Mostrar mensagens com a etiqueta Escritores.... Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Escritores.... Mostrar todas as mensagens
quinta-feira, 8 de agosto de 2024
sexta-feira, 8 de setembro de 2023
Lisboa, Lisboa
Viveu quarenta anos, notei.
Trinta e nove, afinal.
Pesquisei ulteriormente e.
quinta-feira, 1 de junho de 2023
sexta-feira, 28 de abril de 2023
Que não
Saí hoje ao mundo sem me pentear. Bem digo eu, diria sua majestade, tendo ouvido esta minha súplica. Olha aí o diz que não.
sábado, 18 de março de 2023
Rascunhos
Tenho ainda rascunhos no antigo telefone. Isto em forma de áudio. Venho com este assunto sem me ter certificado que são mesmo mesmo mesmo assuntos para publicar no blogue. Vou ver disso. Ouvir.
Eis:
Um (07-11-2022, 8:11) é lembrando de lembrar as portas que conheço. As mais mais mais de tudo e tudo. Sei que já compus um post com esta temática e apoiada no dito áudio, porém fui guardando o rascunho porque, nele, me lembro de lembrar que não me lembro como era a porta da minha ti Bia, embora alvitre que se assemelhe à do pial que já comentei em cinco posts deste blogue. A primeira porta... Não, não me lembro. A de agora é de ferro, pintada de cinzento claro, com um puxador em forma de pega, dourado, com rasgos. Apresenta-se obliquamente ao lado esquerdo. Estas últimas características não estou certa, mas a cor da porta é essa, bem como a matéria de que é feita.
Um (13-12-2022, 19:18) é, tanto um registo de duas canções portuguesas para gingar e filmar, como um registo de que os portugueses também têm baladas. E estão, todos, exemplificados. Dos dois primeiros temas ainda não tratei, do terceiro já.
Um (28-01-2023, 07:45) é o mais puro rascunho em forma de áudio. Digo eu que um cliente se queixou que ter móveis em que as gavetas se fecham com travamento de nada lhe serve porque ele tem duas casas, uma tem fechos assim e a outra não, então vai que é uma complicação porque acaba por não ter os gestos automatizados. E agora digo eu: se numa casa empurra as gavetas sem motivo, e até as estraga, na outra põe-se à espera e nada.
sábado, 11 de março de 2023
A minha vida de pessoa que publica coisas nas netes é muito isto, é.
O post anterior esteve umas quantas horas a dizer Julgo em vez de Julho. Um, problema, isto. Aconteceu porque digitei sem óculos, aproveitando um bocadinho entre esperas, lá no Ginásio, ontem. A minha vida de pessoa que publica coisas nas netes é muito isto, é.
segunda-feira, 17 de outubro de 2022
Almoço
Dois cafés, um é descafeinado. - Pediu o cliente. - Então não são dois cafés, se um é descafeinado... - Brinca o homem do restaurante. E continua: - Pois eu, só por causa disso, vou pôr um em cada chávena para não os misturar.
terça-feira, 1 de março de 2022
RR; Respeitar e não! Retirar
Ouvi dizer que devemos respeitar a Terra no sentido de não retirar nada do seu lugar - nomeadamente: pedras, conchas e areia - porque isso é cortar o fluxo natural da vida, a Terra baralha-se toda - Eh pá deixem lá estar isso em sossego, eu sei o que estou a fazer – Diz a Terra e tal e tal. Sinto que já coloquei esta ideia no blogue mas, não estando porém certa, que não estou, tenho como certo que é assim que situo a questão, e a questão é que encontrei no nunstantgrama (mais) um post da escritora Isabel Stilwell onde ela respondia a uma leitora como fazia para reter memórias e invocações dos locais, e é trazendo... tcharan! pedrinhas e folhas! pois! oh maravilha! (compreendo este sentimento [e bem])
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021
Colchão
O artigo da revista Proteste (12/2020) acerca de colchões inicia com algo que Fernando Pessoa escreveu numa noite de insónia: «O meu cansaço entra pelo colchão dentro.» O artigo prossegue assim: «Passados quase cem anos sobre este verso, as insónias persistem como a voz de fadigas e de angústias atiradas para a superfície do colchão, que acolhe e restabelece essas estafas e agruras diárias. Mas, mesmo para quem dorme sem interrupções, os sonhos podem ser indício de inquietação.»
