durante o evento haverá uma sessão de "poesia vadia" (aberta à participação de todos os que desejem dar a conhecer os seus poemas, ainda que não editados) e serão distribuídas 3 publicações de poesia (cadernos das associações Poetas Almadenses e SCALA, bem, como a já mencionada edição 39 do Debaixo do Bulcão poezine).
A entrada é livre, e estão todos convidados!
quinta-feira, novembro 11, 2010
"Mi Mundo" - poesia do Sahara Ocidental
"Poemas de autores do Sahara Ocidental, lidos por refugiados sarahuis nos campos de refugiados da Argélia", em 2006. Em castelhano, que é a língua da antiga potência colonial daquele território - e que nós em Portugal entendemos muito bem (ainda que às vezes façamos de conta que não...).
quinta-feira, outubro 14, 2010
soneto incompleto em memória de sísifo
a baldes a carrego desde a fonte
e devagar penoso subo o monte
tropeçando nas pedras do caminho
que aqui alguém as pôs como empecilho.
tropeço entorno a água volto à fonte
e novamente vou subindo o monte.
ainda bem que é água em vez de vinho!
Affonso Gallo (poema)
André Antunes (ilustração)
Na edição 38 do Debaixo do Bulcão poezine.
http://debaixodobulçcao.blogspot.com/
sexta-feira, outubro 08, 2010
dia de chuva na cidade
Dia de chuva na cidade
triste como não haver liberdade.
Dia infeliz
com varões de água
a fecharem o mundo numa prisão.
E alguém a meu lado com voz múrmura que diz:
"está a cair pão"
Ah! que vontade de gritar àquela criança seminua
sem pão nem sol de roupa:
"Eh! pequena! Deita-te na rua
E abre a boca..."
Dia em que urdo
este sonho absurdo.
José Gomes Ferreira
sábado, março 27, 2010
No Dia Mundial do Teatro... poesia!
Actores e declamadores dizem poesia de autores lusófonos, na abertura de um dos painéis do 1º Encontro de Poetas do Mundo em Almada, que está a decorrer no Convento dos Capuchos. É lá, também, que está a ser distribuída a mais recente edição do mais vetusto poezine de Almada - quiçá do país... - Debaixo do Bulcão.
domingo, março 21, 2010
Dia Mundial da Poesia, da Árvore e da Floresta. No hemisfério sul é Outono...
Canção de Outono
Talvez eu encontre flores no caminho
e nelas eu possa tecer o meu sorriso.
Foi entre ondas e areias
que descobri o invertido paraíso.
Eram pessoas vazias de si mesmo,
solitárias, desesperadas e sem canções.
E entre folhas secas caídas no chão
não entendiam a beleza das estações.
Elas partiram e voaram para longe,
inerte as minhas lágrimas de solidão!
Ventos, chuva, tempestades
eram as folhas caídas no chão.
O coração chora em súplicas:
Se mereço, perdoa-me!
Eu sou a folha caída
que de saudade chora.
Tantos outonos cantados,
das folhas que voaram
dos verões que se foram
e das primaveras que choraram.
Perdoa-me folha seca!
Minhas lágrimas não foram em vão
se chorei, foram lágrimas de solidão.
Suzana Martins
http://www.sumartins.wordpress.com/
sábado, março 20, 2010
Começa hoje, no Convento dos Capuchos
domingo, fevereiro 28, 2010
O "novo" livro de Alexandre Castanheira é um "Tributo a Almada"
Alexandre Castanheira comemora hoje 82 anos. Poeta, dramaturgo, ensaista, dirigente associativo, professor universitário, grande divulgador das Artes e letras que se fazem por terras almadenses - Castanheira praticamente dispensa apresentações, tal é a amplitude e importância da sua obra.
(No que diz respeito às Letras, então, é mesmo um caso excepcional, num concelho como o de Almada, onde há muita gente a escrever - isso é certo - mas onde poucos se têm distinguido nesse ofício. É a minha opinião.)
O livro apresentado no dia 27 de Fevereiro é uma reedição (via Poetas Almadenses, na colecção Índex Poesis) de textos escritos para o catálogo da exposição de pintura de Albino Moura, "Almada do meu olhar"
Não serão, certamente, do mmelhor que Alexandre Castanheira escreveu até hoje. Mas, ainda assim, vale a pena lê-lo. E vê-lo a declamar a sua poesia.
