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domingo, 11 de maio de 2008

Vândalos Sem Arrojo

Lendo sobre a restauração no respectivo pedestal da estátua do Infante D. Henrique, em Cabo Verde, não posso deixar de meditar na mediocridade impotente de todos os que tentam destruir as representações plásticas do que não gostam. Toda a iconoclastia é desprezível, mas a da estatuária só apequena quem faz e engrandece quem a sofre. Sem precisar de ter em mente esta prevenção, nunca me passaria pela cabeça apear ou decepar a homenagem republicana da Rotunda a Pombal, apesar de a simples menção deste nome me causar uma platónica urticária...
É bom ver arrependimento pelo mal feito à monumentalidade contra a qual se atentou; e na benevolência para com a iniciativa reparadora se faz igualmente repousar uma exortação a igual receptividade para com queimas de efígies outrora empreendidas por influência religiosa, as quais não tinham a agravante de atentar contra a Arte.No caso do Infante houve a sorte de ter sido perpetuado em medalha de boa factura o seu contributo ao engrandecimento do País e ao conhecimento do Mundo. E sou obrigado a reparar no facto de o tamanho do instrumento celebrativo ter resistido melhor, quando a sua subtracção pareceria mais fácil. A dimensão da tiragem não explica tudo, há que levar em conta que os frustrados que atentam postumamente contra os Fautores da História tentam sugar alguma vida da espectacularidade de um acto que uma sonegação no campo da medalhística não faculta.
Foi O Navegador filho de D. João I muito bem servido na escultura portátil e circulante. A concepção coube a João da Silva, o maior talento da disciplina em Portugal e, nas anedotas da sua vida, uma encarnação lusa e tranquila da figura do Génio Distraído. Tendo falecido antes de ultimá-la, foi o acabamento confiado a Vasco da Conceição, uma digna escolha para o efeito.


Como tudo está ligado, as velas do meu pensamento dirigem-se a velocidade de cruzeiro para Outro Vulto que, como o Criador da Escola de Sagres, sacrificou a constituição de uma família, com as inerentes compensações, para assegurar o Império à Lusitaneidade. Também Ele viu a pequenez recalcada estragar as imortalizações que O honravam, como se o acto não atestasse que, se a cópia ficou sem cabeça, os autores da façanha confessaram serem dela desprovidos os seus originais.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

A Mecânica dos Fluidos

Nunca teria o arrojo de falar de mecânica acerca do casório, mas como foi a T que remeteu para essa chave de fendas e pôs ao dispor veículos de ocasião, vou fazer-me lucas e aceitar o termo. Não posso é fazer outro tanto às carripanas. Reparai, não é oferecida toda a actividade de uma estação de serviço, pelo que teríamos de recorrer a este estabelecimento para garantir a lavagem e lubrificação adequadas. Ora, achais que alguma noiva se sentiria confortável diante de uma proposta de girling?!

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Elixir da Juventude

Então isso é que é ser Amiguinha? Pôr-me a dormida na Rua Ivens e a casa de pasto numa avenida com nome para esquecer? Como os anos já vão pesando e sabendo da minha aversão a autocarros, está visto que me quer mandar para debaixo do chão, seja para o Metro, seja para dar trabalho ao coveiro, caso optasse por fazer o percurso a pé. A menos que rejuvenesça, com esta compra popular...

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

A Doce Mendicidade


Claro que os chocolates, em tablette ou bombons são um luxo de certos Dias. Vejam só o aparato de uma degustação dele de que a T e as Amigas se rodearam para levar a cabo a prova. Só que surgiu lá um réprobo terrorista, suicida como se demonstra pela confecção do presente postal, a exibir o seu cinto de explosivos, que ameaçava fazer rebentar se lhe não dessem um docinho...

domingo, 22 de julho de 2007

Progresso Meramente Técnico

Tendo visto a minha saga de motard finda de forma brutal, ao poisar numa poça de água, nuns 14 anos que não o tinham previsto, frente a olhos e saias a que conviria evitar tão dura prova, sempre nutri certa dose de boa vontade a respeito de convívios como o algarvio deste fim de semana.
Tenho porém a censurar às reportagens televisivas a omissão ou pressa da cobertura do espectáculo final, que costuma ser a cereja no cimo do bolo. Esta lacuna vem afinal comprovar que às melhorias das máquinas não corresponde um efectivo progresso moral, ao contrário do que poderia pensar quem tentasse tirar ilações destas imagens da Harley Davidson, em 1907 e várias décadas depois...

segunda-feira, 2 de abril de 2007

Penas Chamuscadas




Não quereria, maldito como me reconheço e repetidamente me confesso, deixar-me prender demasiado à actualidade, que dispensa esta página para conseguir saturar abundantemente o leitor voraz. Porém, a hiperbólica selvajaria da pirómana facção da claque portista no Estádio da Luz suscita-me duas ou três reflexões que não quero calar:
1- Congratulo-me com o facto de já não ser dado às câmaras televisivas como porta-voz da PSP algum sujeito bigodudo, como outrora, ou incapaz de conjugar formas verbais relativamente simples, como ainda vai acontecendo com alguns oficiais da Brigada de Trânsito da GNR. A Subcomissária Paula Monteiro é uma presença notável, para além da telegenia, por conseguir no que diz aludir a muito mais. Tenho por adquirido que quando defendeu a sua corporação, ao explicar que os agressores petardos poderia ter dois dedos, estava justamente a referir subtilmente a mesma medida de testa que faltava aos autores do triste lançamento dos explosivos.
2- Veja-se quão perigoso foi para o Ocidente e para o extremo dele que ainda somos a não-descoberta de armas de destruição de massas o Iraque. Doravante, haverá a tentação vertiginosa de duvidar de que alguém seja capaz de usar elementos de perigo generalizado até no contexto desportivo. Mas a conclusão sagaz será sempre a que se aperceba de que bombas em mãos bárbaras serão sempre usadas. A bom entendedor...
3- Não lembra ao mais imaginoso dos justificadores - embora haja ocorrido aos nossos mantenedores da ordem - culpar o Benfica pelo sucedido, com o argumento da colocação dos adeptos rivais no estádio! O SLB já se defendeu, dizendo que a Polícia concordara com tal disposição. Em última análise, a responsabilidade seria sempre da força policial que poderia recusar o plano, por questões de segurança. Mas ninguém explica por que é que outra distribuição tolheria os ímpetos terroristas dos causadores dos distúrbios: alguém acredita que eles se dirigiram à Catedral, com a pólvora nos bolsos, dispostos a não fazer uso dela e que apenas empregaram por não gostarem do lugar atribuído?
É preciso não ser Águia para repousar nessa confiança. Literal e conotativamente. O que nos leva direitinhos para a eterna condição de bode expiatório da passarada...