… Pareceu-me poética, também, Deonilde Lourenço, que foi quem escreveu o artigo.
domingo, 3 de maio de 2020
Biblió-coisas
Nota prévia:
É a última biblió-coisas. Mesmo. É que, mesmo vindo outra, será ulterior, portanto: esta, de última não passa.
Eis então o livro 'A Oficina dos Escritores', de Francis Amalif, que conta com aforismos. Não vou jogá-lo no contentor dos recicláveis, não vou oferecê-lo, não vou deixá-lo num banco de rua lisboeta. Não. Guardei-o aqui, ao pé de mim, para não esquecer de registar algo. Abri-o e calhou nisto:
«Um sonho é um escrito e muitos escritos não são mais do que sonhos.»
Dito por Umberto Eco, algures na história da literatura. Primeiro li e não entendi. Depois li e entendi e estendi a mim. Agora li e não tenho nada a dizer.
Dito por Umberto Eco, algures na história da literatura. Primeiro li e não entendi. Depois li e entendi e estendi a mim. Agora li e não tenho nada a dizer.
terça-feira, 21 de janeiro de 2020
De quando eu lia livros
Quando abri pela primeira vez o livro 'Mrs. Dalloway' de Virgínia Woolf estava na Livraria Lello, no Porto. Havia um marcador do próprio livro nas páginas 88/89, logicamente o livro abriu aí. O que li transpus imediatamente para a minha personalidade e para as minhas vivências.
Não, não é presunção achar-me parecida com descrições, ou com um pequeno excerto, de uma obra literária de tão grande porte como esta, é reconhecer-me. Apenas e só isso.
«E é claro que gozava imensamente da vida. Fazia parte da sua natureza desfrutar das coisas (embora só Deus soubesse que ela tinha as suas reservas; Peter muitas vezes sentia que, após todos aqueles anos, apenas conseguia traçar de Clarissa um pequeno esboço). Em todo o caso, não existia qualquer amargura nela, nenhum daquele sentido de virtude moral que é tão repulsivo nas boas mulheres. Ela gostava de praticamente tudo. Se se passeasse com ela pelo Hyde Park entusiasmava-se com um canteiro de túlipas, mais à frente com uma criança num carrinho, depois com um pequeno drama absurdo que criava, no momento, por impulso. (…)
Possuía um sentido de humor verdadeiramente refinado, mas precisava de pessoas, sempre pessoas, para o incentivarem.»
|10 novembro 2011|
Não ostento orgulhosamente o livro que ando a ler perante a outra gente. A outra gente que fala e ri. Pouco lhes importa o que ando a ler, muitos olham mas ninguém me vê com os outros sentidos. Tapo-o porque não quero danificá-lo e não por sentir embaraço acerca do meu gosto literário. Ademais ao momento leio uma obra considerada um dos melhores romances do século XX, (…) não há que ter qualquer sombra de pudor. E estou a gostar do livro. É estranho, complicado, possui um entrosamento difícil (ou não muito fácil) de entender, mas eu gosto daquele emaranhado de pensamentos. Gosto das personagens, dos lugares, das cenas, do drama crescente em cada parágrafo.
«Foi horrível, exclamou ele, horrível, horrível!
Apesar disso, o sol estava quente. Apesar disso, uma pessoa acaba por ultrapassar as coisas. Apesar disso, a vida tem uma maneira só sua de adicionar uma dia a outro dia.
