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quinta-feira, 2 de abril de 2020

O Reino Unido não tem estrutura para isto



Sinto-me como alguém que terminou de sair de uma exaustiva luta corporal. Mas tudo passou-se no campo psicológico. Ter ficado em casa de quarentena ontem e hoje, já estava a parecer-me uma coisa boa. Poder descansar o corpo pareceu-me um benefício que nem percebi estar a precisar e tinha de apreciar. Pela primeira vez consegui dormir mais que três horas - sem bem que acordei umas seis vezes entre as 3 da manhã e as 9h, quando despertei de vez. 

Deixei os colegas todos usarem o WC. Quando subitamente lembrei-me de verificar o meu saldo bancário porque a Easyjet disse que fazia o "refund"/devolução da passagem aerea mas a verdade é que até agora, zeritos. Tenho um email deles a dizer que a transacção foi feita, mas nenhum dinheiro na conta bancária. Espertinhos!



E foi então que vi uma "transacção pendente", um pagamento de uma compra feita ontem. Quando fui a ver o que se tratava, pois não comprei nada, fiquei muito chateada. 

Lembram-se disto? De ter escrito sobre a minha primeira compra na Amazon e de como fui forçada a aderir ao serviço Prime, gratuito no primeiro mês e possível de cancelar, mas ao qual tive forçadamente de aderir para terminar a compra? Lembro-me do comentário depreciativo do SOG: "Mulheres....".


Pois. Mulheres têm uma intuição do caraças. Mesmo tendo cancelado a subscrição ao serviço gratuito da Amazon em menos de 24h e tendo recebido um email deles a confirmar esse cancelamento, dizendo que nenhuma cobrança seria feita após esse mês gratuito, adivinhem de quem era a transacção pendente no valor de 7.99£?  (uns 9 euros). 


Ah, pois é!

Mas o pior foi tentar entrar em contacto com as entidades envolvidas: o Banco, para cancelar e bloquear a Amazon, e a Amazon em si. Esta última, para esquecer. Nem me esforcei muito, pois nota-se online que não estão muito interessados em facultar esse tipo de contacto. Liguei de imediato foi para o Banco... ai. Estou exausta. Foi mentalmente exaustivo e tudo pelo tempo de espera, pela quantidade de chamadas que fiz para no final a ligação ser cortada por eles e ter de ligar novamente... A sensação de frustração a crescer, crescer, ansiedade, nervos...

Estão todos a trabalhar "a partir de casa", e a gravação dizia que a chamada podia demorar mais tempo que o habitual, mas seria atendida. Pedia para que esperasse em linha. Mas depois de muito esperar, ninguém atendia. Ao final de 40 minutos, desliguei para tentar outra abordagem. Acabei por regressar ao mesmo número e desta vez foi pior. Depois de facultar a razão pela qual fiz a chamada, facultar todos os números de segurança e dados pessoais, tudo uma dezena de vezes, a chamada desconectava ao final de uma longa gravação sobre o vírus do Corona. 

A frustração atingiu-me o sistema nervoso. Cheguei a largar lágrimas. 

O Reino Unido não está equipado para lidar com um lockdown. 
Entrar em contacto com os organismos para continuar a usar os serviços é um pesadelo. Para contactar o HRMC - que é o portal do governo como as nossas finanças, fiquei eu duas horas e meia só para me darem um número que precisava para entrar online e fazer uma "clame". Depois de responder a uma série de perguntas de carácter pessoal, falhando uma porque a ordem das duas palavras de segurança era inversa à que disse, desligaram-me a chamada. 

Foi inútil, fez-me perder tempo, a situação resolveu-se comigo a regressar ao Centro de Emprego para pedir o tal número. No instante em que lá estava recebo uma chamada da agência de recrutamento a oferecer um trabalho - o tal do qual fui dispensada - e aceitei. Fazer a "clame" (pedido de subsídio) ficou adiado e fora de questão. Quem trabalha sem contrato de horas certas, não tem direitos alguns mesmo. Não gosto e nunca gostei de fazer "clames", mas o sistema deles quase que te prejudica se não as fizeres num periodo de desemprego ou transição entre um e outro. Tens de ter um contínuo registo de ganhos, sejam eles por empregabilidade ou desempregabilidade. 

Mas isso é outra história.
Sinceramente, creio que o Reino Unido só não se afunda como país, porque é uma jangada que flutua. Aprendeu em séculos de experiência, como flutuar neste mundo político-económico, parecendo ser mais importante do que é. E como na vida, como acontece com os seres humanos, o que aparenta conta mais do que o que é.

Pronto, hoje, é isto.
Mentalmente exausta... vou tentar comer algo, que até o apetite foi para as urtigas.
Fiquem bem. 

Vos visitarei em breve!

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Histórias de amor na telinha


Uma novela que me apaixonou há uns anos está em reprise. Uma mulher e um homem perto dos 30 conhecem-se e perdem-se de amores. Mas por contratempos e interferência de terceiros, os dois separam-se, acreditando que foram traídos pelo outro. 

Ela é a primeira a sofrer. Já se imaginava casada e com filhos - sonho que havia enterrado e que, por aquele sentimento que ele lhe despertou, voltou a ser real e tornou-se desejado. É nesse instante que se dá o golpe emocional: é subitamente atirada para a lama ao receber uma carta de rompimento (que não é dele mas pensa ser por não ter tido tempo de lhe conhecer a caligrafia). Julga-se abandonada, percebe-se usada de forma vil e cruel. Isso praticamente a destrói. 

Ela não vê mais sentido para continuar a viver! A menos que encontre o sacana para se vingar das mentiras e da forma vil como a usou e brincou com os seus sentimentos. O tempo que teve para viver o romance foi tão curto, que não deu para saber nada realmente sério sobre ele: quem era a sua família, onde morava. Só lhe sabia o nome, nada mais!

Ela faz disso o seu motivo para continuar viva e fica obcecada: quer descobrir onde ele anda, qual o seu paradeiro. "Vingar-se" - diz ela.

Começa a gastar rios de dinheiro - todas as suas poupanças (de mulher rica), em investigações que não levam a lado algum e quase colocam a sua vida em risco. Fica à beira da falência. Até que decide aceitar o afecto de um cavalheiro igualmente sofrido, que lhe oferece o casamento e a vida com a qual passou a sonhar e que viu ser brutalmente esmagada.


