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Devemos ou não "deportar" todas as nkisis para África?

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Acho esta explosão de repúdio pela proposta de Joacine por muitas pessoas que habitualmente depreciam a cultura africana, considerando-a inferior à nossa, encantadora. Quando terá sido a última vez que o líder do PNR ou do Chega foram apreciar as nkisis ao Museu de Etnologia? Já viram selfies deles com elas? Eu não. Surpreenderia, de facto, sempre tão unidos na defesa do homem branco e da cultura ocidental, que sentem estar a ser atraiçoada por Joacine. Não deviam antes estar aliviados por ela os querer livrar desses incomodativos artefactos primitivos? Quantas vezes leio, sobretudo no FB, sobre a superioridade da nossa cultura sobre todas as outras pelos seus acólitos? Agora espumam porque alguém ousou sugerir que as peças sejam devolvidas à procedência? Talvez fossem mais brandos se a sugestão fosse antes vendê-las como a história da nkisi de Faro vagamente sugere, não? Vi uma nkisi no Museu Santos Rocha, na Figueira da Foz, há muitos anos, e quando cheguei a casa desenhei-a dive...

Frases de 2018 que deram que falar

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"Foi erro meu, e eu sinto muito" Mark Zuckerberg , CEO do Facebook, sobre a falha da rede social em proteger dados dos usuários. “A União Europeia é quase tão ruim quanto a China, só que menor”  Donald Trump, Presidente dos EUA “Em menos de dois anos, meu governo fez mais do que quase qualquer administração na história do nosso país. É verdade. Eu não esperava essa reação de vocês, mas tudo bem” Donald Trump, Presidente dos Estados Unidos, no discurso na ONU, perante risos da assistência. "Alguém deste debilitado e famélico regime deve informá-lo que eu também tenho um botão nuclear, maior e mais poderoso que o dele, e que o meu botão funciona" Donald Trump, Presidente dos Estados Unidos, em resposta à afirmação do líder norte-coreano, Kim Jong-un. “A educação é quando a avozinha ou o avozinho vai lá a casa e a criança é obrigada a dar o beijinho à avozinha ou ao avozinho. Estamos a educar para a violência sobre o corpo do outro e da outra desde cri...

Natal em Ousilhão: máscaras, vinho e pão!

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  Caretos de Ousilhão  Máscaras e Gaiteiros da Associação Cultural, Recreativa e Desportiva de Ousilhão E, de forma abrupta, os católicos que num dia foram convidados a adorar o Menino Jesus placidamente deitado nas palhinhas sob o olhar enlevado de todos quantos o rodeavam, são, 24 horas depois, a 26 de Dezembro, convocados a celebrar o Dia de Santo Estevão . Da natividade e do presépio passa-se para o martírio. Estampas e pintura religiosa abundante não são agora tão amáveis no tratamento deste episódio que até parece um grande spoiler , estrategicamente colocado para estragar a alegria de todos os que celebram o nascimento de Cristo: "Não esqueceis, Ele morre na Páscoa". Pintura  de Giorgio Vasari A pintura religiosa apresenta inúmeros exemplos da representação da horrível morte de Santo Estêvão por lapidação. Independentemente de sermos religiosos, ou não, é difícil ser insensível à morte de um homem que, apanhado no jogo dos falsos testemunhos, é mo...

Visita à Sala Museu Afonso Lopes Vieira, na Biblioteca Municipal, em Leiria

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Folheto Apresentação da Bibblioteca Municipal de Leiria No Verão, passei pela casa branca e amarela que  Afonso Lopes Vieira , poeta e prosador, e também grande dinamizador da cultura nacional do princípio do séc. XX, habitou em São Pedro de Moel. A " Casa-Nau ", como o seu morador lhe chamava, foi onde escreveu grande parte das suas obras literárias, ensaios, conferências e artigos para revistas e jornais diversos. Também ali recebeu grandes nomes das artes e da literatura nacional.  Esta verdadeira varanda sobre o mar, foi simultaneamente uma vieira e um búzio, uma praça aberta a tertúlias e um refúgio para Afonso Lopes Vieira, que, embalado pelo som das ondas e murmúrios das ramagens de pinheiro, ali podia alhear-se do bulício citadino da capital e entregar-se confortavelmente à criação literária. O escritor era alguém que prezava o convívio,  tendo privado com grandes nomes da cultura, como Columbano, Aquilino Ribeiro, Vitorino Nemésio ou Carolina Michaelis...

Halloween e Pão por Deus

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Tomem lá este mascarado do Halloween que caíu dos ceus, trick or treat, booo!  A maioria de nós não acha gracinha nenhuma ao Halloween , -" Halloween " vem da expressão "All Hallows Eve" , isto é, Véspera de Todos os Santos - essa estranha tradição (americana) com raízes celtas, levada para ali no séc. XIX pelos imigrantes irlandeses nos bons tempos em que o país abençoava a sua chegada sem reticências.  Em Portugal há antipatia generalizada pelo Halloween , porque "não é nossa tradição", mas adoptou-se sem reservas o Pai Natal , aquele velhote diabético e cheio de gota que ficou obeso de tanta Coca-Cola que bebeu. Aguardem: ele está quase a estoirar por aí, é vê-lo a trepar às varandas por cordas e escadas como um desastrado assaltante! O Pai Natal também não é uma invenção portuguesa, esse, o barbudo simpático, vestido de bota preta e fato vermelho: vagamente aparentado com a figura religiosa de São Nicolau, bispo da Turquia, ele foi criado...

The cult of Done Manifesto - O Manifesto de Fazer Coisas

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Bre Pettis e Kio Stark realizaram um manifesto com 13 ideias para ajudar a fazer as coisas andar naqueles momentos em não há ou há pouca inspiração e desatamos a arrancar os cabelos. É assim, em tradução muito livre: 1. Existem três estados do ser. Não saber, agir e fazer coisas. 2. Aceite que tudo é um rascunho. Isso ajuda a fazer coisas. 3. Não existe estágio de edição. 4. Fingir que você sabe o que está a fazer é quase igual a saber o que está a fazer. Então aceite que você sabe o que está fazer, mesmo que não saiba. E faça! 5. Bana a procrastinação. Se você espera mais que uma semana para ter uma ideia que funcione, abandone-a. 6. O momento de ficar pronto não é o de finalizar, apenas significa ter outras coisas para fazer. 7. Uma vez feito, pode abandonar isso. 8. Ria da perfeição. Ela é aborrecida e um impedimento a fazer coisas. 9. Pessoas sem mãos sujas estão erradas. Fazer coisas é estar certo. 10. Fracassos contam como coisas feitas. Então cometa erros. 11. De...

O preconceito contra tatuagens ainda é muito forte

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O regulamento do hospital de Cascais já anda nas bocas do mundo e bastou uma olhadela nos comentários para ler mimos como este: "Não me estou a ver ser tratado por um/uma loucos com tatuagens e pircings." Ora, a minha cabeleireira tem tatuagens visíveis e quando ligo a marcar peço para ser atendida pela menina das tatuagens. Porquê? Porque ela é uma excelente profissional: atenciosa, sabe conversar e faz ao meu cabelo exactamente o que é preciso. A primeira vez que me atendeu comentei favoravelmente as tatuagens, que eram bonitas e estavam bem feitas. Ela confidenciou-me a supresa de ter alguém a elogiar-lhas, já que o que sucedia era o inverso. Sempre apreciei a arte da tatuagem desde que as descobri, há muito tempo, nos filmes japoneses. De então para cá tornaram-se muito comuns mas são ainda um tabu, muitas vezes um efectivo obstáculo à contratação laboral e ao relacionamento profissional e até pessoal. Que as considerem inestéticas é algo que consigo entender completame...

Dia internacional da felicidade

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Esta Segunda-feira, dia 20 de Marco 2017, celebra-se o dia Mundial da Felicidade. O Agrupamento de Escolas Domingos Sequeira, Leiria, em colaboração com o Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, da Universidade de Lisboa, propoe o seguinte desafio:  " Com um pequeno gesto, faça alguém feliz! ". Após a realização de um acto de generosidade em prol de alguém, sugere-se a participação numa pequena investigação, acedendo à página do Agrupamento ou da Escola Secundária de Domingos Sequeira, a fim de preencher um pequeno questionário.  O evento enquadra-se num conjunto de ações públicas e educativas para a tomada de consciência que "a busca da felicidade é um objectivo humano fundamental", conforme preconiza a ONU (Organização das Nações Unidas). Pretende-se, assim, sensibilizar os alunos e a população em geral para a importância que o investimento nas relações interpessoais tem para a promoção da felicidade e do bem-estar. Efectivamente, os estu...

DIY - Varão de guarda-fatos

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Há umas semanas o varão do meu guarda-fatos caíu arrastando consigo as vestimentas todas. O sol ainda não tinha nascido quando ouvi o barulho sem perceber bem do que se tratava, embalada que estava na sonolência. Só quando necessitei de um trapo e abri as portas do dito é que descobri a avaria. O varão tinha cedido pelo meio, e era compreensível pois tratava-se de um mero tubo metálico, relativamente fino. Cedeu ao peso das peças do inverno, que obedecem a um ritual semelhante ao da mudança da hora. No início do inverno acomodam-se ali, no recuo do inverno desaparecem e dão lugar às maravilhas diáfanas e leves que o clima temperado nos permite. Para terem a ideia da fragilidade do varão, eu, que não consigo nem partir um palito sem suar, ainda me dei ao trabalho de o forçar à forma original, vitoriosa, pensando que se aguentaria, ingénua. Depois e com muito jeitinho voltei a colocar as peças de roupa no lugar, tão cientificamente distribuidas quanto possível, fazendo cálculos de cab...

Fashy: o saco de água quente perfeito!

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Era uma vez uma botija de água quente pestilenta. Lembram-se desta história? Pois tenho a comunicar que a mesma feneceu. Esta semana o frio veio finalmente apoquentar-me e eu fui buscar o saco ao fundo do guarda-fatos. Já passava da uma da manhã e eu estava cansada, enregelada e a tombar para o lado com sono. O meu corpo ansiava pela minha caminha flanelada e um saco quentinho! A água aqueceu num instante. Mas assim que comecei a encher o saco ela caiu no chão com estardalhaço, parte atingiu a mão que segurava o saco levando-me a largá-lo de imediato! Os anos passam e não perdoam, estarei a ficar assim tão pitosga que tivesse falhado o gargalo da botija?!! Não. O saco estava roto! Soltei um riacho de asneiras e fui à varanda buscar o balde e a esfregona. Estava frio a valer! Meti o saco rosa pingão no balde e limpei bem o chão da cozinha. Retornei ao quarto desconsolada e bêbeda de sono, mas com menos frio pois limpar a casa é garantido que aquece! No dia seguinte retirei a saca ex...

A escalada da Torre dos Clérigos em 1917

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A INCRÍVEL HISTÓRIA do Homem Aranha como nunca a leu. Pedro foi viver com os tios, em Cedofeita, no Porto, quando os seus pais morreram num acidente. Era uma criança como as outras, nadava no rio, jogava ao berlinde e ao pião. Os anos passaram e tornou-se um adolescente tímido, inteligente e bom aluno. Aos 15 anos, durante uma experiência na aula de biologia, Pedro foi picado por uma aranha misteriosa que tinha viajado num rabelo, Douro abaixo, desde as vinhas na Régua. Pedro sentia que o seu corpo estava a mudar mas não imaginava que isso era uma consequência da picada. Uma bela noite Pedro descobre que tem poderes incríveis! In extremis ele consegue escapar a um atropelamento na avenida dos Aliados! Sem pensar, o jovem salta e fixa-se nas paredes de um prédio! Escala a parede até chegar ao telhado e respira fundo. Pedro fica tão deslumbrado com os seus poderes que nas noites seguintes chega sempre tarde a casa, percorrendo os telhados da Invicta, observand...