Claro que se trata do nosso poeta primeiro - Luis de Camões.
Neste pequeno livrinho estão compilados 204 sonetos, e a sua leitura é puro deleite.
Parabéns para quem acertou.
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03 setembro, 2013
30 julho, 2013
Desafio nº 20 (e último) - pelo contrário, o autor deste poema é o primeiro dos primeiros. E mais não digo. Qual é ele, qual é?
Apolo e as nove Musas, descantando
Co’a dourada lira, me influíam
Na suave harmonia que faziam,
Quando tomei a pena, começando:
“Ditoso seja o dia e hora, quando
Tão delicados olhos me feriam!
Ditosos os sentidos que
Estar-se em seu desejo traspassando!”
Assim cantava, quando o Amor virou
A roda da esperança, que corria
Tão ligeira, que quase era invisível.
Converteu-se em noite o claro dia;
E, se algüa esperança me ficou,
Será de maior mal, se for possível.
Sem ajudas.
A resposta será publicada no dia 3 de Setembro.
Trata-se de “Memória de elefante”, o primeiro romance de António Lobo Antunes .
Parabéns para quem acertou.
Co’a dourada lira, me influíam
Na suave harmonia que faziam,
Quando tomei a pena, começando:
“Ditoso seja o dia e hora, quando
Tão delicados olhos me feriam!
Ditosos os sentidos que
Estar-se em seu desejo traspassando!”
Assim cantava, quando o Amor virou
A roda da esperança, que corria
Tão ligeira, que quase era invisível.
Converteu-se em noite o claro dia;
E, se algüa esperança me ficou,
Será de maior mal, se for possível.
Sem ajudas.
A resposta será publicada no dia 3 de Setembro.
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Resposta do desafio nº 19:Trata-se de “Memória de elefante”, o primeiro romance de António Lobo Antunes .
Parabéns para quem acertou.
02 julho, 2013
Desafio nº 19 - Não é fácil ler e entender este romance. Pela escrita densa (na nossa língua) e pelo tema angustiante. Este excerto, da pág. 46, disso dá conta. Qual é e quem o escreveu?
Aqui, pensou o médico, desagua a última miséria, a solidão absoluta, o que em nós próprios não aguentamos suportar, os mais escondidos e vergonhosos dos nossos sentimentos, o que nos outros chamamos loucura que é afinal a nossa e da qual nos protegemos a etiqueta-la, a comprimi-la de grades, a alimentá-la de pastilhas e de gotas para que continue existindo, a conceder-lhe licença de saída ao fim de semana e a encaminhá-la na direcção de uma “normalidade” que provavelmente consiste apenas no empalhar em vida. Quando se diz, considerou ele de mãos nos bolsos a observar os serafins do bagaço, que os psiquiatras são malucos, está-se tocando sem saber o centro da verdade: em nenhuma especialidade como nesta se topam seres de crânio tão em saca-rolhas, tratando-se a si mesmos através das curas de sono impingidas por persuasão ou à força aos que os procuram para se procurarem e arrastam de consultório em consultório a ansiedade da sua tristeza, como um coxo transporta a perna manca de endireita em endireita, em busca de um milagre impossível.
Ajuda se eu disser que é o primeiro romance do autor da bata branca?
Ajuda se eu disser que a sua vasta obra é um sucesso internacional?
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Resposta do desafio nº 18:
Claro que é “A mãe”, de Máximo Gorki, um clássico da literatura russa.
Parabéns para quem acertou.
04 junho, 2013
Desafio nº 18 – Este romance é um cântico de esperança na luta pela justiça social. A heroína é uma velha mulher do povo. Quem o escreveu?
