Mostrar mensagens com a etiqueta princesas Disney. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta princesas Disney. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, 9 de junho de 2015

Kudos aos escritores

Rap battles entre princesas da cultura pop? Isto merece ser partilhado.

Cinderela vs Bela

Branca de Neve vs Elsa


Galadriel vs Leia





S.

domingo, 23 de novembro de 2014

Trailer honesto d'A Pequena Sereia

Porque um dos meus passatempos favoritos é embirrar com a Disney e de todas as princesas Disney esta é a que me irrita mais:
 



Eles têm uma seleção incrível de honest trailers para além deste, é espreitar.



S.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Moral das histórias

Houve alguém que decidiu pegar em alguns filmes Disney e meter-lhes nomes mais honestos ao que a história é. O resultado é muito bom, especialmente na parte das Princesas:

A Cinderela e a sua super makeover que envolveu abóboras transformadas em coches e sapatos perdidos:


A pior Princesa Disney com o título que merece e que eu já tinha reclamado há uns mesitos:



Este filme nunca vi por isso não posso atestar sobre a veracidade da crítica. Mas fez-me rir:


Oh, este é muito bom :'D



Muito bem apanhado, sim senhora. Ficam aqui mais duas que, não tendo que ver com representação das mulheres nos media, me arrancaram mais umas boas gargalhadas:



Exato, tanto cão que aquele filme tem!


Hahahaha! Disney, a promover Shakespeare entre os mais novos desde 1994 :D


Isto é tudo daqui: If Disney Films Had Honest Titles



S.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Disney cobardolas

A Mérida entrou para o Clube das Princesas da Disney. Só esta frase dá logo medo, eu sei. E há razões para ter.

A protagonista do Brave, essa princesa que havia sido tão elogiada por romper tão necessária e brilhantemente com o estereótipo da princesa-Disney-de-sorriso-amarelo-e-vida-merdosa-cuja-salvação-realização-e-felicidade-vem-sob-a-forma-de-príncipe encantado, ganhou o estatuto master que as personagens femininas da Disney podem almejar e que traz tanto dinheirinho ao senhor Walt. Só é pena terem lixado a personagem toda nos entretantos.

Ao que parece, a Mérida levou um upgrade quando foi incluída no Clube. Está agora mais velha, mais curvilínea, sorrisinho amarelo (pronto, é uma boneca, mas há expressões e expressões), e vestido bem mais justo, decotado e sparkly.



Espetacular, hã?

Porque é que a Disney decidiu estilizar a heroína mais inovadora e que provavelmente lhe valeu mais elogios dos últimos tempos? Estavam a ir na direção certa: uma rapariga normal, com personalidade própria, aventureira, curiosa, amorosa, que bate o pé quando é preciso, corajosa, divertida, ativa. Uma rapariga de um conto de fadas com a qual milhões de meninas se podiam identificar. Mas mais importante: uma personagem feminina que rompia com o ideal de beleza sexualizado e banal que nos entra pelos olhos adentro todos os dias. Algo diferente.

Vergonha para cima de vocês, Disney. VERGONHA.

Eu acho que isto foi uma reação de incapacidade de pensar fora da caixa. Eles têm um padrão de princesas e acharam - muito erradamente - que a figura "Mérida" só poderia ser comercializada se encaixasse esse padrão redutor de princesa aka beleza feminina normalizado. Dizem eles que as crianças preferem coisas que brilhem, para justificar a mudança do vestido. Meter um bocadinho mais brilhante não é sinónimo de arredondar formas e aumentar decotes (ela é suposto ser uma criança, porra!). E de qualquer forma, seguindo esta lógica do "brilhante vende mais" gostava de saber então porque é que os super-heróis não brilham. Ou os Action Men. Ou os Legos. A não ser que a explicação seja "as meninas nascem com um gene qualquer que as atrai para coisas que brilham" ao invés de "os brinquedos da secção MENINA, têm uma grande quantidade de brilhantes o que as faz associar brilhantes com brinquedos para menina desde que nascem". É tipo uma espécie de pescadinha de rabo na boca (o que é que surgiu primeiro: o marketing dos brilhantes ou o gosto pelos brilhantes?) que ninguém tem coragem de quebrar. A Disney decerto não teve, mesmo quando a oportunidade certa se lhe apresentou. A decisão de fazer upgrade da Mérida para o molde sexy do costume foi portanto, além de desapontante, extremamente cobarde.

Há por aí uma onda de indignação com este upgrade vinda especialmente de pais que estavam extremamente contentes com a inovação do filme Brave. A criadora da Mérida juntou a sua voz a esta indignação coletiva e fez saber que:


"I think it's atrocious what they have done to Merida. When little girls say they like it because it's more sparkly, that's all fine and good but, subconsciously, they are soaking in the sexy 'come-hither' look and the skinny aspect of the new version. It's horrible! Merida was created to break that mould, to give young girls a better, stronger role model, a more attainable role model, something of substance, not just a pretty face that waits around for romance."