In ‘Mrs. Dalloway’, Viginia Woolf»
|23 novembro 2011|
domingo, 15 de dezembro de 2019
Depois
Depois de ter escrito o post anterior - ressalvo: depois, assim sei que não houve influência - lembrei-me da nota presente numa das primeiras páginas de um dos livros do último espólio que adquiri e que diz assim:
«...Uma biografia escrita como o são habitualmente, passando em silêncio todo o lado vicioso e culpado da minha vida, seria falsa, e, se ela tem de ser escrita, deve dizer-se a verdade inteira. Só uma biografia desta espécie - por muito vergonhoso que seja o escrevê-la - pode ser de algum real proveito para os seus leitores.»
L. Tolstoi
É que nem sempre me ponho a contar as minhas melhores questões, os melhores momentos e tal e tal. Pondo, seria perfeita, e a perfeição é uma mentira.
segunda-feira, 25 de novembro de 2019
verde e vermelho
acima, o verde é o da relva que o reboque, em quase tudo vermelho, deixa crescer e há muito, muito tempo que reparo neste reboque abandonado mas só hoje trago foto
abaixo, o vermelho está em dois sofás que vivem na Biblioteca José Saramago, em Loures
pode ver-se também esta que escreve, fotografando, e uma frase de José Saramago, que transcrevo não vá não se conseguir ler:
«escrevo para desassossegar os meus leitores»
sábado, 26 de outubro de 2019
Navegações
Ontem de manhã andei por Lisboa, questão frequente em mim, já todos sabemos (e, a quem não souber, crê que não fará isso mal, eu gosto de ti na mesma), e dei por mim enveredando por ruas nunca antes pisadas. Pensei assim: ah, se é nesta direção (e era) acolá há-de haver uma rua onde possa virar antes de me afastar muito do meu destino. Só que não havia, nem há. Cheguei na mesma ao meu destino, nada de mal me acontecendo, o que aconteceu foi que me lembrei de quando no sábado passado, a caminho de visitar os meus pais, andei perdida por Beja. Por andar como que à deriva, chegou-me à cabeça a frase 'por Bejas nunca antes navegadas', e que é um bocado tola porque as cidades não têm plural (se bem que o corrector ortográfico do senhor Blogspot não indique erro, mas vá), não passando isto de um lembrete do verso de Camões 'por mares nunca antes navegados'. Não é que eu conheça Beja muitaa bem, mas já não me lembrava que tinha tantas inclinações. Vira aqui e vira ali, sobe, desce, olha a rotunda, o semáforo, ali é o Castelo, já viste? Bom. Entretanto, de lembradora que sou (este post está com montes de lembretes e lembranças) lembrei-me (ah ah) que, mesmo estando no interior alentejano e que é do mais plano que há, Beja tem, afinal, tantas inclinações. Depois, em lembrança (ai), ocorreu-me que era comum as cidades ou os grandes centros, ou mesmo pequenas povoações, serem construídos em lugares o mais alto possível, para que, assim, tanto desse para ver bem que vinha lá, como para dificultar o acesso, atrasando quem viesse com más intenções.
Por Lisboas nunca antes navegadas... Ah ah. Conhecesse eu toda a Lisboa e a minha vida não teria tanta graça. E a graça que teve conhecer todas aquelas Bejas? Ora...