Diariamente, entre o fumo e o cheiro de óleo do bairro operário, situado no arrabalde, a sereia da fábrica apitava e vibrava. Das casas escuras saíam à pressa, como baratas assustadas, pessoas tristes, de músculos ainda entorpecidos. Ao ar frio da manhã, caminhavam pelas ruas mal pavimentadas para a alta gaiola de pedra que, serena e indiferente, as esperava com os seus numerosos olhos quadrados e viscosos. A lama estalava sob os seus passos. Exclamações roucas de vozes sonolentas vinham ao seu encontro, injúrias e pragas rasgavam o ar. Ouviam-se agora outros sons: o ruído surdo das máquinas, o grunhido do vapor. Escuras e rebarbativas, as altas chaminés negras perfilavam-se, dominando o bairro como grandes varapaus.
…
No bairro falava-se dos socialistas que difundiam por toda a parte folhetos escritos a tinta azul. Esses folhetos denunciavam com energia o que se passava na fábrica…
A mãe compreendia que toda essa agitação era obra do filho. Via as pessoas juntarem-se à volta dele, e os receios pelo seu futuro misturavam-se com o orgulho de ter um tal filho.
Ajuda se eu disser que a vida de quem o escreveu foi marcada pela miséria e pela violência?
Ajuda se eu disser que é um clássico da literatura soviética?
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Resposta do Desafio nº 17:
Foi fácil este desafio. Ou melhor, foi facílimo.
Claro que é “Amor de Perdição”, do grande Camilo Castelo Branco, publicado em 1862.
Parabéns para quem acertou.
07 maio, 2013
Desafio nº 17 – Esta é uma história de “fazer chorar as pedras da calçada”. Verdade! E não acredito que haja quem a não conheça.
Não me fujas ainda, Teresa. Já não vejo a força, nem a morte. Meu pai protege-me, e a salvação é possível. Prende ao coração os últimos fio da tua vida. Prolonga a tua agonia, enquanto te eu disser que espero. Amanhã vou para as cadeias do Porto, e hei-de ali esperar a absolvição ou comutação da sentença. A vida é tudo. Posso amar-te no degredo. Em toda a parte há céu, e flores, e Deus. Se viveres, um dia serás livre; a pedra do sepulcro é que nunca se levanta. Vive, Teresa, vive!... Ontem, vi as nossas estrelas, aquelas dos nossos segredos nas noites da ausência. Volvi à vida e tenho o coração cheio de esperanças.
Ajuda se eu disser que quem assim ama se chama Simão?
Ajuda se eu disser que esta história foi escrita na cadeia da Relação do Porto?
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Resposta do Desafio nº 16:
Foi fácil este desafio. Claro que é “O Estrangeiro”, de Albert Camus, publicado em 1942.
O escritor venceu o Prémio Nobel de Literatura,1957.
Parabéns para quem acertou.
02 abril, 2013
Desafio nº 16 – Lê-se e não se esquece, este romance que aborda o tema da vulnerabilidade do homem perante o absurdo? Quem o escreveu é Nobel, sim senhor!
Hoje, a mãe morreu. Ou talvez ontem, não sei bem. Recebi um telegrama do asilo: «Sua mãe falecida. Enterro amanhã. Sentidos pêsames.» Isto não quer dizer nada. Talvez tenha sido ontem.
….
Quando estava lá em casa a mãe passava o tempo a seguir-me em silêncio com os olhos. Nos primeiros dias de asilo, chorava muitas vezes. Mas era por causa do hábito. Ao fim de alguns meses, choraria se a tirassem do asilo, ainda devido ao hábito. Foi um pouco por isto que, no último ano, quase não a fui visitar. E também porque a visita me tomava o domingo – sem contar com o esforço para ir até ao autocarro, comprar os bilhetes e fazer duas horas de viagem.
Ajuda se eu disser que é um clássico da literatura moderna?
Ajuda se eu disser que é muito estranho o personagem/narrador desta história, mas não conseguimos deixar de gostar dele?
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Resposta do Desafio nº 15:
Pois é, mesmo sabendo que todos acertaram (será?) aqui vai a resposta: é “O crime do padre Amaro”, do grande Eça de Queirós, publicado em 1875.
Parabéns para quem acertou.
Parabéns para quem acertou.