Revejo-me um pouco nesta história. Removendo a parte da vingança, pois já não sou dada a esses impulsos juvenis. Tenho maturidade suficiente para não ir por aí e a minha inclinação é desejar bem às pessoas, mesmo as que me ferem. Pelo menos costumava ser assim. Agora talvez abra excepções.

Revejo-me também na parte em que ela gasta rios de dinheiro - todas as suas economias, para o tentar encontrar. Ainda não tive tempo para contar essa parte da minha actual história. Continuo a rever-me na de ficção, mas optei por um caminho diferente, embora o resultado seja o mesmo: esbanjar as poupanças.

No pico daquele desespero de lágrimas sem fim e angústia no coração, sei que mencionei aqui que fiz umas compras por impulso. Soube de imediato porquê as fiz. Foi a minha maneira de me agarrar a algo. um impulso que nunca antes tive. Assim como ela se agarra à vingança, eu decidi investir em mim. Por impulso, entrei numa loja oculista e fiz um teste à vista. Que, claro, acusou necessidade de usar uns para combater o "cansaço e esforço" ocular. Deixei-me levar e paguei por algo que não uso e coloco em causa que faça falta. Depois comprei roupa, acessórios. Uns estão ainda por usar. Logo de seguida decidi ir em frente com algo interrompido, e optei por arranjar os dentes, não importa quanto me fossem cobrar. E depois, decidi seguir os concelhos de uma especialista, para melhorar a minha aparência. E decidi afastar-me viajar mais. Comprei mais passagens de avião. Ao todo, desde que tudo aconteceu há pouco mais de dois meses, já esbanjei 15.000€. 

E não teria gasto um centavo, não fosse pelo impacto emocional causado pelo seu comportamento inexplicável.

Podia tão bem ter gasto o mesmo em coisas tão melhores, feitas a dois... ai.


Mais gastos podem vir a caminho. Não vejo resultados alguns no "aperfeiçoamento" da imagem e isso pode levar-me a fazer experiências ainda mais caras. Nesse sentido, sei não ter economizado o suficiente para tamanha ambição. 15.000€ é muito dinheiro, mas não é nada se pretender enveredar pelo caminho dos tratamentos estéticos. Por exemplo: se um especialista dizer-me que necessito de implantes mamários, isso não faz parte dos meus planos mas, se ficar convencida que faz sentido e como sei que não estou satisfeita com a direcção para a qual os seios estão a ir, ele poderá convencer-me que é o melhor. E eu vou considerar essa opção. Estou disposta a isso. 

Tudo por causa do que me motiva a investir em mim: recuperar-me e esconder uma dor, um conjunto de muitos sofrimentos de uma vida inteira, decepções a perda de sentido em continuar respirando. Uma última forma de vir à superfície em busca de ar. 

Ao mesmo tempo, talvez não queira fazer nada. Não tive grande saída: ou era isso, ou desistir de vez. As duas decisões em si podem parecer opostas, mas não estão afastadas. Ambas são um acto extremo para um sentimento idêntico: uma dor tão poderosa, que se torna incapacitante e remove o sentido a tudo.


A história da novela não tem qualquer hipótese de acontecer nos dias de hoje - podem estar a pensar. Enganam-se. Basta substituir a carta por um SMS e é tão contemporânea quanto sempre será. Decepções amorosas são eternas e, pessoas a querer intervir numa história de amor e alterar a vida das outras também. 


Agora que estou a ficar mais velhota (e menos observada na rua), cheguei a contemplar a ideia de um dia vir a saber o que é ser rejeitada. Não que nunca tenha acontecido gostar de quem não gostasse de mim, e ser ignorada, ou preterida ou ter sofrido antes... Mas assim, de chapada na cara, seca, agressiva... Nunca. (Ou quase nunca, não sem ficar com uma ideia de um possível motivo).

Cresci a ser assediada, a ser mirada, achei que era assim com todas as mulheres. Não sabia que não era. (sorte das que não são, aproveitam melhor a vida). Aprendi a fazer cara feia, para dissuadir esses comportamentos, que sempre me deixaram desconfortável ou irritada. E descudei-me, apreciando a alteração de comportamentos que isso trouxe. Embora bastasse vestir-me um pouco melhor, para os ver regressar. Porém, a flacidez idade não perdoa nem a mais bela das mulheres (não, não me considero uma, nunca considerei). Acho que devo começar a contemplar coisas melhores, pois, mesmo na fantasia, o cupido sádico só sabe apanhar as partes que lhe interessam.

Sejam felizes.

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

I blew it


Hoje tinha uma entrevista de emprego. Daquelas ao estilo "interrogatório policial" - duas pessoas fazem-te perguntas e tomam notas das respostas. 


Estraguei tudo. 

Não consigo vender-me! Esse é sempre o defeito que tenho. 

Sei que sou o que procuram, mas não os convenço com palavras. 
Quando me pedem para dar exemplos concretos de situações em que gerenciei conflictos, ou mostrei capacidade de liderança, ou iniciativa - todas estas coisas são-me espontâneas. Como tal, não consigo especificar um momento, não consigo recordar nada especial! 

É ainda mais difícil quando não se tem uma função de grande destaque. Tenho quase sempre mantido profissões em que sou a "última no elo", por assim dizer. De modo que mediar conflictos ou mostrar liderança, é mais utilizado por gerentes e por pessoas que trabalham em funções de grupo, ao invés de funções individualistas.

Para quem trabalha em coisas individuais, até sou muito de grupo. Preciso sempre de entender como o todo funciona, para melhor responder ao que me é pedido. E também poder ajudar outros quando em necessidade. 

Mas pedem-me exemplos e.... não os tenho. Ou tenho algo fraquinho...
Só me dão "brancas".

Devia ter pedido a alguém para fazê-lo por mim. Só não o fiz, por não conhecer esse "alguém". Se outra pessoa tivesse me ajudado a aparecer com respostas feitas, talvez conseguisse impressionar os entrevistadores. Mas preciso que outros me mostrassem o que sou e o que fiz, ao invés de ter de ser eu a falar de mim. Porque fico cega, não vejo, não identifico nada de extraordinário.