A Disney já respondeu qualquer coisa muito apaziguadora mas extremamente pouco comprometedora, do género, "sim, levou upgrade mas continua a mesma Mérida no interior." Hipócritas do caraças.

Fica a desilusão que afinal a Disney de inovadora tem muito pouco.



S.   

sábado, 2 de março de 2013

Disney redimida

Por falar em representação de mulheres nos media: Disney. A Disney deve ser uma das marcas mais conhecidas e amadas no mundo inteiro. Há muito que deixou de ser apenas uma empresa de filmes de animação; desconfio mesmo que hoje em dia o filme anual de desenhos animados que a Disney lança seja apenas o pau de lenha com que atiça a enorme fogueira do seu sucesso. Ou seja, é apenas o que inicia uma nova explosão de peluches, bonecos, fatos de mascarar, copos, toalhas, canecas, pijamas, canetas, mochilas, babetes, legos, etc, etc. Toda a parafernália de merchandise que toda a gente que já visitou uma loja da Disney sabe. Um novo filme de animação gera também novos bonecos, diversões temáticas e desfiles para acrescentar em todo o parque que a Disney tem espalhado pelo mundo. Resumindo e concluindo, a Disney é uma mega-marca mundial que gera milhões e milhões todos os anos, e que é hoje muito mais do que os filmes.

E o que é facto é que a Disney deve ser das marcas mais bem-amadas deste mundo: não há pessoa que eu conheça que não goste dos filmes da Disney, que não olhe para aquele castelo branco sobre fundo azul com olhos sonhadores e um sorriso estúpido nos lábios, e que sinta uma nostalgia da infância a descer sobre si. Mesmo quando a pessoa em causa não cresceu com aqueles filmes; em Portugal, pelo menos, só as crianças de finais da década de 80 - eu incluída - é que cresceram a ver os filmes da Disney. Isso não impede que pessoas da geração dos meus pais amem os filmes da Disney menos do que nós. Só aqui está bem refletido o sucesso da Disney em associar-se com a própria ideia de infância: até pessoas que não a tiveram durante os seus anos de criança a associam fortemente a essa fase da vida. 

Eu, estando ciente de todo este poderio de marketing e da máquina geradora de milhões, culpada me confesso: adoro a Disney. A minha evolução nos anos foi proporcional com o número de cassetes de vídeo da Disney que eu tinha, passei boas horas da minha infância colada a um ecrã a ver os mesmos filmes repetidamente, a primeira máscara de Carnaval que me lembro era da Branca de Neve, o primeiro filme que vi no cinema foi o Rei Leão, sei-lhe as falas todas de cor, e continuei a acompanhar os filmes da Disney - ainda que intermitentemente - durante a minha adolescência e idade adulta. Apetece-me dar gritinhos de histeria sempre que entro numa loja Disney e começo a ver peluches do Bambi, da Nala, do Nemo, do Timon, da Marie, do Sebastião. O meu primeiro gato chamava-se Tulose em honra ao gato mais rebelde dos Aristogatos e - confesso com vergonha - fiz um dia uma jura de quando tiver um filho (e for rica, só pode) só o vestir com as roupas mais-que-fofinhas para recém-nascido que se vendem nas lojas Disney. Entretanto, e em minha defesa, voltei a pôr os pés na terra e deixei-me de parvoíces. Acho que o facto de se pôr o pé fora dessas malditas lojas ajuda; aquilo a modos que droga uma pessoa e faz-nos alucinar e jurar estas coisas absurdas.

Entretanto, comecei a ler sobre estas coisas da representação de mulheres na TV, nos filmes, nas revistas, nos anúncios, e a chama-Disney foi-se apagando um bocado. Numa rápida pesquisa mental sobre as histórias Disney duas personagens (e aqui nem são personagens-tipo, são mesmo personagens dos filmes, tal e qual) aparecem distintivamente: a princesa em apuros e o príncipe encantado. Convenhamos: esta é uma dualidade que está tão enraizada na cultura ocidental que até na lógica das relações entre os dois géneros ela se entranha. Não foi a Disney que a inventou, é bom que seja esclarecido. Cheira-me que esta dualidade vem do tempo dos trovadores, dos castelos e das conquistas, dos reis, príncipes, cavaleiros e princesas, dos vestidos longos de veludo e do tempo das trevas (vulga Idade Média. Uma professora de história do liceu tentou provar-nos que a Idade Média não tinha nada sido idade das trevas como por vezes é apelidada, que não tinha nada sido uma época de estagnação ou mesmo de retrocesso no conhecimento, isto por causa dos mosteiros e dos monges que copiavam os livros e porque tinha sido na Idade Média que se inventaram os óculos (??). A mim nunca me convenceu. Entalada entre a época Clássica dos gregos e romanos e o Renascimento, com as suas descobertas do mundo, da matemática, da física e da astronomia, a invenção dos óculos torna-se risível.). Vem da altura em que os homens e as mulheres tinham papéis muito bem distintos e definidos, segregados, e com diferenças extremamente exacerbadas. As mulheres queriam-se passivas, dóceis, puras, os homens queriam-se valentes, ativos, corajosos. O casamento era a salvação da mulher e a sua máxima aspiração; daí que todos os contos de fadas acabem dessa forma, o final feliz que não é mais que a abençoada paz matrimonial.