01 março, 2013
Desafio nº 15 - É um clássico, sim senhor, este romance português, feito de intrigas de clérigos e beatas. Haverá quem não tenha lido? Duvido!
Ameliazinha do meu coração. Não posso atinar com as razões maiores que a não deixaram responder ao bilhetinho que lhe dei em casa da senhora sua mamã; pois que era pela muita necessidade que tinha de lhe falar a sós, e as minhas intenções eram puras, e na inocência desta alma que tanto lhe quer e que não medita o pecado.
Deve ter compreendido que lhe voto um fervente afecto, e pela sua parte me parece (se não me enganam esses olhos que são os faróis da minha vida, e como a estrela do navegante), que também tu, minha Ameliazinha, tens inclinação por quem tanto te adora...
Deve ter compreendido que lhe voto um fervente afecto, e pela sua parte me parece (se não me enganam esses olhos que são os faróis da minha vida, e como a estrela do navegante), que também tu, minha Ameliazinha, tens inclinação por quem tanto te adora...
… Porque não respondeste pois?
… Se tu soubesses como eu te quero, querida Ameliazinha, que até às vezes me parece que te podia comer aos bocadinhos!
Ajuda se eu disser que para Antero de Quental este romance “perfeito” tem “o magnetismo da vida”?
Ajuda se eu disser que é o retrato de uma sociedade analfabeta e medrosa, “atulhada nos formalismos de uma religião”?
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Resposta do Desafio nº 14:É de Gonzalo Torrente Ballester esta “Crónica do Rei Pasmado”, publicada em 1989.
Vale a pena ler.
Parabéns para quem acertou.
05 fevereiro, 2013
Desafio nº 14 - Alvoroço no reino, intrigas na corte. É pitoresco este romance. Quem o escreveu?
- Há que levantar o silêncio como se levanta um cobertor. Então chegará até nós um bulício distante feito de mil ruídos diferentes, desde o grito daquele que assassina na escuridão uns rufiões a soldo, até ao gemido de prazer de uma rapariga que acaba de descobrir o amor, porque o seu marido foi de viagem e ela decidiu, por fim, receber como amante o homem que a cortejava. Sabe Vossa Majestade que esse homem lhe pedirá que se dispa? Mas também há maridos que expulsam as suas mulheres da cama por pretenderem despir-se. Os homens e as mulheres desta corte não pensam hoje noutra coisa, porque se disse que o Rei, Nosso Senhor, queria ver...
Disse-se em todos os círculos, em todas as esquinas, em todos os locutórios. Não se disse, mas aludiu-se, nos púlpitos, e andam pela cidade procissões de penitentes a pedir que não os atinja a vingança do Senhor pelos pecados do Rei.
Disse-se em todos os círculos, em todas as esquinas, em todos os locutórios. Não se disse, mas aludiu-se, nos púlpitos, e andam pela cidade procissões de penitentes a pedir que não os atinja a vingança do Senhor pelos pecados do Rei.
Ajuda se eu disser que este rei "pecador" queria apenas ver a Rainha nua?
Ajuda se eu disser que "pasmamos" com a crítica mordaz à pretensa moral e bons costumes da corte espanhola, na época da Inquisição?
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Resposta do Desafio nº 13:
Trata-se de “Gente feliz com lágrimas", de João de Melo, publicado pela Dom Quixote, em 1988.
Acreditem que é um romance genial. Não deixem de ler.
Parabéns para quem acertou.
08 janeiro, 2013
Desafio nº 13 - Histórias de uma família, contadas com cheiro a mar. Memórias tristes de infância e busca de destinos felizes. Quem escreveu?
Quem não teve a sorte de viver a sua infância e não possa recordá-la com gratidão dificilmente aceitará que o corpo e a alma tenham uma idade bem definida. Penso-o por mim, sempre que ao espelho olho o branco amarelado do meu cabelo, o costume de franzir as sobrancelhas e enrugar a testa e a maneira como estou falando comigo e a minha é a voz dum homem zangado com a vida. A minha wife não sabe, nunca há-de saber por que motivo falo com ela mas não olho para ela. Os nossos filhos, sempre que peleijo com eles, encolhem-se, tremem de medo, pensando que a voz é do tamanho do corpo. Nunca bati em nenhum dos meus pequenos. Prometi olhar sempre para o meu passado e pensar duas vezes antes de castigar um filho meu. Educá-los pelo respeito e não pelo medo, bem ao contrário do meu pai, esteve sempre na primeira linha das minhas intenções.
Ajuda se eu disser que foi escrito na língua de Camões?
Ajuda se eu disser que ao lê-lo experienciamos sons, cores, cheiros, dores, lágrimas, sorrisos?
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Resposta do Desafio nº 12:
Acho que foi demasiado fácil chegar às “Memórias de uma menina bem-comportada”, de Simone de Beauvoir, publicadas em 1958.
Parabéns para quem acertou.
07 dezembro, 2012
Desafio nº12 – Considerava que cada pessoa é responsável por si própria. Quem é esta mulher guerreira que gostava de ser tratada como a maior escritora francesa?
Ninguém me aceitava tal como eu era, ninguém me amava; amar-me-ia eu bastante, pensei, para compensar este abandono. Outrora convinha-me, mas preocupara-me pouco em me conhecer; doravante pretendi desdobrar-me, olhar-me, espiar-me; no meu diário dialogava comigo própria. Entrava num mundo cuja novidade me aturdia. Aprendi o que separa o desespero da melancolia e a secura da serenidade; aprendi as hesitações do coração, os seus delírios, o aparato das grandes renúncias e os murmúrios subterrâneos da esperança.
…
Contudo perseverei no meu desígnio: servir.
O meu caminho estava traçado: aperfeiçoar-me, enriquecer-me e exprimir-me numa obra que ajudasse os outros a viver.
Ajuda se eu disser que nasceu, em 1908, numa colónia francesa, e que este foi o primeiro livro de uma vasta obra autobiográfica?
Ajuda se eu disser que teve uma relação polémica com o maior filósofo do seu tempo?
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Resposta do Desafio nº 11:
Este não foi fácil, pois não? Trata-se de “Os três seios de Novélia”, de Manuel da Silva Ramos. Ganhou o Prémio de Novelística Almeida Garrett 1968.
Parabéns para quem acertou.
06 novembro, 2012
Desafio nº 11 - Que romance é este que um nome grande da nossa literatura classificou de "proeza literária"?
- E a sua vida? Ainda não sei nada de si… Diga-me, o que é a sua vida?
- A minha vida são os meus livros. As palavras que conduzo. As situações que rego. Os homens que invento para os outros homens. As mulheres que nunca consegui encontrar para o corpo de acção, para o espírito das palavras. Às vezes ando quinze dias atrás duma mulher que encontro casualmente na rua, a observá-la, a segui-la, até casa, até ao emprego, para lhe fixar os mínimos (gloriosos) pormenores para depois os lançar ao papel como um osso a um cão. Mas acabo sempre por desistir porque nunca conseguiria reproduzir-me como uma fotografia ou uma radiografia. Os meus livros não são um guia automobilístico nem o roteiro de uma cidade. Estão abandonados no sangue até que deles participe todo o mundo. E às vezes esqueço-me de viver a minha própria vida. Sim, a minha vida é um veículo que se alimenta de sol em vez de gasolina e que anda só em sentido contrário…
- Porque escreve então?
…
- Porque não sei falar…
Ajuda se eu disser que o autor é português e tinha apenas vinte anos quando publicou este pequeno romance?
Ajuda se eu disser que ganhou o Prémio de Novelística Almeida Garrett?
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Resposta do Desafio nº 10:
Claro que é o gostoso “Como água para chocolate”, da escritora mexicana Laura Esquível, publicado em 1989.
Parabéns para quem acertou.
02 outubro, 2012
Desafio nº 10 - Veio do México este romance dulcíssimo. Qual é e quem o escreveu?
Apesar do tempo decorrido, ela conseguia lembrar-se perfeitamente dos sons, das cores, do roçar do seu vestido novo sobre o chão recém-encerado; o olhar de Pedro sobre os seus ombros… Aquele olhar! Ela caminhava para a mesa levando uma bandeja com doces de gema de ovo quando o sentiu, ardente, a queimar-lhe a pele. Virou a cabeça e os seus olhos encontraram-se com os de Pedro. Nesse momento compreendeu perfeitamente o que deve sentir a massa de uma filhó ao entrar em contacto com o óleo a ferver. Era tão real a sensação de calor que invadia todo o seu corpo que perante o medo de que, como a uma filhó, lhe começassem a brotar borbulhas por todo o corpo – na cara, no ventre, no coração, nos seios – Tita não conseguiu sustentar esse olhar e baixando os olhos atravessou rapidamente o salão até ao extremo oposto…
Ajuda se eu disser que a trama da história gira à volta de tachos, panelas e colheres de pau?
Ajuda se eu disser que é na cozinha que se “cozem” e “temperam” amores e desamores?
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Resposta do Desafio nº 9:
Foi tão fácil, tão fácil este desafio.
Claro que é “O Principezinho”, de Antoine de Saint-Exupéry.
Claro que é “O Principezinho”, de Antoine de Saint-Exupéry.
Parabéns para quem acertou.
04 setembro, 2012
Desafio nº 9 – Há quem lhe chame “Livro da Infância”. Há quem diga que é uma fábula infantil destinada a adultos. Quem é o escritor/voador e qual é a história que marca gerações?
- Gosto muito do pôr-do-sol. Vamos ver um pôr-do-sol…
- Mas é preciso esperar…
- Esperar o quê?
- Esperar que o sol se ponha.
…
- Um dia, vi o pôr-do-sol quarenta e três vezes!
…
- Sabes, quando se está muito triste, gosta-se do pôr-do-sol…
…
- Queria ver um pôr-do-sol… Faça-me um favor… Ordene ao sol que e ponha…
Ajuda se eu disse que o autor é francês mas este pequeno/ENORME livro foi escrito e editado em Nova Iorque, em 1943?
Ajuda se eu disse que a ingenuidade da escrita e as ilustrações singelas passam uma mensagem séria sobre a vida e as relações humanas?
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Resposta do Desafio nº 8:
Trata-se de “Fazes-me falta”, o terceiro romance de Inês Pedrosa, publicado em 2002 pela Dom Quixote.
Contado em duas vozes, entrecruza o olhar de duas gerações e começa assim: Não basta morrer para conhecer o sorriso de Deus – mesmo que, como foi o meu caso, se tenha vivido abismada nele uma vida inteira. Maravilhoso!
Parabéns para quem acertou.
03 julho, 2012
Desafio nº 8 – Quem tão bem escreve sobre a perda, a vida e a morte merece um aplauso. Sabe quem perdeu e o que depois escreveu?
Não me conformo à morte da imortalidade, e não ouço a voz quente e cantada do meu pai. Custou-me tanto não ter um pai quando comecei a ser bonita. Um pai com quem pudesse brincar ao mistério feminino, um pai a quem pudesse chocar e enternecer, apresentar rapazes e pedir ajuda. Aos catorze anos disseram-me que não tinha pai nem mãe, disseram-me que ninguém pode dizer que tem o amor de que mais precisa. Chamei por eles através do espaço saturado das noites e nunca lhes ouvi a voz.
Ajuda se eu disser que foi o terceiro romance que publicou?
Ajuda se eu disse que é portuguesa e profunda conhecedora de Fernando Pessoa?
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Resposta do Desafio nº 7:
Não necessito de discursar para divulgar: trata-se de “O Papalagui”, uma compilação dos discursos de Tuiavii, chefe de tribo de Tiavéa, nos mares do sul, recolhidos e publicados por Erich Scheurmann.
O livro foi publicado em Portugal pela editora Antígona, em 1989.
Parabéns para quem acertou.
