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quarta-feira, setembro 02, 2009

Soeiro Pereira Gomes na Festa do Avante 2009


Soeiro Pereira Gomes é considerado um dos fundadores do neo-realismo "português". Mas não é "apenas" isso. Na Festa do Avante deste ano teremos a oportunidade de o (re)descobrir enquanto lutador pela liberdade. E, naturalmente, enquanto militante do PCP.
Espero que, também, como o grande escritor que - não obstante a reduzida extensão da sua obra - efectivamente, foi. Aliás, é: os grandes escritores nunca morrem!...
Sábado, às 16h45, no pavilhão "Festa do Livro", apresentação da obra de Soeiro Pereira Gomes, por Manuel Gusmão. Domingo, 15h30, no Café Concerto de Lisboa, debate "Soeiro Pereira Gomes, o Artista e o Partido, o Tempo e os Lugares", com Filipe Diniz, Manuel Augusto Araújo e Manuel Gusmão.
Texto e fotos do programa da Festa do Avante 2009

terça-feira, abril 14, 2009

No centenário de Soeiro Pereira Gomes


«Joaquim Soeiro Pereira Gomes (Gestaçô, 14 de Abril de 1909 - Lisboa, 5 de Dezembro de 1949) foi um dos grandes nomes do neo-realismo literário em Portugal.
Militante comunista, desenvolveu uma sensibilidade social muito grande, que se reflectiu no seu trabalho, onde está sempre presente a denúncia das desigualdades e das injustiças.
A sede nacional do Partido Comunista Português, em Lisboa, tem o seu nome (Edifício Soeiro Pereira Gomes), assim como a rua onde se situa.»
Fonte: Wikipédia

Principais obras: Esteiros (publicado em 1941) Engrenagem (publicado em 1951).
Sobre os livros, o autor e as personagens, escreve Raul M. Marques, num take da Agência Lusa:

«Um rio, o Tejo. Uma terra, Alhandra. Indissociável de ambos
(...)
Nunca ninguém antes, na literatura portuguesa, contou como Soeiro este rio, esta terra. Em dois romances: o rio em "Esteiros", um título maior do primeiro neo-realismo português, a terra em "Engrenagem".
"Engrenagem" é a história de uma localidade voltada para o campo e para o rio que uma fábrica vai transformar radicalmente, com pesadas consequências para gentes e ambiente. O modelo é Alhandra, no entanto nunca nomeada no livro."Esteiros", o livro, é a história de crianças que a pobreza condena ao trabalho, à mendicidade, ao abandono.
Esteiros são canais estreitos abertos pelo rio. "Minúsculos canais como dedos de mão espalmada", escreveu Soeiro. Do barro desses canais se alimentou, dos anos 30 até ao princípio dos anos 60, uma pequena indústria - de fabrico de tijolos e telhas. Nesses telhais, nos
meses quentes do Verão, trabalhavam centenas de homens - adultos e crianças -, pagos a salários de fome.
Esse mundo de trabalho violento, em condições de completa insalubridade, findou. Onde o rio foi senhor absoluto durante muitos anos, há agora o chão seguro de uma marginal, estátuas, palmeiras, praças.
Uma dessas praças tem o nome de Soeiro. Homenagem da terra a alguém que, nela não tendo nascido, a ela consagrou muito do seu saber, do seu trabalho de cidadão, de escritor e de militante nas fileiras do Partido Comunista. Nascido em Gestaçô em 1909, Soeiro fixou-se em Alhandra a partir de 1931. Trabalhou na Cimentos-Tejo, hoje Cimpor, e paralelamente desenvolveu uma intensa actividade de dinamização cultural ainda hoje lembrada e que se concretizou, por exemplo, na criação de bibliotecas populares nas sociedades recreativas, na construção de uma piscina.
Nessa piscina, anos mais tarde, formou-se como nadador de grandes distâncias, de fundo, "de águas abertas" - e nesse domínio foi campeão -, um dos humildes heróis de "Esteiros", Gineto, Baptista Pereira de seu nome. Também ele tem uma rua em Alhandra. Não longe da Praça Soeiro Pereira Gomes.»