Pensem em todas as personagens femininas disneyanas: essa tropa de princesas de sorriso sonso e muito cor-de-rosa que invade os corredores das lojas de brinquedos, secção menina. Personagens tão unidimensionais que nem a grande diversidade de cor de cabelo, cor de pele e vestidos consegue disfarçar o facto de serem todas uma só. O argumento que os defensores da Disney atiram é que filmes como a Branca de Neve e os Sete Anões, a Bela Adormecida, a Cinderella e afins são todos muito antigos, feitos numa época em que as mulheres tinham outros deveres e a única expectativa era que agradassem ao seu futuro marido, fossem boazinhas e não levantassem a voz. Hoje os filmes da Disney já são um bocadinho diferentes, já há Mulans que salvam a China e Pocahontas que ficam na sua terra junto do seu povo enquanto o seu amor parte para Inglaterra. 

Certo, é verdade que a Disney tem as suas heroínas que fogem ao estereótipo da dama indefesa. Mas é das suas princesas que a marca mais lucro tira. Ainda há poucos anos a Disney criou as "Princesas Disney", um sub-merchandising que junta todas as princesas de personalidade mais diluída e as transforma em "amigas" das meninas apanhadas de surpresa, sob a forma de diários (o que elas possam ter de interessante para contar sobre as suas vidas pós-casamento-com-príncipe-encantado supera-me), fatos de Carnaval, roupa cheia de lantejoulas, kits de maquilhagem, varinhas mágicas carregadas de brilhantes, muita boneca tipo Barbie, e muito, muito cor-de-rosa. Isto, muito honestamente, faz-me ter pavor perante a ideia de vir a ter uma filha.


E a Ariel é quem mais odeio, porra. A gaja é uma sereia e mete-se em drogas para ficar humana, só porque um homem com quem ela nunca falou na vida é giro e tal. E depois abandona o seu mundo, o pai, as irmãs e os amigos para ir viver com o camafeu. A Pequena Sereia: a ensinar desde 1989 a todas as meninas que por um homem se deve abandonar não só tudo o que temos e quem mais amamos mas também - e literalmente - QUEM somos. Ela era uma sereia e transformou-se em humana para poder viver com o seu amor. Todo o sacrifício é pequeno para agradar a um homem. 

Mesmo tendo em conta a Mulan, a tal heroína da Disney que se disfarçou de homem para tomar o lugar do pai doente no exército e acabou por salvar a vida do seu capitão e da própria China, já depois de ter sido descoberta como mulher. Bad-ass, sim senhora. Dizem-me também que o Entrelaçados é um bocadinho assim, uma espécie de twist ao conto da Rapunzel e cuja personagem principal não é a típica princesa submissa e dócil. Ou o Rei Leão II, cuja história se centra na cria do dito cujo, a Kiara, e também é uma princesa rebelde. Mas ainda assim, há sempre qualquer coisa de repetitivo nestas histórias: tudo tem que acabar num apaixonamento e consequente casamento. Ou seja, não importa o quão rebelde ou ousada a personagem feminina tenha sido, a sua história só é validada na medida em que acaba bem - e aqui o acabar bem é a eterna felicidade conjugal. Sabe a pouco. Reparem que com personagens principais masculinas isto não é assim; o Toy Story, por exemplo, não tem por base nenhum apaixonamento nem casamento. É apenas a história de dois brinquedos rivais e depois amigos e a fidelidade ao seu dono.




Foi por isso que quando hoje me sentei finalmente a ver o Brave (ou devo antes dizer "a" Brave), o último filme animado da Disney, e aquilo ia superando as expectativas que eu tinha para filme-de-Disney-que-quebra-os-estereótipos-de-personagem-femina a cada minuto que a fita rolava, eu decidi exclamar: "Disney, estás perdoada!". E porque este post já vai longo e o meu rant sobre a Disney foi mais comprido do que eu esperava, aproveito para inaugurar uma nova rubrica chamada "Media, é assim mesmo". O primeiro post é sobre a Brave e vem já, já a seguir. Tenho mais uns quantos já esboçados mas ideias e sugestões sobre personagens, filmes ou programas são muito benvindas ;)




S.