Não sei inventar.
Muitos me acusariam de ser idiota por não mentir. 

E sinto que em parte têm razão. Esta é uma lição que há muito já devia ter aprendido. Mas qual quê! Na mente vinha a lembrança de uma antiga amiga, que nunca sabia nada mas fingia sempre saber. Dizia sempre ter feito, sem ter. E saiu-se bem. As portas foram-se abrindo e ela foi fazendo, sem nada saber primeiro, aprendendo fazendo, depois.

De que adianta saber fazer se não sei me vender?
O tempo passa, é cada vez mais difícil arranjar empregos e mais ainda em lugares que gostes. 
Há medida que envelheço, sinto que vai tornar-se ainda mais e mais difícil. 

Cada dia, semana, mês que passam são como punhais. O "tempo" começa a sentir-se como areia entre os dedos. Não o consigo segurar, passa e vai embora.

O meu olhar continua com um travo de tristeza.
Acho que nunca mais a vou perder.
Será que existe uma forma de fazer uma amnésia selectiva? Uma "lobotomia" a pessoas específicas? A sentimentos?

Para tentar não deixar a depressão e a negatividade tomarem conta, fui fazer uma "terapia de compras". Roupa! Coisa que nunca fiz... Mas um casaco a imitar pele para o inverno chuvoso, pareceu-me bem. E um cinto para as calças também. Mais uns acessórios e uma peça de roupa que se calhar nunca irei vestir, mas vestiria se pudesse usar o que realmente gosto. 

Nem sou muito disso, de comprar para afastar a tristeza e a depressão. Mas se vos disser que devo ter gasto, neste período de um mês, cerca de 8000€, acreditavam?

Calma! Explico...

No dia-a-dia sou poupada. Mas quando acho que preciso gastar, gasto. E nem penso. Gastar dinheiro não custa nada. Não o ter depois na conta é que assusta! Por isso tenho de me conter. Ando a gastar sem olhar o que me resta. E isso nunca é bom.

Sempre quis ganhar o primeiro prémio do euromilhões para investir na minha saúde. Os 8000€ foram, essencialmente, gastos nesse sentido. Decidi colocar um aparelho nos dentes - venho a adiar isso desde que estava na casa dos 20 anos. Vai ser agora. 

O outro gasto - esse mais preocupante, foi também para a medicina. Mas em produtos de cosmética, cremes e um tratamento corporal que fiz. Se fizer mais - para surtir efeito - vêm ai 4000€ só para "eliminar" gordura à volta da cintura. Se decidir fazer uma "subida" ao que anda caído, nem sei quanto vão cobrar. Mas nada disto interessa, quando se percebe que é necessário fazer algo por ti. Caso contrário, arrependes-te, tal como o arrependimento já pauta tanta outra coisa na vida.


sábado, 29 de junho de 2019

Achei um tostão...

... Perdi um milhão.

Por coincidência euzinha, que nunca acho dinheiro caído por aí, encontrei um penny no chão. No dia seguinte, dei conta que as 5 libras que tinha enfiadas entre os cartões de multibanco e o passe, desapareceram. "Devem ter caído" - pensei.

Nisto percebi que não foi a primeira vez.

A verdade é que ando a perder notas e a achar pennys. Isso não é justo!



quinta-feira, 11 de abril de 2019

Reutilizo tudo o que me vem parar às mãos: inclusive tubos de pasta de dentes (que quase não uso)

Como muitos por aqui já sabem, não sou muito consumista ou de desperdiçar. Estou verdadeiramente optimista em relação a mudanças de práticas sociais que poluem o planeta e a cabecinha das pessoas.Vejo uma crescente preocupação em facultar produtos alternativos ao uso do plástico. Claro que tal acontece porque a alternativa é um grande negócio. E por essa razão muitos mergulham nela. Mas se o preço para deixarem de fabricar tudo em embalagens plásticas for esse, não é muito a pagar para ter o planeta de volta ao que era no tempo dos nossos bisavós. 

Falta agora retornar o interesse mundial por produtos alimentares com gosto e produção natural. Mas aí não há lucro, não há dinheiro a ganhar, e por isso a industrialização alimentar e o segmento "produto mais-caro e não mais saudável biológico" não vão sofrer alterações tão cedo. A nossa saúde vai continuar a diminuir e a nossa alimentação vai ainda ficar mais parca em nutrientes. No futuro a única coisa que vai aumentar são os casos de pessoas com problemas e a precisar de ir aos hospitais sabendo que não são desejados, tal vai ser o caos. 

Mas pela saúde do planeta... o plástico tem os dias contados. Pelo menos nos países de primeiro mundo. As alternativas tornaram-se rentáveis. Abriram-se possibilidades de negócio. As pessoas vão abandonar uma prática feia e suja que já não rende, por outra que lhes vai dar mais.

Hoje empolguei-me por estes produtos:
Sacos plásticos em silicone e shampôo em barra. 

Empolguei-me, mas não emburreci. 

Dimensões aprox. 19 x 19cm  capacidade aprox. 400 ml
Preço: 15€ / unidade

Primeiro, a durabilidade do silicone tanto pode ser a esperada, como surpreender pelo desgaste. O "saco" e uma coisa minúscula. Não vai poder conservar no interior algo mais que pequenos vegetais ou fruta. Tem umas asinhas de frango para meter no congelador? Esqueça. O volume de cada saco é diminuto. Mas o princípio está cá e é interessante. 

O que o produto tem e não tem que pode interessar: 
1) não contém PVC/latéx petróleo ou derivados
2) Antibacteriano (a sério??)
3) Fecho pinch-loc para selar os produtos (coloque dúvidas quanto à eficácia) 
4) Pode ser usado no micro-ondas (descobrir até que potência), ir ao congelador, frigorífico, forno (potência? Alguma substância nociva se liberta ao alterar a temperatura?) e pode ser enfiado em água a ferver.
5) É reutilizável (dah!), lavável à mão ou na máquina. 

Não dizem quanto tempo dura. Ms também, deve depender da utilização.
8€

O shampôo em barra atrai-me bastante. Fiquei fã deste género cómodo e fácil de tratar da higiene. Adoro o meu sabonete e gostaria de passá-lo pelo cabelo, mas desconheço se é recomendável. O cabelo já não é farto, lustroso e grosso. Está parco, como sabem, caminho para a calvice. Por isso, neste departamento, preciso de alguma garantia de que não irei acelerar esse processo. No site onde encontrei um desses produtos, aparecem comentários de utilizadores. As opiniões dividem-se mas as mais detalhadas revelam o produto como um flop. Por mais optimista que o cliente tivesse, verificou que no seu caso, o cabelo começou a cair em maior quantidade e enfraqueceu. E o que é pior: uma utilizadora ganhou uma reacção alérgica! Não sendo ela alérgica a nada e sendo aquele um produto todo "natural". Preocupante.

A vantagem deste produto, além da obvia que é te veres livre de umas tantas embalagens plásticas a poluir visualmente o espaço no teu banheiro, é que dura o dobro do shampôo convencional! Dizem que esta barra equivale a duas embalagens de shampôo líquido com 200ml.

Desvantagem, que só eu vi: No site dizem isto do shampôo:

Ora, se não testam no pêlo de animais, então estão a testá-los em humanos. Nós somos as cobaias. Por isso as críticas de reacções cotâneas etc. O que é um pouco mau... Tudo bem, em prol dos animais... mas para estes não serem as cobaias, somos nós. Isso não é inteligente ou ético. O produto e os ingredientes que lhe dão origem não é testado em pêlo vivo até o esfregares no teu cabelo. 

E vocês?
O que acham disto?

sábado, 15 de dezembro de 2018

To be or not to be...


LEGENDS: You have to die young.
IDOLS: You have to make it young.
FOLLOWERS AND DEFENDERS: You have to make money young.


quinta-feira, 16 de março de 2017

Um pouco blue


Os que sabem que vivo numa casa partilhada onde existem alguns problemas, sabem que por causa do último, procuro mudar de lugar.

Pois bem. Encontrei um, que fui ver ontem ao início da tarde, antes de entrar no emprego.


Barato como muito dificilmente vou encontrar outro, quarto de tamanho médio agradável, casa igual a todas por aqui - tudo velho mas utilizável e só teria 2 colegas de casa. Quem ma mostrou foi o proprietário, que logo me garantiu que é selecto com quem mete a viver nas suas casas e, entusiasticamente, me disse repetidamente que conseguia me ver a viver lá. Disse que tinha a certeza que eu era a pessoa certa. E disse também para lhe dizer se o desejava, porque a primeira pessoa que vê o quarto - eu - tinha prioridade, mesmo que aparecesse outra depois. 

Até gostei disso, pois numa ocasião também fui eu que estava a procurar quem me ocupasse o quarto que ia vagar e obedeci a essa regra: quem chega primeiro e mostra interesse, leva o quarto.

Depois de ter feito o primeiro contacto telefónico com ele, voltou a ligar-me quase de imediato. Horas depois, volta a ligar para perguntar se vou aparecer como combinado. E depois de o ter deixado após a visita, ligou-me e ficou uns 10 minutos a falar comigo, a explicar-me onde ficavam os transportes naquela rua, insistindo em mos mostrar, da mesma forma estranhamente insistente com que primeiramente se apresentou. 


O quarto só ficará vago lá para 10 de Abril. E por isso pensei cá com os meus botões que a «urgência» em dar resposta certamente era menor que o quarto que fui ver na véspera, que estava disponível a qualquer momento. (Embora o morador ainda lá estivesse, com toda a roupa nos armários).


Tive de ir a correr para o emprego e durante essas horas só conseguia pensar na decisão que tinha de tomar. Já a tinha tomado - queria ir para aquele quarto. Mas estava a trabalhar e só de manhã poderia telefonar ao senhor. Afinal, ele disse-me que os primeiros tinham prioridade e eu ia dar-lhe a resposta em menos de 24 horas. 

Durante a noite relembrei uma ligeira impressão que recebi: o homem tinha mudado ligeiramente de comportamento aquando a última despedida. Pareceu mais seco e diesinteressado. Foi só uma ligeira impressão com que fiquei, de tão esfuziante que ele se mostrou de início, daquela forma melosa e cheia de «namoro» - não o estava a ser na despedida, como foi em todas as outras.

Hoje, 10 minutos depois das 8.00am, enviei-lhe mensagem. Para o telemóvel pessoal, que ele fez questão de me dizer que não o dava a qualquer pessoa mas eu devia usá-lo para o contactar. Adormeci eram quase 7am, acordei passado apenas uma hora. Claramente não ando a conseguir dormir nas últimas duas noites. Na mensagem dizia querer viver na sua casa. 

Ele respondeu, também por mensagem:
-"Lamento, dei o quarto ontem à tarde. Mas obrigado por me dizer, boa sorte".


Seco, não? É que se o tivessem visto e escutado, todo amistoso, de uma forma que a nós, portugueses, parece estranha e exagerada. Mas depois pensamos: "é o jeito da pessoa ser". Nem respondi de volta, porque sabia não fazer diferença. Não o relembrei que, poucas horas antes, disse-me que tinha prioridade. Que me queria a vier na sua casa.  Eu respondi-lhe o mais rápido que pude. Trabalhei até às 2am, não ia ligar-lhe nessa altura, não é?

Mas não tem importância. Eu acho que ele decidiu enquanto me dizia adeus. Despedimo-nos às 16h da tarde e ele deve ter dado o quarto a outra pessoa 15 minutos depois.

Agora estou assim, a sentir-me um pouco blue...
Porque foi uma oportunidade que tive em mãos e deixei passar. 
Mas passa. 

Aqui tem de ser vapt-vup! Vês, tens disponível, pega! Aqui não existe palavra. Quem tem o poder, usa-o. Pode dar o dito pelo não dito. Quem tem dinheiro, e acena-o, disponibiliza-o, leva o brinde.

O anúncio não ficou nem 24h activo no site. A procura é muita, a oferta também e uns dão para ser «selectos», principalmente os que vivem na Grã-Bretanha mas têm raízes em culturas muçulmanas.
Querem sempre não fumadores, que não levem pessoas para dentro de casa, que não bebam e não tenham maus hábitos.

Noutro dia ainda foi pior: vi dois anúncios de aluguer de quartos mas só aceitavam candidatos vegetarianos. Lol! Isso é que é impor o seu estilo de vida a outra pessoa.

Quanto às pessoas muito simpáticas, o problema é que elas tanto adoram como deixam de adorar. Num piscar de olhos. Tem uma fachada social agradável, mas são de humores.


Quando vim para cá umas pessoas que já ca moram sempre me disseram que temos de ser mentirosos e fingidos, para conseguir estas simples coisas. Eu não consigo. Sou logo sincera. Não sei fazer "jogos". Que coisa! Acho que faz parte da vida de qualquer adulto independente ter de passar por situações em que é conveniente se dar ares de algo que não é, não pensa ou não concorda. Eu não tenho a mínima máscara! Mas não é só uma questão de máscara per se. É uma capacidade de analisar as situações e adaptar-se a elas de forma a tirar o maior proveito para si mesmo.

Sei lá...
Enfim. Fiquei um pouco triste, mas passa. Um quarto como aquele e àquele preço, jamais. Não se encontra em lado algum. Mas eu queria mais do que um quarto barato. Eu queria sentir-me bem a viver na casa. E só pretendia como condição, que fosse bem localizada. Ele disse que pretendia o mesmo do seu inquilino. Rejeitou a rapariga que chegou depois de mim por esta ter dito que "apenas queria um lugar para dormir". O que o revoltou. 

O quarto onde estou agora é um... palácio. Comparado com o que existe por aí. É o quarto principal de uma casa típica inglesa. É do tamanho da sala de muitas. Tenho um colchão de casal e muito espaço para cada um dos lados. Durante os primeiros meses, achava-o mais do que precisava. Mas depois acostumei-me... E agora aprecio-o. A maioria dos quartos dos anúncios de aluguer mostram cubículos deprimentes, com uma cama e uma cómoda. Têm duas prateleiras minúsculas para a roupa, porque não há espaço para guarda-vestidos. E costumam até ser mais caros! Mesmo os que ficam pior localizados. Este era médio, tinha cómoda e guarda-vestidos. E o preço! Se for a pensar bem, era uma pechincha.  

Espero ter Deus do meu lado da próxima vez, tal como tive desta. 
Eu é que não soube lidar com a situação da melhor maneira.
Esqueço-me que aqui é pega ou deixa-ir.

E mesmo assim, no dia seguinte a menos que o dinheiro entre na conta, nada está garantido.



segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Anda-me a apetecer muito...


Ver-me de súbito com uma grande fortuna em mãos, daquelas que permitem que possas viver os restos dos teus dias sem quaisquer sufocos financeiros.


Sinto que devia ser assim... Por algum motivo não é mas era para já ter sido.  



Sonhos adiados... sempre os sonhos adiados. E os receios... de se perder o pouco que se tem. De se ver forçado a começar tudo de novo, noutro lugar, estando mais velhos, mais cansados, mais derrotados, com menos forças...



Os sonhos têm prazo de validade. A conversa do "nunca é tarde" não se aplica a muitos casos. As coisas são desejadas em determinadas alturas por algum motivo. O espírito, a alma, o nosso bem-estar a nosso progresso como seres humanos - está tudo interligado. 


Sempre disse: queria ter muito dinheiro para poder gastá-lo com a saúde. Para pagar médicos caros, tratamentos dispendiosos, boa comida, boas actividades físicas... Para ser saudável e feliz. Não o queria para possuir muitos bens e o amealhar no banco. Podia até ter alguns, mas por existir um propósito. Ter ideias e investir nelas, criar, arriscar e aprender - coisas que precisam de capital para investimento. Bem sei que os riscos investem o capital dos outros mas... Eu não queria ser tão rica, lol.

Se não fosse pelo pouco dinheiro... todos os desafios seriam melhor encarados. Em qualquer idade. 


sexta-feira, 3 de junho de 2016

Três Soltices


Hoje compreendi porque é que as damas antigas usavam camisas com colarinho a tapar o pescoço. É bom para dias como este: com sol mas muito vento.


Apeteceu-me usar uma. Acho que esta ventania ainda me vai dar uma pneumonia. E se nesta era posso ir ao médico e ficar medicada - coisa que raramente faço - na altura a prevenção era mesmo a única forma de combate à doença. Acho-os mais inteligentes. 



Hoje perdi uma nota de 10€. Quem a achar faça o favor de recambiar à dona. Era novinha, quase sem dobras, das mais recentes. Foi emprestada por uma terceira pessoa para a compra de um produto, que acabei por ter de comprar à mesma e desembolsar do meu bolso o prejuízo. 

Posso garantir que só pode ter caído em 2 lojas onde entrei e em todas demorei-me a ver produtos pelo que, se caiu, ficou perto de mim. Não acho nada improvável que alguém tenha visto a nota cair da minha mão e se precipitado a apanhar, sem nada dizer. 

Mas já disse uma vez minha mãe, após um ato generoso diante de uma circunstância mesquinha: "Deixa estar, Deus devolve".
Fico a aguardar...

Será que a minha cotação com'Ele está em alta?



Proliferam obras em prédios.

Até um leigo é capaz de perceber que algo na lei deve ter tornado muito vantajoso tornar-se arrendatário. Aqui na zona alguém comprou 4 apartamentos de um bloco predial e está a reparar todos em simultâneo. Metros à frente, mais obras. Girando um pouco para a esquerda e andando mais outro bocado, mais obras. Tudo muito discreto, profissional, feito por quem sabe e não está no seu primeiro rodeo. Ó todos ficaram ricos subitamente, ou algo na lei mudou e tornou muito vantajoso para aqueles que já têm dinheiro investir em propriedades. É o meu sonho. Investir em imóveis! Eu, que ainda não tenho um, snif. Quem sabe Ele me compensa a perda dos 10€ e tudo o mais com o ganho do primeiro prémio do Euromilhões?

E a oportunista que se divirta com o bem supérfluo que adquiriu à pala da distração de um pobre que anda sempre a economizar. 

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Uma história sobre um museu

 Nunca pensei que ia acalentar o sonho de ganhar o primeiro prémio do euromilhões. Uma vez até estive perto, mas não meti o boletim, pelo que os números foram sorteados sem serem registados. Nem me importei, porque estava a trabalhar, gostava do que fazia e estava bem assim. (a inocência a tramar-me). Sempre senti, no profundo mas inconsciente ser que sou, que ia conseguir as coisas com a força do trabalho. Qualquer coisa.

A vida não é assim mas os meus instintos muitas vezes dizem que era para ter sido. Alguma coisa forte demais e vil desviou-me do caminho. 

Bom, mas isto tudo para dizer que também constatei que o que a minha mente sonhadora por vezes imaginava só poderia ser atingindo com uma brutal fortuna, das que fazem empalidecer a do Champalimaud. 

Se tivesse sido milionária lá nos 20, acho que teria criado coisas fantásticas e apresentado ao mundo um lar diferente dos demais, ideias inusitadas e gestos de valor social. Estava sempre a ver "mais à frente", tinha esse dom que hoje quem olha nem percebe que possa ter existido. Mas isso agora não interessa nada - como já alguém disse. 

Para quê queria eu tanto dinheiro? Bom, antes demais, não sou, apesar de tudo isto, muito ligada ao poder a este associado. Gostava de o ter porque dele depende a realização de coisas que realmente sinto falta na minha vida. Umas simples, outras maiores e dispensáveis para a sobrevivência mas necessária para um propósito e para dar um gosto especial à vida. 

Isabella 1840 –1924
Noutro dia surfava na net quando dei com a história do museu de Isabella Stuart Gardner - da qual nunca tinha ouvido falar. O seu belo retrato a óleo, fez-me recordar um rosto conhecido. Curiosa, fui pesquisar sobre a sua história mas pouco se sabe, visto que ela queimou a correspondência e documentação. A sua memória póstuma para o mundo foi cuidadosamente planeada na construção do seu museu. 

Casada com um homem rico (mas rico para os padrões de antigamente que é podríssimo de rico) ela pode dar-se ao luxo de viajar pelo mundo e ir recolhendo obras de arte de seu gosto. Decidiu fazer uma coleção privada - como tantos hoje ainda fazem. Por isso fiquei surpresa quando fiz a visita virtual ao museu - que recomendo que façam já. Não é todos os dias que, no conforto do lar, se pode atravessar o oceano, ir até os EUA e entrar num fantástico palácio por ela mandado construir em Boston. São três (sim três) andares de salas e salinhas repletas das mais variadas obras: tapeçarias, bustos, quadros, mobiliário... Uma colecção pessoal digamos que... não tão pequena quanto estava a imaginar. 


Em 1990 roubaram 13 obras de arte - entre as quais de pintores hoje sobejamente reverenciados - e tal como "ordens" da construtora, nada ao longo dos anos foi alterado ou mudado de lugar. As obras furtadas desapareceram, mas os espaços vazios permanecem. O museu faculta também uma visita virtual guiada da "rota" dessas obras furtadas. A não perder!

Rembrandt, The Storm on the Sea of Galilee (Obra furtada em 1990)

Surpreendeu-me este museu e mais ainda que estivesse totalmente disponível para visita virtual. Acho que está muito à frente. Não creio que uma visita virtual afaste possíveis visitantes de carne e osso. Pelo contrário. Se algum dia estiver em Boston, talvez tenha muita vontade de conhecer in loco um lugar que só conheci pelo computador.

Mas este tipo de legado, não é decerto possível de realizar para uma qualquer fortuna. Percebe-se que é algo que nem o primeiro prémio do euromilhões e nem, se calhar, os tostões do Ronaldo seriam capazes de concretizar. Há coisas grandes demais. Contudo, são bonitas de ser sonhadas.


segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Desejo para o DIA de Natal...

E se vos confidenciar que o que mais queria para o Natal era estar a trabalhar no DIA de Natal?

Sempre gostei do Natal. Concilia duas coisas que me fazem sentir bem: convívio em família e oferendas.

Mas nos últimos anos o Natal não tem sido a mesma coisa para mim. E isso foi uma surpresa. Passa rápido demais e dá a sensação que as pessoas mal entram pela porta, já estão a sair. E foi num desses momentos que algo me atingiu.


O que mais me decepciona é que se dê maior importância ao lado comercial do Natal do que ao lado do convívio. Oiço as pessoas a falar da compra dos presentes, a tentar encontrar algo barato mas que aparente ser caro, oiço-as preocupadas em fazer boa figura e não ficar aquém de ninguém e esquecem, de todo, que a essência do Natal é o convívio entre todos. Não se trata de rivalidades, não é uma quadra para a competição para se descobrir "quem é o melhor", o mais generoso, ou aquele que dá melhores presentes. Não gosto que o comércio se inunde de artigos natalícios três meses antes da data já deixando todos os consumistas stressados e reprovo a excessiva publicidade insistentemente dirigida aos mais pequeninos. Porque é que o dinheiro é o tema sobre o qual gira o Natal? Vemo-lo nas reportagens televisivas, ouvimo-lo nas bocas dos que se justificam por antecipação que o dinheiro não dá para "grandes" presentes «este ano» (que são todos).
Sim, dinheiro é preciso para viver em sociedade mas não é de todo essa a mensagem do Natal. Até me podiam oferecer um pacote de bolachas de água-e-sal de 40 centimos... (ia achar o máximo) não é por aí. Os reis magos levaram ouro, incenso e mirra. Podiam ter levado um calhau, uma ovelha, uns biscoitos. Um copo de leite, que seja. O valor está no gesto e na forma sentida como o mesmo é praticado. Isso é que é bonito. 

Compreendo que antigamente o Natal tinha outro sabor porque eu mesma era pequena. E compreendo também que mude, pois as pessoas casam, formam as suas próprias famílias e por sua vez também ganham outra. E têm de repartir o seu tempo entre todas. Mas não serve de desculpa para não se entregarem ao convívio. Se o capitalismo transformou o Natal em comércio, que seja. Não devem as pessoas é deixar que o mesmo comércio e capitalismo entre nos seus lares e comande o seu Natal. 


quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Hello? Aqui é de Marte. Em que posso ser útil?



Mas porque é que tenho a sensação que mais depressa conseguia entrar em contacto com MARTE,
 do que com a Segurança Social em Portugal?

Faz dias que tento, através do telefone, obter uma informação. Uma SIMPLES informação
 (e não, o site não a fornece) e só obtenho uma GRAVAÇÃO. 