05 junho, 2012
Desafio nº 7: Um observou e discursou... outro publicou. De que livro se trata?
Suponhamos, com efeito, que um Branco tem vontade de fazer qualquer coisa e que o seu coração arde de desejo por isso: que por exemplo, lhe apetece ir deitar-se ao sol, ou andar de canoa no rio, ou ir ver a sua bem-amada. Que faz ele então? Na maior parte das vezes estraga o prazer com esta ideia fixa: «não tenho tempo de ser feliz». Mesmo dispondo de todo o tempo que queira, nem com a melhor boa vontade o reconhece. Acusa mil e uma coisas de lhe tomarem o tempo e, de mau grado e resmungando, debruça-se sobre o trabalho que não tem vontade nenhuma de fazer, que não lhe dá qualquer prazer e que ninguém, a não ser ele próprio, o obriga a fazer.
Nunca fui capaz de entender isto, julgo que se trata de uma doença grave. «O tempo escapa-se-me por entre os dedos!», «O tempo corre mais veloz do que um cavalo!», «Dá-me um pouco mais de tempo!» - tais são os queixumes do homem branco.
Ajuda se eu disser que o livro, publicado pela primeira vez em 1920, fez um sucesso estrondoso por todo o mundo?
Ajuda se eu disser que em Portugal foi publicado pela editora Antígona, em 1989?
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Resposta do Desafio nº 6:
Ora bem, claro que é “Cem anos de solidão”, do GRANDE Gabriel García Márquez, vencedor do Nobel da Literatura 1982.
Disse ele: Propus-me escrever Cem anos de solidão para dar uma saída literária, integral, a todas as experiências que de uma maneira ou de outra me marcaram na infância. Eu não faço sair os meus livros do nada mas da realidade da América Latina.
Ainda bem, digo eu.
Parabéns para quem acertou.
Parabéns para quem acertou.
08 maio, 2012
Desafio nº 6: Espelho meu, espelho meu, há quem não saiba quem isto escreveu?
Aureliano Buendía e Remedios Moscote casaram-se num domingo de Março diante do altar que o padre Nicanor Reyna mandou montar na sala de visitas. Foi o culminar de quatro semanas de sobressaltos em casa dos Moscote, porque a pequena Remedios atingiu a puberdade antes de superar os hábitos de infância. Apesar do que a mãe lhe ensinara sobre as mudanças da adolescência, certa tarde de Fevereiro irrompeu aos gritos pela sala onde as irmãs estavam a conversar com Aureliano e mostrou-lhes as cuecas sujas de uma substância achocolatada. Marcou-se o casamento para daí a um mês. Mas houve tempo para lhe ensinar a lavar-se e a vestir-se sozinha, a compreender os assuntos elementares de um lar. Deu muito trabalho a convencê-la da inviolabilidade do segredo conjugal, porque Remedios andava tão perturbada e ao mesmo tempo tão maravilhada com a revelação, que queria comentar com toda a gente os pormenores da noite de núpcias.
Ajuda se eu disser que é considerado o maior escritor hispano-americano desde Cervantes?
Ajuda se eu disser que é um romance mágico sobre o amor e a condição humana?
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Reposta do Desafio nº 5:
Trata-se de “Afirma Pereira” (1994), autoria do, recentemente falecido, Antonio Tabucchi.
O romance é a história atormentada da tomada de consciência de um velho jornalista solitário e infeliz, e tem como pano de fundo o salazarismo português, o fascismo italiano e a guerra civil espanhola.
Parabéns para quem acertou.
10 abril, 2012
Desafio nº 5: Excerto de um romance “existencial” /testemunho de um período trágico da Europa. Qual é e quem o escreveu?
Às seis e meia Pereira ouviu bater à porta, mas já estava acordado, afirma. Observava as estrias de luz e de sombra das persianas no tecto, pensava na Honorine de Balzac, no arrependimento, e parecia-lhe que também ele devia arrepender-se de alguma coisa, mas não sabia de quê. De repente sentiu vontade de falar com o padre António, porque a ele poderia confiar que queria arrepender-se, mas não sabia de que é que se devia arrepender, era isto que queria dizer, ou talvez lhe agradasse só a ideia do arrependimento, quem sabe.
