(blusa estampada, 1990)
Se dúvidas eu tivesse, estas fotografias (e muitas outras) de «euzinha», tiradas nos anos noventa e esquecidas numa caixa de cartão no fundo de um armário, comprovam que foi no estilo marcante da década de noventa que se inspiraram os criadores da moda actual.
Foi um encantamento encontrar-me com elas e comigo, pois então! Recordei o instante exacto de cada disparo da máquina fotográfica, quando foram tiradas, onde foram tiradas, quem as tirou. Recordei, deliciada, instantes da minha vida pessoal e profissional (que marcas boas deixou em mim aquele mês de trabalho na Guiné-Bissau...).
Fotografias são uma prova de vida. E estas são sim fragmentos da minha vida, livres de quaisquer efeitos da passagem do tempo.
Sem pingo de nostalgia, mas com uma certa tristeza (confesso), por momentos quedei-me hirta pensando no quanto mudei, momentos apenas, pois logo gritei (a sério que gritei): VIVA! Continuo viva, saudável, fiel aos meus valores, e feliz! (continuei gritando...) E não sou, nem nunca fui, fanática por moda!
(Vá, a memória já me prega algumas partidas, natural, não?!)
Pois então, foi para «memória futura» que decidi digitalizar estas fotografias (poderiam ser tantas outras) e «estampá-las» aqui no Rol. Talvez me inspirem a perder pelo menos metade dos quilos que ganhei. As rugas não me incomodam, são páginas do meu livro de vida, lembranças doces ou amargas, marcas do tempo, e o tempo é precioso!
Uma das fotografias é prova de uma lembrança doce e amarga: a doce celebração do meu 40º aniversário; a amarga ausência do maridão, longe, muito longe. A trabalhar, claro!
E, sem falha de memória, garanto que naquele exacto dia eu pesava: 51 quilos. Saudades daquele peso? Nunca, jamais, saudades eu só tenho dos que amo e do tempo que não vivi intensamente.
Olhar fotografias antigas é gostoso demais. Verdade!
(saia estampada, blusa cavada, 1990 / casaquinho estampado, 1990)
(calça legging, 1990)
(calça legging, 1991 / saia de malha plissada, 1991)
(blazer com enchumaços, 1992 / saia calção, 1992)
(vestido abotoado à frente, 1993)
(vestido lycra, 1994 / casacão xadrez, 1995)
(calções compridos com cintura subida, 1995)
(macacão, 1997)
Deixei esta fotografia para o fim e propositadamente desfoquei-a um pouco. Eu, com o Carlos, algures no centro de Moçambique, no distante 1991.
Reparem no que tenho ao ombro. Sim, sim, é uma confortável e prática mochila, em pele muito macia, recordo. Levava dentro tudo e mais alguma coisa!
Pois não é que as mochilas voltaram a ser «moda» e conquistam espaço com uma infinidade de cores e modelos?
Confesso, não acho piada nenhuma às mochilas pequeninas e, pior, cobertas de tachas.
(fotos da net)
Agora anote: os calções, mais compridos e amplos, em tons neutros ou estampados, cintura subida, com pregas, bolsos, folhos ou aplicações, vão estar em alta na primavera/verão 2020. E as mochilas vão continuar «na berra», pois então!
(mochila às costa, Canadá, 1999)
Fui muito feliz nos anos noventa!
"A melhor coisa sobre uma fotografia é que ela não muda mesmo quando as pessoas mudam."
Handy Warhol, pintor e cineasta americano (1928-1987)