Ou, também, ver e ouvir Francisco Naia - que adaptou, destra forma, a poesia de Alexandre Castanheira:
(Sessão de lançamento de "Tributo a Almada (Assim aprendi a olhar Almada)", poesia de Alexandre Castanheira, editada pela associação Poetas Almadenses. Le Bistro Café, Almada, 27 de Fevereiro de 2010)
segunda-feira, janeiro 18, 2010
"Espectáculo de Homenagem a ARY DOS SANTOS - POETA DE CANÇÕES"
"Espectáculo Musical interactivo da Vida e Obra de Ary dos Santos, com projecção de imagens. 4 Artistas fazem uma passagem pelo autor desde a música ligeira ao fado, desde o início ao fim da sua vida. Este é um Espectáculo Cultural que pretende recordar e ensinar, mas acima de tudo, viver ao Vivo as emoções dos poemas cantados com os quais Ary dos Santos se deu a conhecer." - informação copiada do canal do Youtube de onde copiei este vídeo.
José Carlos Ary dos Santos "nasceu na Maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, a 07 de Dezembro de 1936 e faleceu a 18 de Janeiro de 1984 na mesma cidade", diz a Wikipédia (aqui).
Mais dados biográficos e poemas, em
http://users.isr.ist.utl.pt/~cfb/VdS/ary.dos.santos.html
http://www.citi.pt/cultura/literatura/poesia/ary_dos_santos/
terça-feira, dezembro 22, 2009
Um círculo de poesia, em Moura
quarta-feira, dezembro 16, 2009
ÍCARO
atormentaste a solidão do impossível e os castigos
da poesia.
muito cedo se fez corpo em teu dia. muito cedo
amaste outro labirinto.
ícaro,
caiste para salvar a humanidade. ora pro nobis.
António Vitorino
O Ciclo da Serpente - premonições deveras líricas (1989)
Edição Poetas Almadenses, colecção Index Poesis.
Almada, Dezembro de 2009
É hoje!
Depois de quase três décadas a guardar papelada em gavetas, publico finalmente um livrito que se veja. Chama-se "O Ciclo da Serpente - premonições deveras líricas". Foi escrito em 1989, mas só vai ser editado em livro agora - muito devido ao incentivo e à insistência (no bom sentido, claro!...) do professor Alexandre Castanheira (que, de resto, escreve um notável prefácio a este livro - e à minha "obra literária" não editada, que ele conhece como poucos).
O lançamento é hoje - quarta-feira, 16 de Dezembro de 2009 - a partir das 21h30, na Sala Pablo Neruda do Fórum Municipal Romeu Correia (biblioteca central de Almada).
A edição é do colectivo Poetas Almadenses (associação informal de autores cá do burgo).
A seguir à apresentação do livro, José Vaz e João Vasco Henriques farão a leitura dos poemas, num recital sonorizado pelo projecto "O Burro e o Cigano". Se os meus estimados amigos e potenciais leitores quiserem, também posso dar autógrafos no final (apesar de não ter jeitinho nenhum para essas coisas). Infelizmente não vos posso oferecer um copito com qualquer coisa dentro. A menos que água vos satisfaça.
Aproveito o ensejo para lembrar que, no sábado à noite, farei a apresentação deste livro em Moura, no Teatro Fórum.
Não quero deixar de agradecer, também, à directora da colecção Index Poesis, Ermelinda Toscano (como e óbvio, sem a sua colaboração e empenho seria impossível publicar este livro), ao Rui Tavares (autor da capa e contra-capa do livro), à Sofia Chanoca (a modelo que, sem saber muito bem como, se viu metida nesta "alhada"), aos actores que vão fazer a leitura dos poemas. E, por último mas não menos importantes, a Andreia Egas e Jorge Feliciano - que me vão receber (receber bem, espero...) em Moura!
terça-feira, novembro 24, 2009
Evocando o poeta António Gedeão (e o cientista e multifacetado artista Rómulo de Carvalho), no dia do seu nascimento...
Encontrei uma preta
terça-feira, novembro 10, 2009
"Tomar Partido" - poema de José Carlos Ary dos Santos, dito pelo próprio
No dia em que se assinalam 25 anos sobre a morte de José Carlos Ary dos Santos, eu lembro aqui uma faceta incontornável do poeta: o militante comunista! Claro que Ary foi muito mais que um panfletário. Mas foi, também, isto: autor corajoso, que tomava partido!
Biografia e mais poemas no site As Tormentas:
http://www.astormentas.com/din/biografia.asp?autor=Ary+dos+Santos
sábado, abril 25, 2009
LOUVOR AO SANTO CONDESTÁVEL E A TODOS OS QUE SEGUEM O SEU VIRTUOSO PORÉM VARONIL EXEMPLO
Affonso Gallo
http://affonsogallo.blogspot.com/
quarta-feira, abril 15, 2009
Bulcão é isto: