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quarta-feira, 28 de maio de 2014

Ele há coisas... #45


Isto era o banner gigante que esteve durante vários dias no edifício da Comissão Europeia. "This time it's different", diziam eles. Acho que não era bem este diferente que estavam à espera.

Se a ironia matasse...




S.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

This is why I love the EU - parte II

A Comissão Europeia lançou uma nova campanha. E eu, que me cheirou a igualdade de género, fui espreitar o lançamento.


Nas minhas pesquisas em trabalho já me tinha deparado com a abolição de um mito que pervade o dito senso comum e que é um dos grandes culpados por haver tão pouco mulherio em áreas científicas (vulgo Agrupamento 1):

- As raparigas são tão boas em Matemática (em alguns países, até melhores) quanto os rapazes.

Quando descobri, primeiro arregalei os olhos de espanto e logo a seguir enfureci-me. Contra o meu professor de Matemática do 9º ano que dizia cheio de desprezo que Humanidades era para meninas, contra o estereótipo do cientista louco homem de meia idade de cabelo branco, contra a afirmação - pelos vistos - estupidamente idiota tão frequente na boca de toda a gente que o cérebro dos rapazes é melhor a fazer contas do que o de quem tem mamas. 

Parece que a Comissão também se enfureceu. Vai daí e lançou então esta campanha para tentar atrair raparigas adolescentes para áreas tecnológicas, científicas, mecânicas. E para a investigação.

Maneira escolhida: provar que a ciência pode ser feminina. Ainda não decidi se esta é a melhor abordagem mas, hey, whatever works...

Foi engraçado ver raparigas naquele lançamento com batôns com o logótipo da campanha, pequeninos boiões de creme, sacolas. Mas o mais interessante aqui, e essa é a base de toda a campanha, são as role-models. Mulheres que trabalham em profissões de ciências naturais, engenharia mecânica, em laboratórios, informática, a explicar o que fazem, como fizeram para chegar ali, como a ciência não tem de ser masculina. Se tivermos em conta que 1/4 das raparigas britânicas de 11 anos almejam ser strippers (Sexualisation of Young People Report - google it!), parece-me um bom exemplo.

Fico contente. Muito. Quase me faz arrepender ter mudado de Agrupamento no 10º ano...



S.


domingo, 13 de maio de 2012

Brincar às Uniões Europeias

Fiquei contente por, apesar de estudá-la à exaustão, trabalhar nela diariamente e escrever artigos todas as semanas sobre a mesma, descobrir que me consigo entusiasmar pela União Europeia como quando ainda era um sonho longínquo. Entusiasmar-nos que nem uma criança com o nosso trabalho só pode ser o prelúdio de uma relação saudável com a parte profissional da nossa vida :)

O mapa onde assinalámos, com uma moeda de 1cêntimo a nossa terra natal

Não é todos os dias que se tem a vista do outro lado... (Parlamento Europeu)

Porque 2012 é o Ano Europeu do Envelhecimento Ativo


A cadeira lusitana no Conselho de Ministros


 O segundo país a receber mais fundos europeus, logo a seguir à Espanha...

A parafernália de posters para pendurar na parede ("Growing Stronger Together", indeed)




S.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Eram 27, agora são 28

Mentira. Disse ontem que ainda não tínhamos tirado nenhuma foto de Bruxelas, mas afinal há uma.




Esta, que na minha histeria UE-induzida não pude deixar de tirar. Mostra que já adicionaram um 28º mastro para a Croácia que aí vem (julho de 2013), em frente do edifício da Comissão. Neste momento só lá está a bandeira da Croácia, há-de tornar-se uma bandeira azulinha da UE como as outras.

A primeira coisa que me lembrei foi a de ter estado ali há uns bons meses e comentar com a minha prima, por entre gargalhadas, que já não havia mais espaço para adicionar mais postes para bandeiras. Daí que a UE não podia absolutamente alargar para mais ninguém: não há espaço à frente do Berlaymont, não há, azar.

Mas afinal parece que há sempre espaço para mais um, fisica e simbolicamente. :)



p.s. não é que eu seja rapariga de me importar muito com tempos e climas, mas só para referência, ainda não vi uma pontinha de sol desde que cheguei. E depois é Londres que tem a fama de cinzenta, tss, tss.



S.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Today was a good mail-day

Catálogo da (do?) IKEA e cartas que nunca mais vinham e estavam a empatar as minhas candidaturas a mil e uma coisas.


Amanhã lá estarei eu de manhã cedo colada à porta dos correios a enviar a minha carta (registada e urgente e tudo e tudo, porque nestas coisas não há cuidados a mais) para a Comissão, mais conhecida neste blog como o meu futuro empregador. Agora só é preciso é ela colaborar...

Amanhã já serei outra, de candidatura feita e de olhos sonhadores depois de todas as coisas magníficas que me aguardam no catálogo. Que não haja espanto se a hipocrisia abundar e eu gritar 'EU QUERO UMA CASA GRANDE E CHEIA DE ROUPEIROS MARAVILHOSOS'. E me estiver a marimbar para viver numa cidade cheia de mundo à minha volta e não sei quê. É preciso não nos levarmos demasiado a sério (tem sido o meu novo lema de vida).



S.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Há dias assim

Hoje é um dia deveras arrepiante. 5 "cenas":

1. após muita espera, chegou finalmente o dia do início da candidatura para os estágios de Março 2012 na Comissão Europeia. Quem me conhece - e eu escrevo apenas para quem me conhece - sabe que a minha ambição profissional de há muitos anos é a UE, mais concretamente a Comissão Europeia. É a minha paixão, medida através do indicador que a Rowling uma vez me ensinou: "a minha paixão é ser escritora, sei-o porque só me imagino a ser escritora e não percebo porque é que toda a gente não quer também ser escritora". Desde que li esta frase que meço as minhas paixões por ela, especialmente a profissional. Sei que a minha paixão é a Comissão porque não percebo como é que o resto das pessoas não ambiciona também trabalhar lá.

Isto que não seja lido como arrogância, egoísmo ou self-centrismo da minha parte; tal exprime apenas o meu desejo visceral, a minha ambição máxima, a minha paixão pela União Europeia, concretamente, Comissão. E o que ela significa para mim. Portanto, sim, trabalhar na Comissão, para a Europa. O meu mantra.

Vá daí que este dia seja importante. Não porque já me tenha inscrito (tenho até setembro e trabalho e tenho uma dissertação para escrever) ou porque me vá inscrever tão depressa, mas porque a época começou. E isso enche-me de nervosinho miudinho e histeria interior.


2. Comissão também. Hoje saíram os resultados do meu teste de candidatura à função pública europeia. Esta mais a sério porque implica mesmo emprego, trabalho, carreira. Inscrevi-me em março ou abril, só porque sim, para ver como era o processo e os testes. Sou realista e a minha cabeça estava noutro lado: em plena época de essays e início de pesquisa para dissertação, mais mudança para Portugal e pesquisa de estágios, não me preparei rigorosamente nada para os tais testes. Coisa que diz que se tem de fazer, no mínimo dois meses antes, não sei quantas horas por dia. Ainda assim tive um bom resultado, que, ainda que não esteja nos 20% melhores (de onde eles tiram os que passam à fase de entrevistas), não me desiludiu e tornou-me confiante de que para o ano, com a devida preparação, chego lá.


3. Ai, dissertação, dissertação... Sei que estás mortinha por começar a ser escrita, por começar a tomar forma, por começar a nascer. E pela minha parte sei que acabaram-se-me os textos para ler, os artigos para pesquisar, os livros de igualdade para folhear. Daí que o passo seguinte para este fim-de-semana seja abrir um documentozinho do word, cruzar os mil e um apontamentos espalhados pelas cento e uma folhas, e começar a debitar texto. Estou cheia de nervoso. Cheia de inseguranças e cheia de medo que se assemelha àquele pânico inicial sempre que pensava na dissertação final. Não sei, não consigo, não escrevo bem, o meu inglês ficou em Londres, tenho saudades da minha biblioteca gigante, da minha mesa do estúdio, das horas infinitas à minha frente para escrever. Sorrio quando penso que daqui a 3 meses vou-me lembrar que a minha dissertação foi feita nas horas apertaditas de fim-de-semana, na mesa comprida da minha casinha, com os meus gatos a miar à porta e o sol portguês a escaldar lá fora.

Tudo se há-de arranjar. E daqui a 3 meses vou-me rir com afeto destas inseguranças que afinal surgem sempre que inicio a escrita de um essay, agora em maior escala diretamente proporcional ao tamanho da dissertação final.


4. E não é que ontem fiz o gesto corajoso de pressionar o play no filme Harry Potter and the Half-Blood Prince? E não é que pela primeira vez fiquei impressionada com um filme de HP?? E não é que só critiquei umas 10 vezes, em vez das habituais 50??? Ía fazendo direta só para ver o Deathly Hallows I. (!) Queres ver que vou mesmo à estreia do último filme...


5. Hoje vou ao cinema. Depois de um ano, há que registar este facto. Quero olhar para o bilhete e rir com alegria os 5 euros e qualquer coisa que vou pagar. Em vez das 13 libras da última vez. (De notar que os filmes nos cinemas londrinos não levam serviço de legendagem. Então para quê preços duas vezes mais elevados do que os que levam? Observação que sempre me mistificou).


É isto. Dia emocionalmente cansativo.  

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Dissertação: check

Afinal escolher o tema da dissertação final foi muito simples.

Dissertações/teses de mestrado sempre foram alvo de muita curiosidade por minha parte mas também muito respeito. Afinal, é preciso alguma dose de coragem para:

1. Escrever 30 000 palavras sobre uma investigação original da nossa autoria;

2. Defender essa mesma investigação numa audição pública, perante um júri e quem mais quiser aparecer.

Mas isto são as teses dos mestrados portugueses. Um Master britânico tem duas diferenças muito significativas, e que tornam todo o processo de imaginar, investigar e escrever uma tese muito menos assustador:

1. São apenas 10 000 palavras (isso é pouco mais do dobro de um essay final; já fiz 3 por isso já cobri o espetro da dissertação :) )

2. Não há defesa da dissertação, apenas entrega e avaliação normal.

Sim, este último ponto só o descobri quando já estava em aulas de mestrado cá e fiquei estupefacta. Não há defesa da dissertação?! Ora, isso tira o pânico todo à coisa. E 10 000 palavras, vamos ser sinceros, é pouco. Para mim é perfeito, nunca consegui meter 'palha' nos testes nem nos trabalhos. Dissertação = 2 essays para mim é perfeito.

A semana passada todos os alunos de European Studies receberam um e-mail do departamento com a tão temida ficha para preencher com o título da dissertação final. Nervosismo e algum pânico verificou-se. Desta vez, e ao contrário dos essays do 1º semestre, não participei nesse pânico.

A minha ideia para tópico de dissertação final tem-se mantido sempre a mesma desde que me inscrevi na King's. Durante o verão, sob a perspetiva de ir estudar num ambiente diferente, numa universidade mais exigente, fartei-me de ler livros sobre a União Europeia, para não entrar no curso sem base nenhuma. Ao mesmo tempo ía tentando perceber qual a área, dentro da UE, que mais me dizia. Foi enquanto lia um livro sobre o Médio Oriente que me surgiu a ideia: direitos das mulheres. Que direitos das mulheres seja algo flagrante quando lemos algo sobre o Médio Oriente não é de estranhar, mas e então onde fica a UE no meio desse tema?

Sempre tive a ideia de que a UE tinha uma preocupação peculiar com a igualdade de géneros. Ou melhor, desde sempre, não. Tenho uma vívida recordação da presidência portuguesa da UE em 2007, muito devido à assinatura do Tratado de Lisboa (nesse dia ninguém pagou transportes em Lisboa! E os autocarros da carris andavam com duas bandeirinhas, da UE e de Portugal x) ). Mas em especial lembro-me de me vir parar às mãos um CD pequenino que continha as prioridades da presidência portuguesa e onde se destacava a igualdade de géneros. E lembro-me de ter ficado surpreendida. E de ter achado um máximo.

Porque quando pensamos em direitos das mulheres pensamos em países árabes, terceiro mundo, etc. É bem mais flagrante a sua violação nesses países. Sem dúvida alguma. Mas a Europa... A Europa ainda tem um percurso longo a percorrer. Ainda existem falhas. Verdade seja dita, as mulheres nunca viveram uma época tão cheia de oportunidades como a minha geração o tem. Mas a igualdade de géneros ainda não é uma realidade. Mais oportunidades para as mulheres significa mais dificuldades, entraves e discriminação. É muito fácil ser mulher num mundo onde a única verdadeira e aceitável hipótese é ser dona de casa e ter filhos. Educação e mercado de trabalho abertos significa potenciais (e reais!) discriminações e obstáculos. É uma área à qual sou muito sensível, toca-me e choca-me como poucas conseguem verdadeiramente fazer. É por isso que só faz sentido que a minha dissertação seja sobre esse tema.