O verso, se à letra, é:
«Por mares nunca de antes navegados» - Os Lusíadas, Canto I, Luís de Camões
Ah, não vão já embora, tenho fotos que tirei na casa dos meus pais. Já pus no blogue uma data de vezes pormenores da hortinha deles, do quintal, do lugar dos arrumos, onde o meu pai reina, com a sua peculiar forma de armazenar o que julga ter aproveitamento. Se bem que desta vez até nem tenha tirado fotos a situações (por assim dizer) estranhas, tenho fotos na mesma, ó:
quinta-feira, 25 de abril de 2019
Um post que (quase) não me pertence
Por conta de um comentário que recebi neste post, deixo o poema nele referido:
EU VI
Eu vi
Vi os comboios silenciosos os comboios negros que
vinham do Extremo-Oriente e que passavam como
fantasmas
E o meu olhar, como a lanterna da retaguarda, corre
ainda atrás desses comboios
Em Talga 100 000 feridos agonizavam por falta
de cuidados
Visitei os hospitais de Krasnõiarsk
E em Khi!ok cruzámos com um longo comboio de
soldados loucos
Vi nos lazaretos chagas abertas feridas que
sangravam a jorros.
E os membros amputados dançavam em volta
ou levantavam voo no ar roufenho
O incêndio estava em todos os rostos em todos
os corações
Dedos idiotas tamborilavam em todos os vidros
E sob a pressão do medo os olhares rebentavam
como abcessos
Em todas as estações deitavam fogo aos vagões
E vi
Vi comboios de 60 locomotivas que se escapavam
a todo o vapor perseguidas pelos horizontes
com cio e bandos de corvos que voavam
desesperadamente atrás,
Desaparecer
Na direcção de Porto-Artur.
Em Tchita tivemos alguns dias de descanso
Paragem de cinco dias devido a obstáculos da linha
Passámo-los em casa do Senhor lankéléwitch, que
queria dar-me em casamento a sua filha única.
Depois o comboio tornou a partir.
Agora era eu que me sentara ao piano e tinha dores
de dentes
Revejo quando quero esse interior calmo a loja do pai
e os olhos da filha que vinha à noite para a minha cama
Moussorgsky
E os lieder de Hugo Wolf
E as areias do Gobi
E em Khaïlar uma caravana de camelos brancos
Creio bem que estive bêbedo durante mais de
500 quilómetros
Mas eu estava ao piano e foi tudo quanto vi
Quando se viaja deviam-se fechar os olhos
Dormir
Gostaria tanto de dormir
Reconheço todos os países de olhos fechados pelo
seu odor
E reconheço todos os comboios pelo barulho que
fazem
Os comboios da Europa são a quatro tempos enquanto
os da Ásia são a cinco ou a sete
Outros seguem em surdina são canções de embalar
E há os que no ruído monótono das rodas me lembram
a prosa pesada de Maeterlinck
Decifrei todos os textos confusos das rodas e reuni
os elementos dispersos duma violenta beleza
Que eu possuo
E me força.
Tsitsika e Kharbine
Não vou mais longe
É a última estação
Desembarquei em Kharbine quando acabavam
de deitar fogo às instalações da Cruz Vermelha.
Ó Paris
Grande lareira ardente com os tições entrecruzados
das tuas ruas e velhas casas que se debruçam
por cima e se aquecem
Como os avós
E eis os anúncios, vermelho, verde, multicolores como
o meu passado em resumo amarelo
Amarela a cor altiva dos romances da França
no estrangeiro.
Nas grandes cidades gosto de me meter nos
autocarros em andamento
Os da linha Saint-Germain-Montmartre levam-me
ao assalto da Butte
Os motores mugem como touros de ouro
As vacas do crepúsculo pastam o Sacré-Coeur
Ó Paris
Estação central cais das vontades cruzamento das
inquietações
Só os droguistas têm ainda um pouco de luz por cima
das portas
A Companhia Internacional das Carruagem-Camas
e dos Grandes Expressos Europeus enviou-me
um prospecto
É a mais bela igreja do mundo
Tenho amigos que me rodeiam como barreiras
Têm medo quando eu parto que nunca mais volte
Todas as mulheres que conheci erguem-se
nos horizontes
Com gestos lastimosos e olhares tristes de semáforos
à chuva
Bela, Inês, Catarina e a mãe ‘do meu filho na Itália
E ainda a mãe do meu amor na América
Há gritos de sirene que me rasgam a alma
Na Manchúria um ventre estremece ainda como num
parto
Gostaria
Gostaria de nunca ter feito as minhas viagens
Esta noite um grande amor atormenta-me
E contra a minha vontade penso na jovem Joana
de França.