Cinco minutos após ter escolhido umas tantas opções e escutado um maior número das mesmas,
após saber que se for para o estrangeiro posso fazer um seguro de saúde, etc e tal,
aguardo ser atendida e heis que: PLUM! 
DESLIGAM a chamada!! E dizem, com a maior cara de pau:
"De momento não nos é possível atender a sua chamada. Tente mais tarde"

Dah!!
Antes tivessem informado isso 5 minutos ANTES
de carregar em teclas de opções,
criar esperanças de contacto,
e gastar DINHEIRO!!

sábado, 30 de junho de 2012

Crise? Já não é de hoje!

Os noticiários e a Comunicação Social em geral não CESSAM de falar na CRISE.
Eis o que o noticiário da TVI, hoje, explica o que é a crise de acordo com os hábitos de consumo:

CRISE É:
1. Ir de Super-Mercado a Super-Mercado à procura dos produtos mais baratos.
2. Consumir produtos alimentares FRESCOS ao invés da comida embalada.
3. Cozinhar em casa ao invés de fazer alimentação em locais de restauração.
4. Esta "dieta orçamental" -diz a jornalista, fez também "emagrecer" o consumo de outros produtos: refrigerantes, batatas congeladas, sobremesas lácteas -  "são produtos que as pessoas já não consomem tanto"  - diz a entrevistada Madalena Bettencourt, Directora do Lidl. Que ainda acrescenta: "hoje em dia as pessoas vão mais vezes às compras, compram menos e preferem confeccionar as refeições em casa".
5. A jornalista "passeia" pelo supermercado e vai falando de percentagens de consumo nos primeiros 3 meses deste ano em comparação aos do ano passado. O consumo de alimentos até subiu ligeiramente, porque se compra mais, mas o que desce é a procura de BENS NÃO ALIMENTARES, e para o exemplificar, vai fazer entrevistas numa loja de electrodomésticos. E acrescenta:  aqui, como no sector dos têxteis, cultura e lazer, o ciclo de vida dos produtos aumentou. O novo só serve quando o velho realmente  já não serve.
6. Conclui-se a reportagem chegando à conclusão que o consumo está em queda-livre, o que vai ser fatal para algumas empresas e originar o desemprego.


Vamos reflectir...
1. Não consumir sobremesas lácteas... e que tal NENHUMA sobremesa previamente confeccionada? 
2. Não consumir comida enlatada, ou embalada previamente confeccionada... qual a novidade?
3. Ir de super-mercado a super-mercado em busca dos produtos mais baratos e comprar em função do preço... desde quando isso é hábito de agora?
4. O novo só serve quando o velho realmente já não serve... Qual é o mal disso? Pelo menos que esta "crise" sirva para reeducar os hábitos de excesso de consumo para onde nos estávamos a dirigir! Tanto consumo de produtos de plástico e têxteis para quê?
5. E acrescento: deixar o carro à porta de casa (ou nem o ter) e ter de se deslocar de transportes e a pé... que mal tem nisso?


Este contínuo mencionar da CRISE pelos media já enerva. 
Falam da Crise ECONÓMICA como se ela tivesse acabado de chegar, transformam-na em NOTÍCIA, como se fosse uma NOVIDADE recente. Mas agora descobri, graças a estas descrições pormenorizadas do que são os SINAIS da CRISE ECONÓMICA, que já vivo em CRISE faz quase DUAS DÉCADAS, não morri e ninguém alguma vez se lembrou de fazer tanto alarido disso. 

Em suma: descobri que afinal muitos já vivem em crise faz muito tempo e sobrevive-se! O que é esperançoso: não se morre disto. Crise, como alguém já disse, era noutros tempos, na altura dos nossos bisavós ou avós, quando passavam fome e escasseava comida nos lares da maioria da população, assim como vestuário, dinheiro no bolso ou mesmo um tecto para uma família morar. Enquanto a crise for adoptar hábitos mínimos de consumo e aumentar os de poupança, não se vive mal. Vive-se remediado, vive-se no que alguns chamam de pobreza, mas não se está em CRISE.


Todos estão a focar as suas atenções apenas na CRISE ECONÓMICA, quando devia-se era abordar a CRISE DE VALORES, a crise social. ESSA SIM, merece alguma reflexão. Será esta a que mais vai sofrer com as alterações económicas e dos hábitos de consumo, habituados que alguns estavam aos luxos, será esta a sofrer com o crescer do desemprego, com os maus salários... a crise SOCIAL está a cercar Portugal como um abutre a sobrevoar a carniça.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Dia dos Namorados

Entrei numa loja de acessórios abarrotada de pessoas e depressa percebi que a maioria dos clientes são miúdas com os namorados. Amanhã celebra-se o dia e, logo a seguir, o entrudo. A loja estava a rubro!

. O que me fascinou foi perceber as dinâmicas ali. Um casal estava a ver qualquer coisa e o rapaz diz à rapariga que tem em casa algo com estrelinhas que ela deve gostar. Estão a procurar e a comprar algo juntos. Passo por outro casal e a rapariga está a mexer numa caixa de maquilhagem. O rapaz logo pergunta:
- Quanto custa?

Este casal estava a comprar algo para ela, oferecido por ele. Quando o oiço fazer a pergunta, acho-o estúpido. Pela primeira vez entendi aquelas mulheres que ficam PIURÇAS quando o namorado se põe a perguntar o preço de um presente. Foi mesmo estúpido! Se é para oferecer, de coração, essa pergunta não cai bem... estão numa loja de acessórios, não num stand de automóveis ou numa joalharia! Não vais à falência por isso, puto... Ela responde-lhe:


- "20 euros". Fá-lo num tom muito próprio do sexo feminino, que quer dizer: "quero mesmo isto, não respondas que não pode ser, porque é muito caro".
.
Ao mesmo tempo percebi o quanto o bixo homem é uma criatura de instintos animais básicos... que se submete a este ritual para ter sorte depois, à noitinha, quando estiverem os dois sozinhos! A expectativa do momento da recompensa parece valer-lhes o esforço, que, para uma maioria, é mesmo penoso... ir às compras com a namorada é quase como passar pelo matadouro e temer ser escartejado!