A especificidade tem de ser maior, mas essa será decidida enquanto faço a leituras de investigação sobre o tema. Possíveis tópicos podem ser a evolução da legislação sobre igualdade de géneros, a importância do Tribunal de Justiça Europeu, etc. A professora a quem pedi opinião sobre o tema aconselhou-me a entrevistar as deputadas do Comité dos Direitos das Mulheres do Parlamento Europeu. Disse que iriam ficar encantadas por eu estar a fazer dissertação sobre isso. Não consigo deixar de rir quando penso nisto, um risinho nervoso, porque iria ser tão espetacular mas... sou tão aluna. Mete-me impressão que aquela gente se sentisse minimamente disponível para entrevistas para a minha humilde dissertação :D.

É uma área onde, talvez como mais nenhuma, me vejo a construir uma carreira. Em qualquer instituição, em qualquer país, em qualquer setor do mercado de trabalho. Claro que a minha ambição é a Comissão. Mas penso que seria feliz se pudesse ter um emprego onde o meu trabalho fizesse a diferença nessa área.

Por isso é com um coração muito leve que vou preencher a ficha com o título da minha dissertação.

'How effective has the European Union been in promoting and achieving gender equality'.




S.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Consultorias, oh consultorias!

A minha maior ambição é trabalhar na Comissão Europeia. Uma ambição nada modesta, mas desde quando é que um sonho tem que ser modesto? Aliás, deve-se sonhar alto, para darmos o melhor de nós e não só o esforço mediano. Aim high, devia ser o lema de toda a gente. Claro que as ambições não se atingem num piscar de olhos, é preciso ir avançando passo a passo, sem nunca desistir.

Uma das disciplinas que escolhi este semestre (Lobbying and policy-making in the EU) não me tinha convencido totalmente. Lobbies, interesses a tentar influenciar a formulação de leis sempre me pareceu ser muito duvidoso, ter uma conotação negativa. Isso foi até ter começado a estudar esta disciplina.

Segundo consta, a Comissão tem pouco pessoal para lidar com as suas funções (fazer leis para 500 milhões de cidadãos). Portanto, precisa da informação detalhada e especializada que grandes grupos de interesse lhe podem fornecer para poder formular as leis como deve ser. E como é que esses grupos adquirem essa informação tão preciosa? Recrutam os serviços de investigadores. Segundo consta, há tanta gente a tentar influenciar o trabalho da Comissão Europeia como pessoas a trabalhar lá dentro.   

Ora, onde é que eu quero chegar... Existem inúmeras empresas cuja função é 'vender' os projetos encomendados por interesses de grupo, que por sua vez os vão fornecer à Comissão. Essas empresas, as consultorias, empregam investigadores, especializados na União Europeia e noutros assuntos mais específicos (ambiente, energia, transportes, saúde, etc.) para levarem a cabo esses projectos. O que significa que encontrei uma potencial carreira :)

É algo que me vejo definitivamente a fazer durante longos anos. Basicamente é uma extensão do mestrado, já que envolve apenas (apenas!) pesquisa e investigação. Seria como fazer teses mas com alguém a pagar-me para isso. É perfeito. O meu carácter encaixa perfeitamente nesse tipo de trabalho: meticulosa, perfecionista, adoro trabalhar sozinha durante longos períodos de tempo, serena e extremamente autónoma. E o que é melhor, estas empresas são absurdamente receptivas a candidatos! Normalmente as instituições não gostam de receber currículos especulativos, algumas colocam isso bem explícito no seu site, 'Só aceitamos candidaturas para vagas abertas'. Ora, as consultorias que já pesquisei enfatizam que os currículos de todos os candidatos que se interessarem por trabalhar para elas são bem-vindos. !!!

Por isso arranjei nova ocupação: pesquisar entre a extensiva lista de consultorias que trabalham com a UE (a UE fez o favor de colocar essa lista no seu site EuroActiv. Já alguma vez mencionei quanto a adoro?) e enviar o meu currículo, mais a aborrecida mas fundamental carta de apresentação (cover letter).

Desta vez não vou escrever uma única cover letter e enviá-la para todas as vagas a que quero concorrer, mudando apenas algumas coisitas. Nop. Vou escrever uma carta personalizada para cada consultoria, para exprimir o meu entusiasmo em trabalhar para a mesma e para que tenha a certeza que dei o meu máximo em cada candidatura.

Figas, please :)  ! 




P.S. - Esta foto provavelmente dá a impressão errada. A minha ambição é a Comissão sim, mas não ser Comissária. O trabalho de bastidores é muito mais a minha 'praia' ;)

S.