Foi numa noite de tristeza que escrevi este poema
em sua honra
Joana
A jovem prostituta
Estou triste estou triste
Irei ao Lapin Agile recordar-me da minha juventude
perdida
E beber copinhos
Depois voltarei sozinho para casa
Paris
Cidade da Torre única da enorme Forca e da Roda
do Suplício
Paris, 1913
alexandra: agradecida te estou
terça-feira, 23 de abril de 2019
sexta-feira, 4 de janeiro de 2019
Leitura terminada em 2018, pois sim
Sim, terminei a leitura do livro – Assobiar em Público, Jacinto Lucas Pires - ainda em 2018, a pouco mais de uma hora da chegada do novo ano. Acabei por cumprir o meu intento, sim senhoras e senhores, mas ia-se-me escapando.
Este livro é de contos e são quase todos a atirar para o depressivo, há muitas referências a morte e a maior parte dos personagens são mostrados de maneira a parecerem loucos sem o serem totalmente. Está bem que todos somos assim, todos temos loucuras a que damos vazão ou então não. Né?. É. Está bem que pode o autor ter querido mostrar tontices várias de pessoas variadas e avariadas e acabou a conversa. Né? Não. Quero só registar que gostei de ler este livro, mas ainda assim não exultei, estarreci ou levitei.
segunda-feira, 6 de agosto de 2018
Um livro encontrado
Deram-me um livro que encontraram na paragem do autocarro. É de Tolstoi. Quem dera ler, para lê-lo. Havia de perceber se há diferença entre um escritor de primeira publicação e um daqueles escritores que eu, do baixo da minha desdita literária, vejo ser super conhecido, super recomendado, super apreciado, super genial.
O livro encontrado é a segunda parte da obra 'Ressurreição', numa publicação da Livraria Civilização Editora de 1999, com tradução de Arsénio Mota.
Sério, vá lá: há diferença entre um e outros?
E eu, terei dito tudo? Não. Falta aqui os meus acasos.
Deixar livros por aí já deixei umas vezes. Brevemente partirei de férias e conto levar um livro para deixar num lugar onde repousam muitos, deixados por gosto dos turistas alojados ali ou por terem sido esquecidos nos alojamentos. Este ano lá deixarei o livro 'Meia-noite Todo o Dia' – Hanif Kureishi, que ando a ler tão lentamente que dói. Vou no conto que usa o mesmo título que o livro, e tem sido um horror terminá-lo. É que, como sabem, e se não sabem não faz mal, eu gosto de vocês na mesma, sou fraca de leitura - desconcentro-me, desligo, aborreço, e ando nisto há anos. Bom, este conto tem sido lido tão lentamente que já não sei o que leio, desnorteei-me completamente e, calhando não o ter terminado até à partida para férias, deixo-o lá inacabado e pronto. Estou cansada. Eu própria me canso com isto da leitura.
Um outro acaso do livro encontrado é que o abri na página 209, precisamente onde começa o 40º capítulo, onde a história vai num calor*:
«O calor era de tal modo sufocante na carruagem de terceira aquecida pelo sol durante todo o dia e repleta de gente, que Nekliudov preferiu ficar no corredor, junto às janelas. Também ali a atmosfera era pesada e apenas pôde respirar à vontade quando o comboio deixou para trás os edifícios e soprou uma brisa.»
Acabei de me lembrar do seguinte: eu vou mas é levar este livro encontrado como leitura de férias, marimbando para o facto de ser uma segunda parte. Calhando em calhar não o dar lido com atenção, fica lá também. Que ideia fantástica. Escrever coisas é tão bom, vejam só o que apurei.