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Continuei a esbarrar em diversos casais enquanto vi tudo o que havia na loja, para depois decidir o que ia comprar. Passados mais de 10 minutos, a rapariga da caixa de maquilhagem ainda estava de volta dela, a abrir e fechar, a agarrar os acessórios, a olhar para as cores, e, o namorado ali ao lado, sem dizer nada.
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Otário! Compra-lhe a caixa e tens a vida facilitada! A tua namorada está há 10 minutos com a caixa na mão e não sabes se é o que ela quer? Ou temes que seja? Tens de ver ao que dás mais valor... aos 20 euros na carteira ou à namorada, com promessa de marmelada...
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Muitos homens ocultam a verdadeira natureza ao presentear com segundas intenções as namoradas com aquilo que querem, dando-lhes a sensação de plena generosidade. Para eles uma relação é um negócio. São tão calculistas que vão logo comprando essas mesquinhices e conseguem tudo o que desejam a troco de coisas de plástico... mas este puto não é suficientemente inteligente para entender que 20€ é uma miséria...

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Olha rapaz: se é esse o preço por uma caixa de maquilhagem completa de acessórios, com uma palete de cores que vão do roxo, ao amarelo, ao branco, ao rosa, ao preto... então é porque era uma bela porcaria! Devias ter agradado a tua namorada, dando-lhe toda aquela parnafenalha e era vê-la toda feliz! Só ias ganhar com isso. Assim, ela percebeu toda a hesitação, a má vontade, a falta de gosto, o apego pelo dinheiro... burro! Onde pensas tu que estavas? Numa joalharia fina? Num stand de automóveis? Se fosse numa perfumaria ou loja especializada, desembolsavas muito mais! Não menos de 60€... tótó!
.
Depois de comprar as minhas coisinhas, ainda tive oportunidade de ver mais uma situação deplorável. Desta feita, o casal não era adolescente, mas já na casa dos 50. O homem tira da carteira uma nota de 10 euros, dá à mulher e diz que só pode ser aquilo, que não pode dar mais! Ela puxa a nota como se temesse que lha tirassem. Que velhaco! Só 10€?? Se fosse para um boletim do euromilhões, umas cervejinhas ou uma farra entre amigos, que se lixassem os 10, 20, ou 30 euros, não é? Mas que mau aspecto esta cena me causou!

.
Tive pena da mulher, ali submissa, a receber uma "esmola" mixa, quase que publicamente humilhada... e ia procurar algo que lhe agradasse dentro daquele limite de preço tãaaao abragente :#! "Querida, por todo este tempo que estamos juntos... vales 10 euros! Toma lá, gasta-os e diverte-te! Vês como sou generoso?"

.
Descobri assim, através de observações involuntárias, o que anos de vida não me ensinou...


Mas nem tudo estava perdido. A visão de namorados mais bonita que vi foi a de um casal idoso, com ar de quem se gostava mutuamente, cúmplices e, acima de tudo, aparentando respeito mútuo. Isso é o mais importante numa relação! Ver os dois de cabelos grisalhos, de braços entrelaçados, amparados um no outro a caminhar em direcção ao rio, num dia com sol mas com muito frio e muito vento, a celebrar serem namorados... fez o meu dia!

terça-feira, 31 de março de 2009

Chorar para Mamar

Dizem que não têm inveja de pessoas com dinheiro, mas não páram de comentar o quanto é injusto viverem com o que dizem ser pouco, quando outros têm tanto e nem se esforçam.
Estas teorias "de bolso" deixam-me entristecida com o futuro da humanidade. É fácil dizer estas coisas. Difícil é olhar para o próprio umbigo e assumir que nos outros se projectam os próprios defeitos e as críticas que lhes fazemos é pura inveja.
Observo isto todos os dias. Volta vai, volta vem, oiço pessoas a falar do quanto "estão pobres". Como salário, recebem cerca de 1500 euros por mês, mas estão sempre tesos. Tão tesos, que comem do prato dos outros, atacam todas as sobras da sobremesa alheia, e fazem com que os outros lhes paguem o cafezinho. Tentam passear em carros alheios, dormir na casa de amigos, comer e tratar da higiene na casa dos outros, a consumir o shampôo dos outros, o gás e a elctricidade dos outros e quando convidam alguém para algo, têm uma intenção oculta, que normalmente é dar paleio para fazer com que lhes dêm dinheiro «espontâneamente». Pedincham tudo e mais alguma coisa.
Fazem-no com grande habilidade. É-lhes quase natural. E quase não percebem (ou não assumem) aquilo que são! Falam como se fossem os únicos a ter despesas. Como se os que os escutam também não tivessem rendas de casa para pagar, gasolina para colocar, supermercado para fazer. E fazem-no com menos dinheiro!

Estes são "tio Patinhas" de araque, sem filhos para sustentar e grandes "cravas" de favores alheios. Só se queixam. Invejam-lhes os carros, as roupas, o estilo de vida, o suposto dinheiro...


Ultimamente tenho reparado numa "estirpe" em particular. Nas pessoas que dizem ter sido criadas entre gente com muito dinheiro, mas que não vivem com o mesmo nível económico. Louvam-se a si próprios, por trabalharem com relativo sucesso profissional, mas se acham mais do que aquilo que valem. Escolheram profissões de alguma alta rentabilidade e pouco esforço. A maioria das profissões requerem raciocínio, acumulação de informação, selecção e divulgação mas as escolhidas por estas pessoas não lhes prendem desta forma. Normalmente, não cumprem horários e conseguem dedicar-se a outras actividades durante o horário laboral. Como ir fazer uma manicure, uma limpeza facial, ir ao café, ao médico, ir namorar, etc...

Quando sabem que um colega pensa num aumento de salário, a coisa não lhes cai bem. Se um colega mal pago desabafar que precisa de ganhar mais dinheiro, respondem-lhes que precisa de arranjar outro trabalho. Isto vindo de pessoas que poucas vezes põem os pés na empresa onde trabalham! Quer dizer: os que mais trabalham recebem menos para sustentar os que menos gostam de trabalhar, a ganhar mais...


Bravam ao vento que são pessoas que se emanciparam cedo. Mas a dita independência continua dependente do jantar da mãe, que ainda lhes lava e passa a roupa a ferro, lhes fazem recados e lhes dá dinheiro quando começam a «chorar para mamar».

As aparências enganam tanto!