Ajuda se eu disser que o protagonista da história é um jornalista português, e a acção decorre em plena ditadura salazarista?
Ajuda se eu disser que o autor considerava Portugal a sua segunda pátria?
Ajuda se eu disser que o autor considerava Portugal a sua segunda pátria?
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Resposta do Desafio nº 4:
Trata-se de “Morte em Veneza” (1912), o excelente romance de Thomas Mann, que conta a história trágica de um escritor de meia-idade que, em Veneza, se apaixona platonicamente por um belo jovem polaco (a representação perfeita da beleza e da inocência) e que morre sem ter trocado com ele uma única apalavra.
Parabéns para quem acertou.
06 março, 2012
Desafio nº 4: A que extraordinária novela fui buscar este excerto?
Muitas vezes se sentou num banco do parque, quando o sol caía já por trás de Veneza, para observar Tadzio, vestido de branco e com um cinto colorido, que se entretinha com uma bola no pátio de gravilha… era clara a alegria, a surpresa, a admiração, quando o seu olhar encontrou os olhos daquele cuja ausência sentira – e nesse momento Tadzio sorriu. Sorriu para ele, falando-lhe quase, familiar, encantador e franco, com lábios que muito lentamente se abriam num sorriso. Era o sorriso de Narciso que se inclina sobre o espelho da água, o sorriso profundo, encantado, demorado, com que estende os braços para o reflexo da sua própria beleza – um sorriso muito ao de leve desfigurado, desfigurado pelo desejo vão de beijar os lábios apetecíveis de uma sombra, um sorriso coquette, curioso e ligeiramente atormentado, fascinado e fascinador.
Recebeu este sorriso e afastou-se com ele como uma oferenda funesta.
Ajuda se eu disser que Luchino Visconti a levou ao cinema, em 1971?
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Resposta do Desafio nº 3:
O poema é “Tabacaria”, de Álvaro de Campo, heterónimo do poeta maior da literatura portuguesa: Fernando Pessoa.
Parabéns para quem acertou.
07 fevereiro, 2012
Desafio nº 3: De que poema foram retirados estes versos? E quem o escreveu?
(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo, senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
Ajuda se eu disser que foi escrito em 1928?
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Resposta do Desafio nº 2:
O escritor americano é o genial Cormac McCarthy.
Parabéns para quem acertou.
10 janeiro, 2012
Desafio nº 2: Qual é o escritor americano que escreve desta forma peculiar?
. Pôs a mão em concha e varreu o troco de cima do balcão para a palma da outra mão e guardou as moedas no bolso e deu meia volta e dirigiu-se para a porta.
. Ele saiu da recepção com a chave no bolso da camisa e entrou na Ramcharger e deu a volta até ao lado oposto do edifício e estacionou e saiu e dirigiu-se para o quarto, levando na mão o saco contendo o receptor e as armas.
. Tirou a caçadeira do saco e pousou-a na cama e acendeu o candeeiro da mesa-de-cabeceira. Acercou-se da porta e apagou a luz do tecto e voltou-se para trás e estendeu-se na cama e contemplou o tecto.
Cara ou coroa?
Já agora, de que livro foram retiradas estas frases?
O prémio para quem acertar é… a minha admiração por ler livros profundamente perturbadores mas fascinantes, de um autor genial.
Parabéns!
Reportando agora ao Desafio nº 1, passo a informar que comprei o primeiro dos quatro volumes de Guerra e Paz, de Leão Tolstoi (Lev Tolstói), 399 páginas, editados pela Presença.
Vai ser grande a maratona...
Reportando agora ao Desafio nº 1, passo a informar que comprei o primeiro dos quatro volumes de Guerra e Paz, de Leão Tolstoi (Lev Tolstói), 399 páginas, editados pela Presença.
Vai ser grande a maratona...
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