*relação à vaga de calor que se vive presentemente, ai isto do destino, pá...
sábado, 3 de fevereiro de 2018
Arroios
Boa tarde. São catorze e vinte e seis. É bem diferente percorrer Arroios ao meio-dia de um sábado, quando comparo, por exemplo, com uma quarta-feira às cinco da tarde. As pessoas com quem me cruzei estão de fim-de-semana, senti-lhes uma energia positiva. Se fosse uma dessas quartas-feiras, as pessoas estavam cabisbaixas pelo cansaço e apressadas pelo que ainda vão ter que fazer antes de se atirarem para aos lençóis. Nunca entendi muito bem esta coisa de sentir uma azáfama diferente por ser fim-de-semana, nunca a senti assim tão diferente, fui sempre ocupando os dias e as horas desses dias ditos de descanso, com azáfama. Não a mesma, é certo, mas é azáfama. A bem dizer nunca se descansa. O descanso é assim um pouco, talvez, como a felicidade, é coisa de vai e vem, não permanecendo mais do que o tempo em que nem damos por ele, pois quando se dá por ele - e aqui unicamente por mim falo – logo os deveres tomam a primazia. Custa tanto saber viver. Marió diz que eu tenho que querer aprender a viver e que tenho que crer que posso aprender a viver. Tantos ques. É difícil, principalmente – e lá estou eu a falar unicamente por mim – porque sou tomada por uma solidão enorme, é tudo eu e para mim e por mim e comigo. Mas como é que mantenho – ou tenho! - os amigos prontos a ouvir-me e a acompanhar-me se no fundo as coisas se passam somente dentro de mim? Se eu não gostar disto ou daquilo de alguém, é questão de mudar a minha! postura, não esperando que eles mudem. Vou mas é trabalhar mais um bocadinho e já cá venho. Olá. São agora outras horas e outros minutos. Já arrumei umas coisinhas, escrevi umas coisinhas em caixinhas, desencantei coisinhas e deslindei coisinhas. Já chega. Há pouco, naquele passeio pelas artérias de Arroios, na Pascoal de Melo, notei, pela primeira vez, vejam lá, que Fernando Pessoa viveu uns meses de mil novecentos e catorze num daqueles prédios. Fiquei logo a pensar 'olha, um dia vão gravar placas com as minhas moradas e fixá-las à porta correspondente, é certo'. Já me lembrei de listar o rol de tarefas que tenho por fazer aqui no estaminé, mas, como sabem, e se não sabem, não faz mal, eu gosto de vocês na mesma, o tempo despendido para tal coisa fará encolher o tempo de que disponho para escrever outro tipo de coisas, não menos importantes, que é lá isso, mas mais dignas de registo, de presença na posteridade. Comprei duas forminhas para queques. É. No dito passeio. Pois. Já ontem comprei outras duas de outro tamanho para somar às que já tenho lá em casa. Conto que estas sejam ligeiramente mais pequenas e, se forem, logo vou completando o rol. Gosto de ter tipo assim uma dúzia e meia. Mais logo vou fazer tarte de maçã. Tenho gelado, que fiz eu, no congelador desde quarta-feira. Giro, giro, é eu ter começado este post com a quarta-feira.
quinta-feira, 2 de novembro de 2017
Parafusos
Desaparafusei os toalheiros. Os parafusos eram de rosca de chapa, sustidos por uma porca do mesmo roscado. Que antigos, esses parafusos e porcas, o meu colega quase nem tem cá réplicas. Tudo muda, com o tempo ← inspirei-me no Camões. Claro que o Camões, sabia lá ele de parafusos, nesse tempo nem os verbos aparafusar e desaparafusar haviam aparecido no vocabulário dos portugueses, quanto mais. Era cravos. Crava aqui, crava ali. Em madeira feita de árvores. Nada de roscas, isso é coisa moderna...
Subscrever:
Comentários (Atom)